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HANS KELSEN - Filósofo do Direito Austríaco – 1901-1972 - OBRA “TEORIA PURA DO DIREITO” - acreditava que o Direito estava contaminado pela sociologia, psicologia e filosofia, o que gerava insegurança jurídica. - o juiz interpretava com base na moral, na sociologia. Haviam diferentes decisões judiciais e o Direito não contribuía para a sociedade. POSITIVISMO X JUSNATURALISMO · JUSNATURALISMO: 1. Grego: existe uma lei natural, por instinto. 2. Medieval: uma lei é estabelecida por uma divindade revelada aos seres humanos. 3. Racionalista: a lei advém da razão por isso o homem deveria encontrá-la dentro de si. 4. Para eles o conflito entre uma lei natural e uma lei positivada, aquela deve prevalecer. · POSITIVISMO: 1. O conhecimento científico é o único verdadeiro 2. Uma teoria só pode ser correta se passar por todos os métodos científicos válidos. 3. Conhecimento relacionado com crenças ou superstições e os que não podem ser comprovados cientificamente não são válidos. 4. Pureza metodológica em que a interpretação é sem juízo de valor. 5. O que não pode ser comprovado racionalmente não pode ser conhecido: trabalha com o racionalismo que é o que prega o positivismo. 6. A norma advém do Estado e não do natural – declínio do jusnaturalismo - Kelsen identificou 3 tipos de interpretação 1. Indivíduo 2. Órgão jurídico 3. Ciência jurídica 1 – Indivíduo: pode ter problemas porque ela pode ser errônea e não vincula a sociedade, mesmo se estiver correta. Exemplo: o Indivíduo disse que alguém o roubou. Pode ser verdade ou mentira e o que ele disser não terá qualquer vinculação. 2 – Órgão Jurídico: é essencial pois é ele que aplica o direito, dá a sentença. É a mais importante pois é esta interpretação que vai vincular a sociedade. - Normas Jurídicas são Indeterminadas: Intencional e não intencional · Intencional: tem o propósito de gerar indeterminações. O legislador quer deixar um espaço para a interpretação do juiz = moldura kelseniana. Quais? 1º caráter genérico da norma jurídica: o legislador cria normas gerais intencionalmente para que o administrador e o juiz não fiquem engessados. - Destinatários da norma intencional · 1 - O administrador: o legislador deixa uma margem para que ele atue com liberdade, dentro da legalidade, para não ficar engessado · Esse espaço é o que se chama em Direito Administrativo de conveniência e oportunidade do ato administrativo. · Só há esse espaço para o legislador deixar esse espaço intencionalmente, ele faz com esse propósito. · 2 – o juiz: para um mesmo fato ele pode dar uma sentença diferente. · Pena privativa de liberdade ou pena restritiva de direitos: O juiz pode escolher entre uma e outra a depender da periculosidade do agente e da intensidade do crime. · Diferentes penas restritivas de direito. Qual vai ser a mais adequada? Limitação de final de semana, limitação de frequentar determinados lugares, pagamento de cesta básica ou pena pecuniária. · 3 - O legislador cria as previsões diferentes intencionalmente para que o juiz ao aplicar a lei opte pela mais adequada ao caso concreto. Exemplo: matar alguém: pena de 6 a 20 anos. Pela dosimetria da pena o juiz vai determinar. - multa ou prisão: juiz escolhe - facilita a resolução do caso concreto e evita o engessamento do Direito. - mas o juiz, para usar essa moldura teria que se valer de algum método? Para Kelsen o juiz tem discricionariedade. Qualquer decisão dentro dessa moldura é válida para Kelsen. - Método proposto por Kelsen - Hierárquico: quando duas normas conflitam deve prevalecer a norma hierarquicamente Superior. A CF prevalece Ex: cf prevê estágio probatório é de 3 anos. Lei servidor prevê que é de 2 anos. A regra da CF deve prevalecer. · Não intencional: feito sem a intenção. O homem não tem participação nesses casos. 1º POLISSEMIA: porque as normas jurídicas são feitas na linguagem natural e ela em si é indeterminada. Exemplo da linguagem trivial: manga – vários significados 1. Manga de uma camisa 2. Fruta 3. Apelido Mesa: 1. Objeto para colocar coisas em cima 2. Reunião: mesa de um congresso 3. Estilo de culinária colocar a mesa à francesa Da mesma forma, as normas jurídicas também podem ter diferentes significados: Exemplos: 1. Boa-fé: não tem um sentido exato, pois vai depender do contexto, das pessoas envolvidas e do intérprete (juiz). É subjetivo. 2. Probidade: difícil ter um significado preciso. Pode significar honestidade. Mas como saber se uma pessoa agiu com boa fé? É preciso analisar o contexto, as pessoas, a boa-fé e o intérprete. É subjetivo. - esses são um dos casos em que a indeterminação não é intencional pois depende da linguagem natural: se ela for indeterminada, a linguagem jurídica também será indeterminada devido à polissemia das palavras. As variadas significações em que um mesmo termo pode ter. 2º DICOTOMIA: oposição de normas jurídicas = antinomia. · O intérprete vai decidir entre aplicar uma norma ou outra. · Métodos para dirimir essas dicotomias/antinomias · Exemplo: regra que existia na Constituição Federal e na Lei 8112/1990 que regula a carreira dos servidores federais. Lei previa que o estágio probatório, período de análise do servidor para que este adquira a estabilidade, é de 2 anos. · Cf prevê que o estágio probatório é de 3 anos. · Nesse caso há uma indeterminação diante de uma antinomia · Não é intencional 3 Ciência Jurídica: · assim como o indivíduo, pode ser errado · Não vincula · Não gera direito · Equivale à doutrina · Tenta sistematizar o direito · Tenta deixar o texto legal mais claro para evitar a indeterminação · Torna necessária a interpretação · Kelsen propõe que todas as significações possíveis para a norma sejam colocadas no papel para se identificar a mais adequada. Os legisladores precisam reconhecer isso para deixarem a norma o mais clara possível, reduzindo a pluralidade de significados, sendo claro e objetivo. · Isso diminuiria a necessidade de interpretação e geraria um grau de segurança jurídica maior, segundo o Kelsen. POSITIVISMO NORMATIVISTA · Criado por Hans Kelsen · Propõe a separação total do direito de qualquer outro ramo, de qualquer outra ciência. · Instituição do Direito como ciência exata. · Qualquer fato externo ao mundo jurídico não deve ser levado em consideração: sociologia, psicologia, moral, justiça. · Somente a norma deve ser observada. É ela que rege a vida das pessoas na sociedade. · Organizou as normas de forma hierarquizada, estando no topo as normas fundamentais (constituição federal, depois as leis complementares e as leis ordinárias depois os regulamentos: decretos, resoluções, etc. · O positivismo normativista propõe: direito tem que ser Autônomo · Independente de qualquer área da ciência humana. TEORIA PURA DO DIREITO – RELAÇÃO COM MORAL E JUSTIÇA · Na ciência do direito os valores morais e de justiça não devem ser levados em consideração. · Deve-se ater somente às normas positivadas · Não deveria haver interpretação: os conceitos de moral e de justiça não são unos, variam de acordo com cada sociedade e deve haver apenas a aplicação pura da norma. · Para que pudesse haver alguma relação com o direito ambos termos deveriam ser concretos e independentes da subjetividade.
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