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Resumo Fisiocratas

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Fisiocratas
- Para explicar o pensamento fisiocrata deve-se ter em mente a imagem do processo econômico da estrutura econômica da França da metade do século XVIII. 
- Estrutura economica francesa na metade do sec XVIII: predominantemente agrícola, senhorio era o detentor da terra, atividade agrícola predominantemente capitalista. Já as atividades manufatureiras e comerciais urbanas eram dominadas pelas formas artesanais. 
- Agricultura capitalista x camponesa: a capitalista levava vantagem quato a capacidade produtiva. Por isso, os fisiocratas afirmavam que a direção capitalista (por conta da capacidade empresarial dos arrendatários burgueses) formava a melhor forma de direção. Portante, concluiam que toda forma de direção que não fosse a capitalista em algum momento se findaria. Já, com relação as atividades urbanas, consideravam a estrutura artesanal uma forma natural de gestão. 
- Entretanto, por um lado percebe-se a grande força de desenvolvimento do capitalismo como gestão do processo produtivo e por outro, com relação a estrutura econômica particular, impossibilita a visão de que as possibilidades máximas de explicação da ordem capitalistas residem justamente nas atividades manufatureiras. 
- Na visão fisiocrata, a tarefa do capitalismo se baseia na ampliação do excedente. Ou seja, assume importância econômica real no âmbito das atividades em que o excedente é formado para que, assim, o excedente seja formado. 
- De acordo com a tese fisiocrata o excedente ocorre somente na agricultura e, consequentemente, forma a outra tese de que o capitalismo é próprio apenas da agricultura. É importante, no entendimento da fisiocracria, organizar o pensamento a partir de: não é porque o capitalismo funciona apenas na agricultura que a agricultura é a única atividade que produz excedente, mas é porque a agricultura produz excedente que o capitalismo, por ser o meio para ampliar o excedente, faz sentido somente dentro da atividade agrícola. 
- Para os fisiocratas excedente é entendido pela parte da riqueza produzida que exceda a riqueza consumida ao longo do processo produtivo. É importante por ser a base para um consumo superior, mais variado e rico. Por isso, coloca a produção em um papel de desenvolvimento cada vez maior. 
- A partir do entendimento do conceito de excedente depara-se com três problemas. Primeiro, o da avaliação, que na fisiocracia está presente na sua forma mas primitiva, ou seja, como avaliação da diferença entre duas grandezas físicas, não entre duas grandezas de valor. Aqui vemos que o pensamento fisiocrático pode avaliar o excedente, exclusivamente, em dado setor produtivo, não em sentido geral, como o da agricultura, em que cada bem empregado no processo de produção se reencontra numa quantidade maior ao processo final dos bens produzidos pelo próprio setor. A atividade produtiva da agricultura se apresenta como um processo que gera maior quantidade de objetos, a partir de um determinado objeto e por conta disso, todo o excedente alcançado fica a cargo da agricultura. Entretanto, como problema observado, vemos que a mensuração do “produto líquido”, para os fisiocratas, é resolvido aceitando-o como preço de mercado. 
- É atribuído à terra o poder de de originar o “produto líquido”, já que é ela que produz o excedente. Logo, conclui-se que o produto que a terra proporciona ultrapassa o necessário para sua reutilização no processo produtivo e para suprir os meios de subsistencia dos trabalhadores. 
- De acordo com o pensamento fisiocrata, trabalho produtivo é justamente aquele que produz excedente. A partir disso, conclui-se que o único trabalho produtivo é o trabalho agrícola e que a produtividade gerada nesse trabalho depende somente da fertilidade natural da terra. 
- A grande importância do pensamento fisiocrático na história econômica se dá por afirmar que o lugar de origem do “produto líquido” é o processo produtivo, ou seja, o processo produtivo agrícola, já que este é o único a gerar excedente. Esse pensamento vai de encontro a todos os conceitos econômicos gerados anteriormente (já que o estudo sobre o excedente era em torno da esfera de troca). Com isso, pode-se dizer que o termo excedente e seu conceito foi originado na fisiocracia. Os desenvolvimentos posteriores serão feitos pelos clássicos, que usarão a fisiocracia como ponto inicial. 
- Os fisiocratas, com relação ao problema da atribuição do excedente, segue a tese de que o “produto líquido” se resume a renda fundiária. 
- Teoria fisiocrática x teoria clássica: para os clássicos o “produto líquido” origina duas formas de renda: a fundiária e o lucro, já para os fisiocratas parece correto afirmar que a agricultura capitalista não deixa que o lucro seja visto como uma destinação do excedente. 
- Com relação as atividades manufatureiras que a renda seja reconhecida como renda de trabalho e que a diferença de renda entre os trabalhadores e o mestre artesão se dê devido a forma de trabalho de cada um, que é diferente, e também a responsabilidade assumida por cada um durante o processo produtivo. 
- A renda obtida pelo arrendatário da terra é vista como parte dos gastos de produção e assimilada, por consequência, ao salário do trabalhador agrícola. Devido a essa deficiência analítica, encontra-se nos textos fisiocratas, que a resolução está justamente nos desenvolvimentos da teoria capitalista. 
- Adicionando, pode-se lembrar de que os arrendatários da terra podem, temporariamente, participar da interpretação de “produto líquido” sempre que consigam, através do desenvolvimento da produção, baixar os próprios custos, colocando-os abaixo do prevalecente. O que, porém, gera lucros temporários, já que estes serão diretamente absorvidos pela renda fundiária assim que ocorra a primeira renovação do contrato do arrendamento, o que faz com que não sejam considerados lucros normais. 
- Vale recordar que Quesnay considera o juro sobre o capital investido, entretando, esse juro não participa do “produto líquido”, já que é entendido como parte do produto total que serve à renovação do capital fixo para gastos de manutenção e para formar um fundo destinado a cobrir riscos (ex: acidentes). 
- Toda essa teoria do excedente forma a base em que Quesnay constrói seu esquema de funcionamento econômico, o Tableau économique. Este esquema divide a sociedade em 3 classes: a produtiva, constituída pelo conjunto dos arrendatários capitalistas e assalariados, pois desenvolvem a atividade agrícola, que, como já foi dito, é concebida pelos fisiocratas como criadora do “produto líquido”. A classe estéril, formada por aqueles que exercem sua atividade a margem da agricultura, mas que não produzem excedentes, pois seu trabalho não é considerado produtivo. E a classe de proprietários de terra, que não desenvolvem nenhuma atividade econômica, mas que tem o direito sobre parte da renda por serem os detentores da terra e por terem o direito de arrecadas impostos ou dízimos (essa classe é formada pelos: rei, sua corte, funcionários públicos e a Igreja). 
- O problema do Tableau consiste em definir como a riqueza global é redistribuida entre as três classes que: 1- seja paga a renda àlqueles que tenham direito à ela; 2- sejam produzidas as condições (na classe produtiva ou esteril) para recomeçar o processo produtivo .
- O processo da distribuição de renda reside na transferência de parte da renda da classe produtiva para a classe proprietária como pagamento do aluguel da terra. Já os proprietários encaminharão uma parte da renda recebida para a aquisição de alimentos para a classe produtiva (ou seja, esta receberá de volta uma parte do que havia pago em forma de aluguel). O que sobra será enviado pelos proprietários à classe estéril em forma de consumo de bens manufaturados. Por sua vez, a classe estéril usa parte dessa quantia para adquirir alimentos com a classe produtiva, que não obstante, não retém essa renda recebida e sim, despende-a na aquisição de bens manufaturados com a classe estéril. Ao receber essa quantia, a classe estérilgasta esse valor junto a classe produtiva na compra de matéria prima. Desta forma, toda a moeda retorna à classe produtiva, o que finaliza o processo de circulação da riqueza entre as classes. 
- Essa tese referente a transição do capital, nos mostra já um problema que futuramente seria discutido na economia clássica: o desenvolvimento através da acumulação. Entretanto, para entender o pensamento fisiocrático, deve-se acrescentar que o processo de desenvolvimento agrícola, obtido através da transformação de renda em capital, constitui um processo em que em algum momento o benefício dos proprietários não podera aumentar mais, porque todo o território será levado ao seu máximo de produção/cultivo. Portanto, aqui, vemos que o processo de acumulação fica parado, já que nesse ponto não faria sentido separar uma parcela da renda do que se usa para consumo. 
- Existem 3 formas de levar a economia ao grau máximo de produtividade na visão fisiocrática. A primeira: toda política que visa baixar os preços dos cereais e gerar um obstáculo no processo produtivo (consequentemente a própria formação do produto líquido) deve ser abolida. Isto porque os fisiocratas defendem o fim de restrições à exportação de cereais, que era uma das situações em que o preço dos cereais abaixava no mercado interno. A segunda: os preços dos manufaturados precisam estar estabelecidos ao nível mais baixo, de forma compatível aos custos de produção, para que assim o valor da renda real atinja seu máximo. Por isso, considera-se necessário evitar a postura monopolística na atividade manufatureira, diminuindo as barreiras que dificultavam a livre circulação de mercadorias no território nacional e dividindo o mercado em mercados locais, o que impedia o desenvolvimento da livre concorrência. Esses dois argumentos dados constituiam os principais segmentos do liberalismo, na forma da fórmula “laissez faire, laissez passer” e tb forma o principal pensamento fisiocrático. Já a terceira: impõe-se uma imposição fiscal visando o não impacto sobre a produção (que significa o mínimo de interferencia no processo de reintegração do capital circulante e a renovação do capital fixo para que a produção pudesse ser mantida ou aumentada) ou seja, o estabelecimento de um único imposto sobre a renda que ia de encontro ao que era tradição, já que um direito feudal era a isenção fiscal que beneficiava diretamente a classe proprietária.
- Tableau contextualiza o ideal fisiocrata: extensão do cultivo capitalista a todo solo cultivável; adoção do mais desenvolvido meio de cultivo e constituição, para esse fim, de todo capital capital fundiário; fim das restrições a exportação de cereais, assegurando, assim, o preço ideal; fim de obstáculos a livre concorrência de manufaturados; e apenas um imposto, em substituição a todos os outros que atrasavam o processo produtivo, diminuindo sua efetividade. 
- Tableau: situação ótima em que o “produto líquido” é maximizado e, por consequência, o processo econômico global. 
- Contradições na fisiocracia: Não há uma teoria do valor na fisiocracia específica, logo, no Tableau, aceitam-se os preços de mercado. Por isso, não se tem uma explicação teórica sobre a formação do “produto líquido”. Entretanto, atualmente, percebe-se que não havia como os fisiocratas chegarem ao cálculo do “produto líquido” em termos físicos. No tableau, também há a constatação de que nem todos os bens de consumo dos trabalhadores são necessariamente provenientes da agricultura, logo, há a necessida de se considerar os movimentos de troca entre a agricultura e a manufatura. Esse fator põe em dúvida a afirmação de que deve-se se limitar a agricultura para chegar ao “produto líquido”. Para os fisiocratas, o “produto líquido” se dá pelo valor do capital em relação a terra, então, levando em consideração que a agricultura pode não ser o principal meio do processo econômico, consegue-se desmontar a principal afirmação da fisiocracia.
- Mais uma crítica se forma ao perceber-se que, no contexto de uma economia capitalista em relevo, a renda auferida pelos empresários agrícolas não pode ser considerada como salário, o que faz com que se indague se essa renda chega a ser ou não parte do excedente, tornando indefensável a afirmação fisiocrática de que o “produto líquido” global se dá pela renda da terra.

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