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Recurso em Sentido Estrito

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Razões de Recurso em Sentido Estrito em favor do recorrente José; processo-crime número 00/00, da 1 Vara do Juri da Capital
recorrida: a Justiça Pública
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo;
Colenda Câmara;
Nobre Desembargador Relator;
Douto Procurador de Justiça:
1 - O presente Recurso em Sentido Estrito, Colenda Câmara, "data maxima venia", deve ser provido, para que seja o recorrente José absolvido sumariamente.
2 - O recursante morava sozinho, numa casa isolada, ele tinha 84 anos de idade. Certa noite, o recorrente foi até o jardim, quando percebeu que lá estava um cachorro da raça pitbull, considerado um dos mais ferozes do mundo. O recursante tinha um revólver calibre 22 e percebeu que o animal era bravo. O animal começou a andar em direção a José. Este já tinha visto na televisão o que estes cachorros podem fazer. Então, atirou no cachorro. porém, a bala atingiu uma pedra e ricocheteou, acertando o nariz do dono do cachorro, que estava na rua e o dono morreu. O cachorro fugiu de medo do tiro. O recursante foi processado perante o Tribunal competente e acabou sendo pronunciado, pelo artigo 121, caput, do Código Penal. A respeitável sentença de pronúncia foi prolatada há 3 dias.
3 - Como se vê da prova dos autos e dos documentos acostados (inclusive uma revista especializada em cachorros, com fotografias de pessoas mutiladas), percebe-se que o recorrente José, homem de idade avançada, tinha de fato toda razão de se sentir aterrorizado, perante aquele animal. Inclusive, o recursante tinha visto na televisão, há pouco tempo, uma reportagem sobre estes terríveis cachorros.
Então, ilustres e cultos Desembargadores, na hora na qual José efetuou o disparo, sem dúvida, estava ele amparado pela lei, segundo o artigo 24 do Código Penal, que reza:
" Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se" ( grifos nossos)
Realmente, Colenda Câmara, o estado de necessidade em relação ao cachorro ficou perfeitamente caracterizado, segundo a prova, segundo os documentos, e de acordo com a lei, salientando-se que José é primário e de excelentes antecedentes.
4 - Em relação à suposta vítima, "data venia", não se pode negar que ele foi muito imprudente, deixando uma fera solta no jardim do acusado, com todos os riscos deste procedimento.
Desta forma, em relação à vítima, também estava o recorrente em estado de necessidade, pois a sua ação foi una, porque a bala do revólver atingiu João tendo sido ela disparada em estado de necessidade.
5 - A nossa jurisprudência já tem decidido que:
"Em face de agressão injusta, a vítima tem a faculdade legal e o dever moral de obstá-la, mesmo recorrendo ao exercício da violência"
( TJ/SP, RT 624/303) (grifos nossos)
E mais:
"alcança (a legítima defesa ) quaisquer bens ou interesses juridicamente protegidos, como a vida, saúde, honra, pudor, liberdade pessoal, patrimônio, tranqüilidade do domicílio, pátrio poder, segredo epistolar, etc". (TACrSP, Julgados 76/279). (grifos nossos)
6 - " Ex positis", requer-se o provimento do presente recurso em sentido estrito, em favor do recorrente José, já qualificado nos autos, para que seja reformada a r.sentença de 1 grau, absolvendo-se sumariamente o acusado, com fulcro no art. 411 do Código de Processo Penal, pois ele agiu amparado pela lei, fazendo-se, assim, a mais cristalina
Justiça!!!
São Paulo, 27 de maio de 2001
pp__________________________________
ADVOGADO
OAB/SP 000000

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