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FICHAMENTO Capítulo VII

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FICHAMENTO
KELSEN, Hans. Teoria pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. 6ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Capítulo VIII.
1. A essência da interpretação. Interpretação autêntica e não-autêntica.
Direito aplicado por um órgão jurídico, é necessário fixar o sentido da norma que deve ser de um escalão superior a um escalão inferior. Em caso de interpretação a norma a ser utilizada deve responder a questão do caso concreto. Até mesmo a Constituição ou Tratados Internacionais também devem ser interpretados para sua devida aplicação, ou seja, qualquer norma deve ser interpretada para aplicação em casos concretos.
Assim como os indivíduos ao observar ou buscar a compreensão das normas, evita a sanção punitiva nelas previstas. Da mesma forma a ciência Jurídica, quando descreve o Direito positivo, deve interpretar as normas. Existindo duas espécies de interpretação: Interpretação pelo órgão que o aplica e pela pessoa privada.
Relativa indeterminação do ato de aplicação do Direito: a norma superior regula o ato que produz a norma inferior. A norma superior não pode ser completa, mas é a moldura da norma inferior.
Indeterminação intencional do ato de aplicação do Direito: todo ato jurídico é em parte determinado pelo Direito e parte indeterminado, por se tratar de norma geral, onde pode prever vários casos em uma norma.
Indeterminação não-intencional do ato de aplicação do Direito: o ato de aplicação torna-se indeterminado devido a pluralidade de significações de uma palavra e a seqüência de palavras descritas na norma. Podendo ser interpretada de forma verbal ou buscar a intenção do legislador.
Direito de aplicar uma moldura dentro da qual há várias possibilidades de aplicação: O ato jurídico pode ser conformado por maneira a corresponder a vontade do legislador ou à expressão por ele escolhida, podendo ser aplicada de várias formas desde que preencha a moldura em que estiver inserido, não saindo dela. Sendo assim, a interpretação de uma norma não deve conduzir necessariamente a uma única solução correta. 
Os chamados métodos de interpretação: Não existe nenhum método absoluto que se chegue, a partir de várias significações, a um Direito positivado, que será destacado como correta. Apesar dos esforços, não há como solucionar o conflito entre vontade e expressão a favor de uma ou de outra, por uma forma objetivamente válida. Todos métodos de interpretação conduz sempre a um resultado possível. A necessidade de uma interpretação resulta de o sistema das normas deixarem várias possibilidades em aberto.
2. A interpretação como ato de conhecimento ou como ato de vontade
	A questão de saber qual das possibilidades que se apresentam é a correta, não é uma questão de Direito Positivo e sim um problema de política do Direito. Assim como da Constituição não se podem extrair as únicas leis corretas, tampouco, a partir da lei, por interpretação, obter únicas sentenças corretas. Na aplicação do Direito por um órgão jurídico, a interpretação obtida por um processo de conhecimento, combina-se com um ato de vontade em que o órgão aplicador do direito efetua uma escolha entre as possibilidades reveladas através da mesma interpretação, produzindo assim uma norma de escalão inferior, sendo sempre uma interpretação autêntica, quando esta assume a forma de uma lei ou de um tratado de Direito internacional e tem caráter geral, criando uma norma para todos os casos iguais, interpretação autêntica represente produção de norma geral. Não se aplica ao indivíduo privado.
3. A interpretação da ciência jurídica
	Já a interpretação da ciência jurídica é diferente da interpretação deita pelos órgãos jurídicos, pois não é criação jurídica, não sendo autêntica. A ciência jurídica não preenche as lacunas do Direito que só podem ser preenchidas por um órgão aplicador do Direito. A interpretação jurídico-científica vem somente estabelecer as possíveis significações de uma norma jurídica, não pode tomar qualquer decisão entre as possibilidades por si reveladas, ficando esta decisão ao órgão competente para aplicar. 
	A interpretação jurídico-científica tem de evitar a ficção de que uma norma jurídica permita, sempre e em todos os casos, uma só interpretação tida como única e correta. Caso ocorra traz ao cenário jurídico somente insegurança jurídica. Pode se parecer que em olhar político esta “única e correta interpretação” posso ser algo plausível, mas nenhuma vantagem política deve estar acima da revelação de todas as significações possíveis de uma norma.

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