Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ecossistemas Microbianos Aquáticos e Marinhos UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Diversidade Microbiana Prof. Helson Mario E-mail: helson@unb.br Objetivos: Conhecer um produtor primario. Conhecer, em ambientes aquáticos, os micro-organismos que estão presentes nos oceanos abertos e no mar profundo. Compreender a dinâmica da distribuição dos diferentes grupos de micro-organismos nas diferentes profundidades. MICRO-ORGANISMOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS No meio aquático os nutrientes estão diluídos: - baixa diversidade microbiana A presença de matéria orgânica aumenta sua atividade Micro-organismos podem: • mudar a composição química da água • fornecer nutrientes para outros organismos • representar um grande risco para a saúde MICRO-ORGANISMOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS Os micro-organismos dependem das condições físicas e químicas a) Temperatura • superfície: - varia de 0 ºC nos pólos a 40 ºC nos trópicos • sob a superfície: - 90 % do ambiente marinho estão a 5 ºC PSICRÓFILOS • nas fendas oceânicas: - habitats com alta temperatura (acima de 100 ºC) TERMÓFILOS » Pyrodictium occultum (ótimo 105ºC, Itália) b) Pressão hidrostática: devido a coluna de água – danos as células MICRO-ORGANISMOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS Nas baixas e médias latitudes ocorre uma variação brusca da temperatura Mudanças da temperatura acarretam em alterações na densidade, viscosidade e solubilidade e oxigênio, que por sua vez podem influenciar na flutuabilidade, locomoção e respiração dos organismos. MICRO-ORGANISMOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS c) Luz – A vida na água depende, direta ou indiretamente, dos produtos da fotossíntese • Algas e cianobactérias são os principais micro-organismos fotossintetizantes encontrados nos ambientes aquáticos - estão limitados às regiões superficiais d) Salinidade – água doce: 0 % – água do mar: 2,75 % de NaCl + outros sais +/- 3,5 % HALOFÍLICOS – lagos salgados (ex.: Salt Lake, EUA): 32 % HALOFÍLICOS EXTREMOS MICRO-ORGANISMOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS e) Turbidez Material suspenso: • partículas minerais: erosão das rochas, solo • Micro-organismos suspensos • matéria orgânica: tecidos vegetais e animais • Ao mesmo tempo que impede a passagem da luz, serve de superfície de adesão e fonte de nutrientes f) pH – A maioria dos micro-organismos aquáticos cresce melhor próximo à neutralidade – pH dos oceanos: 7,5 - 8,5 – lagos e rios: variação ampla • Archaea de lagos do sul da África: 11,5 • Archaea de geisers: 1,0 MICRO-ORGANISMOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS • Nutrientes • orgânicos e inorgânicos – nitratos e fosfatos: » Algas eutrofização O2 crescimento de outros organismos • carga de nutrientes: – águas próximas à praia: variável devido aos esgotos – águas de mar aberto: estável e baixa » baixo fitoplâncton (baixo N e Fe) » baixa atividade heterotrófica » atividade fotossintetizante: cianobactérias • efluentes industriais: presença de antimicrobianos » alguns micro-organismos convertem tais substâncias em formas menos nocivas: Pseudomonas spp.: mercúrio metil mercúrio (volátil) ECOSSISTEMAS MICROBIANOS MARINHOS Os oceanos diferem dos ambientes de água doce sob vários aspectos, particularmente na salinidade, na temperatura média, na profundidade e no status de nutrientes. Micro-organismos presentes em dois hábitats: 1. Os oceanos abertos 2. O mar profundo Oceanos Abertos Quando comparadas a muitos ambientes de água doce, as concentrações de nutrientes em oceanos abertos (zona pelágica) são frequentemente muito baixas. As temperaturas das águas oceânicas são mais frias e sazonalmente mais constantes do que aquelas da maioria dos lagos de água doce. A atividade dos fototróficos marinhos é limitada. O número total de células microbianas é geralmente menor nos oceanos do que em água doce. Oceanos Abertos O sequestro de CO2 e a produção de oxigênio decorrente da fotossíntese oxigênica que ocorrem coletivamente nos oceanos são os principais fatores do balanço do carbono na Terra. A salinidade é relativamente constante na zona pelágica, sendo mais variável nas áreas costeiras. As águas costeiras normalmente contem mais micro- organismos que as águas pelágicas. As baias e enseadas marinhas que recebem esgoto ou dejetos industriais podem ser ricas em populações de de fitoplâncton e bactérias. Produtividade Primária: Prochlorococcus Proclorófitas – minúsculos procariotos fototróficos filogeneticamente relacionados às cianobactérias, responsáveis por grande parte da produtividade primárias em oceanos abertos. Prochlorococcus: Contém as clorofilas a e b; Desprovido de ficobilinas (pigmentos de cianobactérias); Coloração verde oliva (como as algas verdes), em vez de coloração mais azulada das cianobactérias; Fototrófico oxigênico dominante em oceanos tropicais e subtropicais; Densidade celulares atingem 105/mL; Responsáveis por mais de 40% da biomassa de fototróficos marinhos, e até 50% da produção primária líquida; Menor genoma entre os fototróficos oxigênicos. Outros fototróficos pelágicos Trichodesmium: Cianobactéria filamentosa, planctônica, fototrófica abundante e amplamente distribuída em oceanos tropicais e subtropicais; Células formam tufos de filamentos que constituem uma fração significativa de biomassa em suspensão; Fixadora nitrogênio Contem ficobilinas, ausentes em proclorófitas, diferindo, assim desses organismos em suas propriedades de absorção; Diminutos eucariotos fototróficos são também encontrados em águas oceânicas costeiras e pelágicas, estando alguns deles dentre as menores células eucarióticas. Ex.: Ostreococcus (algas verdes muito primitivas, menor que E. coli!) Produtividade Primária: Prochlorococcus Trichodesmium Ostreoccus Prochlorococcus Micro-organismos não fototróficos da zona pelágica: Pelagibacter Apesar das concentrações extremamente baixas de carbono orgânico, populações significativas, entre 105-106/mL, de pequenos procariotos heterotróficos planctônicos estão presentes em águas pelágicas. Pelagibacter: Oligotrófico (como a maioria dos procariotos oceânicos); Quimiorganotrófico; Possui genes que codificam uma forma de pigmento visual rodopsina; A proteorrodopsina complementa o metabolismo energético; Porém, não são considerados fototróficos. Fototróficos anoxigênicos aeróbios Organismos que contém bacterioclorofila a e catalisam reações fotossintéticas luminosas apenas em condições aeróbias. Erythrobacter, Roseobacter e Citromicrobium: Todos gêneros de Alphaproteobacteria; Sintetizam ATP por fotofosforilação, na presença de O2, porém são incapazes de crescer autotroficamente; Dependem do carbono orgânico como fonte de carbono; Distribuição de Archaea e Bacteria em águas pelágicas O numero de procariotos presentes em mar aberto diminui de acordo com a profundidade; Em geral, espécies de Bacteria predominam nas águas superficiais; As Archaea presentes em águas mais profundas; Crenarchaeota – filo de Archaea que inclui os hipertermofílicos; Distribuição de Archaea e Bacteria em águas pelágicas Vírus marinhos São os micro-organismos mais abundantes do ambientes marinhos;Na água do mar típica pode corresponder a 107 partículas de vírions por mililitro; A maioria deles são bacteriófagos, que infectam espécies de Bacteria, e a vírus de archaeas, que infectam espécies de Archaea; O número de partículas virais na água do mar é cerca de 10x maior do que a média de células procarióticas presentes; Em águas costeiras, onde o número de células de bactérias é maior, o número de vírus é também maior; O MAR PROFUNDO E A BAROFILIA Águas com profundidade superiores a 1.000 m têm, comparativamente, menor atividade biológica, sendo referidas como mar profundo. CONDIÇÕES EM MAR PROFUNDO Os organismos que habitam o mar profundo deparam-se com três importantes extremos ambientes: Baixa temperatura; Alta pressão; Baixas concentrações de nutrientes. Os micro-organismos são quimiotróficos, sendo capazes de crescer sob elevada pressão e condições oligotróficas, em baixas temperaturas. Bactérias isoladas de águas oceânicas em profundidades superiores a 100 m são psicrofílicas ou psicrotolerantes. Bactérias barotolerantes e barofílicas Barotolerantes - organismos que simplesmente toleram altas pressões, porém não exibem melhor crescimento sob pressão; Barofílicos – exibem melhor crescimento sob pressão. Barófilos extremos – são encontrados em águas ainda mais profundas (10.000 m). Esses organismos apresentam necessidades absolutas e significativas de pressão para seu crescimento. Bactérias barotolerantes e barofílicas Madigan et al., 2008. MADIGAN, M.T.; MARTINKO, J.M.; DUNLAP, P.V., CLARK, D.P. Microbiologia de Brock. Tradução: Andrea Queiroz Maranhão ... [et al.]. 12 edição. Porto Alegre: Artmed, 2010. Capítulo 23 para esta aula. Bibliografia para Consulta
Compartilhar