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Slides IED 1 Tercio Sampaio

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Tópicos selecionados da obra
Introdução ao Estudo do Direito
Técnica, Decisão, Dominação
Slides baseados na introdução e capítulos I e II do Livro “Introdução ao Estudo do Direito: Técnica, Decisão, Dominação” Tércio Sampaio Ferraz Junior 
Produzido pela profa. Giselle Fernandes Corrêa da Cruz
Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
Lattes: 
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Introdução (p. 16- p.24)
Direito: um dos fenômenos mais notáveis na vida humana e social
Compreender o Direito é compreender uma parte de nós mesmos
O encontro com o Direito é diversificado, conflitivo e incoerente. Linear e consequente.
O Direito é um mistério, do princípio de do fim (finalidade) da sociabilidade humana. As raízes do Direito, estariam, segundo Tércio Sampaio, na força oculta (subjetiva) que nos move a sentir remorso quando agimos indignamente e que se apodera de nós quando vimos alguém sofrer uma injustiça.
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Introdução (p. 16- p.24)
A matéria de IED é complexa, pois irá exigir o conhecimento técnico do instrumental conceitual do Direito, a experiência da vida jurídica, a intuição das raízes psíquicas, sociais, econômicas, culturais, religiosas e históricas de uma sociedade.
Nesse processo, há de se ir dizendo e ouvido as coisas do direito sem pressupor que elas já são conhecidas. Visto que o conhecimento do Direito, para o estudante iniciante, é um novo conhecimento.
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Introdução (p. 16- p.24)
O que é o Direito? Como o profissional jurídico o conhece?
Direito possui dimensões históricas + manifestações contemporâneas, atualizadas nos dias de hoje. 
Direito também deve ser visto como fenômeno decisório, instrumento de poder e, a ciência jurídica, como tecnologia.
Direito: estabilidade para o agir social. O direito atua contra a ilimitação das ações humanas e a imprevisibilidade.
Para a vida em sociedade, são necessários equilíbrio, moderação e estabilidade.
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Introdução (p. 16- p.24)
Termos: JUS ≠ LEX
JUS: justiça, virtude do justo
Lex: norma 
Essa diferenciação foi usual na antiguidade (Gregos e Romanos). Na modernidade, ocorreu uma redução progressiva do termo JUS ao termo LEX, ou seja, JUS e LEX, ou, DIREITO e NORMA foram se tornando sinônimos.
Na modernidade, o Direito passou a ser visto como um bem, um conhecimento que se produz. O Direito tornou-se um mero objeto de uso (Estado, Mercado, grupos dominantes)
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Introdução (p. 16- p.24)
A partir da modernidade, o Direito, entendido como algo produzido, objeto de estudo (caráter científico) e objeto de uso (ação humana e social), passa a ser entendido como um conjunto abstrato de normas, independente de situações reais.
O saber jurídico torna-se “neutro” e visa a atuação sobre a realidade, de forma a obter fins úteis e desejáveis. 
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Busca de uma concepção universal: concepções de língua e definição de Direito
(p.34 – p. 39) 
Não somente os juristas, mas também filósofos e cientistas sociais dedicam-se a compreensão do Direito como fenômeno universal e à tentativas de formulação de um conceito universal.
a identificação da essência (ou fundamento) de um fenômeno (no caso, o Direito, ou fenômeno jurídico) confere segurança ao estudo do mesmo e à atuação do Direito. 
Uma complexidade que não consegue ser reduzida a um conceito (aspectos uniformes e nucleares), gera angústia, sensação de que não dominamos tal objeto.
“quem não sabe por onde começar, sente-se impotente e, ou não começa, ou começa sem convicção.” (JUNIOR, Tércio Sampaio Ferraz. p.34. ob.cit)
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Busca de uma concepção universal: concepções de língua e definição de Direito
(p.34 – p. 39) 
Existe um problema relativo à concepção de língua e sua relação com a realidade, na tradição cultural ocidental.
Segundo a teoria essencialista (comum entre os juristas - área do Direito), há a convicção de que a língua é um instrumento que designa (representa) a realidade. A teoria essencialista pressupõe a possibilidade de os conceitos linguísticos refletirem uma presumida “essência” das coisas.
Assim, as palavras seriam veículos de conceitos. (a visão Platônica a esse respeito diferencia-se da visão Aristotélica.)
Essa concepção sustenta, em geral, que deve haver uma só definição válida para uma palavra, a partir de um processo de abstração das diferenças + a determinação de um núcleo.
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Busca de uma concepção universal: concepções de língua e definição de Direito
(p.34 – p. 39) 
A teoria realista da linguagem contrapõe o entendimento da concepção essencialista, fazendo objeções à possibilidade de se falar em essência designada para as palavras. Ex: diferentes sentidos para o uso da palavra “mesa”: para compor a mesa de debates convidamos.... ≠ mesa do diretor ≠ você pôs a mesa de café? ≠ essa mesa de madeira custa..., etc.
A teoria convencionalista (defendida pela filosofia analítica) entende a lingua como um sistema de signos, cuja a relação com a realidade é estabelecida arbitrariamente pelos homens. O que deve ser levado em conta é o uso (tanto no senso comum quanto no técnico) dos conceitos. E isso pode variar de sociedade para sociedade ou comunidade para comunidade.
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Busca de uma concepção universal: concepções de língua e definição de Direito
(p.34 – p. 39) 
A teoria convencionalista entende que, para chegar-se à caracterização de um conceito, a pretensão não deve ser a busca da “natureza” da “essencia” do mesmo, mas sim, os critérios vigentes para o uso comum da palavra. 
Quando nos atemos ao uso, concluímos que toda e qualquer definição é nominal, e contextual e não uma descrição da realidade.
Trazendo exemplos para o Direito, tal entedimento de uso da linguagem nos permite entender os diferentes sentidos que foram sendo dados, no decorrer do tempo às expressões: direitos dos filhos (havidos ou não na constância do casamento ante e depois da constituição de 1.988), conceito de propriedade (antes de depois da constituição de 1.988), diferentes entendimentos sobre o que significa “Relação de trabalho” diante da revolução tecnológica que temos vivenciado e diante do Novo Projeto de Lei em análise na Câmara dos deputados sobre a terceirização do vínculo trabalhista....
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Busca de uma concepção universal: concepções de língua e definição de Direito
(p.34 – p. 39) 
Os juristas, geralmente são conservadores em relação ao entendimento sobre a linguagem. Os objetos ou definições jurídicas são vistos como passíveis de possuírem definições reais. Para o entendimento majoritário entre os juristas, um definição deve refletir por meio de uma palavra, a coisa referida. 
Os juristas até admitem que o termo Direito é um termo vago, mas ainda assim acreditam que seria possível conceituar “Direito” em geral. 
Tal busca por uma definição, já dura séculos e, as raízes da polêmica envolvida em tal busca estão justamente nas diferentes concepções de língua.
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O Problema dos diferentes enfoques teóricos: Zetético e Dogmático (p. 39- p.51)
A definição do Direito é uma questão de redefinição.
O fenômeno jurídico e o estudo do direito não é um dado, é um resultado que só existe e se realiza em uma prática interpretativa. 
A linguagem para o Direito: é informativa + diretiva.
Qualquer definição do Direito pode ser superada e deixar de ser atuante em dado momento ou contexto.
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O Problema dos diferentes enfoques teóricos: Zetético e Dogmático (p. 39- p.51)
O Direito, enquanto objeto de estudo, pode ser estudado sob diferentes ângulos ou enfoques, segundo o proposto por Viehweg (1.969): o enfoque Zetético e o enfoque Dogmático.
Todo ramo do conhecimento visa responder perguntas ou questões. Existem 2 possibilidades de se proceder à investigação de um problema: 
1- acentuando o aspecto da pergunta. Neste caso, os conceitos básicos, as premissas, os princípios, ficam abertos. São postos em cheque. Assim, as bases que organizam o sistema permanecem abertos às críticas.
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O Problema dos diferentes enfoques teóricos: Zetético e Dogmático (p. 39-p.51)
2 – acentuando o aspecto da resposta: neste enfoque, os conceitos básicos são postos de forma absoluta, inatacáveis, como soluções insubstituíveis. Premissas “estáveis” que orientam e conduzem as respostas.
 Zetético – Zetein : perquerir
Dogmática – Dokein: ensinar, doutrinar
 
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O Problema dos diferentes enfoques teóricos: Zetético e Dogmático (p. 39- p.51)
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O Problema dos diferentes enfoques teóricos: Zetético e Dogmático (p. 39- p.51)
As disciplinas zetéticas consistem em disciplinas gerais (psicologia, antropologia, história, sociologia, filosofia, etc.) que abrem espaços em suas investigações para o fenômeno jurídico.
Ex: Sociologia do direito/ psicologia forense/ filosofia do direito/ criminologia (ramo da sociologia), etc.
Há assim uma ampliação do fenômeno jurídico. Estuda-se com profundidade, porém, sem limitar-se aos problemas relativos à decisão dos conflitos. A preocupação não é a de criar condições para decisão.
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O Direito como objeto de Conhecimento: Perfil Histórico
Tópicos baseados na vídeo aula: História do Direito (2) , série “Saber Direito”, produção TV Justiça. Disponível no You Tube.
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Direito e conhecimento do Direito: Origens
Diké: nomeava a deusa grega da Justiça, mas era a mesma palavra (Diké) deriva de um vocábulo 	que significa “limites às terras de um homem”.
Expressão também ligada ao prório, à propriedade, ao que é de cada um. Ao que é devido, exigível, à culpa.
Diké: poder de estabelecer o equilíbrio social em tal conotação abrangente. 
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Direito e conhecimento do Direito: Origens
Em sociedades primitivas: tal poder organizador está fundado no princípio do parentesco. Todos, dentro da comunidade, são parentes. O não-parente é uma figura estranha, “o outro”, estrangeiro. No direito arcaico o poder de estabelecer o equilíbrio social liga-se ao parentesco, e só há lugar para uma única ordem: a existente, que é a única possível, porque é sagrada.
Direito primitivo: forma rígida de distribuição social, em que seu contraventor é imediatamente expulso da comunidade. Ou estamos dentro dela (com o Direito) ou, fora dela.
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Direito e conhecimento do Direito: Origens
Direito como regras gerais: maneiras características de agir do povo.
No Direito primitivo, o conhecimento do direito não se separa das ações de regulação pelo direito. Assim, confundem-se a existência, a guarda, a aplicação e o saber do direito.
Com o desenvolvimento das sociedades (aumento de complexidade), a base da organização social se altera. Nas culturas pre-modernas (China, India, Grécia e Roma) aparecem os mercados. Estes, passam a ser exercidos por comerciantes, não apenas pelos patriarcas.
Aparece assim, o domínio político, localizado em centros de administração e diferenciado da organização religiosa, guerreira, cultural, etc. (Luhmann)
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Direito e conhecimento do Direito: Origens
Primado do centro político – Direito como poder de estabelecimento do equilíbrio social.
Comunidades passam a se organizar como polis ou sociedade política.
Forma hierárquica de domínio baseada em prestígio. Necessidades de símbolos que determinam quem é quem na sociedade.
O direito continua sendo uma ordem que atravessa todos os setores da vida social, mas que não se confunde com eles.
Passa a ser possível contrapor o sacerdote ao guerreiro, o pai ao filho, o comerciante ao governante, sem que o direito identifique-se com este ou aquele.
O contraventor deixa de ser alguém que está fora da comunidade, para ser alguém que pode invocar o mesmo direito que alguém invoca contra ele, dentro da comunidade.
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Direito e conhecimento do Direito: Origens
O direito, como ordem, supera a visão primitiva do direito como o bem, em oposição ao antijurídico que se identifica com o mal. 
Ao comportamento desviante: dá-se então o tratamento vai procedimentos decisórios regulados, surgindo as formas de jurisdição: juízes, tribunais, partes, advogados, etc...
O direito abarca o lícito e o ilícito, pois ambos são comportamentos jurídicos. Um permitido, outro, proibido.
Procedimentalização do direito = surgimento dos juristas, grupo especializado na arte argumentativa. (direito Romano).
Nasce a arte de conhecer, elaborar e trabalhar o direito.
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Direito e conhecimento do Direito: Origens
O CONHECIMENTO DO DIREITO COMO ALGO DIFERENCIADO DELE, É UMA CONQUISTA TARDIA DA CULTURA HUMANA.
Uma compreensão do que é direito objeto não pode ser alcançada sem que se mostre como uma cultura teorizou o próprio direito.
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Formação da teoria dogmática na tradição ocidental (continental)
Dogmática jurídica na perspectiva de um panorama histórico: identificação do papel por ela desempenhado na vida social e o modo como o pensamento dogmático desenvolveu-se em nossa cultura.
Origens do pensamento jurídico continental europeu (exclusão do pensamento anglo-saxão). Retorno à Roma antiga.
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Formação da teoria dogmática na tradição ocidental (continental)
Confira no mapa abaixo os países que possuem tradição jurídica continental (ou civil law)
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Retrospectiva: Direito Grego
Os gregos não foram grandes juristas.
O Direito deveria ser fruto da Justiça. Esta, por sua vez, deveria estar na mente coletiva. (escolas históricas, sociológicas de interpretação – hermenêutica)
Literatura jurídica: recitais de normas, formas poéticas, produção literária grega.
Fonte principal do Direito Grego: nomos (normas). Não eram codificadas.
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Retrospectiva: Direito Grego
Magistrados: não eram julgadores. Eram sorteados entre os sorteados eleitos.
Árbitro: figura similar aos juízes , eram julgadores privados, escolhidos pelas partes em litígio.
Lei de Dracon: legislação mais antiga de Atenas (620 a.C)
 - todas as normas se tornariam públicas.
Recursos aos tribunais quando havia conflitos entre clãs, não entre os indivíduos.
Repressão de delitos (lei draconiana)
Penas: exílio (banimento)/perda de cidadania/pena de morte 
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Retrospectiva: Direito Grego
Sólon (legislador): tinha habilidade comercial. Legislou com menos severidade para com os devedores.
Igualdade civil no tratamento dos endividados, que não seriam mais escravizados devido ao endividamento.
Visão coletiva de Justiça: justiça nas mãos dos cidadãos.
Previsões de pena de morte e de pena pecuniária.
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Direito Romano
Período da Realeza: Reis eleitos – desempenhavam papel de juízes supremos e soberanos.
Mescla de aspectos religiosos, administrativo e justiça.
Senado: não tinham poder. Aconselhavam o Rei, somente, dando sugestão de decisões, de medidas.
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Direito Romano
Período da República (coisa do povo):
Pulverizou os mandatos dos gestores.
Senadores vitalícios (memória). Os senadores detiveram parcela do poder.
Magistrados: administradores da justiça. 
Ordinários: limites do litígio. Procedimentos nos julgamentos.
Sensores: realizavam o senso da população a cada 5 anos: contavam famílias, pessoas, bens, patrimônio.
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Direito Romano
Período do Império: auge do Império Romano 
Produção do Direito Romano:
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Direito Romano
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Direito Romano
Período arcaico: famílias (cidadãos eram vistos como membros de uma família)
Lei das 12 tábuas: igualdade jurídica. Igualdade de tratamento perante a lei.
Terra alienável pelo particular.
Direito de vizinhaça
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Direito Romano
Período clássico:
Direito privado:
Laico
Divisão entre direito público e direito privado
Os costumes passam a dar lugar para o direito
Pretores: administradores da justiça – edicta.
Consolidação das normas procedimentais.
jurisconsultos/ prudentes: agere (agir) – indicação sobre como os magistrados deveriam agir.
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Direito Romano
Direito pós-clássico: Imperador Justiniano
Conservou os trabalhos dos compiladores (pretores e jurisconsultos).
Corpus Juris Civilis – CJC : Grande Codificação Romana
Com a queda do Império Romano, retornam aos costumespara a regulação social.
Retomada do CJC no século XII em Bologna (Itália).
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Direito Romano
Legados do Direito Romano:
Princípios da temporalidade e especialidade da Lei (LINDB)
Litispendência e coisa julgada
Casa : asilo inviolável, intransponível (exceções). Ordem judicial.
Princípio da boa-fé, confiança nos negócios jurídicos.
Normas para testamento/tutela/curatela
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Direito Romano
Legados para o Direito Penal:
Princípio da intranscendência 
In dubio pro reo (evitar a punição injusta)
Tipos penais: roubo, furto, dano, injúria, falso testemunho.
Julgamento dos crimes públicos pelo Estado – pena capital (de morte)
Crimes particulares (confiados aos particulares – não julgados pelos Estados)
Princípio da reserva legal.
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Dogmaticidade na Idade Média (p. 61-p.65)
O direito como dogma: existia uma ordem divina, expressa na Lei
Lei e Ordem: chave mestra da concepção medieval de Direito
Permanência do caráter sagrado do Direito.
Porém, altera-se a dimensão de sacralidade do Direito: na idade média, devido a cosmovisão da religião cristã, a sacralidade é transcendente (de origem externa à vida do homem). Visão diferenciada em relação aos romanos e gregos, por exemplo) cujo caráter sagrado (inclusive do Direito) era imanente (mítico, de fundação, interno).
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Dogmaticidade na Idade Média
A ciência européia do Direito nasce em Bolonha, no século XI
Confere dogmaticidade ao pensamento prudencial dos romanos.
O pensamento dogmático tem suas origens localizadas nesse período.
Desenvolve-se a partir das resenhas críticas dos digestos justianeus, que foram transformados em textos escolares para ensino na universidade de Bolonha.
Aceitos como base indiscutível (dogma) do direito, eram submetidos a técnica de análise trivium: 3 aspectos (Gramática/ retórica/ dialética)
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Dogmaticidade na Idade Média
Os Glosadores eram os que exerciam tal tarefa de análise dos textos.
Os glosadores harmonizavam os textos, diante das contrariedades/dúvidas/ambiguidades que os textos do Corpus Juris Civilis (CJC) apresentavam.
Tal trabalho, exegético, dava-se em busca de uma solução para tais ambiguidades. 
Os glosadores estabeleciam critérios retóricos para tal tarefa, como hierarquização dos textos, divisão em textos gerais ou especiais, divisão segundo a autoria do texto, etc. 
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Dogmaticidade na Idade Média
Fontes do Direito na Idade Média:
1- Corpus Juris Civilis (Justiniano)
2 -Decretam (Graciano)
3 -Fontes Eclesiásticas (Cânones – Direito Canônico)
4- Coleção de decretos papais
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Dogmaticidade na Idade Média
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Direito na Era Moderna
A partir do Renascimento (fim do século XIV e início do século XVII) o Direito vai perdendo seu caráter sagrado e se tornará um conhecimento técnico.
Na transição do Antigo Regime para a Era Moderna (Revolução Francesa século XVIII) o Direito passa a ser visto como algo produzido artificialmente (posto por uma vontade – Estado) e não mais como um Direito que emana dos costumes e da vontade divina.
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Direito na Era Moderna (p.65 – p.72)
Direito Racional (1.600 – 1.800): teorias racionais influenciam o pensamento jurídico.
O humanismo renascentista refina os métodos de interpretação dos textos romanos e abre as portas para a entrada da ciência moderna na teoria jurídica.
O Direito passa a ser aquele que irá assegurar as condições efetivas e racionais (enquanto resultado de um processo de construção racional sobre o que é o Direito) de sobrevivência em sociedade.
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Direito na Era Moderna
Para responder às necessidades básicas de uma (nova) sociedade complexa, que era a sociedade moderna, o Direito passa a ofertar soluções técnicas, baseadas em doutrinas jurídicas.
A base do Direito passa a ser:
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Direito na Era Moderna
Neutralidade, racionalização e formalização conferem
Sistematicidade (entendendo-se sistema como um mecanismo, partes ligadas umas às outras, um organismo, ligação de partes com partes em uma totalidade. Ordenação. Essa sistematicidade na formulação do Direito não estava presente nas atividades dos Glosadores, durante a Idade Média
Exatidão lógica + concatenação das proposições: O Direito conquista uma metodologia própria (sec. XVII e XVIII)
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Direito na Era Moderna
A partir de então, os juristas passam a focar na formulação de Leis Naturais, que fossem universalmente válidas. Parte-se do entendimento do homem como um ser natural, concebido em um mundo regido por leis naturais. 
Samuel Pufendorf (sec. XVII): jurista alemão, de grande influência na Europa, foi um dos expoentes autores do Jusnaturalismo.
Para Pufendorf, as prescrições do Direito Natural pressupõem a natureza decaída do homem (cosmovisão judaico-cristã) e, por isso, toda ordenação e todo direito contém, pela sua própria essência, uma proibição. O intuito é o de regular as nossas ações (motivadas por instintos corrompidos) e que, se não forem reguladas (externamente), impossibilitarão a vida social.
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Direito na Era Moderna
O Direito Natural, na concepção de Pufendorf, tem seu fundamento na vontade (divina) que originalmente fixou os princípios da razão humana perpetuamente.
O Direito Natural tem função imperativa. O caráter fundamental do Direito Natural repousa em sua função imperativa (de comando, daquilo que obriga a fazer ou deixar de fazer alguma coisa) e não na função indicativa (que apenas mostra ou informa o conteúdo da prescrição).
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Direito na Era Moderna
Para Pufendorf: O princípio racional (construído pela razão, abstração teórica proposta) que dá origem ao Direito Natural, é o princípio da Socialitas, que se contrapõe ao princípio da imbecillitas.
A socialitas não é o Direito Natural. Ela fornece o fundamento racional do conteúdo do Direito Natural. A socialitas é um princípio de caráter indicativo, informativo.
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Direito na Era Moderna
A jurisprudência do Direito na era Moderna quebra o elo existente entre a jurisprudência e o procedimento dogmático fundado na autoridade dos textos romanos.
Porém, não rompe com o caráter dogmático, mas ao contrário, tenta aperfeiçoar-lhe, dando-lhe uma qualidade de sistema, que se constrói a partir de premissas, cuja validade repousa em sua generalidade racional.
A teoria jurídica moderna muda seu estatuto teórico = não é mais nem contemplação, nem manifestação de autoridade, nem exegese à moda medieval, mas capacidade de reprodução artificial (laboratorial, racional) de processos naturais.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Experiência jurídica entre os séculos XVI e XVIII: o Direito foi se tornando cada vez mais escrito.
Rápido crescimento da quantidade de Leis emanadas do poder constituído e também pela redação oficial e decretação da maior parte das regras costumeiras.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Direito escrito: acarretou importantes transformações na concepção de Direito e de seu conhecimento.
Aumento de possibilidades de confrontos entre os diversos conjuntos normativos, dada a maior disponibilidade das fontes.
Passa-se a estabelecer hierarquias entre as fontes e entre as regras.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Nos períodos anteriores: proeminência dos costumes, do Direito não escrito sobre o Direito escrito.
Com o advento do estado absolutista: aumenta a necessidade de concentração do poder de legislar, o que acarreta a relevância do Direito escrito.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Relevância do Direito escrito
 lei: principal fonte do Direito escrito
Direito: sistema de normas postas
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
A teoria clássica da divisão dos poderes (executivo – legislativo – judiciário) : claros objetivos anti hierarquizantesX concepção personalista (arbitrária) anterior (Antigo Regime).
Acarretou a separação entre a política e o Direito: advento do ESTADO DE DIREITO: o próprio poder que institui as regras, submete-se a elas.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Busca-se neutralizar a influência da política no Poder Judiciário.
Surge assim uma nova forma de saber jurídico: A Ciência do Direito do século XIX
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Uma vez que a lei passa a ser a principal fonte do Direito, este, o Direito, muda toda vez que se altera a legislação.
Destarte, em comparação com o passado, o Direito passa a ser passível de constantes mudanças e transformações.
Em todos os tempos, o Direito havia sido algo estável, face às transformações do mundo. 
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Fundamento da antiga “estabilidade” do Direito:
Tradição para os romanos
Revelação Divina na Idade Média
Razão na era moderna
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Consciência social do século XIX: a mutabilidade do Direito passa a ser a regra.
Institucionalização da mutabilidade do Direito na cultura de então
Corresponderá ao fenômeno da 
POSITIVAÇÃO DO DIREITO (Luhmann)
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Sentido filosófico e sociológico da positivação:
Filosófico: positivação – ato de positivar, isto é, de estabelecer o Direito por força de um ato de vontade.
Em tal perspectiva, o Direito seria um conjunto de normas que valem por força de serem postas pela autoridade constituída e, só por força de outra posição, podem ser revogadas.
Atos de vontade – atos decisórios Positivação passa a ser o termo correlato de decisão. 
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Positivação: “Fenômeno em que todas as valorações, regras e expectativas de comportamento na sociedade têm de ser filtradas através de processos decisórios, antes de adquirir validade jurídica.” (Luhmann, 1.972)
O Direito positivo não é somente aquele posto por decisão, mas além disso, aquele cujas premissas da decisão que o põem também são postas por decisão.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
A tese de que só existe um direito, o positivo, nos termos expostos, é o fundamento do positivismo jurídico, corrente dominante no século XIX. 
Contraponto entre o monismo jurídico (defendido pelo Direito moderno) e o pluralismo jurídico (realidade sociológica e antropológica da existência de outras esferas de juridicidade, que não somente a visão hegemônica do Direito moderno, que, por sua vez, se auto intitulou a única fonte de juridicidade).
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
 Sentido Sociológico de Positivismo:
 O fenômeno da positivação no século XIX – crescente importância da lei votada pelos parlamentos como fonte do Direito.
 Origem na crítica do Iluminismo ao arbítrio das decisões e à dependência do príncipe (política).
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Crítica do Iluminismo + necessidade de segurança da burguesia = valorização dos preceitos legais, respeito quase mítico pela lei. (// com o termo “primado do Direito” do sociólogo Boaventura de Sousa Santos) 
Processo de redução do jurídico ao legal (sec. XIX) = legalismo.
Exigências políticas e econômicas por respostas mais prontas do Direito, que não eram fornecidas pelo Direito Costumeiro. 
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
O núcleo do fenômeno da positivação em seu sentido social está na instrumentalização do Direito.
A Escola da Exegese: Escola de interpretação do Direito, desenvolvida a partir do advento do Código Civil Francês (1.804). Espelhou tal movimento de instrumentalização do Direito.
O Código Civil Francês regulamentou em todos os detalhes a vida dos indivíduos (nascimento, aquisição de capacidade, exercício de atos da vida civil, e sucessão em virtude de morte). 
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
O Código civil buscou colocar todos os cidadãos sob o domínio da Lei, assegurando a igualdade e regulando o dever ser em sociedade.
O Código Civil buscou colocar fim no arbítrio do Estado.
Antigo regime: o juiz era o longa manus do Imperador.
Após a revolução: Juiz como boca da Lei.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
 Reação ao entendimento do Direito segundo a Escola da Exegese: na Alemanha, desenvolve-se a Escola Histórica (Savigny)
Escola Histórica: afirmação da historicidade do Direito, da mutabilidade histórica do Direito. 
Se o Direito muda, isso não invalida a qualidade científica do seu conhecimento, pois ele muda historicamente.
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Positivação do Direito a partir do séc. XIX: o Direito como norma posta
Para Savigny: não é a Lei, racionalmente formulada pelo legislador, que será o objeto da ocupação do jurista.
Mas sim, a convicção comum do povo (espírito do povo) ou volksgeist.
Espírito do povo: fonte originária do Direito, dá o sentido histórico do Direito, em constante transformação.

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