Buscar

CAPITULO I

Prévia do material em texto

CAPITULO I
OS CORPOS DÓCEIS
Segundo pesquisas realizadas por parte da acadêmica a respeito da obra aqui apresentada, esse capítulo seja talvez um dos mais conhecidos da obra, no mesmo, Foucault fala sobre a construção do corpo por meio da disciplina, mostrando o corpo como uma espécie de máquina, disciplinada e altamente treinada, não devendo, entretanto, deixar de ser dócil e frágil, podendo assim, ser alvo de manipulação e moldamento de caráter, sendo disciplinado e manipulado de acordo com os interesses sociais.
A forma de disciplina idealizada e aplicada nos séculos XVII e XVIII, visava um corpo com habilidades variadas, servindo para aumentar a força econômica, sendo produtivo e submisso, ou seja, se buscava criar pessoas que trabalhassem em prol de uma economia forte, que entretanto não buscassem seus direitos e não se revoltassem com a situação, sendo portanto, considerados máquinas produtivas e dóceis.
Para Foucault, a maneira de se conseguir o controle dos corpos, seria a disciplina, ou seja, segundo Foucault:
"O momento histórico das disciplinas é o momento em que nasce uma arte do corpo humano, que visa não unicamente o aumento das suas habilidades, mas a formação de uma relação que no mesmo mecanismo o torna tanto mais obediente quanto mais útil é. Forma-se então, uma política de coerções que consiste num trabalho sobre o corpo, numa manipulação calculada dos seus elementos, dos seus gestos, dos seus comportamentos. O corpo humano entra numa maquinaria de poder que o esquadrinha, o desarticula e o recompõe. A disciplina fabrica assim corpos submissos e exercitados, os chamados "corpos dóceis". A disciplina aumenta as forças do corpo (em termos econômicos de utilidade) e diminui essas mesmas forças. Ela dissocia o poder do corpo e faz dele, por um lado, uma "aptidão", uma "capacidade" que ela procura aumentar; e inverte, por outro lado, a energia, a potência que poderia resultar disso e faz dela uma relação de sujeição estrita" (FOUCAULT, 1997, p.119). 
Ainda para o autor, para que a disciplina e a autoridade sejam empregadas de forma correta, deve-se usar duas regras, a arte das distribuições e a do controle da atividade. 
A ARTE DAS DISTRIBUIÇÕES
	Nesse texto, Foucault trata primeiramente da relação de poder atuando nos espaços por meio de algumas técnicas.
	A primeira técnica compreende na especificação do local, devendo, para o autor, ser “heterogêneo a todos os outros e fechado em sim mesmo” (FOUCAULT, p. 122, 1987), sendo divididos em Colégios e Quartéis.
	A segunda técnica, seria o princípio de clausura, que trabalha o espaço de forma mais flexível, organizando um espaço de forma analítica.
	A terceira técnica, seria a regra das localizações funcionais, determinando espaços com o intuito de vigiar e romper as comunicações perigosas, mas que seja ao mesmo tempo útil, como por exemplo, um hospital ou um porto militar, que são espaços em que os corpos podem ser observados e controlados e, ao mesmo tempo, prestam alguma forma de trabalho.
	Na quarta e última técnica, podemos analisar a disciplina como uma ação com elementos intercambiáveis, pois cada um se define pelo lugar que ocupa na série e, pela distância que o separa dos outros.
O que Foucault faz, no livro todo, é descrever este modelo e seus mecanismos, suas engrenagens, seus discursos e práticas, sem necessariamente afirmar que eles foram eficazes e que não havia resistência dos sujeitos

Continue navegando