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Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 1 Fase Planos de aula 10, 11 e 12 – Salário e Remuneração SALÁRIO E REMUNERAÇÃO – ART. 457 a 467, CLT - Remuneração * Definição. Consiste no somatório da contraprestação paga ao empregado diretamente pelo empregador, seja em pecúnia ou em utilidades, como a quantia recebida pelo obreiro de terceiros, a título de gorjetas. As gorjetas integram a remuneração do trabalhador, independentemente de serem pagas diretamente ao empregado pelo cliente ou na nota de serviço. Assim, as gorjetas recebidas diretamente pelo empregado devem ser comunicadas ao empregador. Assim, constitui-se uma relação gênero (remuneração – tudo o que o empregado recebe do empregador e de terceiros) e espécie (salário – pago apenas pelo empregador a título de contraprestação pelo trabalho realizado). * Não incorporação das verbas remuneratórias e indenizatórias nas parcelas salariais. Art. 457, CLT - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1o Integram o salário a importância fixa estipulada, as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). – tem natureza indenizatória. § 3º - Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também o valor cobrado pela empresa, como serviço ou adicional, a qualquer título, e destinado à distribuição aos empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.419, de 2017). § 4o Consideram-se prêmios as liberalidades concedidas pelo empregador em forma de bens, serviços ou valor em dinheiro a empregado ou a grupo de empregados, em razão de desempenho superior ao ordinariamente esperado no exercício de suas atividades. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). TST SUM-354 GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado. (integra a base de cálculo do adicional de insalubridade) O art. 457, §1º deve ser interpretado como um rol meramente exemplificativo, uma vez que, além do ordenado, gratificações e comissões, há numerosas outras parcelas de natureza Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 2 Fase salarial (sobressalário), sejam elas fixas sejam elas condicionais (como os adicionais de insalubridade e periculosidade, de horas extras, adicional noturno, adicional de transferência, adicional de acúmulo de funções; e as gratificações ofertadas pelo empregador ao empregado, com habitualidade) - Salário É a principal contraprestação paga diretamente pelo empregador em decorrência do contrato de trabalho, seja em dinheiro ou em utilidade. * Características do salário A) Caráter alimentar – prover o alimento do trabalhador e de sua família; B) Caráter forfetário- obrigação absoluta do empregador - uma vez executado o trabalho, o salário é sempre devido, ainda que o empregado seja dispensado por justa causa. C) Indisponibilidade - não pode ser objeto de renúncia. D) Irredutibilidade – não pode ser reduzido, salvo por convenção ou acordo coletivo; E) Periodicidade - trato sucessivo, direitos e obrigações se renovam a cada período. A cada mês trabalhado nasce o direito a receber o salário. * Normas de proteção A) Periodicidade máxima mensal. Art. 459, CLT - O pagamento do salário, qualquer que seja a modalidade do trabalho, não deve ser estipulado por período superior a 01 (um) mês, salvo no que concerne a comissões, percentagens e gratificações. § 1º - Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido. B) Impenhorabilidade do salário – art. 833, IV do CPC, impenhorabilidade do salário, exceto se o trabalhador for devedor de pensão alimentícia. C) Crédito privilegiado em caso de falência – art. 83, I da Lei 11.101/05. D) Descontos salariais previstos legalmente. Art. 462 - Ao empregador é vedado efetuar qualquer desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de contrato coletivo. § 1º - Em caso de dano causado pelo empregado, o desconto será lícito, desde de que esta possibilidade tenha sido acordada ou na ocorrência de dolo do empregado. § 2º - É vedado à empresa que mantiver armazém para venda de mercadorias aos empregados ou serviços estimados a proporcionar-lhes prestações "in natura" exercer qualquer coação ou induzimento no sentido de que os empregados se utilizem do armazém ou dos serviços. § 3º - Sempre que não for possível o acesso dos empregados a armazéns ou serviços não mantidos pela Empresa, é lícito à autoridade competente determinar a adoção de medidas adequadas, visando a que as mercadorias sejam vendidas e os serviços prestados a preços razoáveis, sem intuito de lucro e sempre em benefício dos empregados. § 4º - Observado o disposto neste Capítulo, é vedado às empresas limitar, por qualquer forma, a liberdade dos empregados de dispor do seu salário. Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 3 Fase TST SUM-342 DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT. Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica, médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. Cálculo do salário-hora De acordo com o inciso XIII do Art. 7º da Constituição Federal a duração do trabalho normal é de: 8 horas diárias e 44 horas semanais, perfazendo um total mensal de 220 horas (44h/6dias úteis x 30 dias =220). Assim, o valor do salário hora é calculado dividindo o valor do salário mensal pelo divisor 220. (Salário-hora=Salário Mensal/220). Na hipótese de uma jornada de 6h diárias e 36h semanais, 36/6×30 (trinta e seis horas semanais) dividido por 6 (quantidade de dias úteis na semana) multiplicado por 30 dias = 180 (divisor). Então, o valor do salário hora = Salário mensal/180. Súmula nº 431 do TST. SALÁRIO-HORA. EMPREGADO SUJEITO AO REGIME GERAL DE TRABALHO (ART. 58, CAPUT, DA CLT). 40 HORAS SEMANAIS. CÁLCULO. APLICAÇÃO DO DIVISOR 200. Para os empregados a que alude o art. 58, caput, da CLT, quando sujeitos a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo do valor do salário-hora. * Meios de pagamento A) Salário Utilidade é o chamado salário in natura. - Primeiramente, deve ser feita uma distinção: o que o empregado recebe para o trabalho (para poder realizar o trabalho – não é salário) e o que ele recebe pelo trabalho realzado (contraprestação pelo trabalho feito = salário). - Limites impostos pelos artigos 458 da CLT e 82 da CLT. Art. 82, Parágrafo único - O salário mínimo pago em dinheironão será inferior a 30% (trinta por cento) do salário mínimo fixado para a região, zona ou subzona. Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. § 1º Os valores atribuídos às prestações "in natura" deverão ser justos e razoáveis, não podendo exceder, em cada caso, os dos percentuais das parcelas componentes do salário-mínimo (arts. 81 e 82). § 2o Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: (Redação dada pela Lei nº 10.243, de 19.6.2001) I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 4 Fase IV – assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro- saúde; V – seguros de vida e de acidentes pessoais; VI – previdência privada; VII – (VETADO) VIII - o valor correspondente ao vale-cultura. § 3º - A habitação e a alimentação fornecidas como salário-utilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. § 4º - Tratando-se de habitação coletiva, o valor do salário-utilidade a ela correspondente será obtido mediante a divisão do justo valor da habitação pelo número de co-habitantes, vedada, em qualquer hipótese, a utilização da mesma unidade residencial por mais de uma família. § 5o O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017). Súmula 367 do TST. UTILIDADES "IN NATURA". HABITAÇÃO. ENERGIA ELÉTRICA. VEÍCULO. CIGARRO. NÃO INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO. I - A habitação, a energia elétrica e veículo fornecidos pelo empregador ao empregado, quando indispensáveis para a realização do trabalho, não têm natureza salarial, ainda que, no caso de veículo, seja ele utilizado pelo empregado também em atividades particulares. II - O cigarro não se considera salário utilidade em face de sua nocividade à saúde. B) Recebimento em pecúnia. O salário mínimo nacional é fixado pelo Poder Legislativo Federal, vigorando em todo território nacional e não pode servir de indexador (inflação). O piso estadual é o salário mínimo que os Estados podem adotar através da aprovação de Lei Estadual, prevendo o salário de várias profissões e somente tendo validade no ente federado em que for fixado. Já o piso salarial é o salário mínimo fixado pelos sindicatos profissionais, constituindo a menor remuneração do trabalhador que tenha representação sindical, com validade na área territorial do sindicato e com reajuste no mínimo uma vez por ano na data base da categoria. O salário contratual é o livremente pactuado pelo empregado e empregador, respeitando o salário mínimo aplicável ao empregado. Art. 76 - Salário mínimo é a contraprestação mínima devida e paga diretamente pelo empregador a todo trabalhador, inclusive ao trabalhador rural, sem distinção de sexo, por dia normal de serviço, e capaz de satisfazer, em determinada época e região do País, as suas necessidades normais de alimentação, habitação, vestuário, higiene e transporte. Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 5 Fase Art. 78 - Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona. Parágrafo único. Quando o salário-mínimo mensal do empregado a comissão ou que tenha direito a percentagem for integrado por parte fixa e parte variável, ser-lhe-á sempre garantido o salário- mínimo, vedado qualquer desconto em mês subsequente a título de compensação. - Gratificação Natalina – Art. 7º, VIII, CF/88, Lei 4.090/62, 4.749/65, Decreto 57.155/65 É um crédito do empregado que corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Caso o 13º salário seja pago em duas parcelas, a primeira deve ser paga entre 01/fev. a 30/nov. e a segunda até 20/dez. Art. 1º O pagamento da gratificação salarial, será efetuado pelo empregador até o dia 20 de dezembro de cada ano, tomando-se por base a remuneração devida nesse mês de acordo com o tempo de serviço do empregado no ano em curso. Parágrafo único. A gratificação corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração devida em dezembro, por mês de serviço, do ano correspondente, sendo que a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês integral. SOBRESSALÁRIO - PARCELAS INTEGRANTES DO SALÁRIO * sobressalário é a prestação que por sua natureza integra o complexo salarial como complemento do salário básico. Ex. gratificações ajustadas, comissões, percentagens, adicional de horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade, periculosidade e o adicional de tempo de serviço. * Vedação ao pagamento do salário complessivo. O pagamento do salário deve ser feito com a discriminação de todos direitos com o respectivo valor. Salário complessivo é o fixado englobando numa única prestação pecuniária o pagamento do salário básico e outras prestações devidas pelo empregador. Nessa hipótese considera-se pago apenas o salário base discriminado. SUM-91 SALÁRIO COMPLESSIVO. Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador. * Diárias de viagem. Possibilidade ou não de integração ao salário. As ajudas de custo e diárias de viagem não integram o salário do empregado, sobretudo se houver prestação de contas dos valores gastos, pois o objetivo legal é evitar a fraude, ou seja, que as diárias sejam utilizadas para remunerar os serviços prestados pelo empregado e não as despesas ocorridas na viagem. - artigo 457, § 2º, CLT. As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 6 Fase TST SUM-101 DIÁRIAS DE VIAGEM. SALÁRIO. Integram o salário, pelo seu valor total e para efeitos indenizatórios, as diárias de viagem que excedam a 50% (cinquenta por cento) do salário do empregado, enquanto perdurarem as viagens. * horas extraordinárias habituais A habitualidade na prestação de horas extras, fica caracterizada quando cumprida namaioria dos meses ou período a ser considerado. As horas extras habitualmente prestadas repercutem em: 1) aviso prévio (art. 487, §5º, CLT; 2) férias vencidas e proporcionais (art. 142, §5º, CLT); 3) 13º salário (art. 2º do Decreto n.º57.155/65); 4) descanso semanal remunerado – DSR (art. 7º da Lei n.º605/49); 5) feriados; 6) e os reflexos de tais incidências para os depósitos do FGTS (Sum. 593 do STF). - TST SUM-291 HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. INDENIZAÇÃO. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. - SUM-45 SERVIÇO SUPLEMENTAR. A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o cálculo da gratificação natalina prevista na Lei nº 4.090, de 13.07.1962. - SUM-172 REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS. CÁLCULO. Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas. - SUM-376 HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS. I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar todas as horas trabalhadas. II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas, independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT. Adicionais de insalubridade e periculosidade – art. 189 a 197, CLT. - impossibilidade de cumulação – 193, §2º, CLT. - a caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade far-se-ão através de perícia a cargo de Médico ou Engenheiro do Trabalho, registrados no MTE. - cessando a exposição ao agente insalubre ou perigoso não é devido o adicional – art. 194, CLT. - insalubridade – expõe os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. - adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. - periculosidade – implica em risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; roubos ou outras espécies de violência física, e atividades de trabalhador em motocicleta. Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 7 Fase - adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. DESVIO DE FUNÇÃO. SALÁRIO SUBSTITUIÇÃO. - Equiparação salarial Corolário do princípio da igualdade salarial a fim de sanar as diferenças salariais existentes para pagamento dos serviços iguais prestados por homens, mulheres e estrangeiros. A) Requisitos para verificação da equiparação salarial: - Identidade de funções - mesmo trabalho e prática dos mesmos atos. - Identidade de empregador - os trabalhadores comparados devem laborar, necessariamente, para o mesmo empregador. - Identidade de estabelecimento empresarial - trabalho realizado no mesmo local do estabelecimento empresarial. - Simultaneidade - exercício de função em caráter simultâneo, com diferença não superior a 02 anos e de tempo de serviço para o mesmo empregador não superior a 04 anos. B) Fatores que impedem a equiparação salarial: - Diferença de perfeição técnica, de produtividade e no tempo de serviço. - Existência de quadro de carreira na empresa ou plano de cargos e salários. Sum. 452, TST. - Paradigma sendo readaptada a nova função. - Paradigma que obteve aumento salarial através de decisão judicial que reconheceu vantagem pessoal, tese jurídica superada ou equiparação em cadeia. Art. 460 - Na falta de estipulação do salário ou não havendo prova sobre a importância ajustada, o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquela que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante. Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). § 1o Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017). § 2o Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. § 3o No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de cada categoria profissional. § 4º - O trabalhador readaptado em nova função por motivo de deficiência física ou mental atestada pelo órgão competente da Previdência Social não servirá de paradigma para fins de equiparação salarial. Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 8 Fase § 5o A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a vantagem em ação judicial própria. § 6o No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. TST SUM-6 EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ART. 461 DA CLT. I - Para os fins previstos no § 2º do art. 461 da CLT, só é válido o quadro de pessoal organizado em carreira quando homologado pelo Ministério do Trabalho, excluindo-se, apenas, dessa exigência o quadro de carreira das entidades de direito público da administração direta, autárquica e fundacional aprovado por ato administrativo da autoridade competente. II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de serviço na função e não no emprego. III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a mesma denominação. IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com situação pretérita. V - A cessão de empregados não exclui a equiparação salarial, embora exercida a função em órgão governamental estranho à cedente, se esta responde pelos salários do paradigma e do reclamante. VI - Presentes os pressupostos do art. 461 da CLT, é irrelevante a circunstância de que o desnível salarial tenha origem em decisão judicial que beneficiou o paradigma, exceto: a) se decorrente de vantagem pessoal ou de tese jurídica superada pela jurisprudência de Corte Superior; b) na hipótese de equiparação salarial em cadeia, suscitada em defesa, se o empregador produzir prova do alegado fato modificativo, impeditivo ou extintivo do direito à equiparação salarial em relaçãoao paradigma remoto, considerada irrelevante, para esse efeito, a existência de diferença de tempo de serviço na função superior a dois anos entre o reclamante e os empregados paradigmas componentes da cadeia equiparatória, à exceção do paradigma imediato. VII - Desde que atendidos os requisitos do art. 461 da CLT, é possível a equiparação salarial de trabalho intelectual, que pode ser avaliado por sua perfeição técnica, cuja aferição terá critérios objetivos. VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial. IX - Na ação de equiparação salarial, a prescrição é parcial e só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. X - O conceito de "mesma localidade" de que trata o art. 461 da CLT refere-se, em princípio, ao mesmo município, ou a municípios distintos que, comprovadamente, pertençam à mesma região metropolitana. - Desvio de Função OJ-SDI1-125 DESVIO DE FUNÇÃO. QUADRO DE CARREIRA. O simples desvio funcional do empregado não gera direito a novo enquadramento, mas apenas às diferenças salariais respectivas, mesmo que o desvio de função haja iniciado antes da vigência da CF/1988. SUM-275 PRESCRIÇÃO. DESVIO DE FUNÇÃO E REENQUADRAMENTO. I - Na ação que objetive corrigir desvio funcional, a prescrição só alcança as diferenças salariais vencidas no período de 5 (cinco) anos que precedeu o ajuizamento. Prof.ª Verônica Oliveira – Direito do Trabalho 1 9 Fase II - Em se tratando de pedido de reenquadramento, a prescrição é total, contada da data do enquadramento do empregado. - Salário substituição TST SUM-159 SUBSTITUIÇÃO DE CARÁTER NÃO EVENTUAL E VACÂNCIA DO CARGO I - Enquanto perdurar a substituição que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto fará jus ao salário contratual do substituído. II - Vago o cargo em definitivo, o empregado que passa a ocupá-lo não tem direito a salário igual ao do antecessor. - bancários SUM-124 BANCÁRIO. SALÁRIO-HORA. DIVISOR I – o divisor aplicável para o cálculo das horas extras do bancário será: * Res. 219, de 26/06/2017 - DJ 28, 29 e 30/06/2017 (Nova redação a súmula. Adaptação ao CPC/2015). a) 180, para os empregados submetidos à jornada de seis horas prevista no caput do art. 224 da CLT; b) 220, para os empregados submetidos à jornada de oito horas, nos termos do § 2º do art. 224 da CLT. II – Ressalvam-se da aplicação do item anterior as decisões de mérito sobre o tema, qualquer que seja o seu teor, emanadas de Turma do TST ou da SBDI-I, no período de 27/09/2012 até 21/11/2016, conforme a modulação aprovada no precedente obrigatório firmado no Incidente de Recursos de Revista Repetitivos TST-IRR-849-83.2013.5.03.0138, DEJT 19/12/2016.» No caso dos bancos estatais (Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal), os regulamentos consideram expressamente que o sábado como dia de descanso. No caso dos bancos privados, os acordos não são explícitos nesse sentido.
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