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Fisiocratas, Quadro Econômico e o Excedente A França no começo do séc. XVIII possuía uma economia baseada na agricultura, dividida entre entre propriedade senhorial, exploração dos servos, e agricultura pré- capitalista, trabalho assalariado. Enquanto a atividade industrial estava em progresso na produção artesanal, a atividade comercial de produtos agrícolas era pequena e cheia de obstáculos. Quesnay é quem irá defender a agricultura e criticar fortemente a manufatura e o sistema mercantilista, ele irá dizer ‘A riqueza vem da terra que produz excedentes, e não do comércio’. Foi assim que nasceu a Fisiocracia, tendo em sua liderança François Quesnay (1694 – 1744), Médico Cirurgião e proprietário de terras, criador do Quadro Econômico que representava a distribuição dos adiantamentos em casa setor econômico. Esse pensamento econômico não teve influencias na economia francesa da época, mas foi importante por ser o ponto de partida da teoria clássica do Adam Smith. Para se entender a fisiocracia é importante que seja situado o momento histórico presente. Em toda a Europa entre o século XIV ao século XVII, via-se a queda do modo de produção feudal e a ascensão do Mercantilismo, em que os senhores feudais estavam perdendo seus poderes, além da volta do comércio e a centralização do poder do estado na monarquia absolutista. O declínio do feudo aconteceu quando os servos dos senhores começaram a perceber que poderiam fazer muito mais do que se sabia. Com as guerras acontecendo e com a doença da peste negra matando muitos, a falta de alimento foi eminente, e para superar isso as forças produtivas foram avançando em técnicas, o que possibilitou um excedente dos produtos produzidos que logo começaram a ser vendido nos centros de trocas. Acompanhado dessa evolução no campo, os questionamentos sobre os poderes divinos e crenças da Igreja Católica foram colocados em discussão no renascimento cultural e científico, e o homem passa a constatar que é capaz de realizar ‘’ciência’’ e começa a separar religião do campo privado. Além da volta da monarquia, que apoiada e financiada pela burguesia estava tendo êxito em suas conquistas. Assim o Mercantilismo assume lugar no sistema econômico da Europa no século XVI, tendo principal fortalecimento na França e na Inglaterra. Diferente do Feudalismo, esse sistema possuía um Estado centralizado, moeda padronizada e uma Monarquia Absolutista que interferia na economia. Em suas principais atividades econômicas encontrava-se as manufaturas, o comércio interno e externo em conjunto com as navegações e exploração de colônias. É quando se fala em principais atividades econômicas que a fisiocracia entra. A agricultura que ate o feudalismo era a principal movimentação de recursos, nesse novo período foi deixada de lado, e desse modo nasce uma corrente de pensamento, a fisiocracia, que tentara explicar que é da terra que vem as riquezas, pois só a agricultura á capa de produzir, sendo ela um processo autorentável que gera uma circulação que faz parte de um fluxo que sempre está se renovando. Quesnay ira contra principalmente, os limites impostos sobre a agricultura. Ele irá dizer que essas restrições levaram a um círculo vicioso de pobreza, em que os agentes produtores ficaram sem perspectiva de crescimento tornando-se preguiçosos. Isso só poderia ser rompido se o Estado investisse capitais na atividade agrícola, retirasse as taxações e abolisse as restrições de não comercialização externa, como era feito na Inglaterra. Para o encabeçador da fisiocracia, o Estado deveria se preocupar com a insfraestrura e não com a economia, deixando uma livre circulação de mercadorias. Ele também da a ideia do bom preço, um valor suficiente para manter a produção como um regulador de oferta do comércio externo. Na idealização de Quesnay, além da classe Produtiva, os agricultores, e dos Proprietários de terras, recebem a renda da terra, temos os demais agentes do setor econômico que é a classe estéril. Esses, na visão fisiocrata, não produzem nada além do que gastam, vinculando valor de trabalho a custo de manutenção, partindo daí a concepção de salário (um valor de subsistência para que os agentes possam dar continuidade ao seu trabalho). Ele também dá uma simples ideia de lucro, como o ganho dos agricultores e comerciantes, dizendo que esse seria temporário, mas não vai mais a fundo. A obra principal do Médico, foi o “Tableau Economique” ou Quadro Econômico, que identificava os setores em movimento ou adiantamentos, podendo ter 3 tipos: Primitivo: Ferramentas, alimentos, etc.; Fundiário: Melhorias na terra, etc.; Anuais: salários, sementes, etc. Seria tudo que fosse necessário para o plantio nascer. Nesse quadro ele mostra a interdependência entre as atividades econômicas da fase de produção até a formação do excedente, em resumo ele descreve o processo de reprodução econômica. Os arrendatários e artesões com o valor inicial, adquirem o necessário para começar, como sementes e matéria-prima. já os adiantamentos primitivos vão servir para começar a produção dos dois agentes. Depois de produzido, cada agricultor e artesão ira ficar com uma parcela para consumo próprio, como o alimento e as ferramentas, enquanto o restante da produção dos arrendatários é dado aos proprietários como a renda da terra. A troca, realizada ao final do ciclo, é também um ponto de partida para a análise econômica, pois quando a classe produtiva com a classe estéril realiza o processo de circulação, cada uma passa a ter uma nova disposição de bens para começar novamente o processo de produção. Enquanto o mercantilismo diz o que excedente vem das relações de trocas, vendendo- se mais caro o que se compra (base do pensamento mercantilista). A fisiocracia dirá em contrário, que esse produto líquido só poderá vir da produção agrícola sendo obtido através dos cultivadores que repassaram ao proprietário, renda da terra, o que sobra da produção. E esses proprietários usaram o excedente para dar continuidade na produção. Assim para os fisiocratas o comércio não gera um excedente, e sim apenas consumo. Resumidamente a reprodução do ciclo depende do tamanho do excedente, resultado da esfera produtiva, que irá se formar. Pois esse se transformara no nos adiantamentos do Quadro Econômico, logo as que não a possuírem não conseguiram garantir sua subsistência. Assim, essa obra teve uma grande importância pois foi classificada como base para a escolas econômicas clássicas, tendo Adam Smith e David Ricardo propondo algumas alterações e explicando algumas teorias não abordadas direito, como o lucro. Bibliografia www.fd.uc.pt/~anunes/pdfs/prefacio_15.pdf, Artigo – Mercantilismo www.fd.uc.pt/~anunes/pdfs/plh_3.pdf, Artigo – A Fisiocracia ou o Início da Ciência Econômica DEYON, Pierre, Coleção Khronos – O Mercantilismo, Cap I: III. O exemplo Frances KUNTZ, Rolf, Quesnay – Introdução
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