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AVALIAÇÃO - P1 (Peso 5,0) - DIREITO NA IDADE MÉDIA (PARTE 02) (Nota 4,5)

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AVALIAÇÃO - DIREITO NA IDADE MÉDIA 
 
1. Os crimes das bruxas ... superam os pecados de todas as outras pessoas; e 
vamos declarar que punição merecem, sejam como Hereges, sejam como 
Apóstatas[1]. (...) Mas punir as bruxas dessa forma não parece suficiente, porque 
não são simples Hereges, e sim Apóstatas. Mais do que isso: na sua apostasia, 
elas negam a Fé por qualquer prazer da carne e por qualquer receio dos homens; 
mas, independentemente de sua abnegação, chegam a homenagear os 
demônios, oferecendo-lhes o seu corpo e a sua alma. Fica claro portanto que, 
não importa o quanto sejam penitentes e que retornem ao caminho da fé, não se 
lhes pode punir como aos outros Hereges com a prisão perpétua: é preciso que 
sofram a penalidade extrema. (Heinrich Kramer e James Sprenger. Malleus 
Maleficarum, 1484). 
 
a) Qual ordenamento jurídico era competente para os referidos crimes 
citados no texto acima? Discorra sobre as suas principais características. 
R: O direito canônico é um sistema jurídico escrito, hierarquizado, 
institucionalizado e universal. Tem como competência legislar e jugar os crimes 
contra a fé. Regula a conduta dos clérigos e fiéis subordinados a uma 
determinada autoridade eclesiástica e define direitos e deveres dos clérigos e 
seguidores de uma determinada doutrina. 
 
b) Quem foram as principais vítimas da disseminação dessas ideias e quais 
foram as consequências que essas pessoas sofreram? 
R: Eram pessoas que contestavam veridicidade da fé cristã , cientistas, ou 
comportamentos que infligiam o descontrole da igreja católica, mulheres - muito 
magras ou gordas, muito altas ou baixas, novas ou velhas, que tinham cabelos 
ruivos e olhos verdes, não possuíam filhos e tiveram muitos, elas eram vistam 
com maus olhos, e eram constantemente considerados como as esposas de 
Satã. Basicamente, apenas cidadãos padrões estavam livres de serem 
acusados como bruxos nessa época. Como punição elas eram submetidas a 
tortura, tratamento desumano, e eram queimadas vivas em uma fogueira. 
 
c) Quais as tipificações dos crimes que essas pessoas eram acusadas? 
R: Crime de heresia, pela qual eram acusadas de contestar a fé cristã, de fazer 
feitiços, usar poderes sobrenaturais, supostamente obtidos em rituais satânicos, 
e no pacto com demônios, na qual entregavam suas almas aos demônios, 
praticar orgias sexuais, para receber poderes. 
 
2. Quais as principais contribuições do Direito Medieval para o Direito 
contemporâneo? Contextualize e justifique sua resposta a partir dos 
elementos estudados em aula. 
R: Principais contribuições seriam a Dogmática, onde a ideia da verdade 
absoluta que influencia o processo de codificação do direito atual, que só é 
possível a partir desta aplicabilidade e o Inquérito para o Direito Processual 
Penal, pois o Inquérito para o Direito Processual Penal, oriundo da inquisição, foi 
imposto pela igreja católica, que utilizava da Santa Inquisição (criada pela própria 
igreja) como um método de condenar as pessoas consideradas hereges (iam 
contra a fé católica), essas pessoas no tempo do medievo praticamente não 
tinham direito a defesa como atualmente, e o processo inquisitorial era 
indubitável, dentre as motivações desse processo está estabelecer um nível de 
aceitação da legitimidade do poder eclesiástico por parte da população, além de 
seu poder jurisdicional. 
 
3. O caráter estável, a unidade do poder e, consequentemente, do ordenamento 
jurídico, foi perdido na maior parte do continente europeu durante a Idade Média, 
configurando, em muitos casos, em verdadeiro desprezo às normas positivas. 
Fez-se conveniente, então, a construção de uma síntese acerca dos aspectos 
históricos, ocupar-se da concepção atribuída a Pluralismo Jurídico, tratando-se, 
ao longo do presente estudo, da análise de cada uma das principais espécimes 
de ordenamento jurídico, válidas, complementares e que confluíram sobre a 
sociedade medieval plural da Europa, influenciando-a fortemente. 
 
Ante ao exposto, responda a seguir: 
 
a) Conceitue Pluralismo Jurídico, a partir da realidade histórica medieval. 
 
R: É o contrário do “um só direito”, nesta vertente a diversas manifestações de 
direito diferentes, e aqui existe a imposição do direito proveniente do Estado 
máximo (minimamente maleável). Há também a contestação de ações do 
Estado, permitindo diversas manifestações de grupos sociais diferentes, tendo 
aplicações diferentes para pessoas de grupos diferentes, pois diferentes 
manifestações humanas e sociais não podem ou conseguem ser engessadas, 
no entanto, por mais que o direito seja considerado uma representação dos 
grupos, o poder estatal acaba por torná-lo estático. Um exemplo desses grupos 
na idade média são os mouros, os judeus e os ciganos que formavam diferentes 
comunidades com leis diferentes (cada um vivendo sob a sua lei, e 
compartilhando da do Império), em contrapartida o Império tinha pra si o “direito 
romano” que era considerado a fonte do direito/regras por determinar as leis 
comuns a todos os grupos. 
 
b) Cite e explique dois sistemas jurídicos presentes neste período 
histórico. 
 
R: No período medieval vigoravam: 
1) Direito Canônico, na qual o sistema jurídico da Igreja, principalmente a 
Católica, através do papado influenciando o Imperador, pelo crescente 
poder adquirido da igreja, concomitante a ela também havia uma 
multiplicidade de direitos locais provenientes dos grupos de 
manifestações diferentes, tais como: mouros, judeus e ciganos, todos 
fundamentados em tradições antigas. 
2) E a Ciência Jurídica, na qual o direito era fundamentado nas várias 
corporações, que surgiram antes, durante e depois do medievo, e 
constituíam-se em universidades, membros de irmandades (grupos de 
pessoas com profissões diferentes, ex: filósofos, teólogos, professores, 
guerreiros...). 
 
4. “O feudalismo foi constituído pela articulação entre dois eixos de relações: as 
relações feudo-vassálicas e as relações servis de produção. As relações feudo-
vassálicas estabeleciam-se entre membros da aristocracia militar e territorial e 
baseavam-se no feudo, na fidelidade e na reciprocidade. As relações servis de 
produção estabeleciam-se entre o senhor da terra e o trabalhador e estavam 
baseadas na desigualdade de condições e na exploração do trabalho.” (PEDRO, 
Antonio; LIMA, Lizânias de Souza; CARVALHO, Yvone de. História do mundo 
ocidental: ensino médio. São Paulo: FTD, 2005. p. 97). A partir da análise do 
fragmento textual, sobre a sociedade medieval na Europa Ocidental, responda 
os seguintes questionamentos: 
 
a) Quais as classes sociais existentes neste período? Explique as 
principais características de cada uma. 
 
R: Classes Sociais existentes no período medieval na Europa: 
I. Nobres: Trata-se de classe social dominante no qual possuíam os 
poderes políticos, jurídicos, econômicos e administrativos , são 
nobres, reis, lordes, que não trabalhavam e tinha vida cheia de 
privilégios a seu título de nobreza, eram proprietário das terras 
(latifúndios) – Senhores Feudais – suseranos e a dos vassalos. Estes 
nobres participavam das guerras (guerreiros) ou seja, voltados 
somente para a arte da guerra. 
II. Clero: Constituída pela Igreja Católica, com amplo poder político, 
social e econômico e renegava todas as ideias que fossem contrarias. 
A Igreja Católica Apostólica Romana era composta por uma estrutura 
que se divide em duas categorias: a) Alto Clero: são aqueles oriundos 
da classe dos nobres e que vão compor a alta estrutura hierárquica da 
Igreja (papa, cardeal, arcebispo, bispo); b) Baixo Clero: são aquelas 
pessoas oriundas da classe dos servos (padres, monges) 
III. Servos: trata-se de camponeses, que só não eram escravos no nome, 
trabalhavam para nobres, clero e sem qualquer perspectiva na vida, 
estão ligados a terra e aos seus senhores. (Direito/dever de servidão) 
 
b) Todos os membros dequalquer classe social, neste período, possuíam 
os mesmos direitos, ou seja, poderíamos considerar a possibilidade da 
aplicação do artigo 5º, da Constituição Federal brasileira de 1988, o qual 
dispõe que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza (...)”? Justifique sua resposta. 
 
R: Não possuíam os mesmos direitos. Na Constituição de 1988, os Direitos 
Fundamentais dizem respeito aos Direitos Individuais e Coletivos (art. 5°: direito 
à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade). 
A própria classificação acima deixa expressa a discrepância entre as classes 
sociais, e na classe dos servos não havia o reconhecimento da dignidade da 
pessoa humana, não possuíam condições mínimas necessárias para sua 
sobrevivência, pessoas sem liberdade, igualdade, segurança etc... “escravos 
sem nenhum direito”. 
 
5. O filme “O nome da Rosa”, baseado no livro de Umberto Eco, se passa no ano 
de 1327, em um mosteiro beneditino na Itália, que possuía uma biblioteca com 
grande acervo de livros, a qual se torna um dos eixos centrais da trama. Desta 
forma, analisem os trechos abaixo e respondam as perguntas em seguida. 
 
a). A primeira cena a ser analisada ocorre após a chegada de William e Adso 
ao mosteiro. Eles são acomodados em uma cela e Wiliam começa a retirar 
alguns instrumentos da bolsa (um quadrante, um astrolábio e uma 
ampulheta). Nesse momento, o abade chega de repente e Willian 
imediatamente esconde os objetos com um pano. É como se tivesse 
ocultando algo que pudesse incriminá-lo. Nesta cena percebe-se que na 
Idade Média os conflitos entre a religião e a ciência eram muito tensos e 
podiam resultar numa condenação por heresia e até mesmo a morte na 
fogueira. A cena pareceu criada especificamente para mostrar esse 
embate. É uma cena curta, mas extremamente emblemática. No livro de 
Eco, o personagem Adso fala desse perigo ao comentar os instrumentos 
que o mestre carregava consigo: “Pensei tratar-se de bruxaria” (ECO, 1986, 
p.28). Neste sentido, com base na obra, discorra sobre a relação entre a 
produção do conhecimento (ciência/universidades/bibliotecas), o Direito 
Medieval e a Igreja Católica. 
 
R: A Igreja católica tem mais poder através do Direito Canônico, ele detém toda 
produção intelectual através das bibliotecas. A primeira universidade foi 
constituída pela igreja católica em Bolonha. Havia um monopólio de produção 
intelectual, e o seu conhecimento era posto como verdadeira. 
A igreja restringia o acesso a alguns livros que eram considerados pagão e 
herege, pois contestava a palavra de Deus e colocava em dúvida a doutrina 
cristã, qualquer questionamento, reflexão ou ação contraria aos preceitos da 
Igreja era punido pela santa inquisição, uma espécie de tribunal instaurado afim 
de punir os hereges. 
O monge franciscano William é designado a desvendar crimes que estavam 
ocorrendo em um mosteiro beneditino italiano, nele religiosos foram encontrados 
mortos após o manuseio de um determinado livro, e sem divulgar o que haviam 
lido foram vítimas de envenenamento, e a cena onde ele esconde seus objetos 
com um pano refere-se ao temor pela santa inquisição. 
Pois a mesma, a santa inquisição era responsável por condenar crimes de 
heresia (crimes contra a fé cristã), da qual William provavelmente seria 
condenado, se fosse pego com instrumentos de estudos científicos. 
 
[1] Pessoa que renuncia ou renega uma crença ou religião da qual fazia parte, 
geralmente, refere-se à fé cristã: o apóstata foi expulso do templo. Quem 
desrespeita os votos, deixando a vida religiosa, sem a aprovação de seus 
superiores. [Figurado], quem abandona os princípios dos quais era defensor; 
desertor.

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