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ASSISTENCIA DE ENFERMAGEM A MULHER NO PRE PARTO%2c%5b1%5d

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ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À 
MULHER NO PRÉ-PARTO, PARTO E 
PUERPÉRIO 
MS. Ana Claudia Sierra Martins 
Especialista Enfermagem Obstétrica 
 
Terminologias 
 Gesta – gravidez ou condição materna de estar 
desenvolvendo um feto no corpo. 
 Embrião – organismo em desenvolvimento 
durante as 8 – 10 primeiras semanas. 
 Feto – concepto humano de 10 semanas até o 
parto. 
 Viabilidade – capacidade de viver, usualmente 
aceita como 24 semanas, embora a sobrevida seja 
rara. 
 
 
Terminologias 
Nuligesta – mulher que não está ou nunca 
esteve grávida. 
Primigesta – mulher grávida pela primeira 
vez. 
Multigesta – mulher que esteve grávida 
mais de uma vez. 
Terminologias 
 Pré-termo – fetos que nascem entre a 20 
semana até 36 semanas e 6 dias de gestação. 
 A termo – fetos que nascem entre 37 semanas 
até 41 semanas e 6 dias de gestação. 
 Pós-termo – fetos que nascem após ás 42 
semanas de gestação. 
 Aborto – produtos da concepção expelidos até a 
20 semana de gravidez ou com peso inferior a 
500 g. 
Terminologias 
 Para – refere-se às gestações passadas que 
alcançaram a viabilidade. 
 Nulípara – mulher que nunca levou uma gravidez 
até o período de viabilidade. 
 Primípara – mulher que levou uma gravidez até o 
período de viabilidade. 
 Multípara – mulher que levou duas ou mais 
gestações até o estágio de viabilidade. 
Parto Natural 
 Método de Grantly Dick-Read 
Cursos pré-natais - preparo da gestante e ou 
casal grávido para o advento do parto. 
Superar o medo; 
Apresentação dos métodos não 
farmacológicos para o alívio da dor. 
Técnicas de respiração para o relaxamento e 
otimizar os músculos utilizados durante o 
parto. 
Estabilidade emocional para o parto. 
Parto Natural 
 Método Psicoprofilático ou Lamaze 
Ensina a gestante substituir a resposta de 
agitação, medo e perda do controle por uma 
atividade mais proveitosa. 
Um nível elevado de atividade pode excitar o 
córtex cerebral para inibir outros estímulos, 
como a dor no trabalho de parto. 
Ensinam exercícios para fortalecer os 
músculos abdominais que relaxam o períneo. 
Técnicas de respiração. 
 
Parto Natural 
 Método Le Boyer 
Acredita-se que o feto sofre um choque psicológico 
no momento do parto. Parte do princípio de que o 
ambiente externo deve se aproximar ao ambiente 
intra-uterino. 
 Parto suave e controlado: educação pré-natal, apoio 
familiar e da equipe para reduzir a ansiedade, o 
medo e a tensão. 
 Ênfase em propiciar proteção para o eixo crânio-
sacral através da sustentação delicada da cabeça, 
pescoço e sacro do recém-nato. 
 Importância ao resgate da ligação mãe-bebê: contato 
Parto Natural 
• Parto domiciliar 
▫ O nascimento acontece no ambiente familiar. 
▫ Favorece o parto ativo e de cócoras. 
▫ Respeita a posição escolhida pela mulher. 
▫ Possibilidade de se evitar algumas práticas 
invasivas, que acontecem no ambiente hospitalar. 
▫ Ainda há resistência para esta prática, pois requer 
capacitação do profissional que assistirá o parto. 
Início do Trabalho de Parto 
 Teorias que justificam o início do TP: 
 Teoria do estiramento uterino: Útero distendido, 
aumento da pressão interna do útero e alterações 
fisiológicas que deflagram o TP. 
Aumento da ocitocina circulante. 
Diminuição da progesterona circulante, tornando 
o controle das contrações uterinas menos eficaz. 
 Aumento da produção de prostaglandinas pelas 
membranas do feto. 
Ao final da gravidez, o feto produz níveis elevados 
de cortisol, que inibe a produção progesterona 
pela placenta. 
Fatores que afetam o 
Trabalho de Parto 
• Dimensões pélvicas adequadas; 
• Dimensões e apresentação fetais 
apropriadas; 
• Contração uterina adequada. 
Dimensões pélvicas 
adequadas 
• Bacia obstétrica favorável para o nascimento 
natural: 
▫ Entrada pélvica favorável; 
▫ Porção média da pelve favorável; 
▫ Saída adequada (cóccix móvel). 
Dimensões e apresentação 
fetais apropriadas 
• Situação – longitudinal 
• Apresentação – cefálica / pélvica 
• Posição – direita / esquerda 
 
Cabeça Fetal 
• As suturas e fontanelas da cabeça fetal 
proporcionam importantes pontos para a 
determinação da posição fetal durante um 
exame vaginal. 
▫ Ossos do crânio do feto: 
 Um osso occipital posteriormente 
 Dois ossos parietais lateralmente 
 Dois ossos temporais anteriormente 
 Dois ossos frontais anteriormente 
 
Cabeça Fetal 
• Suturas do crânio do feto – espaços 
membranosos entre os ossos do crânio fetal. 
▫ Sutura frontal – entre os dois ossos frontais 
▫ Sagital – entre os dois ossos parietais 
▫ Coronal – entre os ossos frontais e parietais 
▫ Lambdóide – entre a parte posterior dos ossos 
parietais e a borda do osso occipital. 
Fontanelas 
• Espaços irregulares formados onde duas ou mais 
suturas se encontram. 
▫ As suturas e fontanelas permitem que os ossos do 
crânio do feto se superponham, para atravessar a 
pelve materna. 
 Fontanela anterior – junção das suturas sagital, 
frontal e coronal (fecha aos 18 meses). 
 Fontanela posterior – localiza-se onde a sutura 
sagital encontra a lambdóide. Menor que a anterior. 
Fecha-se com 6 a 8 semanas de idade. 
Contrações Uterina 
O TP bem sucedido depende das 
contrações uterinas, em intervalos 
regulares e intensidade adequada. 
As Contrações Uterinas são 
involuntárias; 
Durantes as Contrações Uterinas: a 
porção superior ativa do útero torna-se 
mais espessa, enquanto que o segmento 
uterino inferior estira-se e torna-se mais 
delgado. 
Eventos preliminares para o TP 
Alívio (posicionamento do feto no 
segmento uterino inferior) – ocorre 2 a 3 
semanas antes do termo, na primípara e 
mais adiante, durante o TP, na multípara. 
Melhora na respiração (descompressão 
diafragmática) 
Lordose da coluna vertebral – 
deambulação torna-se mais difícil. 
Aumento da frequência urinária. 
Eventos preliminares para o TP 
• Secreções vaginais aumentam. 
• Liberação do tampão mucoso e ráfias de 
sangue. 
• O colo uterino fica amolecido e indistinto 
(adelgação). 
• Ruptura da bolsa d’água. 
• Aumento da dor lombar. 
• Surto repentino de energia. 
Estágios do Trabalho de Parto 
Primeiro estágio do TP 
Dilatação cervical: 
Primeiras contrações verdadeiras do 
TP e termina com o desaparecimento e 
dilatação completa do colo (10 cm); 
Leva cerca de 13,3 horas na nulípara 
e 7,5 na multípara. 
Fases : latência/ativa/transição 
Fase de latência 
• Dilatação de 0 a 4 cm. 
• Contrações a cada 5 a 20 minutos, com 
duração de 20 a 40 segundos, de 
intensidade branda. 
• As contrações progridem para 5/5 min. 
Em padrão regular. 
 
 
Fase ativa 
• Dilatação de 4 a 7 cm; 
• Contrações a cada 2 a 5 minutos, com 
duração de 30 a 50 segundos e com 
intensidade branda a moderada; 
• A dilatação evolui, em média, 1,2 cm por 
hora, na nulípara, e 1,5 cm por hora na 
multípara. 
Fase de transição 
• Dilatação de 8 a 10 cm. 
• Contrações ocorrem a cada 2 a 3 minutos, 
com duração de 50 a 60 segundos e 
intensidade moderada a severa. 
Estágios do Trabalho de Parto 
• Segundo estágio do TP ou estágio de expulsão. 
▫ Começa com a dilatação completa e termina com o 
nascimento do bebê. 
▫ Pode durar de 60 a 90 minutos na nulípara e de 
20 a 45 minutos na multípara. 
 
 
Estágios do Trabalho de Parto 
• Terceiro estágio do TP, ou Estágio Placentário. 
▫ Inicia-se com o nascimento do bebê e termina com 
a expulsão da placenta. 
▫ Pode durar de poucos minutos até 30 min. 
 
Estágios do Trabalho de Parto 
•Quarto Estágio 
▫ Dura desde a expulsão da placenta até 
que a condição pós-parto da mulher 
tenha estabilizado, geralmente 1 hora 
após o nascimento). 
 
Mecanismos do Trabalho de Parto 
Encaixamento: quando o diâmetro biparietal da 
cabeça do feto atravessou a entrada da pelve. 
 Primíparas: ocorre até 2 semanas antes do início do 
TP. 
 Multíparas: Surge com o início do TP. 
Descida: ocorre durante todo o trabalho de parto 
e é essencial para rotações fetais antes do 
nascimento. 
 Realizado por ação das contrações uterinas. 
 Estagiamento é a relação entre o nível da parte 
apresentada e o nível das espinhas isquiáticas. 
Mecanismos do Trabalho de Parto 
 Flexão: flexão da cabeça, de modo que o queixo fique 
próximo ao tórax (menor diâmetro da cabeça fetal). 
 Rotação Interna: Ao se acomodar no canal do parto, 
o occipício fetal gira anteriormente. 
 Extensão: A cabeça fetal encontra resistência com os 
músculos perineais e torna-se obrigada a se estender. A 
cabeça fetal torna-se visível no anel vulvovaginal 
(coroamento). 
 Rotação externa: Quando a cabeça emerge, os 
ombros passam pela rotação interna. 
 Expulsão: Após o delivramento da cabeça fetal e a 
rotação interna dos ombros, o ombro anterior (abaixo a 
sínfise púbica) fica parado enquanto o posterior é 
expelido, seguido do anterior e pelo restante do corpo. 
Avaliação e intervenções de 
enfermagem 
 Início do Trabalho de parto: 
 Identificar o verdadeiro TP: contrações 
regulares e intensas, localizadas nas costas e no 
abdome, dilatação e apagamento do colo; não 
cessa com o uso de analgésicos. 
História da parturiente: dados do pré-natal 
(exames realizados e repetidos na 30 semana); 
cálculo da DPP e IG; investigar a ruptura da Bolsa 
d’agua; sinal de sangue vaginal; tipo sanguíneo e 
fator Rh. 
Estabelecer os sinais vitais basais materno e fetal: 
 T/P/R/PA/ACV/AR 
 Avaliar o BCF 
Avaliação e intervenções de 
enfermagem 
 Exame obstétrico e vaginal: manobra de 
Leopold e avaliação da condição do colo/ 
apresentação/ posição/ bolsa amniótica. 
 Cardiotocografia: verificar o padrão de 
contração e a resposta do BCF durante as 
contrações. 
 Amnioscopia: verificar a coloração do líquido 
amniótico. 
 
Pós-Parto 
Puerpério: 
Período que começa após o parto e 
termina quando o corpo da paciente 
voltou, o mais próximo possível, ao seu 
estado pré-gravídico, com duração de 
aproximadamente 6 semanas. 
Alterações fisiológicas 
do puerpério 
Alterações uterinas: 
Fundo do útero (pós-parto) – linha 
média, quase ao nível da cicatriz 
umbilical; 
O fundo uterino diminui 1 cm por dia, 
ou seja, 1 dedo; 
No 10 dia – adentra na cavidade pélvica 
e não mais pode ser palpado. 
 
Alterações fisiológicas 
do puerpério 
 Lóquios: secreção vaginal consistindo em 
células epiteliais adiposas, resquícios de 
membrana, decídua e sangue. 
Rubra: vermelhos por 2 a 3 dias. 
 Seroso: acastanhados por 4 a 7 dias. 
Alvo: amarelado por 7 a 10 dias. 
 
Geralmente cessam até 3 semanas do parto. 
Alterações fisiológicas 
do puerpério 
 Mamas: Com a dequitação (saída da placenta) 
os níveis de estrogênio e progesterona caem, 
elevando ainda mais a Prolactina. 
 Presença de colostro: líquido amarelado, rico em 
minerais e proteína, possui efeito laxativo sobre o 
RN. 
Apojadura: decida do leite materno, até 72 horas 
de pós-parto. 
O ingurgitamento mamário pode ocorrer entre 3 a 
5 dias após o parto. 
 
Alterações fisiológicas 
do puerpério 
 Estado emocional e comportamental: 
Estágios de Rubin (assimilação e segurança) 
Assimilação: sono reparador após o parto; 
 Comportamento passivo e dependente; 
 Preocupa-se com a sua dieta e com a dieta do RN. 
 Segurança: passa a tomar a iniciativa e agir de forma 
independente; 
 Pode necessitar de informações; 
 Preocupa-se com outros membros da família, e não 
apenas com o RN. 
Alterações fisiológicas 
do puerpério 
Euforia nos primeiros dias; 
Oscilação temporária de 
humor; 
Blue pós-parto: irritabilidade e 
comportamento depressivo, que 
não ultrapassa a 7 dias. 
Puerpério imediato, tardio e 
remoto 
 Imediato: inicia na primeira hora após o parto e 
termina no 10 dia. 
 Após a expulsão da placenta, a manutenção da 
contratilidade uterina promoverá a involução do útero, bem 
como a hemóstase do sítio de inserção placentária, 
tornando-se endurecido e globoso (globo de segurança 
de Pinard), que será sucedido pela trombose local dos 
vasos (fase de trombotamponagem) (REZENDE, 1995; 
SANTOS, 2002). 
 
 O Ministério da Saúde preconiza que o retorno da mulher e 
do recém-nascido ao serviço de saúde, deve ser entre 7 a 
10 dias após o parto, devendo ser incentivado já durante o 
pré-natal, na maternidade e pelos agentes comunitários de 
saúde na visita domiciliar (BRASIL, 2006). 
 
 
 Tardio: 10 ao 25 dia de pós-parto. 
Visitas domiciliares para avaliar risco de infecção 
puerperal, estado emocional e a prática do AME. 
 Remoto: 25 a 40 dias de pós-parto 
Visitas domiciliares para avaliar risco de infecção 
puerperal, estado emocional e a prática do AME. 
 
 
Consulta Puerperal 
 Os objetivos da consulta puerperal visam (BRASIL, 2006; 
ALMEIDA, 2004): 
 · avaliação do estado de saúde da mulher (e do 
recém-nascido) e retorno às condições pré-gravídicas; 
 · orientação e apoio á amamentação; 
 · avaliação da interação da mãe com o recém-
nascido; 
 · identificação de situações de risco ou 
intercorrências e conduzi-las; 
 · orientação sobre o planejamento familiar; 
 · complementação ou realização de ações não 
executadas no pré-natal; 
 · e ainda, orientação sobre os cuidados básicos com o 
recém-nascido. 
REFERÊNCIAS 
ALMEIDA, E. do C. M. de. Pré-Natal [Apresentação Visual]. In: VI 
Congresso Brasileiro de Medicina de Família e Comunidade, 2004. 
Disponível em: 
http://www.sbmfc.org.br/site/not/download/Pré-natal.pps (acessado 
em 27/03/2007). 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. 
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Área Técnica de 
Saúde da Mulher. Pré-natal e Puerpério: atenção qualificada e 
humanizada – manual técnico. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
 
REZENDE, J. O puerpério. Estudo clínico e assistência. In: 
Obstetrícia. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 1995. p. 358-
369. 
 
SANTOS, E. K. A. dos. Puerpério normal. In OLIVEIRA, E. de; 
MONTICELLI, M.; 
BRÜGGEMANN, O. M. (Org). Enfermagem obstétrica e 
neonatológica: textos

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