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RESUMO COM CASOS - PROCESSO PENAL II

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RESUMO DE PRCESSO PENAL AV2. 
ROSE KELE - 25/11/2018 
 VAI CAIR 2 CASOS CONCRETOS ( ESTUDAR 1 AO 16) 
1- EMENDATIO LIBELI E MUTATIO LIBELLI 2- JÚRI 3-PROVAS NO PROCESSO PENAL 
4-JJUIZADOS 5- RECURSOS NO PROCESSO PENAL 
1 - EMENDATIO LIBELLI E MUTATIO LIBELLI 
De acordo com a emendatio libelli, o juiz, quando da sentença, verificando que a tipificação não 
corresponde aos fatos narrados na petição inicial, poderá de ofício apontar sua correta definição 
jurídica. Na “emendatio” os fatos provados são exatamente os fatos narrados. 
Assim, dispõe o CPP sobre a matéria: Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na 
denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha 
de aplicar pena mais grave. 
Por outro lado, verifica-se a mutatio libelli, quando o juiz concluir que o fato narrado na inicial não 
corresponde aos fatos provados na instrução processual; nesse caso, deve o juiz remeter o processo ao 
Ministério Público que deverá aditar a peça inaugural. Os fatos provados são distintos dos fatos 
narrados. 
Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em 
consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida 
na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em 
virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o 
aditamento, quando feito oralmente. 
2 - JÚRI 
O Tribunal do Júri é composto de um juiz de direito (presidente), que sorteará vinte e cinco jurados para 
a reunião periódica e extraordinária (art. 433 do Código de Processo Penal), e é regido por princípios 
previstos especialmente no art. 5º, XXXVIII, da Constituição Federal, dentre os quais podemos citar: 
a) plenitude da defesa: no procedimento do júri, a autodefesa e a defesa técnica são exercidas de forma 
plena; 
b) sigilo das votações: os votos dos jurados são secretos; 
c) soberania dos veredictos: cabe apenas aos jurados decidirem pela condenação ou absolvição do 
acusado; decisão essa que, em regra, não pode ser modificada pelos Tribunais, salvo nas hipóteses do 
art. 593, inciso III, alíneas "a", "b", "c" e "d", do Código de Processo Penal (apelação); ou dos arts. 621 a 
631 do mesmo diploma (revisão criminal); 
) competência para julgar crimes dolosos contra a vida: o tribunal do júri é competente para julgar 
homicídio doloso, infanticídio, aborto, auxílio, induzimento ou instigação ao suicídio, em suas formas 
tentadas ou consumadas. Esse rol de crimes pode ser ampliado por meio de leis infraconstitucionais. 
Cabe também ao júri julgar os crimes comuns que são conexos aos crimes dolosos contra a vida (art. 78, 
I, do CPP); 
e) oralidade: prevalecem os atos orais no dia do julgamento pelo júri. 
Organização e composição do júri 
O sorteio do júri será realizado de portas abertas entre o décimo quinto e décimo dia útil antecedente à 
reunião, sendo que os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio 
hábil para que compareçam no dia e hora designados para a reunião. Feito isso, serão fixados na porta 
do Tribunal as referências sobre o processo (nome dos jurados, nome do acusado, dos procuradores, 
assim como dia, hora e local das sessões de instrução e julgamento - art. 435 do CPP). 
A notória idoneidade e a idade mínima de dezoito anos são os requisitos para os jurados, sendo que o 
serviço é obrigatório, incorrendo em multa aquele que se recusar a prestar tal função 
injustificadamente. Porém, "estão isentos do serviço do júri: 
I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; 
II – os Governadores e seus respectivos Secretários; 
III – os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Distrital e 
Municipais; 
IV – os Prefeitos Municipais; 
V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; 
VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; 
VIII – os militares em serviço ativo; 
IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; 
X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento" (art. 437 do CPP). 
Os jurados convocados que comparecerem à sessão do júri não terão desconto de seus salários nem de 
seus vencimentos, ao passo que aqueles que deixarem de comparecer à sessão incorrerão em multa de 
um a dez salários mínimos, fixada a critério do juiz (art. 442 do CPP). Os jurados convocados 
responderão criminalmente nos mesmos termos em que os juízes, nos termos do art. 445 da referida 
Lei. 
Estão impedidos de servir como jurados marido e mulher (inclusive os que mantiverem união estável 
reconhecida), ascendente, descendente, sogro, genro, nora, irmãos, cunhados (durante o cunhadio), tio, 
sobrinho, padrasto, madrasta ou enteado (art. 448 do diploma legal em questão). As demais regras de 
impedimento e suspeição relativas aos juízes também serão aplicadas aos jurados. 
Também não poderá exercer a função de jurado aquele que tenha funcionado no julgamento anterior 
do mesmo processo, que tenha participado do conselho de sentença como acusado da prática de 
mesmo crime ou que tenha manifestado prévia disposição de absolver ou condenar o réu. No entanto, 
mesmo que excluídos do júri, tais jurados serão considerados para a composição do número legal 
necessário à sessão. Quando o conselho conhecer mais de um processo no mesmo dia seus 
componentes deverão prestar compromisso (art. 452 do CPP). 
Sendo assim o jurado, além da idoneidade e idade mínima de dezoito anos, deve ser capaz (perfeita 
faculdade mental) e ser cidadão, ou seja, estar em gozo de seus direitos políticos, ter residência na 
comarca e ser alfabetizado. 
Procedimento 
O rito do júri é o mesmo para todos os crimes de sua competência, independente de serem apenados 
com detenção ou reclusão, sendo que seu procedimento é chamado de escalonado ou bifásico, por ser 
dividido em duas fases, quais sejam: 
1ª fase: sumário de culpa ou judicium accusationis: é realizada pelo juiz singular e segue procedimento 
semelhante ao dos crimes apenados com reclusão (rito ordinário até o art. 405 CPP - instrução criminal). 
Tem a finalidade de formar o juízo de admissibilidade da acusação (juízo de prelibação). Inicia-se com o 
recebimento da denúncia ou queixa e termina com a decisão de pronúncia, impronúncia, 
desclassificação ou absolvição sumária. 
2ª fase: juízo da causa ou judicium causae: é realizada pelo juiz presidente e pelo conselho de sentença 
(7 jurados que irão julgar o acusado). Tem a finalidade de julgar o mérito do pedido (juízo de delibação). 
Inicia-se com o trânsito em julgado da sentença de pronúncia, quando o juiz determina a intimação do 
Ministério Público e do defensor para apresentarem, respectivamente, o rol de testemunhas. Termina 
com o trânsito em julgado da decisão do Tribunal do Júri. 
1. Sumário de culpa - 1ª fase 
Esta primeira etapa, que vai do art. 406 ao art. 412 do CPP, é semelhante ao procedimento ordinário de 
competência do juiz singular. Oferecida a denúncia pelo órgão acusatório o juiz poderá recebê-la ou 
rejeitá-la. Em recebendo ele ordenará a citação do réu para responder a acusação, no prazo legal de 10 
(dez) dias, ocasião em que deverá arguir preliminares além de alegar qualquer tese que interesse a sua 
defesa, oferecendo documentos, justificações bem como especificando as provas que pretende produzir 
e arrolando testemunhas, no número máximo de 08 (mesmo número de testemunhas permitido a 
acusação). Em oferecendo exceções estas deverão ser processadasem apartado. 
Se o acusado trouxer alguma preliminar ou juntar algum documento, o órgão acusador deverá ser 
ouvido, no prazo legal de 05 (cinco) dias. 
O juiz ouvirá as testemunhas arroladas pelas partes, bem como praticará as diligências necessárias para 
elucidar o ocorrido. Na audiência de instrução, será ouvido primeiramente o ofendido, em havendo, 
após as testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, eventuais esclarecimentos de peritos, 
acareações, reconhecimentos de pessoas e coisas e, por fim, interrogará o acusado. 
Frise-se que as provas serão produzidas em uma só audiência e que as alegações serão orais, 
concedendo-se primeiro a palavra à acusação e depois à defesa, pelo prazo igual de vinte minutos, 
prorrogáveis por mais dez. Depois disso, será ouvido o assistente do Ministério Público pelo prazo de 
dez minutos, prorrogáveis pelo mesmo tempo. Terminados os debates o juiz proferirá a sentença na 
própria audiência ou no prazo de dez dias (art. 411 e §§ do CPP). 
Desta forma, pode-se observar que, diferentemente do que ocorre no procedimento ordinário comum, 
na primeira fase do procedimento do júri não existe a possibilidade de absolvição sumária após o 
oferecimento da resposta escrita pelo acusado. 
Outra diferença está no prazo para conclusão do procedimento. Com efeito, afirma o artigo 412, do CPP, 
que o procedimento será concluído no prazo máximo de 90 (noventa) dias, ao passo que no 
procedimento ordinário comum o prazo para instrução do processo é de 60 (sessenta) dias. 
Finda essa primeira fase o juiz poderá proferir uma das seguintes decisões: 
A - Pronúncia 
Se o juiz se convencer da existência do crime e de indícios suficientes de que o réu seja o autor, deverá 
pronunciá-lo. A pronúncia consiste em decisão interlocutória mista não terminativa, ou seja, não julga o 
mérito, nem põe fim ao processo e deverá conter o dispositivo legal em que julgar ser o réu incurso, 
bem como especificar as circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento da pena. 
Proferida a sentença de pronúncia, e preclusa a via impugnativa, não poderá mais ser alterada, salvo se 
ocorrerem circunstâncias supervenientes que modifiquem a classificação do delito (art. 421 c.c. art. 384, 
parágrafo único, do CPP), caso em que deverá remeter os autos ao Ministério Público. 
- Efeitos da pronúncia 
1. submete o acusado a julgamento pelo Tribunal do Júri; 
2. interrompe a prescrição (art. 117, II, do CP); 
3. se o réu estiver preso, será mantido na prisão em que se encontrar; se estiver solto, será expedido 
mandado de prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes (hipótese em que poderá deixar de ser 
expedido mandado de prisão, ou, se preso, revogar a prisão). 
- Intimação da pronúncia 
A intimação da pronúncia será feita pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado, ao Ministério 
Público e, na forma do art. 370, §1º, do CPP, para o assistente do Ministério Público, ao defensor 
constituído e ao querelante. Se o réu estiver solto e não for encontrado será intimado por edital. 
- Recurso 
Contra a decisão de pronúncia cabe recurso em sentido estrito, previsto no art. 581, IV, do CPP. 
- Despronúncia 
A despronúncia pode ocorrer em razão da interposição do recurso em sentido estrito, em que o juiz se 
retrata e impronúncia o réu, ou quando o juiz mantém a sentença de pronúncia e o Tribunal dá 
provimento ao recurso em sentido estrito, impronunciando o réu. 
B - Impronúncia 
Se o juiz não se convencer da existência do crime ou de indícios suficientes de autoria, será proferida 
decisão de impronúncia, que também é uma decisão interlocutória mista terminativa, sendo que os 
crimes conexos serão remetidos ao juízo competente. Lembra-se que, "enquanto não ocorrer a extinção 
da punibilidade poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova" (art. 414, 
parágrafo único do CPP). Contra a decisão de impronúncia cabe apelação. 
Dispõe ainda o art. 417 da Lei em pauta que "se houver indícios de autoria ou de participação de outras 
pessoas não incluídas na acusação, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinará o 
retorno dos autos ao Ministério Público, por 15 (quinze) dias, aplicável, no que couber, o art. 80 deste 
Código". 
C - Desclassificação 
O juiz, com base nas provas produzidas nos autos, convencendo-se de que não se trata de crime de 
competência do júri, deverá proferir a sentença de desclassificação e remeterá os autos ao juízo 
competente para julgá-lo. Da decisão de desclassificação cabe recurso em sentido estrito. 
De acordo com o art. 492, §§ 1º e 2º do CPP "se houver desclassificação da infração para outra, de 
competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, 
aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração 
penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26 de 
setembro de 1995. § 2o Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida 
será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o 
deste artigo". 
D - Absolvição sumária 
A absolvição sumária ocorre quando for comprovada a existência de excludente de ilicitude ou de 
culpabilidade. Ela faz coisa julgada material. Prevê o art. 415, do CPP, que "o juiz, fundamentadamente, 
absolverá desde logo o acusado, quando: 
I – provada a inexistência do fato; 
II – provado não ser ele autor ou partícipe do fato; 
III – o fato não constituir infração penal; 
IV – demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão do crime". 
A inimputabilidade, via de regra, não será aplicada neste caso, salvo quando for a única tese defensiva. 
Da decisão de absolvição sumária cabe apelação. Na existência de crimes conexos deve o juiz apenas 
remeter os autos ao juízo competente. 
2. Juízo da causa - 2ª fase 
Determina o art. 422, do CPP, que "ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Júri determinará a 
intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no 
prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 
5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência". 
Depois de decidido sobre as provas a serem produzidas o Juiz ordenará as "diligências necessárias para 
sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa e fará relatório sucinto 
do processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do Tribunal do Júri" (art. 423, I e II do 
CPP). 
Desaforamento 
Segundo estabelece o art. 427, do CPP, "se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida 
sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do 
Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz 
competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, 
onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas". 
O desaforamento somente terá efeito suspensivo se os motivos forem consideravelmente relevantes, 
devendo o relator fundamentar sua decisão. Cumpre ressaltar que ele poderá também ser requerido em 
caso de comprovado excesso de serviço, quando o julgamento não puder ser realizado dentro de seis 
meses contados do trânsito em julgado da decisão de pronúncia, sendo que, neste caso, o juiz 
presidente e a parte contrária deverão ser ouvidos (art. 428 da lei em questão). 
Também não será admitido o desaforamento quando houver pendência de recurso contra a decisão de 
pronúncia ou quando efetivado o julgamento, porém, nesta última hipótese,haverá admissão se o fato 
tiver ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. 
Sorteio e convocação dos jurados 
Depois da organização de pautas, em que terão preferência os presos e dentre eles os que tiverem 
maior tempo de prisão, o juiz presidirá o sorteio dos jurados a ser realizado de portas abertas até que se 
complete o número de vinte e cinco jurados. Tal sorteio será realizado entre o 15o (décimo quinto) e o 
10o (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião (art. 433, §1º do CPP), e será acompanhado 
pelo Ministério Público, pela OAB e pela Defensoria Pública. 
Vale lembrar que o jurado que não for sorteado pode ter seu nome incluído em reuniões futuras. 
Ademais, os jurados sorteados serão convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hábil para 
comparecer no dia e hora designados para a reunião, sob pena de multa. 
Sessões do Tribunal do Júri 
O julgamento só será adiado pelo não comparecimento do Ministério Público ou do advogado do 
acusado. Não haverá adiamento do julgamento se não comparecerem o assistente e advogado do 
querelante, e o acusado solto, se devidamente intimados. Quando a testemunha intimada falta na 
sessão o juiz suspenderá os trabalhos até que a mesma seja conduzida, ou adiará o julgamento. 
O juiz declarará instalados os trabalhos com a presença de, pelos menos, quinze jurados. Caso contrário 
realizar-se-á o sorteio dos suplentes necessários e designar-se-á data pata nova sessão (art. 464 do CPP). 
Durante a sessão os jurados não poderão se comunicar entre si e com outras pessoas, nem dar opinião 
sobre o processo, sob pena de exclusão do conselho e multa (art. 466 do CPP). 
Serão sorteados sete jurados para compor o Conselho de Sentença, sendo que pode a defesa e depois o 
Ministério Público recusarem três dos jurados, cada um, sem motivar a recusa. Depois de formado o 
Conselho de Sentença o juiz entregará aos jurados cópias da pronúncia ou, se for o caso, das decisões 
posteriores que julgaram admissível a acusação e do relatório do processo (art. 472, parágrafo único do 
CPP). 
Instrução em plenário 
Dispõe o art. 473, do CPP, que "prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária 
quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado 
tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas 
arroladas pela acusação". Tanto as partes como os jurados poderão inquirir as testemunhas (este último 
por intermédio do juiz), e requerer acareações, reconhecimento de pessoas e coisas. Feito isto, o 
acusado será interrogado, sendo que o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor, nessa 
ordem, poderão formular, diretamente, perguntas a ele, conforme disposição do art. 474, § 1º, do CPP. 
Já as perguntas formuladas pelos jurados se darão por intermédio do juiz. 
Os depoimentos e o interrogatório serão registrados pelos meios ou recursos de gravação magnética, 
eletrônica, estenotipia ou técnica similar, devendo ser transcritos e juntado aos autos. 
Debates 
Encerrada a instrução será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação nos limites da 
pronúncia (art. 476 do CPP). O assistente falará em seguida, sendo que se se tratar de ação penal 
privada falará primeiro o querelante e depois o Ministério Público. Logo depois, a defesa se pronunciará, 
e a acusação terá direito a réplica e a defesa a tréplica, admitindo-se a reinquirição de testemunhas (art. 
476, § 4º da mesma lei). 
O tempo concedido às partes é de uma hora e meia para cada, e uma hora para réplica e outro tanto 
para a tréplica. Quando houver mais de um acusador o tempo será dividido entre eles de comum 
acordo, ou pelo juiz. No caso de haver mais de um acusado, o tempo para a defesa será acrescido de 
uma hora e elevado em dobro para a réplica e tréplica. 
Não é permitido que as partes façam menção "à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que 
julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade 
que beneficiem ou prejudiquem o acusado; ou ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório 
por falta de requerimento, em seu prejuízo" (art. 478 do diploma legal em questão); assim como não 
será permitida a leitura de documento ou exibição de objeto que não tenham sido juntados aos autos 
com antecedência de pelo menos três dias. 
Concluídos os debates o juiz indagará aos jurados se já estão habilitados para o julgamento ou se ainda 
necessitam de outros esclarecimentos, caso em que serão prestados à vista dos autos, os quais poderão 
ser fornecidos aos jurados. Se houver necessidade de verificação de algum fato imprescindível ao 
julgamento, que não puder ser realizada na hora, o juiz designará as diligências cabíveis para o caso. 
Votação 
O Conselho de Sentença deverá responder alguns quesitos sobre a matéria de fato e sobre a 
possibilidade de absolvição do acusado. "Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, 
simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e 
necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das 
decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes" - 
art. 482, parágrafo único, do CPP. 
Se houver mais de três respostas negativas para os quesitos que indagaram sobre a materialidade do 
fato e da autoria e participação, o acusado será absolvido. Já se as resposta forem afirmativas, os 
jurados deverão responder se absolvem ou não o acusado. Se os jurados optarem pela condenação, 
deverão responder os quesitos formulados sobre as causas de diminuição da pena alegada pela defesa e 
circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões 
posteriores que julgaram admissível a acusação (art. 483, § 3º). 
Serão formulados quesitos sobre a desclassificação do crime, quando sustentada, e sobre a possível 
ocorrência do crime na forma tentada. Quando houver mais de um acusado os quesitos serão 
formulados de forma distinta. Feito isto, o juiz perguntará às partes se têm algum requerimento ou 
reclamação para fazer. "Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério 
Público, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à 
sala especial a fim de ser procedida a votação" - art. 485 da lei. Posteriormente, o juiz distribuirá cédulas 
aos jurados que serão utilizadas para a votação, sendo que a decisão será tomada por maioria de votos. 
Sentença 
Depois da votação, o juiz proferirá a sentença. "I - No caso de condenação: 
a) fixará a pena-base; 
b) considerará as circunstâncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; 
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em atenção às causas admitidas pelo júri; 
d) observará as demais disposições do art. 387 deste Código; 
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os 
requisitos da prisão preventiva; 
f) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da condenação; 
II – no caso de absolvição: 
a) mandará colocar em liberdade o acusado se por outro motivo não estiver preso; 
b) revogará as medidas restritivas provisoriamente decretadas; 
c) imporá, se for o caso, a medida de segurança cabível" (art. 492 do CPP). 
 
3-PROVAS NO PROCESSO PENAL 
 CONCEITO: A prova é o ato que busca comprovar a verdade dos fatos, afim de instruir o julgador. Busca 
reconstruir um fato passado, através das provas, buscando a verdade dos fatos. 
O autor Lopes Jr. (2017, p. 344) informa que o processo penal e a prova integramos modos de 
construção do convencimento do julgador que influenciará na sua convicção e legitimará a sentença. 
A prova geralmente é produzida na fase judicial, pois permite a manifestação da outra parte, 
respeitando assim o princípio do contraditório e da ampla defesa, direito de ser julgado de acordo com 
as provas produzidas, em contraditório e diante de um juiz competente, com todas as garantias. 
O art. 155, do Código de Processo Penal, preceitua no mesmo sentido, informando que o juiz formará 
sua convicção pelas provas produzidas em contraditório judicial, não podendo fundamentar 
exclusivamente nos elementos da investigação, isso porque as provas produzidas nessa fase, não 
possibilitou o contraditório da outra parte, assim, poderão ser utilizadas aquelas provas cautelares, as 
que não são repetíveis e as antecipadas. 
Os atos de investigação são realizados na investigação preliminar, no qual, se refere a uma hipótese, 
para formação de um juízo de probabilidade e não de convicção, como são designadas as provas. 
Principiologia das Provas 
O acusado é presumido inocente, conforme dispõe o art. 5º, LVII da Constituição “ 5°, LVII CF - ninguém 
será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”. 
Em regra, o juiz não poderá condenar alguém cuja a culpabilidade não tenho sido completamente 
provada, respeitando o princípio do In dubio pro reo. 
Além disso, deve-se observar o princípio do contraditório, previsto no art. 5º, LV, CF, esse princípio 
consiste na ciência bilateral das partes a respeito da realização dos atos processuais. 
Aqui, o denunciado adquire o conhecimento da existência de um processo crime em seu desfavor e tem 
a partir deste momento a possibilidade de contestar as provas produzidas pela parte contrária. 
Meio de prova e objeto de prova 
O meio de prova consiste nos fatos, documentos ou alegações que infere na busca da verdade real dos 
fatos no processo. É através dos meios de prova que o juiz formará sua convicção acerca dos fatos. Não 
pode confundir meio de prova com objeto de prova, pois o sujeito que presta depoimento não é meio 
de prova, mas sim o seu depoimento. O meio de prova alcança uma finalidade, assim, dispõe o art. 369, 
do NCPC que as partes têm o direito de empregar todos os meios legais de prova. 
 Provas ilícitas por derivação 
São meios probatórios que, não obstante produzidos validamente em momento posterior, encontram-
se afetados pelo vício da ilicitude originária, que a eles se transmite, contaminando-os por efeito de 
repercussão causal. O autor Lopes Jr (2017, p. 401) informa que a origem do princípio da contaminação 
teve sua origem no caso Silverthorne Lumber & Co. v. United States, em 1920, tendo a expressão fruits 
of the poisonous tree sido cunhada pelo Juiz Frankfurter, da Corte Suprema, no caso Nardone v. United 
States, em 1937. Esse entendimento foi incorporado ao ordenamento jurídico através do artigo 157, § 
1º, do CPP que diz: “São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas 
por uma fonte independente das primeiras. (...)”. Quando houver provas absolutamente independentes 
ou de provas derivadas, no caso concreto aquelas que inevitavelmente seriam descobertas, essas serão 
revestidas de legalidade, não devendo ser desentranhadas do processo. 
Aqui, são citadas duas teorias a respeito das provas: teoria da fonte independente e da descoberta 
inevitável de prova. 
Teoria da Fonte Independente 
Havendo demonstração pelo órgão da persecução penal da legitimidade dos novos elementos de 
informação a partir de uma fonte autônoma de prova, que não guarde qualquer relação de dependência 
nem decorra da prova originariamente ilícita com essa não mantendo vínculo causal, tais dados 
probatórios são admitidos uma vez que não estão contaminados pelo vício da ilicitude originária. 
A teoria da fonte independente encontra-se consagrada na legislação pátria no art. 157, §1º, do Código 
de Processo Penal. 
. Teoria da Descoberta Inevitável 
Esta teoria foi concebida através do direito norte-americano, e será aplicada nos casos onde haja a 
demonstração de que a prova seria produzida de qualquer maneira, por meio de atividades 
investigatórias lícitas, independentemente da prova ilícita que a originou. 
A utilização dessa teoria requer que os dados sejam concretos e não apenas meramente especulativos, 
sendo indispensável a existência de dados concretos que demonstrem que a descoberta seria inevitável. 
A limitação vem prevista no art. 157, § 2° CPP, com a seguinte ressalva: “Considera-se fonte 
independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou 
instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova”. Com isso, podemos comprovar que 
é indispensável à análise de toda a estrutura a fim de que seja constatada a ilegalidade da prova e seu 
conseguinte direito à exclusão. 
4. Exceções ao princípio da liberdade das provas 
4.1. Provas relacionadas ao Estado das pessoas 
Com relação aos estados das pessoas, de acordo com o artigo 155 parágrafo único do CPP, estarão 
sujeitas às restrições estabelecidas na lei civil, por exemplo: a) Para provar um casamento, é necessária 
a juntada da certidão de casamento; b) Para comprovar a idade da pessoa, por exemplo, para aferir se 
esta pode ser vítima do crime de estupro de vulnerável, com simples presunção, devendo juntar a 
certidão de nascimento. 
5. Obrigatoriedade do Exame de corpo de Delito 
O exame de corpo de delito é necessário quando a infração deixa vestígios. Caso essa infração penal, 
nos crimes materiais, deixar vestígios e tais vestígios não tiverem desaparecido, será indispensável a 
perícia. 
O artigo 158, do Código de Processo Penal, dispõe sobre a obrigatoriedade das provas e acaba sendo 
restringindo a liberdade das provas. Segundo Lopes Jr (2017, p. 424) a prova pericial demonstra um grau 
de possibilidade do delito. 
No entanto, todas as provas são relativas, até mesmo o laudo do perito, no qual, o juiz pode aceita-lo ou 
rejeitá-lo no todo ou em parte conforme dispõe o art. 182, do Código de Processo Penal. 
Assim, o juiz continua com sua livre convicção para apreciar as provas. 
6. Direito à prova 
As partes processuais, acusação ou defesa tem direito à prova. 
Este direito é um desdobramento lógico do direito de ação, razão pela qual o mandando de segurança é 
o remédio constitucional utilizado pelo Ministério Público ou pelo particular na hipótese de 
indeferimento na produção de determinada prova. 
Caso uma prova licita tenha sua produção indeferida injustificadamente cabe mandado de segurança 
como remédio, a ser utilizado pelo acusador ou defesa. 
Os objetos de prova são os fatos inerentes à solução da causa, qual seja, todos os fatos, pessoas, 
lugares, documentos, tudo aquilo que importa à lide e que possa ajudar a formar a opinião do julgador 
na decisão do conflito. Os responsáveis pela produção da prova são o ofendido, a testemunha, os 
peritos, entre outros. 
O destinatário imediato das provas é o julgador, seja ele o juiz ou tribunal que estará envolvido na lide, 
devendo apreciar o caso por meio de um processo, devendo julgar e findar o processo com caráter 
definitivo. Possui também o destinatário mediato, que são as partes do processo. 
7. Fonte de prova 
A fonte de prova pode ser confundido com os meios de prova, mas as fontes está ligada com pessoas ou 
coisas acerca das quais se pode obter a prova, sendo basicamente tudo que indica algum fato ou 
afirmação útil, no qual, as comprovações sejam necessárias para a confirmação da verdade, como porexemplo, uma peça acusatória (denuncia ou queixa). 
8. Sistemas de Valoração da prova 
É adotado três sistemas de valoração da prova: 
1. Sistema da intima convicção do juiz: é aquele que permite que o juiz avalie a prova com ampla 
liberdade, porém, sem a obrigação de fundamentar seu ato de decidir. No Brasil, esse sistema é adotado 
apenas no tribunal do júri, visto que o jurado não é obrigado a fundamentar sua decisão (art. 5º, XXVIII, 
CF 1998). 
2. Sistema da verdade legal ou formal: A lei atribui o valor a cada prova, cabendo ao juiz simplesmente 
obedecer ao mandamento legal. Não é adotado no CPP, salvo em algumas hipóteses em que a lei 
determina: a) Prova quanto ao estado das pessoas, exigindo a apresentação de documento hábil a fim 
de que seja demostrado o estado civil da pessoa. b) Nos crimes que deixam vestígios será indispensável 
o exame de corpo de delito para que demonstre sua existência. 
3. Sistema do livre convencimento motivado ou persuasão racional: é o sistema de valoração da prova 
adotado pelo Brasil onde o julgador tem liberdade para decidir de acordo com o que foi trazido nos 
autos, podendo até, se necessário for, afastar alguma prova desde que suas decisões sejam 
fundamentadas sob pena de vício determinante de nulidade absoluta. Deve ser destacado que os 
elementos informativos, ou seja, aqueles produzidos em fase préprocessual, isoladamente 
considerados, não são aptos a fundamentar uma sentença condenatória, entretanto, não devem ser 
completamente desprezados, podendo se somar a prova produzida em juízo, servindo como mais um 
elemento na formação da convicção do juiz. Sobre isso devemos observar o artigo 155, do CPP. 
 Prova Emprestada 
É a utilização da prova em um processo distinto daquela em que foi produzida. 
Apenas será possível a utilização da prova emprestada se usada contra quem participou do processo 
anterior, sendo observado o contraditório na admissibilidade e na colheita das provas. A prova 
emprestada tem o mesmo valor que a prova originariamente produzida. 
Alguns doutrinadores falam em ilegitimidade da prova por violação ao princípio do contraditório, mas o 
Superior Tribunal de Justiça decidiu inexistir nulidade processual, caso a defesa tenha concordado com a 
produção da prova emprestada. 
10. Ônus da Prova 
É o encargo que recai sobre a parte de provar a veracidade do fato alegado. 
Existe o ônus da prova da acusação, cabendo à acusação provar tanto a existência do fato típico quanto 
provar a autoria ou participação do agente no fato criminoso bem como o nexo causal. 
Tarefa mais árdua da acusação é demonstrar os elementos subjetivos, quer dizer, dolo ou culpa que 
deve ser comprovado a partir da análise dos elementos objetivos do caso concreto. 
O ônus da prova da defesa, dispõe que deverá provar os fatos modificativos, impeditivos, extintivos e 
um eventual álibi. 
Como consequência, caso haja dúvida quanto à existência de uma excludente da ilicitude ou da 
culpabilidade, deve o juiz absolver o acusado. 
4-JJUIZADOS 
 Este assunto está previsto, a partir do artigo 60, na Lei do Juizado Especial Criminal (Lei Federal 
9.099/95). Os Juizados Especiais Criminais nada mais são do que órgãos da Justiça que julgam infrações 
penais de menor potencial ofensivo, objetivando rapidez na resolução do processo, assim como a 
reparação do dano causado à vítima, por meio de um acordo. 
O Juizado Especial Criminal é “provido por juízes togados ou togados e leigos e … tem competência para 
a conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas 
as regras de conexão e continência.” 
Qual o conceito de infração penal de menor potencial ofensivo? 
Bem, de acordo com o artigo 61 da referida Lei, consideram-se infrações penais de menor potencial 
ofensivo, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) 
anos, cumulada ou não com multa, submetidos ou não a procedimento especial. 
Havendo enquadramento em uma dessas hipóteses, autor e vítima, ou só o autor a depender da ação, 
se é condicionada ou incondicionada, serão intimados a comparecer à audiência preliminar. 
Contudo, é necessário esclarecer que ficam excluídas do conceito de menor potencial ofensivo as 
hipóteses de que trata a Lei 11.340/06 (Maria da Penha), ou seja, os casos de violência doméstica e 
familiar contra mulher. 
Como funciona na prática a Composição Civil dos Danos (1º momento da audiência preliminar do 
Juizado Especial Criminal)? 
A audiência de conciliação será conduzida pelo juiz ou por conciliador sob sua orientação. 
Na audiência preliminar, estarão presentes o Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, 
o responsável civil, caso esta seja incapaz, acompanhados por seus advogados, ocasião em que o Juiz 
esclarecerá sobre a possibilidade da composição civil dos danos (vantagens e desvantagens em fazer o 
acordo). 
Com relação ao fato que deu causa ao processo, busca-se sempre que possível, nessa audiência 
preliminar, um acordo entre autor e vítima. 
Havendo composição dos danos, “acordo” no caso de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal 
pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta renúncia ao direito de queixa ou 
de representação, nos termos do disposto no parágrafo único do artigo 74 da Lei 9.099/95. 
A composição dos danos será homologada pelo juiz mediante sentença irrecorrível e terá eficácia de 
título a ser executado no juízo cível competente. 
Ou seja, caso o acordo entre as partes tenha se resolvido mediante pagamento de uma indenização em 
favor da vítima, se eventualmente o autor descumprir este termo (deixar de pagar o valor ajustado), 
poderá a vítima executar a sentença homologatória do acordo perante o juízo cível. 
Ademais, para que fique claro, o acordo de composição dos danos perante o Juizado Criminal impede 
que a vítima promova ação judicial de cobrança de quaisquer diferenças no juízo cível, porque a questão 
já ficou resolvida – fez coisa julgada. 
Não havendo a composição entre autor e vítima, “acordo”, será dada imediatamente ao ofendido 
“vítima” a oportunidade de exercer seu direito de representação verbal, ou seja, dizer se quer ou não 
prosseguir com a ação. 
Entretanto, importante deixar claro que se o ofendido não manifestar interesse pela representação na 
audiência preliminar, isso não implicará na decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo de 6 
(seis) meses. 
Neste momento entra aquele famoso “terminho”, conhecido por muitos comoTransação Penal, 
popularmente denominado de “pagamento de uma cesta básica”. 
Mas, afinal o que é Transação Penal? 
A transação penal é um “acordo” feito entre o “suposto” autor do fato e o Ministério Público, ocasião 
em que o Ministério Público oferece a proposta de Transação Penal consistente no pagamento de uma 
multa ou prestação de serviços à comunidade, contanto que haja representação ou, quando se tratar de 
crime de ação penal pública incondicionada, não haja motivo para arquivamento. 
Entretanto, para que o autor faça jus a este benefício, é necessário que preencha alguns requisitos, 
conforme disposto no artigo 76, parágrafo 2º, incisos I a III da Lei 9.099/95. 
– não ter sido o autor da infração condenado pela prática de crime à pena privativa de liberdade, por 
sentença definitiva; 
– não pode ter usufruído deste benefício nos últimos 5 (cinco) anos; 
– os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as 
circunstâncias revelem ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
O autor aceitando uma destas duas propostas: pagamento de multa ou prestação de serviços à 
comunidade não corre o risco de ser condenado ao final,se eventualmente fosse considerado culpado. 
Pode também o autor aceitar esse benefício, ainda que em seu íntimo saiba que é inocente, para evitar 
o prosseguimento de ação penal, ficando longe da carga psicológica e do dispêndio financeiro. 
A aceitação da proposta não pode ser considerada como reconhecimento de culpa ou de 
responsabilidade civil sobre o fato, bem como não gera reincidência, nem antecedentes. O fato só será 
registrado para impedir que o réu obtenha direito ao mesmo benefício nos próximos 5 (cinco) anos. 
Ademais, caso cumprido o acordo de transação penal homologado pelo juiz, haverá a extinção de 
punibilidade do autor do fato, com arquivamento definitivo. Entretanto, em caso de descumprimento, o 
acordo será revogado, podendo o Ministério Público apresentar denúncia, dando início ao processo, se 
recebida pelo magistrado. 
Feito estes apontamentos, podemos observar que o objetivo da Lei dos Juizados Especiais é a 
desburocratizar o processo penal, fazendo com que a justiça criminal seja mais célere, bem como 
evitando que o “suposto autor” enfrente um processo criminal. 
. 
5- RECURSOS NO PROCESSO PENAL 
Para o recurso ser reconhecido, isto é, admitido, deve passar por um juízo de admissibilidade no qual 
são considerados pressupostos subjetivos e objetivos. A verificação dos requisitos processuais de 
interposição do recurso deve ser feita pelo órgão que prolatou a decisão, para que ele seja 
encaminhado à instância superior. 
a) Pressuposto Subjetivo: 
(i) Interesse Recursal – a parte interessada em interpor o recurso deve conseguir algum tipo de benefício 
da decisão recursal procedente, em geral, o réu. Já ao Ministério Púbico é garantido a possibilidade de 
apresentar recurso, pois é interessado no cumprimento da lei; 
(ii) Legitimidade – o recurso deve ser oferecido por quem é parte na relação processual (art. 598, caput, 
CPP). 
b) Pressuposto Objetivo: 
(i) Cabimento – deve haver previsão legal para a interposição do recurso; 
(ii) Adequação – a parte deve utilizar-se do recurso indicado na lei para a correspondente decisão 
impugnada; 
(iii)Tempestividade – o recurso deve ser apresentado e dirigido ao Tribunal para reexame respeitando o 
prazo estabelecido em lei. 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
O recurso em sentido estrito é o direito de ação cabível para impugnar as decisões interlocutórias do 
magistrado. O agravo é utilizado para as decisões interlocutórias, enquanto a apelação é interposta 
perante as decisões definitivas que envolvam mérito. 
Exemplo de interposição de recurso em sentido estrito é quando a prisão é relaxada pelo juiz por não 
preencher os requisitos de sua legalidade. Ao Ministério Público cabe a possibilidade de interpor recurso 
em sentido estrito. 
O prazo para sua interposição é de cinco dias, exceto no caso do artigo 581, inciso XIV, Código Penal, no 
qual o prazo é de vinte dias. Em regra, possui efeito devolutivo, ou seja, devolve ao tribunal o 
conhecimento da matéria abordada nele, mas não suspende o andamento do feito. 
O artigo 581 do Código de Processo Penal elenca as possibilidades de interposição de recurso em 
sentido estrito. Vejamos: 
“ Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: 
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
II - que concluir pela incompetência do juízo; 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
IV – que pronunciar o réu; 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir requerimento de prisão 
preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; 
VI - (Revogado pela Lei nº 11.689, de 2008) 
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa extintiva da punibilidade; 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; 
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; 
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; 
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado; 
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; 
XXII - que revogar a medida de segurança; 
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita a revogação; 
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples.” 
APELAÇÃO 
Disposta no Título II – Dos Recursos em Geral, Capítulo III – Da Apelação, é o recurso cabível contra 
decisões definitivas que julguem extinto o processo, com ou sem a apreciação do mérito. 
1. Hipóteses de cabimento (art. 593, CPP): 
I) Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular: são decisões 
terminativas de mérito. Podem acolher a imputação da denúncia ou queixa, nos casos de condenação, 
ou rejeitando tal imputação, quando houver absolvição. 
II) Das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não 
abrangidos pelo recurso em sentido estrito: chamadas decisões interlocutórias mistas, são as hipóteses 
que não julgam o mérito, mas colocam fim à controvérsia, podendo o não extinguir o processo. Um 
exemplo é quando o juiz extingue, de ofício, o feito por reconhecer a exceção da coisa julgada, cabendo 
apelação. 
III) Das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
(a) Ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
(b) For a sentença do juiz presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos jurados; 
(c) Houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de segurança; 
(d) For a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
Aqui, o legislador procurou garantir o duplo grau de jurisdição e buscar preservar a soberania dos 
veredictos, afinal a decisão do Tribunal do Júri não é atacada por inconformismo, mas apenas diante das 
situações elencadas acima. 
Nesse sentido, Súmula 713, STF: “O efeito devolutivo da apelação contra decisões do júri é adstrito aos 
fundamentos de sua interposição”. 
2. Processamento e trâmite 
A apelação deve ser interposta em cinco dias contados a partir da intimação da decisão, e pode ser 
interposta perante todo o julgado ou apenas em parte deste, seguindo o princípio da voluntariedade 
dos recursos (permite à parte a livre apreciação da decisão judicial). 
Interposta, haverá um prazo de oito dias para cada parte oferecer as razões e contrarrazões de 
apelação, dirigidas ao tribunal. Caso trate-se de uma contravenção penal, o prazo é reduzido para três 
dias, segundo o artigo 600, CPP. 
Apesar do prazo de cinco dias da apelação ser fatal, o prazo de oito dias para apresentação de razões 
pode ser ultrapassado, e não é fatal. 
Todavia, caso haja dois ou mais apelantes, os prazos serão comuns (art. 600, § 3º, CPP). Na hipótese de 
um réu desejar apelar enquanto os outros réus ainda não foram julgados ou não tiverem recorrido, 
ocorrerá o desmembramento do feito e remessa ao tribunal, devendo o apelante fornecer as cópias 
necessárias para a formação do novo volume, sob pena de deserção. 
EMBARGOS: DECLARAÇÃO, NULIDADE E INFRINGENTES 
1) Declaração: 
Utilizado para o esclarecimento de dúvidas surgidas no acórdão quando configuradaambiguidade, 
obscuridade, contradição ou omissão, de forma a permitir o efetivo conhecimento do julgado. Assim 
preceitua o artigo 382, CPP: 
“Art. 382. Qualquer das partes poderá, no prazo de 2 (dois) dias, pedir ao juiz que declare a sentença, 
sempre que nela houver obscuridade, ambiguidade, contradição ou omissão.” 
Apesar de não estar expresso no texto legal a possibilidade de embargos de declaração para o primeiro 
grau, aplica-se o referido dispositivo de forma geral, abrangendo tanto as sentenças quanto os 
acórdãos. Entretanto, não é cabível contra decisões interlocutórias, sendo o caminho adequado neste 
caso, a impetração de habeas corpus. 
O prazo para sua interposição é de dois dias contados da ciência da sentença ou do acórdão, e 
interrompe o prazo para outros recursos (a interrupção, diferentemente da suspensão, retoma o prazo 
por inteiro à parte). Possui legitimidade qualquer das partes, desde que o esclarecimento possa trazer-
lhe algum benefício. 
Os embargos declaratórios podem, ainda, ter efeito infringente: modificação substancial do julgado, 
quando se cuidar de omissão ou contradição. Dessa forma, os magistrados terão que decidir sobre 
ponto que ainda não tinham abordado ou sanar uma incoerência, situações que podem alterar a 
decisão. 
2) Infringentes e de Nulidade: 
“Recurso privativo da defesa, voltado a garantir uma segunda análise da matéria decidida pela turma 
julgadora, por ter havido maioria de votos e não unanimidade, ampliando-se o quórum do julgamento”, 
ensina Guilherme de Souza Nucci. 
Este recurso possibilita que não apenas os votos dos magistrados que compuseram a turma julgadora 
sejam computados, mas sim de todos que participam daquela câmara. Para ilustrar a situação, um 
exemplo é a câmara do Tribunal de Justiça, composta por cinco desembargadores, em que em um caso 
hipotético participam do julgamento apenas três, que condenam o réu (dois votos a um). Cabe, aqui, a 
interposição de embargos infringentes, chamando o restante da câmara para julgamento. 
Todavia, é preciso haver ao menos um voto favorável ao réu, ou ainda quando exista condenação 
unânime mas caso um dos votos fosse acatado, sua pena seria menor ou com benefícios penais mais 
extensos. 
Nos embargos infringentes e de nulidade, a matéria discutida pode ser voltada para questões de direito 
material, ou seja, aquelas que envolvam mérito (infringentes) ou pode ligar-se a tema exclusivamente 
processual (de nulidade). 
Em seu processamento, o recurso deve estar instruído com as razões, pois não será permitida sua 
interposição após esse prazo. A legitimidade do recurso cabe ao réu, diretamente, ou por seu defensor, 
tendo em vista que é um recurso voltado exclusivamente para o interesse da defesa. Em seguida, 
seguirá o trâmite previsto no artigo 613, CPP, sendo idêntico ao da apelação. 
HABEAS CORPUS 
1) Introdução 
O habeas corpus, apesar de estar inserido na lei processual como recurso, é ação de natureza 
constitucional que visa assegurar direitos fundamentais, coibindo qualquer ilegalidade ou abuso de 
poder contra a liberdade de locomoção. 
Seu fundamento constitucional está amparado no artigo 5º, incisos LXVIII e LXXVII: 
Art. 5º, LXVIII: “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
Art. 5º, LXXVII: “são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos 
necessários ao exercício da cidadania”. 
O instituto foi introduzido expressamente no ordenamento jurídico brasileiro a partir da Constituição 
Republicana de 1891, assim como documentos internacionais de proteção aos direitos humanos, como 
a Declaração Universal dos Direitos Humanos (art. 8º). 
2) Abrangência e Natureza jurídica 
O habeas corpus pode ser interposto perante qualquer ato constritivo direta ou indiretamente à 
liberdade, ainda que se refira a decisões jurisdicionais não vinculadas à decretação da prisão. Deixa de 
ser, portanto, apenas uma medida para cessar a prisão considerada ilegal, como originalmente era 
utilizado. 
Para Ada, Magalhães e Scarance, trata-se de ação de conhecimento, que pode objetivar um provimento 
declaratório (extinção de punibilidade), constitutivo (anulação de ato jurisdicional) ou condenatório 
(condenação nas custas da autoridade que agiu de má-fé). Já para Guilherme de Souza Nucci, o 
provimento condenatório inexiste, afinal é prevista constitucionalmente a gratuidade da ação, nunca 
havendo custas a pagar. 
Em suas lições, Nucci aduz que este instituto pode assumir duas formas, sendo: “liberatório, quando a 
ordem dada tem por finalidade a cessação de determinada ilegalidade já praticada, ou preventivo, 
quando a ordem concedida visa a assegurar que a ilegalidade ameaçada não chegue a se consumar”. 
3) Cabimento 
O artigo 648 do Código de Processo Penal elenca as possibilidades de coação ilegal em que há 
possibilidade de se impetrar habeas corpus: 
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal: 
I - quando não houver justa causa; 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
VII - quando extinta a punibilidade 
REVISÃO CRIMINAL 
Assim como o habeas corpus, a revisão criminal constitui uma ação autônoma de impugnação, para 
assegurar direitos e garantias fundamentais. 
A revisão criminal destina-se a rever a decisão condenatória, com trânsito em julgado, quando ocorreu 
erro judiciário, assemelhando-se à uma ação rescisória. É chamada de ação sui generis – apenas o autor 
que questiona o erro configura na ação, que não possui polo passivo. Sua competência originária dos 
tribunais e possui fundamento constitucional: 
Art. 5º, LXXXV, CF/88: “O Estado indenizará o condenado por erro judiciário”. 
1) Cabimento: 
Art. 621, CPP: “A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos 
comprovadamente falsos; 
III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de 
circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.” 
Requisito indispensável é o efetivo trânsito em julgado da sentença condenatória, afinal, não caberá 
revisão se houver a possibilidade da interposição de outro recurso. Todavia, entende-se que a revisão 
pode ser proposta também para sentença absolutória imprópria, isto é, aquela que é imposta ao 
inimputável. 
2) Ônus da Prova: 
O ônus da prova, ou seja, o encargo de demonstrar a inocência é do réu, que na ação de revisão criminal 
é o próprio autor. Ele deverá apresentar novos fatos e provas novas para que seu pedido possa ser 
acolhido, demonstrando a inexatidão do que foi realizado. Neste momento do processo, é vigente o 
princípio in dubio pro societate, pois a revisão criminal é uma exceção do respeito à coisa julgada. 
3) Órgão competente para julgamento: 
A competência para julgamento da revisão é originária dos tribunais. Portanto, nunca poderá ser 
apreciada por um juiz de primeira instância. O artigo 625, CPP dispõe que a revisão será distribuída a um 
relator e a um revisor, sendo necessariamente o relator um desembargador ou ministro que não tenha 
participado do processo. Assim: 
a) Se a decisão provier de magistrado de primeiro grau: o órgão competente para julgamento darevisão 
criminal será o mesmo que julgaria recurso ordinário; 
b) Se a decisão provier de câmara ou turma de tribunal de segundo grau: a revisão poderá ser interposta 
perante o próprio tribunal, que será competente para julgamento da revisão. Cabe ressaltar que aqui o 
julgamento não será feito pela mesma câmara, mas sim pelo grupo de câmaras criminais. 
c) Se a decisão provier de Órgão Especial ou Pleno do tribunal, ou dos tribunais superiores: caberá o 
julgamento ao mesmo colegiado. 
Se a decisão provier do STF ou do STJ: compete ao próprio STF ou STJ o julgamento da revisão criminal 
de seus julgados. 
 
 CASOS CONCRENTOS 1 AO 16 
 CASO 1. 
Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em 
região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após 
alguns solavancos e tortura físicopsicológica, o suspeito, de apelido Alfredinho, acabou por 
admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia 
consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a 
autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e 
indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os 
meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele 
mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o 
advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução 
criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, 
fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes. 
A forma expressa do art. 5ª, LVI, da CF/88 e do art. 157 do CPP, que proíbem a 
utilização das provas ilícitas no processo são pautadas p elo os Princípios pertinentes, 
Vedação da prova ilícita, devido processo legal e dignidade da pessoa humana. As 
provas obtidas são ilícitas e ilícitas por derivação. O habeas corpus deverá ser concedido 
ao acusado, tendo em vista que as pro vas obtidas foram mediante tortura, conforme 
prever o art. 1º, I “ a” da lei 9.4 55/97 (lei de tortura). 
CASO 2 
O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria 
estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria 
ao Vigário que garotas de programa atendem cl ientes para sat isfazer seus diversos 
desejos sexuais med iante o pagamento de entrada n o valor de R$100,00 no 
estabelecimento, e o valor d e R$500,00 p ara a atendente. Maria, efetivamente, 
responde a pro cesso crime onde lhe foi imputada a conduta descrita n o art. 229 do CP. O M 
inistério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e 
pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata- se de testemunha com alto grau de idoneidade. 
Pergunta-se: 
 1) pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob p e na de comet er o 
crime do art. 342 do CP? Não, pois trata-se de segredo sacramental da conf issão é 
inviolável, mesmo que a pessoa revele um crime. A relação entre padre e fiel segue as 
determinações mo rais e éticas do sigilo profissional. Segu ndo a inteli gência do art . 
207 do código de processo penal, são proibidas de depor as pessoas que em razão de 
ministério devam guardar segredo. 
CASO 3 
O MP of ereceu denúncia contra Caio por, em tese, o mesmo ter subtraído o aparelho 
de telefone celular de Maria, na Av. Rio Branco, na altura do nº 23 , pugnando pela 
condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP (furto qualificado pela 
destreza). No entanto, ao lon go da instrução probatória, nas declarações prestadas pela 
vít ima e pelo d epoimento de uma testemunha arrolada pela acusação, constatou -se que 
Caio teria, na ocasião d os fatos, dado um forte t apa no rosto d a vítima no momento 
em que arrebatou o aparelho celular. Assim sendo, diante das p rovas colhidas n a 
instrução probatória, o magistrado prolatou sentença condenatória contra Caio, fixando a 
pena de 4 anos e 6 meses, a ser cumprida em regime semi -aberto, diante da 
primariedade e da a usência d e antecedentes criminais do acusado, como incurso no 
art. 157 d o CP. Pergu nta -se: Agiu corretamente o magistrado? Indique na resposta 
todos os fundamentos cabíveis ao caso. 
 R: O magistrado incorreu em erro in procedendo, pois houve Mutatio Libelli n o 
presente caso, uma vez que a denúncia trouxe determinados fatos, os quais foram 
objetos de ataque da defesa. No final da instrução probatória se verifica a mudança da 
narrativa ao qual o defensor não teve oportunidade de se manifestar. Logo, c onsiderando 
que o réu se defende dos fatos, seria necessária a formação de novo contraditória, do 
contrário, fica cerceada a ampla defesa. Verifica-se a mutatio libelli, quando o juiz co 
ncluir que o fato narrado na inicial não corresponde aos fatos provados na instrução 
processual; nesse caso, deveria o magistrado remeter o processo ao Ministério Público 
que deverá aditar a peça inaugural, afim de constar os novos fatos. 
CASO 4 
HUGUINHO, ZEZINHO e LUIZINHO praticaram um roubo na Agência do Banco do 
Brasil, no centro do Rio de Janeiro. Os três comparsas, ao se evadirem do local, 
seguiram em direções d iferentes. LUIZINHO foi alcançado pela polícia e preso em 
flagrante e encontra- se pre so no Complexo de Bangu, na cidade do Rio. Os outros 
dois conseguiram escapar. HUGUINHO, para não ser en contrado vive se o cultando e 
ZEZI NHO encontra-se em local incerto e n ão sabido. Ao receber a denúncia, o juiz da 
10 ª vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, determinou, diante da situação 
descrita, que fosse realizada a citação po r edital, de acordo com o art. 363, § 1º, CPP 
dos três acu sados. Foi correta a decisão do magistrado? Justifique sua resposta. Não f oi 
correta a decisão do magistrado, pois Luizinho, nos termos do artigo 360, CPP, deveria 
ter sido citado pessoalmente, poi s encontra- se preso. Com relação aos outros 
comparsas, o edital seria o meio eficaz segundo a inteligência do artigo 363, § 1º, CPP. 
 CASO 5. 
Marcílio responde a processo crime como incurso nas penas do art. 213 do CP pois, em tese, 
teria constrangido Lucilha, mediante emprego de arma de fogo, a manter com ele relações 
sexuais. O Juiz designou Audiência de Instrução e Julgamento onde ouviu primeiramente 
Gumercindo, testemunha arrolada pela defesa, uma vez que as testemunhas arroladas pelo 
MP ainda não tinham chegado ao Fórum. Posteriormente, o Magistrado ouviu as demais 
testemunhas da acusação e da defesa e, por fim, interrogou Marcilio. Perguntase: Você, 
Defensor Público, argüiria qual tese defensiva em favor do seu assistido Marcílio? 
Resposta: A s disposi ções do arti go 400 do Código de Processo Penal , prevê que serão inq 
ui rid as as tes tem u nhas de ac usação, as de defesa, interrogando -se, em seg ui da, o ac 
usado. D e ve -se respe itar a o rdem e s tabeleci da pelo procedi mento legal , poi s o p rej 
uízo ca usado ao r é u pela i nversão da o rdem da oi ti va das testem unhas é pres umi do 
uma ve z que , se ndo uma tes tem unha de acusaçã o o uvi dano fi nal , a ac usada nã o 
poderia se co ntrapor a ela 
CASO 6 
Semprônio, motorista de um Uber, dirigia seu veículo pela pista de esquerda (pista de 
ultrpassagem), sendo certo que a sua frente estava o carro de Felizberto, septuagenário, que 
dirigia a aproximadamente 50 Km/h, o que impedia, na ocasião, Semprônio de fazer a 
ultrapassagem. Quando Felizberto parou o seu carro em um sinal de trânsito, Semprônio 
desceu de seu Uber e começou a desferir chutes e socos na lataria do carro do idoso. Uma 
viatura daPM que passava pelo local autuou Semprônio e o conduziu a sede policial onde foi 
lavrado termo circunstanciado, uma vez que a Autoridade Policial entendeu que ocorrera crime 
do art. 163, do CP. Semprônio não aceitou a proposta de transação penal oferecida pelo MP, 
sendo certo que o mesmo diante da recusa, ofereceu denúncia em face do mesmo. Ocorre que 
Semprônio ocultou-se para não ser citado e, diante disso, o Magistrado orientou o oficial de 
justiça a proceder à citação por hora certa, na forma do art.362 do CPP. Pergunta-se: Agiu 
corretamente o Magistrado no caso em conformidade com o procedimento sumaríssimo? 
O Magistrado comete erro no procedimento uma vez que deveria Ter aplicado Art. 66 único da 
lei 9099/95 e remetido o feito ao juiz comum para adoção do procedimento previsto em lei. 
 
CASO 7 
Juninho Boca, jovem de classe média da zona sul do Rio de Janeiro, está respondendo a processo 
criminal como incurso nas penas do art. 33 da lei 11.343/06 pois, em tese, seria o responsável pela 
distribuição de cocaína em um conhecido bar em Copacabana. Realizada a AIJ, na forma do art. 56 do 
mesmo diploma legal, em sede de alegações finais a defesa pugnou pela nulidade do feito, uma vez que 
o perito que havia subscrito o laudo definitivo de constatação da substância entorpecente também 
havia funcionado na elaboração do laudo prévio. Pergunta-se: Assiste razão a defesa de Juninho Boca? 
Resposta: C onforme o A r t.50, §2º da le i 11.343 /06, não assiste ra zão à defesa, pois o p eri to q 
ue s ub scre ve r o la udo pré vio não fi cará i mpedi do de partici pa r da ela boração do laudo defi 
nitivo . P orém , a úni ca ressal va g uarda guari da q uanto ao laudo defi ni ti vo q ue de verá se r 
elaborado por doi s peri tos ofi ci ai s, sob pe na de nu li da de. 
CASO 8 
(OAB) Caio, professor do curso de segurança no trânsito, motorista extremamente qualificado, guiava 
seu automóvel tendo Madalena, sua namorada, no banco do carona. Durante o trajeto, o casal começa 
a discutir asperamente, o que faz com que Caio empreenda altíssima velocidade ao automóvel. Muito 
assustada, Madalena pede insistentemente para Caio reduzir a marcha do veículo, pois àquela 
velocidade não seria possível controlar o automóvel. Caio, entretanto, respondeu aos pedidos dizendo 
ser perito em direção e refutando qualquer possibilidade de perder o controle do carro. Todavia, o 
automóvel atinge um buraco e, em razão da velocidade empreendida, acaba se desgovernando, vindo a 
atropelar três pessoas que estavam na calçada, vitimando-as fatalmente. Realizada perícia de local, que 
constatou o excesso de velocidade, e ouvidos Caio e Madalena, que relataram à autoridade policial o 
diálogo travado entre o casal, Caio foi denunciado pelo Ministério Público pela prática do crime de 
homicídio na modalidade de doloeventual, três vezes em concurso formal. Realizada Audiência de 
Instrução e Julgamento e colhida a prova, o Ministério Público pugnou pela pronúncia de Caio, nos 
exatos termos da inicial. Na qualidade de advogado de Caio, chamado aos debater orais, responda aos 
itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao 
caso: a) Qual (is) argumento (s) poderia (m) ser deduzidos em favor de seu constituinte? ; b) Qual pedido 
deveria ser realizado? ; c) Caso Caio fosse pronunciado, qual recurso poderia ser interposto e a quem a 
peça de interposição deveria ser dirigida? 
a)A m elhor tese defens iva, seria argum entar que n o caso o reu agiu com culpa consc iente , 
por que a pesar de ter sido possível a ele, antever a ocorr ência de um resultado naturalístico, 
ele sinceramente e equivoc adamente, não aceitava o resultado e ainda acr editava que nada pod 
eria acontec er, tendo em vista que ele era per ito em direção. 
b)O pedid o a ser reali zado seria pela desclassificação própria, com remessa dos autos p aro o 
órgão com competência originaria (aplicaçã o das regra s procedim entais da lei 9503/97) 
c) Neste caso o recurs o a s er interposto, seria o re curso em sentido estrito n a f orma do 
artigo 5 81, IV do C PP, e a petição deve ser endereçada ao jui z que prolatou a s entença. 
 CASO 9 
Antônio foi submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri e condenado. Após o julgamento, descobriu-se 
que integrou o Conselho de Sentença o jurado Marcelo, que havia participado do julgamento de Pedro, 
co-réu no mesmo processo, condenado por crime de roubo conexo ao delito pelo qual Antônio foi 
condenado. Pergunta-se: Qual a defesa que poderá ser apresentada pelo Defensor de Antônio em 
eventual recurso interposto? Justifique a suaresposta: 
 A defesa poderá alegar a nulidade do julgamento com base na súmula 206n do STF.No caso 
apresentado a nulidade será absoluta porque o réu foi condenado por 4x3 e o prejuízo ficou 
evidente. D esta forma, não pode servir no conselho quem tiver tomado parte, como jurado, em 
julgamento anterior, inclusive de co-réu. 
 CASO 10 
Ministério Público PR / 2008) Tício foi condenado à pena privativa de liberdade de 06(seis) anos de 
reclusão por violação ao artigo 157, parágrafo 2, incisos I e II do Código Penal. Da sentença 
condenatória, Tício foi intimado em 09/05/2008 (sexta-feira), oportunidade em que manifestou o 
interesse de não recorrer da decisão condenatória. O advogado de Tício, defensor devidamente 
constituído, fora intimado da decisão condenatória em 08/05/2008 (quinta-feira). No dia 16/05/2008, o 
advogado de Tício interpôs recurso de apelação. O recurso é tempestivo ou não? Justifique a sua 
resposta abordando as controvérsias sobre o tema indagado. 
R: Conforme entendimento do STF, em observância ao principio constitucional da ampla defesa, a 
intimação deve ser feita em face do réu e também de seu defensor constituído, contando-se o prazo a 
partir daquela que ocorreu em ultimo lugar. Assim, no caso em tela, se a última intimação se deu em 
09/05 (sexta feira), o prazo final para o oferecimento da apelação '' cinco dias'' seria em 16/05 ( sexta 
feira), sendo portanto tempestivo o recurso. 
 
CASO 11 
(OAB) Pedro, almejando a morte de José, contra ele efetua disparo de arma de fogo, acertando-o na 
região toráxica. José vem a falecer, entretanto, não em razão do disparo recebido, mas porque, com 
intenção suicida, havia ingerido dose letal de veneno momentos antes de sofrer a agressão, o que foi 
comprovado durante instrução processual. Ainda assim, Pedro foi pronunciado nos termos do previsto 
no artigo 121, caput, do Código Penal. Na condição de Advogado de Pedro: 
I. indique o recurso cabível; 
R: Recurso em sentido estrito (art. 581,{4 CPP) . Prazo de interposição 5 dias. 
II. o prazo de interposição; 
R: 5 DIAS. 
III. a argumentação visando à melhoria da situação jurídica do defendido. 
R; Desclassificação do crime consumado para tentado, já que a ação de Pedro não deu origem a morte 
de José. Cuida-se de hipótese de com causa a absolutamente independente pre existente '' art. 13 CP''. 
Indique, ainda, para todas as respostas, os respectivos dispositivos legais. 
CASO 12 
Georgefoi p ronunciado, na fo rma do art. 413 do CPP, pelo crime previsto no art. 121, § 2º, II 
do CP por, em t ese, ter matado a vítima Leônidas Malta em u ma briga na saída da boate 
TheNight. O processo tramitou regularmente na primeira fase do procedimento, com designação 
de AIJ para o dia 11 novembro de 2015, tendo sido o acusado pronunciado no dia 2 de março 
de 2016. Assim, o julgamento em Plenário ocorreu efet ivamente no d ia 9 de dezembro de 
2016. Após a oitiva das testemunhas arroladas p ara o julgamento em Plenário , como tese 
defensiva, o acusado, orientado por seu advogado, optou por exercer a garantia constitucional 
prevista no art . 5º, LXIII da CRFB/88. Em sede de debates o rais o M P sustentou a acu sação n 
os limites da denúncia, sendo certo que a defesa técnica sustentou a tese d e legít ima defesa e 
a ausência de provas nos autos que comprovassem o que fora sustentado pela acusação. 
R: recurso de apelação (prazo de 5 d ias) com a tese defe nsiva de preliminar de nulidade 
absoluta (art. 478, II, CPP). Último dia do prazo 16/12. 
2- Em 20/05/2016, Cláudio foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no artigo 33 da 
Lei 11.343/2006. Regularmente processado, ao f im da instrução criminal o mesmo foi condenado 
com fulcro no art. 33 § 4º da referida lei, a p ena base d e 05 anos, q ue foi reduzida em 2/3 
em razão do § 4º, sendo a pena final de 01 anos e 08 meses de reclusão, em regime 
semiaberto. Somente o Ministério Público recorreu da decisão, buscando af astar a aplicação do § 
4º d o art . 33 da Lei 11.343/2006. O Tribunal de Justiça, ao julgar o referido recurso, proferiu a 
segu inte decisão: nego p rovimento ao recurso e abrando o re gime prisional para o aberto, 
com expedição do alvará de soltura, substituindo a p ena privativa de liberdade por restritivas de 
direitos, a ser fixada pelo juízo da execução. Diante essa situação hipotética, mencione: a) Qual foi o 
recurso interposto pelo Ministério Púb lico? R: Apelação. art. 593,inc III do CPP 
b) a decisão proferida pelo Tribunal de Justiça está correta? Recurso cabivel apelação art 593, inc I 
do CPP Justifique sua resposta. Sim. A quetão versa , sobre os efeitos do Recurso devolutivo. 
 CASO 13 
Herculino foi condenado a 20 anos de reclusão pela p rática de lat rocínio. Na sentença 
condenatória, o juiz demonstra clara contradição entre as razões de sua fundamentação com sua 
decisão, principalmente ao acolher os d epoimentos favoráveis das testemunhas de defes a bem 
como ao considerar boa a tese de desclassificação ap resentada em alegações finais orais sob o 
argumento de violação de princípio constitucional (prova obtida por meio ilícito). Sabendo que a 
decisão foi prolatada em AIJ (audiência de instrução e ju lg amento) no dia 16 de junho, p 
ergunta-se: 
a) qual o instrumento cab ível, no caso em tela, para obter o esclarecimento da contradição? R: 
Embargos de declaração, para afastar a contradição, previsão legal art. 382 CPP 
b) qual o último d ia p ara in terposição do instrumento citado na questão anterior? R: Exclui o 
dia do começo, o prazo é de 2 dias, sendo o prazo máximo 07/03 (começa na segunda) 
c) levando em consideração q ue a decisão do s embargos se deu no dia 16 de junho (quinta-
feira), qual a data máxima para a interposição do recurso cabível contra a sentença condenatória? 
R:Os efeitos dos embargos de declaração será interruptivo, aplicando por analogia o art. 538 do 
CPC, sendo assim, o prazo do recurso de apelação será utilizado por completo de 5 dias após a 
intimação da decisão que julgou os embargos de declaração. (os embargos de declaração no 
JECRIM, o prazo é de 5 dias, e os efeitos são suspensivos) 
CASO 14 
Aristóteles foi condenado à pena de 9 anos de reclusão pela prática do crime de estupro (artigo 
213, caput, C P). Após o trânsito em julgado da sentença condenatória, Aristóteles, através de seu 
advogado, ajuíza pedido de revisão criminal da sentença que lhe fora desfavorável, sustentando 
vício processual insanável consistente na ausência da intimação de seu então patrono para a 
apresentação de resposta preliminar obrigatória (art. 396, CPP). O Tribunal de Justiça competente 
acolhe o pleito de revisão crimin al, anulando o referido processo. Nesta hipótese, pergunta-se: 
Seria juridicamente possível que, após a anulação, por meio de revisão criminal, do primeiro 
julgamento de Aristóteles, seja proferida, em um segundo julgamento pelo juízo de primeiro grau, 
sentença condenatória com imposição de sanção penal m ais gravosa do que aquela que lhe fora 
anteriormente imposta? Justifique a sua resposta: 
 R: A vedação constante no paragrafo único do art. 626 do CPP, diz respeito tanto a refortio in pejus 
como também a refortio in pejus indireta, de sorte que, se depois de declarada nula a sentença em sede 
de revisão criminal, por algum vicio insanável, e vedado que juiz prolate nova decisão com pena 
exasperada tendo em vista que seria incabível revisão criminal pro societate. 
CASO 15 
(OAB) Caio, na qualidade de diretor financeiro de uma conhecida empresa de fornecimento de 
material de informática, se apropriou das contribuições previdenciárias devidas dos empregados da 
empresa e por esta descontadas, utilizando o di nheiro para financiar um automóvel de luxo. A 
partir de comunicação feita por Adolfo, empregado da referida empresa, tal fato chegou ao 
conhecimento da Polícia Federal, dando ensejo à instauração de inquérito para apurar o crime 
previsto no artigo 168 -A do C ódigo Penal. N o curso do aludido procedimento investigatório, a 
autoridade policial apurou que Caio também havia praticado o crime de sonegação fiscal, uma 
vez que deixara de recolher ICMS relativamente às operações da mesma empresa. Ao final do 
inquérito poli cial, os fatos ficaram comprovados, também pela confissão de Caio em sede 
policial. Nessa ocasião, ele afirmou estar arrependido e apresentou comprovante de pagamento 
exclusivamente das contribuições previdenciárias devidas ao INSS, pagamento realizado após a 
instauração da investigação, ficando não paga a dívida relativa ao ICMS. Assim, o delegado 
encaminhou os autos ao Ministério Público Federal, que denunciou Caio pelos crimes previstos 
nos artigos 168-A do Código Penal e 1º, I, da Lei 8.137/90, tendo a inicial acusatória sido recebida 
pelo juiz da vara federal da localidade. Após analisar a resposta à acusação apresentada pelo advogado 
de Caio, o aludido magistrado entendeu não ser o caso de absolvição sumária, tendo designado 
audiência de instrução e ju lgamento. Com base nos fatos narrados no enunciado, responda aos 
itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente 
ao caso. 
a) Qual é o meio de impugnação cabível à decisão do Magistrado que não o absolvera sumariamente? 
 R: Caberia habeas corpus, uma vez que não ha previsão de recurso contra a decisão que não absolverá 
sumariamente o acusado, sendo cabível ação mandamental, conforme estabelece o art.

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