Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
14/09/2018 1 FARMACOLOGIA COLINÉRGICA Profª. Msc. Jéssica Azevedo de Aquino Governador Valadares - MG Disciplina: Farmacologia - Fisioterapia Farmacologia colinérgica a junção neuromuscular (JNM), o sistema nervoso autônomo e o sistema nervoso central. Introdução São fármacos imitam ações da acetilcolina no organismo SOMÁTICO SNP músculos esqueléticos resposta voluntária AUTÔNOMO SNP músculos liso, cardíaco e sistema endócrino resposta involuntária SIMPÁTICO estimula ações que mobilizam energia (situações de estresse) PARASSIMPÁTICO estimula principalmente atividades relaxantes Divisão funcional do Sistema Nervoso Periférico (SNP) Simpático e Parassimpático Agem em conjunto na manutenção da homeostase A maioria dos efeitos são antagônicos Sistema Nervoso Simpático Sistema Nervoso Parassimpático LUTA OU FUGA REPOUSO E DIGESTÃO Sistema Nervoso Autônomo Sistema Nervoso Simpático LUTA OU FUGA Midríase ↑ Frequência cardíaca ↑ Contratilidade ↑ Frequência respiratória Broncodilatação Vasodilatação musculatura esquelética Vasocontrição pele, mucosa e vísceras ↓ Motilidade ↓ Secreções gastrointestinais Ativa glândulas sudoríparas simpático colinérgico ↑ Glicogenólise ↑ Gliconeogênese Sistema Nervoso Parassimpático REPOUSO E DIGESTÃO ↓ Frequência cardíaca ↓ Contratilidade ↓ Frequência respiratória Broncoconstrição ↑ Motilidade ↑ Secreções gastrointestinais Miose AÇÕES SEMELHANTES OU SINÉRGICAS Órgão sexual ParassimpáticoSimpático Ejaculação Ereção 14/09/2018 2 Fármacos colinomiméticos – imitam ações da acetilcolina no organismo Farmacologia colinérgica Introdução Medicamentos com atividades colinomiméticas e anticolinérgicas apresentam aplicação clínica disseminada, com efeitos sobre: cérebro (particularmente sobre a cognição e o comportamento), junção neuromuscular, coração, olhos, pulmões e tratos genitourinário e gastrintestinal. SÍNTESE DA ACETILCOLINA A acetilcolina é sintetizada em uma única etapa a partir da colina e da acetil coenzima A (acetil CoA) pela enzima colina acetiltransferase (ChAT): Acetil Coenzima A + Colina Acetilcolina + Coenzima A + H2O Síntese, armazenamento, liberação e degradação da acetilcolina ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO DA ACETILCOLINA A liberação de ACh na fenda sináptica: O processo depende da despolarização da terminação axônica e da abertura dos canais de cálcio dependentes de voltagem. 14/09/2018 3 Vesículas contêm Acetilcolina Fusão das Vesículas e liberação da Acetilcolina Acetilcolina é substrato da Colinesterase A acetilcolinesterase (AChE), a enzima responsável pela degradação da acetilcolina, também representa um importante alvo farmacológico Receptores Colinérgicos Uma vez liberada na fenda sináptica, a ACh liga-se a uma de duas classes de receptores, localizados habitualmente sobre a superfície da membrana da célula pós-sináptica. Receptores colinérgicos muscarínicos e nicotínicos Receptores colinérgicos muscarínicos (mAChR): • estão ligados à proteína G e são expressos nas sinapses terminais de todas as fibras pós- ganglionares parassimpáticas e de algumas fibras pós- ganglionares simpáticas, nos gânglios autônomos e no SNC. Receptores colinérgicos nicotínicos (nAChR): • consistem em canais iônicos regulados por ligantes, que estão concentrados pós- sinapticamente em numerosas sinapses excitatórias. Receptores Muscarínicos São estimulados pela acetilcolina, desencadeando uma cascata intracelular que é responsável pelas respostas ditas "muscarínicas“. Receptores Muscarínicos Devem o seu nome à muscarina, um fármaco presente no cogumelo Amanita muscaria que ativa seletivamente estes receptores. O seu antagonista clássico é a atropina, produzido, por exemplo, pela planta Atropa belladonna. Amanita muscaria Atropa belladonna Receptores Muscarínicos A transmissão colinérgica muscarínica ocorre principalmente: nos gânglios autônomos, em órgãos terminais inervados pela divisão parassimpática do sistema nervoso autônomo, no SNC. 14/09/2018 4 Receptores Muscarínicos A ativação das proteínas G pela ligação de agonistas aos receptores muscarínicos tem os seguintes efeitos • ↑ aumentar a abertura de canais de K+, com consequente hiperpolarização da célula. • Os receptores M1, M3 e M5 estão acoplados a proteínas G responsáveis pela estimulação da fosfolipase C • Os receptores M2 e M4 estão acoplados a proteínas G responsáveis pela inibição da adenilil ciclase e ativação dos canais de K+. Receptores Muscarínicos Como a estimulação dos receptores M1, M3 e M5 facilita a excitação da célula, enquanto a estimulação dos receptores M2 e M4 suprime a excitabilidade celular Os vários subtipos de receptores muscarínicos respondem por grande parte da diversidade das respostas celulares a agonistas dos mAChR. Receptores Muscarínicos Receptores Muscarínicos M1 M2 M3 M4 M5 SNC Coração Músculo liso SNC SNC • Intestino • Bexiga • Pulmão FARMACOLOGIA DAS DORGAS PARASSIMPÁTICAS- AGONISTAS COLINÉRGICOS CÉLULA PARIETAL GÁSTRICA: M1 → SECREÇÃO DE HCL CORAÇÃO: M2 → Diminuição da força e frequência de contração do coração → BRADICARDIA OLHO: M3 → Contração do músculo circular da íris → MIOSE BRÔNQUIOS: M3 → Broncoconstrição e aumento da secreção de muco Trato Gastrointestinal - TGI: M3 → Parede do músculo intestinal → aumento do peristaltismo e ralaxamento do esfíncter anal → facilitando a defecação Trato genito-urinário TGU: M3 → Parede da bexiga → contração e relaxamento do esfíncter vescal → facilitando a micção M3 → Útero → contração VASOS: M3 → Endotélio vascular → NO → VASODILATAÇÃO GLÂNDULAS: M3 → Lacrimais, sudoríparas, digestivas, salivares → aumento da secreção Fármacos colinomiméticos – imitam ações da acetilcolina no organismo 14/09/2018 5 Receptores nicotínicos Canais iônicos na membrana plasmática de algumas células, cuja abertura é desencadeada pela ACh O primeiro antagonista seletivo descrito é o curare (d- tubocurarina). Receptores nicotínicos Na ausência de ACh, a comporta do receptor está fechada Quando a ACh liga-se a ambas as subunidades , o canal se abre, e o sódio pode seguir ao longo de seu gradiente de concentração para dentro da célula RECEPTORES COLINÉRGICOS Receptores NICOTÍNICOS Receptores MUSCARÍNICOS NM NN M1 M3 M5 Acoplados a proteína G Músculo esquelético na junção neuromuscular Gânglios autônomos Medula suprarenal SNC Ativaçao de adenilil-ciclase ↑ AMPc Ativação canais K+ e de Ca++ Despolarização Canais iônicos Contração do músculo esquelético Despolarização e disparo do nerônio pós-ganglionar Secreção de catecolaminas Despertar, atenção, analgesia Localização Respostas Transmissão Colinérgica Receptores nicotínicos Divididos em três classes principais: Muscular = são confinados à junção neuromuscular esquelética Ganglionar = responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos SNC = encontram-se disseminados no cérebro e são heterogêneos quanto a sua composição Se existe uma falta de acetilcolina, por que não administrá-la? Não há nenhuma seletividade de ação. A acetilcolina adicional vai se ligar todos os receptores colinérgicos no corpo. A acetilcolina é facilmente hidrolisado no sangue pela enzimas esterases. A acetilcolina é facilmente hidrolisado no estômago não pode ser administrada por via oral. 14/09/2018 6 Fármacos Colinérgicos Direta Indireta → Inibidores da Ache → [Ach] Agonistas Nicotínicos AgonistasMuscarínicos Farmacologia dos Fármacos Colinérgicos Fármacos Colinérgicos Indireta → Inibidores da Ache → [Ach] Farmacologia dos Fármacos Colinérgicos Inibidores da acetilcolinesterase Ligam-se à AChE e a inibem, elevando, assim, a concentração de ACh endógena liberada na fenda sináptica. A ACh acumulada ativa subsequentemente os receptores colinérgicos adjacentes. Fármaco colinérgico indireto Anticolinesterásicos bloqueiam a inativação da ACh pela Acetil-Colinesterase Anticolinesterásicos ACh Receptor Nicotínico Acetil-Colinesterase Anticolinesterásicos Existem três classes químicas desses agentes: (1) álcoois simples com grupo amônio quaternário (2) ésteres do ácido carbâmico de álcoois que possuem grupos de amônio quaternário ou terciário (3) derivados orgânicos do ácido fosfórico A diferença funcional mais importante entre essas classes reside na sua farmacocinética. Inibidores da acetilcolinesterase Fármaco colinérgico indireto Inibidores da acetilcolinesterase 14/09/2018 7 Edrofônio (Tensilon): Amina quaternária Ações farmacológicas semelhantes às da neostigmina curta duração (10 a 20 minutos) Utilizada em administração venosa, geralmente para fins de diagnóstico da miastenia gravis, provocando rápido aumento da força muscular Reverter efeitos do bloqueador neuromuscular após uma cirurgia O excesso pode levar a uma crise colinérgica Fármaco colinérgico indireto Edrofônio (Tensilon): Fisostigmina (Antilirium) (Enterotonus) Alcaloide que consiste em uma amina terciária Bloqueia de modo reversível a acetilcolinesterase Potencializa a atividade colinérgica em todo o organismo Duração de ação: 2 a 4 horas Fármaco colinérgico indireto Tratamento do glaucoma porque produz miose, e, contração do músculo ciliar permitindo a drenagem dos canais de Schlemm, o que diminui a pressão intraocular Utilizada na atonia (falta de força) do intestino e da bexiga, aumentando a motilidade destes órgãos. Fisostigmina (Antilirium) (Enterotonus) Fármaco colinérgico indireto Glaucoma Inibe reversivelmente a enzima acetilcolinesterase É mais polar do que a fisostigmina e não penetra no SNC, tendo atividade sobre a musculatura esquelética mais intensa do que a fisostigmina Duração de ação: 2 a 4 horas Efeitos adversos da neostigmina: estimulação colinérgica generalizada, salivação, rubor cutâneo, queda da pressão arterial, náusea, dor abdominal, diarreia e broncoespasmo Administrada por via subcutânea, intramuscular e intravenosa Neostigmina (Prostigmine) Fármaco colinérgico indireto 14/09/2018 8 Indicações: Atonia do intestino (comum após a manipulação cirúrgica) e bexiga; miastenia gravis (prolongando a duração da acetilcolina na placa motora terminal, consequentemente, aumentando a força muscular) Neostigmina (Prostigmine) Fármaco colinérgico indireto Piridostigmina (Mestinon) Mecanismo de ação: inibidor da acetilcolinesterase Duração de ação: 3 a 6 horas *tempo de ação maior do que a neostigmina e a fisostigmina também é utilizado no tratamento da miastenia gravis. Fármaco colinérgico indireto Miastenia Gravis Doença auto-imune Organismo produzir anticorpos contra os receptores nicotínicos presentes na junção neuromuscular (J.N.M.) Fraqueza muscular generalizada Incidência: 1 em 20.000 Anticolinesterásicos aumentar a concentração e o tempo de atuação da aCh na J.N.M. Gravura – Joly (1895) Fraqueza Muscular Ptose Palpebral Antes Após Tratamento com Neostigmina Miastenia Gravis Placa Motora NormalJunção Neuromuscular Miastenia Gravis Acetilcolina Receptor Nicotínico Receptor Nicotínico AnticorposResposta auto-imune direcionada contra o receptor nicotínico (da placa motora) impede a ligação da Acetilcolina. Hipótese da Causa da Miastenia Gravis Anticolinesterásicos aumentam o tempo de permanência da ACh na junção neuromuscular, aumentando a chance da ACh de se ligar aos receptores nicotínicos remanescentes. AcetilcolinaAnticorpos Receptor Nicotínico Anticolinesterásicos 14/09/2018 9 Inibidor da Acetilcolinesterase (Piridostigmina) tratamento inicial Primeira escolha Prednisona Azatioprina Ciclosporina Ciclofosfamida Imunoglobulina Humana Outros Imunosupressores Melhoria parcial na maioria dos pacientes miastênicos Melhoria completa em apenas alguns Piridostigmina oral é mais amplamente utilizada Em adultos: dose de 30-60mg via oral a cada 6 horas Em crianças: dose inicial é de 1mg/Kg Dose gradualmente ajustada Controle dos sintomas Controle das reações adversas Dose de manutenção (adultos) 60-120mg a cada 4-6 horas. Dose máxima: 720mg/dia, por risco de crise colinérgica. Piridostigmina Fármaco colinérgico indireto Efeitos Gastrintestinais e Urinários Aumento das secreções: Salivar, Gástrica e de Suor Estimula a Motilidade Gastrintestinal Relaxamento dos Esfíncteres Contração da parede da bexiga Induz diarreia e micção Fármaco colinérgico indireto Efeitos Cardiovasculares Redução da Frequência Cardíaca Pequena redução da pressão arterial Fármaco colinérgico indireto Efeito Adverso importante Contração do músculo liso brônquico Boncoconstrição Aumento da secreção brônquica Podem desencadear crises em pacientes portadores de Asma! Fármaco colinérgico indireto Organofosforados (Inseticida e Arma Química) Ecotiopato MalaxonMalation Paration Paraxon Química Nova - 2007 São compostos pentavalentes de fósforo e altamente lipossolúveis Anticolinesterásicos Irreversíveis 14/09/2018 10 Mecanismo de Ação Anticolinesterásicos Irreversíveis Por que são irreversíveis? Malation ACh Receptor Muscarínico Acetilcolinesterase Por que são irreversíveis? O complexo enzimático fosforilado resultante é extremamente estável e dissocia-se com uma meia-vida de centenas de horas O complexo enzima–organofosforado está sujeito a um processo conhecido como envelhecimento as ligações de oxigênio–fósforo no inibidor rompem-se espontaneamente a favor de ligações mais fortes entre a enzima e o inibidor. Intoxicação Ocupacional Arma químicaInseticida agrícola Tókio Efeitos da intoxicação por organofosforados Bradicardia intensa, miose, salivação, sudorese, vômito, diarreia, incontinência urinária, vasodilatação com hipotensão, broncoconstrição com dificuldade respiratória, estimulação do SNC → coma → MORTE POR PARADA RESPIRATÓRIA TRATAMENTO: tirar a roupa e lavar a pele, respirador artificial e atropina 1 a 2 mg até desaparecimento dos sintomas Atropina: antagonista muscarínico Fundação Osvaldo Cruz - FIOCRUZ - 1999 2 casos de intoxicação acidental e 38 por tentativa de suicídio com organofosforado 30 casos de intoxicação ocupacional, 3 levaram à óbito Intoxicação por organofosforados Constitui grave problema de saúde pública Schrader constatou a extrema toxicidade do Sarin em animais e sintetizou em grande escala (pedido do Governo Alemão) para ser utilizado como arma química. Após o ataque com gás Sarin na Segunda Guerra Mundial Ainda hoje, em países em desenvolvimento, como o Brasil, compostos semelhantes ao Sarin, são utilizados como inseticidas agrícolas. NÃO TÊM USO CLÍNICO Curiosidade Organofosforado (Sarin) Pralidoxima Tempo (min)A tiv id ad e da A C hE pl as m át ic a ( % d o co nt ro le ) Adaptado de: Sim VJ, Am J Med Assoc - 1965 Pralidoxima recupera em 80% a atividade da AChE plasmática. Reativação da Acetil-Colinesterase 14/09/2018 11 Tratamentodo Alzheimer com inibidores da acetilcolinesterase Doença de Alzheimer Perda pré-senil da habilidade intelectual perda de neurônio. Atinge 6% da população idosa Fisiopatologia: Produção aumentada de protéinas -amilóides neurotóxicas Perda de neurônios colinérgicos (córtex cerebral e hipocampo) Causa: não se sabe Terapêutica: nenhum fármaco comprovadamente eficaz Não há cura. Hipocampo (aprendizagem e memória) Córtex cerebral (funções cognitivas superiores) OBJETIVO: O tratamento farmacológico busca prolongar e/ou manter as funções cognitivas dos pacientes pelo maior tempo possível Objetivo secundário: impedir sequelas Embora medicamentos podem reduzir os sintomas DA por um tempo, a doença é, eventualmente, fatal. Sobrevida média após o diagnóstico de demência: é baixa Tratamento Diagnóstico precoce Três pilares do tratamento: Terapia colinérgica é a mais utilizada, melhora de 20 a 33% dos pacientes Melhorar a cognição Retardar a evolução Tratar sintomas e alterações de comportamento Inibidores da enzima acetilcolinesterase tacrina donepesila rivastigmina galatamina 14/09/2018 12 Farmacodinâmica dos anticolinérgicos Tacrina, rivastigmina, donepezil, galantamina Alteram a função colinérgica central ao inibir as enzimas que degradam a acetilcolina (enzimas acetilcolinesterase e butirilcolinesterase) Aumentando, assim, a capacidade da acetilcolina de estimular os receptores nicotínicos e muscarínicos cerebrais Os receptores nicotínicos pré-sinápticos controlam a liberação de neurotransmissores, os quais são importantes para a memória e para o humor. Porque não utilizamos a terapia colinérgica direta? betanecol carbacol acetilcolina muscarina Barreira hematoencefálica Tratamento da Doença de Alzheimer Abordagem principal →melhora da função colinérgica do cérebro Estratégia mais bem-sucedida → o uso de inibidores da acetilcolinesterase (AChE) Donepezila [Eranz®] Rivastigmina [Exelon®] Galantamina [Remynil®] Tacrina [Cognex®] Não são permitidas associações entre eles! Donepezila Inibidor seletivo da AChE no SNC com poucos efeitos na AchE dos tecidos periféricos (Efeitos colaterais colinérgicos leve) Aprovada pelo FDA em 1996 Melhora modesta na cognição Terapia: 5mg (6 semanas) e depois 10mg Caro: R$ 450 caixa com 28 comp t 1/2 longa (70h): uma dose diária RAM: donezepila Tratamento Alzheimer Rivastigmina e galantamina duas doses diárias graus comparáveis de melhora cognitiva RAM: cefaleia, náuseas e vômitos, diarreia e insônia Aumento gradual da dose reduz a frequência dessas RAMs. Tacrina: hepatotoxicidade 14/09/2018 13 Agonistas colinérgicos Agonistas Colinérgicos Ligam-se ao sítio de ligação da ACh nos receptores colinérgicos. Podem ser divididos em agentes seletivos: receptores muscarínicos receptores nicotínicos embora seja observada alguma reatividade cruzada com praticamente todos esses agentes. Agonistas dos receptores muscarínicos são utilizados clinicamente: diagnóstico da asma mióticos (agentes que provocam constrição da pupila) Agonistas dos receptores nicotínicos são utilizados clinicamente: indução de paralisia muscular. Agonistas Colinérgicos Agonistas dos receptores muscarínicos São divididos em ésteres de colina e alcaloides Ésteres de colina são pouco absorvidas por via oral e apresentam distribuição inadequada no SNC Acetilcolina, a metacolina, o carbacol e o betanecol A acetilcolina não é administrada no contexto clínico, em virtude de suas amplas ações e hidrólise extremamente rápida pela AChE e pseudocolinesterase. Metacolina Pelo menos três vezes mais resistente do que a ACh à hidrólise pela AChE Utilizada apenas no diagnóstico da asma; Avalia-se broncoconstrição exagerada a parassimpaticomiméticos 14/09/2018 14 Betanecol Quase totalmente seletivo para os receptores muscarínicos Agente de escolha para promover a motilidade GI e do trato urinário, particularmente para retenção urinária no pós- operatório, pós-parto e relacionada com fármacos, bem como para a bexiga neurogênica hipotônica O que é bexiga neurogênica? Mau funcionamento da bexiga devido a doenças do sistema nervoso central ou nervos periféricos envolvidos no controle da micção, que fazem com que o indivíduo não consiga controlar adequadamente o ato de urinar Carbacol Agente miótico tópico tratamento do glaucoma. constrição da pupila (miose) e diminuição da pressão intraocular Musc. Ciliar da Pupila Canal de Schlemm Alcaloides de origem natural: Muscarina → seleƟva e estável, potência cerca de 100 vezes maior do que a aceƟlcolina → intoxicação Pilocarpina → seleƟva, estável e bastante lipossolúvel, induz efeitos mais intensos sobre as glândulas salivares, sudoríparas e gástricas Agonistas dos receptores muscarínicos Pilocarpina O alcaloide mais utilizado em clínica é a pilocarpina, um agente miótico e um sialagogo (agente indutor de saliva) utilizado no tratamento da xerostomia (boca seca secundária a uma redução da secreção salivar). Como efeito adverso, a pilocarpina pode atingir o SNC (principalmente em idosos com a idade avançada provocando confusão), produzir distúrbios de natureza central, produzir sudorese e salivação profusas. Pilocarpina A via de administração da pilocarpina é unicamente ocular. Agonistas de receptores nicotínicos 14/09/2018 15 Succinilcolina Éster de colina Bloqueador neuromuscular de ação ultracurta e rápida recuperação Duas moléculas de acetilcolina unidas Acetilcolina Succinilcolina Succinilcolina agonista parcial dos receptores nicotínicos pós-sinápticos Apresenta alta afinidade pelos receptores nicotínicos É resistente a acetilcolinesterase (AChE) É utilizada para induzir paralisia durante a cirurgia através do bloqueio despolarizante Succinilcolina Agonistas direto dos receptores nicotínicos (nAChR) Ativam canais colinérgicos e produzem despolarização sustentada da membrana celular Bloqueio Despolarizante Difere do padrão de despolarização observado na geração de um potencial de ação, em que a ACh encontra-se presente na junção neuroefetora por apenas um breve período Succinilcolina Prolongamento do influxo de Na+ e efluxo de K+ O resultado consiste em um breve período de excitação fasciculações disseminadas nas células musculares, seguidas de paralisia flácida Paralisia deve-se ao fato de que os canais colinérgicos abertos mantêm membrana celular em uma condição despolarizada O bloqueio despolarizante com succinilcolina é utilizado apenas por uma curta duração despolarização prolongada pode levar a um desequilíbrio eletrolítico potencialmente fatal Bloqueio Despolarizante 14/09/2018 16 Características Latência IV: 30-60seg VM: 3min Duração do bloqueio IV: 6-8 min VM: 10-30min É ideal para facilitar a intubação endotraqueal e a ventilação mecânica em uma ampla gama de intervenções cirúrgicas Uso Clínico: Succinilcolina Uso Clínico: Succinilcolina REFERÊNCIAS Rang HP, Dale MM. Farmacologia. 7ª edição (2011) Penildon Silva. Farmacologia (2006) Golan DE. Princípios de Farmacologia. A base fisiopatológica da farmacoterapia (2009) Goodman e Gilman: As Bases Farmacológicas da Terapêutica (2010).
Compartilhar