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resumo de processo civil 3 Maria Carolina 2018.2

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PROCESSO CIVIL 3 – PROFA MARIA CAROLINA 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
 Ordem do Processo nos Tribunais 
 Teoria Geral dos Recursos 
 Recursos em Espécie 
 IRDR – Demandas Repetitivas 
 Assunção de Competência 
 Precedentes Judiciais 
 Procedimentos Especiais 
 Jurisdição Contenciosa 
 Jurisdição Voluntária 
 
BIBLIOGRAFIA 
 Curso de Processo Civil Contemporâneo (Humberto Dalla) 
 Curso de Processo Civil (Humberto Teodoro) 
 Curso Completo de Processo Civil (Rodolfo Hartman) 
 Curso de Processo Civil Sistematizado (Aroldo Lourenço) 
 CPC Atualizado e Informativos do STF 
 
CASOS CONCRETOS 
Para a prova, trazer todos os comprovantes de postagens e o 
caso 1 da aula 1 corrigido. 
 
 
 
REVISÃO DO PROCESSO 
 Petição Inicial (art. 319 do CPC) 
 Audiência de Conciliação (art. 304 do CPC) 
 Resposta do Réu (art. 335 do CPC) 
 Providências Preliminares (art. 347 do CPC) 
 Provas (arts. 369 e seguintes do CPC) 
 AIJ (art. 358 do CPC) 
 Sentença (arts. 485, 487 e 489 do CPC) 
 
Sentença 
 Coisa Julgada 
 Recursos 
 
Processos 
 Conhecimento 
 Execução 
 
Procedimentos 
 Comum 
 Especial 
 Jurisdição Contenciosa 
 Jurisdição Voluntária 
 
DA ORDEM DO PROCESSO NO TRIBUNAL 
 
 Análise do art. 926 do CPC 
 Provimentos Judiciais Vinculantes (arts. 927 e 932, IV e V do CPC) 
 Isonomia 
 Previsibilidade 
 Segurança jurídica 
 Andamento: 
 Autos registrados na secretaria (art. 929 do CPC) 
 Distribuição para Câmaras (art. 930 do CPC) 
 Designação de Relator (arts. 931 e 932 do CPC) 
 Designação de Desembargador Presidente (arts. 934 a 936 do 
CPC) 
 Sessão de Julgamento (art. 937 do CPC) 
 
Uma das inovações do CPC de 2015 foi o sistema de 
provimentos judiciais vinculantes, indicados nos arts. 332, 496, §4º, 927 e 
932, IV e V do CPC. Basicamente, os PJV têm como objetivo garantir a 
isonomia, a previsibilidade e a segurança jurídica. 
É um dos exemplos da common law no nosso ordenamento 
jurídico. É possível afirmar que o Brasil adota um sistema jurídico híbrido, 
diante da tradição romano-germânica da civil law aliada à common law. 
 
TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
 
Conceito – extensão do direito de ação. 
Natureza jurídica – ônus processual. 
Finalidades – reformar, invalidar, esclarecer ou integrar a decisão 
impugnada. 
Espécies – art. 994 do CPC. 
 
O rol do art. 994 do CPC é exemplificativo, porém somente a 
união pode legislar sobre matéria processual, conforme o art. 22, I, da CRFB. 
Todavia, em matéria procedimental, a competência é concorrente entre a 
União, estados e o Distrito Federal, para legislar em materia procedimental, 
nos termos do art. 24, XI, da CRFB. 
 
PRINCÍPIOS DOS RECURSOS 
 Duplo grau de jurisdição – garante a revisão das decisões judiciais, 
para correção de error in judicando e error in procedendo. 
 Taxatividade – só é considerado recurso o que a lei disser que é, seja 
no CPC ou na legislação extravagante. Não se pode confundir os 
recursos com os chamados sucedâneos recursais, que têm o mesmo 
objetivo, mas que a lei não os define como recursos. 
 Singularidade – para cada situação, a lei prevê um único recurso. 
 Fungibilidade – o juiz pode receber um outro recurso, como se fosse o 
correto, desde que haja dúvida objetiva acerca do recurso correto, e 
que o recurso tenha sido interposto no prazo do recurso correto. 
 Proibição de reformatio in pejus – ocorre nos casos de sucumbência 
recíproca, proibindo que a nova decisão piore a situação do 
recorrente. 
 
ERROR IN JUDICANDO – o juiz erra no julgamento. 
ERROR IN PROCEDENDO – o juiz erra no procedimento. 
 
Sucedâneos Recursais 
 pedido de reconsideração 
 mandado de segurança 
 
JUIZO DE ADMISSIBILIDADE 
É a verificação de alguns requisitos que, uma vez presentes, 
possibilitam o conhecimento do recurso. Após o juízo de admissibilidade, 
haverá o juizo de mérito, que é o conhecimento do próprio recurso. 
 
LEGITIMIDADE PARA INTERPOR RECURSOS 
São partes legítimas para recorrer a parte vencida, o terceiro 
prejudicado e o MP, como parte ou como fiscal da ordem jurídica, conforme 
o art. 996, do CPC. 
O terceiro prejudicado precisa comprovar que a decisão que se 
pretende recorrer fere seu direito. 
O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o IRDR, na 
forma do art. 138, §3º, do CPC. 
Também o advogado poderá recorrer, em seu próprio nome, 
da decisão que fixar honorários de sucumbência com a qual não concorde. 
Existem julgados do STJ que isentam o advogado do recolhimento do 
preparo, embora o CPC preveja que o advogado recolheria o preparo 
normalmente. 
PRAZOS PARA O RECURSO 
Conforme o art. 1003 do CPC, o prazo de regra para 
interposição de recursos é de 15 dias úteis, excetuando-se os embargos de 
declaração, que têm prazo de 5 dias úteis. 
 
REGULARIDADE FORMAL 
Verifica-se a inexistência de fato impeditivo e/ou extintivo do 
direito de recorrer (preclusão). 
 
PREPARO (DEPÓSITO RECURSAL) 
No ato de interposição de recuso, deverá ser comprovado o 
recolhimento do preparo, sendo dispensados o MP, os entes públicos e os 
beneficiários de gratuidade de justiça, nos termos do art. 1007 do CPC. 
A gratuidade de justiça poderá ser requerida a qualquer 
momento, ou seja, mesmo que na 1ª instância não tenha usado tal instituto, 
poderá, caso comprove a necessidade, pleitear em sede de recurso. Sendo 
negado, terá prazo de 5 dias para o recolhimento. Caso não se recolha o 
preparo quando este era devido, o recorrente deverá recolher em dobro, 
sob pena de deserção (§4º). 
 
GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
A parte poderá pedir a gratuidade de justiça em sede de 
recurso, ou seja, mesmo que até então não seja beneficiário de gratuidade 
de justiça, poderá pedir exclusivamente para o recurso. Neste caso, o 
preparo não será recolhido inicialmente. Não sendo deferida a gratuidade, o 
tribunal concederá prazo de 5 dias para o pagamento do depósito recursal. 
 
EFEITOS DOS RECURSOS 
Todo recurso é recebido no seu efeito devolutivo, ou seja, se 
está devolvendo a lide ao poder judiciário, para que possa reapreciá-la. 
Quando o recurso é recebido somente no efeito devolutivo, a 
sentença recorrida já é válida, pondendo, inclusive, ser executada 
provisoriamente. 
Todavia, quando uma sentença só é válida após o trânsito em 
julgado, o efeito do recurso será também suspensivo, só podendo ser 
executada quando não couberem mais recursos. 
Como regra geral, o recurso de apelação será recebido no 
efeito suspensivo, ao teor do art. 1012 do CPC, que elenca em seu §1º as 
exceções, ou seja, os casos em que a apelação será recebida no efeito 
devolutivo. 
Todo recurso provido tem o efeito substitutivo, uma vez que 
tem o condão de substituir a decisão recorrida. 
 
RECURSO ADESIVO 
Na forma do art. 997 do CPC, quando uma das partes não 
recorre da decisão e a outra sim, a parte que inicialmente não recorreu 
poderá fazê-lo, no mesmo prazo das contrarrazões (15 dias úteis), ficando o 
recurso adesivo subordinado ao principal, ou seja, havendo desistência 
deste, aquele será extinto automaticamente. O preparo deverá ser 
recolhido normalmente. Caberá recurso adesivo na apelação, no recurso 
especial e no recurso extraordinário. 
 
MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS 
Conforme o art. 85, §11º, do CPC, sendo confirmada a 
sucumbência do recorrente, os honorários de advogado serão majorados, 
desde que o recurso tenha sido protocolado após a vigência do novo CPC. 
Caso os honorários não tenham sido majorados, caberão 
embargos de declaração,por parte do advogado interessado. 
 
RECURSOS EM ESPÉCIE 
 
RECURSO DE APELAÇÃO 
I. Previsão Legal – arts. 1009 a 1014 do CPC. 
II. Cabimento – art. 1009, caput, CPC. 
III. Natureza Jurídica – recurso (art. 994 do CPC). 
IV. Juízo de Admissibilidade – no tribunal (art. 1011 do CPC). 
V. Análise do art. 1009 do CPC. 
VI. Requisitos (regularidade formal) – art. 1010 do CPC. 
VII. Prazo – 15 dias (§5º do art. 1003 do CPC). 
VIII. Forma – escrita. 
IX. Efeitos: 
 Regra – duplo efeito: devolutivo e suspensivo. 
 Exceção – apenas devolutivo (art. 1012, §1º, CPC). 
X. Teoria da Causa Madura – art. 1013, §3º do CPC. 
 
CABIMENTO 
Conforme o caput do art. 1009, caberá apelação da sentença, 
exceto nos Juizados Especiais, onde da sentença cabe recurso inominado 
conforme art. 41 da Lei 9099/95, e na Justiça do Trabalho, onde o recurso 
cabível da sentença é o Recurso Ordinário (art. 895 da CLT). 
 
JUIZO DE ADMISSIBILIDADE 
Como o novo CPC, são os tribunais (TJ e TRF) que exercerão o 
juízo de admissibilidade da apelação. cabendo ao juiz apenas receber o 
recurso de apelação e determinar a intimação do apelado para apresentar 
contrarrazões no prazo de 15 dias, remetendo então ao tribunal ad quem. 
EFEITOS DA APELAÇÃO 
Conforme o art. 1012 do CPC, em regra, o recurso de apelação 
terá o efeito suspensivo. Todavia, algumas sentenças produzem efeitos 
imediatamente após a sua publicação, conforme o §1º. Portanto, a apelação 
dessas decisões terá apenas o efeito devolutivo: 
 divisão ou demarcação de terras 
 pensão alimentícia 
 extingue sem resolução de mérito ou julga 
improcedentes os embargos à execução 
 decisão que institui a arbitragem 
 concessão ou revogação de tutela provisória 
 decreta a interdição 
 
Ainda que o recurso de apelação de uma dessas sentenças 
tenha o efeito devolutivo por padrão, na forma do §3º do art. 1012 do CPC, 
poderá se requerer ao relator (se a apelação já houver sido distribuída) ou 
ao tribunal (junto com a peça recursal, antes, portanto da distribuição) a 
concessão do efeito suspensivo, se puder demonstrar a probabilidade de 
provimento do recurso ou de risco de dano grave ou de difícil reparação 
(§4º). 
 
 
TEORIA DA CAUSA MADURA 
É a teoria que permite que os tribunais (TJ e TRF) aprecie o 
mérito, se a causa estiver em perfeitas condições de julgamento. 
Ocorre normalmente quando a sentença da qual se recorre 
reconheceu a prescrição ou decadência, extinguiu o processo sem resolução 
de mérito, foi omissa em parte do pedido, ou for reconhecida sua nulidade. 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
I. Previsão Legal – arts. 1015 a 1020 do CPC. 
II. Cabimento – art. 1015 do CPC. 
III. Prazo – 15 dias (§5º do art. 1003 do CPC). 
IV. Forma – escrita. 
V. Requisitos (regularidade formal) – arts. 1016 e 1017 do CPC. 
 
O NCPC modificou severamente a sistemática recursal das 
decisões interlocutórias. Sendo assim, é preciso analizar a decisão 
interlocutória e verificar se ela se encontra no rol taxativo (???) do art. 1015 
do CPC. Caso não seja cabível, deve-se esperar a sentença e apresentar, nas 
razões ou contrarrazões de apelação, em preliminares, o pedido de reforma 
da decisão, tendo em vista que, neste caso específico, tal faculdade não 
preclui, conforme o art. 1009, §1º, do CPC. O agravo retido foi extinto. 
 
TAXATIVIDADE NO STJ 
De maneira inovadora, no julgamento do REsp 1.679.909, o STJ 
resolveu “mitigar” a taxatividade do art. 1015 do CPC, e aplicar uma 
interpretação extensiva ao seu inciso III: “rejeição da alegação de convenção 
de arbitragem”, para comportar outras preliminares de incompetência, sob 
a justificativa de que a intepretação extremamente literal banalisaria o 
mandado de segurança como sucedâneo recursal. 
Vale salientar que, atualmente, existem duas correntes 
doutrinárias, que discutem sobre essa taxatividade. Uma que defende a 
relativização, em prol de uma interpretação mais teleológica, visando atingir 
a finalidade da lei, qual seja, o devido processo legal. 
Uma outra corrente, mais restritiva, defende a aplicação literal da lei, não 
admitindo intepretação extensiva, argumentando que, durante o processo 
legislativo, o Novo CPC teve uma emenda ao projeto, que justamente visava 
permitir expressamente tal relativização, mas que foi rechaçada pelo 
Senado. Em outras palavras, o legislador negou expressamente tal 
relativização. 
Em defesa dessa última corrente, mais restritiva, tem-se o 
argumento de que a abertura para uma intepretação extensiva nesse rol 
taxativo abriria um leque sem limites de intepretações sobre cada inciso 
desse artigo, o que o legislador não o quis, além de trazer um impacto maior 
ainda sobre todo o ordenamento jurídico, de insegurança. 
Uma outra consequência nefasta de insegurança jurídica é que, 
ao se criar um sem número de novas possibilidades de agravo de 
instrumento, estaria criando ao mesmo tempo, preclusão que não havia. 
O que se defende é a criação da devida alteração legislativa, 
que é o meio adequado pois, embora os julgados do STJ não tenham força 
vinculante, existe o §1º do art. 489 do CPC, que eleva qualquer julgado ao 
patamar de precedente, inclusive considerando não fundamentada a 
decisão que deixar de aplicar o precedente invocado, sem justificar as 
diferenças do paradigma para com o caso concreto. 
 
 
 
OBSERVAÇÕES 
O Agravo de Instrumento será dirigido diretamente ao tribunal, 
e distribuído para uma das câmaras, segundo as regras de organização 
judiciária constantes do regimento interno de cada tribunal. 
O relator, não aplicando o art. 932, III e IV, do CPC, tomará as 
providências na forma do art. 1019 do CPC. 
Interposto o Agravo de Instrumento, o agravante poderá, caso queira, juntar 
cópia ao processo, se for eletrônico, conforme o art. 1018 do CPC. Sendo 
originalmente físico, essa juntada é obrigatória, sob pena de 
inadmissibilidade, se arguido pelo agravado. 
Assim que o agravo de instrumento for distribuído, o relator 
poderá, nos termos do art. 1019 do CPC, atribuir efeito suspensivo ao 
recurso, ou conceder parcial ou totalmente a tutela pretendida 
originalmente. Então, de nada adiantaria entrar com o agravo de 
instrumento, sem pedir, preliminarmente, a concessão do efeito suspensivo 
ou antecipação da tutela. 
Nos Juizados Especiais Cíveis, as decisões interlocutórias são 
irrecorríveis, portanto não comportam agravo de instrumento. Isso porque a 
Lei 9099/95 previu apenas dois recursos em sede de Juizado Especial: o 
recurso inominado, ou simplesmente recurso, previsto em seu art. 41, e os 
embargos de declaração, previstos no art. 48. 
Portanto, a parte poderá pedir reconsideração ou interpor 
mandado de segurança (sucedâneos recursais). Caso haja afronta à 
Constituiução, poderá ainda interpor o Recurso Extraordinário, preenchidos 
os requisitos de pré-questionamento e repercussão geral. 
 
 
 
AGRAVO INTERNO 
I. Previsão Legal – art. 1021 do CPC. 
II. Cabimento – reformar decisão monocrática proferida por relator. 
III. Forma – escrita (conforme regimento interno do tribunal. 
IV. Prazo – 15 dias (§5º do art. 1003 do CPC). 
 
A decisão monocrática atacada por Agravo Interno poderá ser 
de relator, presidente ou vice-presidente de tribunal. 
 
Através do Agravo Interno, insiste-se para que a decisão seja 
tomada pelo colegiado, e não monocraticamente, conforme o art. 1021 do 
CPC. 
Interposto o recurso de agravo interno, no prazo de 15 dias 
úteis, impugnando-se especificamente a decisão atacada (§1º), este será 
dirigido ao relator, que dará ao agravado prazo também de 15 dias úteis, 
para manifestar-sesobre o recurso (§2º). Findo este prazo, o relator, caso 
não se retrate, levará o recurso a julgamento pelo órgão colegiado. 
Sendo o agravo interno manifestamente inadmissível, ou 
julgado improcedente, o tribunal imporá uma multa, sem o pagamento da 
qual, nenhum outro recurso poderá ser interposto (§§ 4º e 5º). Se for 
beneficiário da gratuidade de justiça ou ente público, pagará ao final. 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
I. Previsão Legal – arts. 1022 a 1026 do CPC. 
II. Cabimento – art. 1022 do CPC / Súmula 98 do STJ. 
III. Prazo – 5 dias (arts. 1003, §5º e 1023 do CPC). 
IV. Efeitos – art. 1026 do CPC; interrompe prazos inclusive nos JECs, 
conforme art. 50 da Lei 9099/95 e art. 1065 do CPC. 
V. Embargos Manif. Protelatórios – art. 1026, §§ 2º e 3º do CPC. 
 
É o recurso cabível contra qualquer decisão judicial que tenha 
obscuridade, omissão, contradição ou erro material e tem o prazo de 5 dias 
úteis (art. 1022 do CPC). Também são oponíveis contra sentenças não 
fundamentadas (parágrafo único, inciso II). 
Caso o acolhimento dos embargos possa alterar a decisão 
embargada, o juiz concederá prazo de 5 dias úteis ao embargado, para se 
manifestar sobre os embargos (art. 1023, §2º do CPC), e decidirá também 
em 5 dias úteis (art. 1024 do CPC). 
Os embargos de declaração interrompem os prazos para outros 
recursos (art. 1026 do CPC), inclusive nos JECs. 
Este recurso não está sujeito a preparo (art. 1023 do CPC). 
Como se sabe, a preclusão consumativa impede, via de regra, 
que se adite um recurso já interposto. Todavia, o §4º do art. 1026 do CPC 
prevê uma regra especial, para o caso dos embargos de declaração 
modificar a decisão embargada. Nesses casos, se o embargado já houver 
interposto outro recurso, terá novamente prazo de 15 dias úteis, a contar da 
intimação da decisão dos embargos, para modificar seu recurso, somente 
naquilo que houver sido alterado. 
Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o 
embargante suscitou, para efeitos de prequestionamento, mesmo que os 
embargos sejam rejeitados ou inadmitidos (art. 1025 do CPC). 
Pode ser pedida a concessão do efeito suspensivo aos 
embargos de declaração, se demonstrar a probabilidade de provimento ou 
risco de dano grave ou de difícil reparação (art. 1026, §1º do CPC). 
Embargos de declaração manifestamente protelatórios 
ensejam pagamento ao embargado de multa de até 2% do valor da causa 
(art. 1026, §2º do CPC). Havendo reiteração de embargos manifestamente 
protelatórios, a multa poderá ser majorada até 10%, sujeitando a 
interposição de qualquer outro recurso ao seu pagamento, com exceção do 
ente público e do beneficiário da gratuidade de justiça, que pagarão 
somente ao final (§3º). 
Note que esta multa não está coberta pela gratuidade de 
justiça, que incide somente sobre as custas processuais. 
Também, conforme o §4º do art. 1026 do CPC, não serão 
admitidos novos embargos de declaração se os dois anteriores houverem 
sido considerados protelatórios. 
 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
I. Previsão Legal – arts. 1027 a 1028 do CPC. 
II. Cabimento – art. 1027 do CPC. 
III. Prazo – 15 dias (art. 1003, §5º do CPC). 
IV. Forma – escrita. 
V. Pode ser interposto junto ao STJ (art. 105, II, da CRFB) ou junto ao STF 
(art. 105, II, da CRFB). 
 
Primeiramente, se usa a expressão “constitucional” por dois 
motivos principais: porque é um recurso previsto na CRFB e para diferenciar 
do recurso ordinário da seara trabalhista. 
Trata-se de recurso em que o STF e o STJ vão funcionar como 
segunda instância em ações específicas. 
 
Recurso Ordinário ao STF 
Caberá recurso ordinário ao STF das decisões denegatórias de 
habeas data, mandado de segurança e mandado de injunção decididos em 
única instância pelos tribunais superiores, ou seja, de competência 
originária (art. 1027, I, CPC e art. 102, II, CRFB). 
 
Recurso Ordinário ao STJ 
Caberá recurso ordinário ao STJ das decisões denegatórias de 
mandado de segurança decididos em única instância pelos tribunais 
regionais federais e pelos tribunais de justiça dos estados, DF e territórios 
(art. 1027, II, a, CPC). 
Também caberá recurso ordinário ao STJ das decisões de 
processos em que forem partes de um lado Estado estrangeiro ou 
organismo internacional, e de outro lado município ou pessoa residente ou 
domiciliada no Brasil (art. 1027, II, b, CPC), cuja competência originária é dos 
juízes federais de primeira instância, conforme o art. 109, II, CRFB. 
Nesse último caso, a decisão recorrida não precisa ser 
denegatória, e das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento 
ao STJ, se for uma das circunstâncias previstas no art. 1015 do CPC. 
Ou seja, o órgão que vai funcionar como segunda instância dos 
juízes federais, neste caso, será o STJ, e não o TRF. Se aplicam aqui as regras 
pertinentes ao recurso de apelação e ao agravo de instrumento, conforme 
o art. 1028, caput, do CPC. 
Consoante o §2º do art. 1027, aplica-se ao recurso ordinário 
constitucional a Teoria da Causa Madura e também a possibilidade de pedir 
o efeito suspensivo a este recurso, que será dirigido ao : 
 presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido – 
entre a interposição do recurso e a publicação de sua 
admissão, ou se houver sido sobrestado. 
 tribunal superior respectivo – entre a publicação da 
admissão e a distribuição, ficando o relator designado 
para o exame prevento. 
 relator do tribunal superior – se já foi distribuído. 
 
Os recursos ordinários ao STF e ao STJ, excetuando-se aqueles 
em que for parte o ente estrangeiro, serão interpostos no tribunal de 
origem, que intimará o recorrido, para no prazo de 15 dias úteis, apresentar 
as contrarrazões. Findo este prazo, os autos irão diretamente para o tribunal 
superior que julgará, independente de juízo de admissibilidade, conforme o 
art. 1028, §§ 2º e 3º. 
 
CASO CONCRETO PROPOSTO 
 
João, menor de 5 anos, representado por sua mãe Maria, 
resolve propor ação de alimentos em face de seu pai, Pedro, 
desembargador federal da 1ª Região. Mesmo diante da condenação a 
prestar alimentos, o réu se recusa a pagá-los, e tal situação perdura há 
pelo menos 4 meses. Com base nesses dados, responda: 
 
a) Qual o juízo competente para processar e julgar a ação de alimentos? 
R: Vara de Família (absoluta - em razão da matéria) do local de residência do 
menor alimentando (art. 53, II, do CPC e art. 147, I, do ECA). Conforme os 
princípios norteadores do ECA (proteção integral e melhor interesse da 
criança), trata-se de competência absoluta. 
 
b) O réu poderia, diante dos fatos, ter a prisão civil decretada? 
Sim, na forma do art. 528, §3º, do CPC, pelo período de 1 a 3 meses. 
 
c) Do decreto prisional, presentes os requisitos, caberia HC? Para que 
órgão jurisdicional? 
Habeas Corpus ao STJ, na forma do art. 105, alínea c, da CRFB, que faz 
menção, na alínea a, aos membros dos Tribunais Regionais Federais. 
 
d) Sendo denegado o HC, caberia RO, com base no art. 102, II, da CRFB? 
Recurso Ordinário ao STF, na forma do art. 102, II, alínea a, da CRFB. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Será dirigido ao STF, conforme o art. 102, III, da CRFB e os arts. 
1029 e seguintes do CPC. 
Efeitos – em regra o RE não recebe o efeito suspensivo, exceto 
nas hipóteses do §5º do art. 1029 do CPC. 
Requisitos – prequestionamento e repercussão geral. 
Prequestionamento – o recorrente deverá indicar, desde a 
primeira oportunidade, o dispositivo constitucional que cuida do tema 
tratado no caso concreto. Deve ser explícito, ainda que seja admitido o 
prequestionamento implícito, pois há sempre o risco de inadmissibilidade 
emvirtude de interpretação discricionária desfavorável do julgador. É 
possível o uso dos embargos de declaração com o fim de prequestionar 
matéria. 
Repercussão Geral – é um conceito jurídico indeterminado, e 
ocorre quando estivermos diante de temas de relevância social, política, 
econômica ou jurídica (art. 1035 do CPC). 
O juizo de admissibilidade do RE é feito na forma do caput do 
art. 1029 do CPC. Será realizado pelo presidente ou vice-presidente do 
respectivo tribunal, devendo observar as regras do regimento interno. 
 
RECURSO ESPECIAL 
O recurso especial ao STJ é o recurso cabível, após esgotarem 
todos os recursos na esfera dos tribunais de justiça. É necessário que a 
decisão tenha sido proferida por um colegiado pois, sendo uma decisão 
monocrática, caberá ainda o agravo interno, antes do recruso especial. 
Seu objetivo é uniformizar a jurisprudência. Encontra sua sede 
jurídica nos arts. 1029 e seguintes do CPC, e no art. 105, III, a, b e c, da CRFB. 
 
Pressupostos Cumulativos: 
 violação de lei federal 
 esgotamento das vias recursais 
 decisão recorrida tem de ser de tribunal 
 prequestionamento (observar o art. 1025 do CPC) 
 
Pressupostos Alternativos 
 violação de lei federal (ou negar vigência) 
 julgar válido ato de governo local contra lei federal 
 interpretação de lei federal divergente de outro tribunal 
 
Este recurso tem o prazo de 15 dias úteis para sua 
interposição. Também, caso se queira aproveitar um eventual feriado local 
na contagem do prazo, este deve ser comprovado. É possivel pedir 
gratuidade de justiça quando de sua interposição. 
O recurso especial tem duplo juízo de admissibilidade, ou seja, 
é feito inicialmente pelo tribunal de justiça do qual se deseja recorrer e 
depois no STJ, que fará novo juízo de admissibilidade. 
O recurso especial é recebido, via de regra, no efeito 
devolutivo, podendo requerer a conversão em efeito suspensivo (art. 1029, 
§5º, CPC). 
Assim como no recurso ordinário, é possível pedir a conversão 
do efeito devolutivo em suspensivo: 
 presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido – 
entre a interposição do recurso e a publicação de sua 
admissão, ou se houver sido sobrestado. 
 tribunal superior respectivo – entre a publicação da 
admissão e a distribuição, ficando o relator designado 
para o exame prevento. 
 relator do tribunal superior – se já foi distribuído. 
 
Não é possível rediscutir matéria de fato ou prova (Sum 7/STJ). 
Com relação ao prequestionamento, a questão da qual se 
interpõe o recurso especial já deve ter sido discutida anteriormente, ou o 
tribunal já deve ter enfrentado a questão, ainda que de ofício. Também 
conforme o art. 1025 do CPC, as questões enfrentadas nos embargos de 
declaração consideram-se prequestionadas, ainda que os embargos tenham 
sido rejeitados ou inadmitidos. 
Se o motivo do RE for a divergência de jurisprudência entre TJs, 
é aconselhável, na peça, montar uma tabela entre o acórdão paradigma e o 
acórdão recorrido, com os pontos de dissídio entre eles. 
É possível a fungibilidade entre o recurso especiale o recurso 
extraordinário. Caso seja interposto o recurso especial, e se verifique, na 
admissibilidade, que seria caso de recurso extraordinário, será concedido o 
prazo de 15 dias para que o recorrente faça a adequação da peça, e 
demonstre, é claro, a repercussão geral. 
 
Havendo cabimento duplo, de recurso especial e 
extraordinário, nos termos do art. 1031 do CPC, poderão ser interpostos 
simultaneamente, caso em que ambos serão remetidos ao STJ, onde será 
julgado primeiro o recurso especial, para depois ser remetido ao STJ, para 
apreciação do recurso extraordinário, se não estiver prejudicado. 
Se o STJ, ao apreciar o Recurso Especial, entender que o 
mesmo versa sobre matéria constitucional, concederá prazo de 15 dias para 
que o recorrente se manifeste sobre a questão constitucional e comprove a 
repercussão geral, encaminhando em seguida ao STF para julgamento, na 
forma do art. 1032 do CPC. 
Igualmente, pode o STF entender, na apreciação do Recurso 
Extraordinário, que não houve violação à Constituição, e sim violação 
reflexa, ou seja, houve uma interpretação equivocada da lei federal face à 
CRFB, enviará ao STF para julgamento, conforme o art. 1033 do CPC. 
 
AGRAVO EM RE E RESP (ART. 1042 CPC) 
Da decisão do tribunal que inadimitir o RE ou o RESP cabe 
agravo ao STF ou STJ, respectivamente. A petição será endereçada ao 
presidente ou vice-presidente do tribunal e independe de preparo. 
O agravado será intimado para apresentar resposta em 15 dias. 
Não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal 
superior competente. 
O agravo poderá ser julgado juntamente com o RE ou RESP, 
garantida a sustentação oral, conforme o regimento interno. 
Interpostos simultaneamente RE e RESP, ambos inadmitidos, 
serão feitos agravos independentes, sendo julgado primeiro o do RESP. 
 
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA (ART. 1043 CPC) 
É o recurso cabível contra decisão de turma dos tribunais 
superiores (não pode ser contra decisão monocrática) que divergir de outro 
órgão fracionário do mesmo tribunal. 
Não cabem os embargos de divergência contra decisão do 
pleno nem contra decisão de órgão especial. 
Cabem embargos de divergência, tendo como paradigma 
acórdão de mesma turma, desde que a turma tenha mudado mais da 
metade de seus membros. 
 
JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS 
Sempre que houver multiplicidade de RE e/ou RESP 
abrangendo as mesmas questões de direito, será proferida, de ofício, a 
decisão de afetação, que selecionará 2 ou mais processos como 
representativos da controvérsia, encaminhando-os para o respectivo 
tribunal superior, e determinará o sobrestamento dos demais processos que 
versem sobre a mesma matéria de direito (arts. 1036 e 1037 do CPC). 
A decisão de afetação, sendo proferida por TJ ou TRF, terá 
abrangência somente sobre a sua jurisdição, ou seja, será estadual ou 
regional. A decisão de afetação, sendo confirmada, ou mesmo iniciada pelo 
relator dos tribunais superiores, terá abramgência nacional, pois o mesmo 
determinará o sobrestamento em todo o território nacional, podendo 
inclusive selecionar outros processos como representativos da controvérsia. 
Os recursos selecionados como representativos, em tribunais 
estaduais, regionais ou nos superiores, já deverão ter sido admitidos. 
 
A parte interessada poderá demonstrar que seu processo é 
diferente na questão de direito, demonstrando a distinção, e pedir o 
prosseguimento do feito. Desta decisão caberá agravo de instrumento, se 
for decisão de juiz, e agravo interno, se for decisão de relator. 
Julgados os recursos afetados, será aplicada a tese firmada a 
todos os recursos que estavam então sobrestados. 
 
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS 
Trata-se de um incidente criado pelo novo CPC, e aplicado 
sempre que estivermos diante de múltiplos processos envolvendo matéria 
unicamente de direito (não necessita de comprovação fática), com risco de 
ofensa à isonomia e à segurança jurídica (arts. 976 e 977 do CPC). 
Tal incidente tem o objetivo de fazer com que o tribunal 
elabore uma tese jurídica que será aplicada a todos os processos em curso 
que versem sobre o mesmo tema, e também aos futuros, tratando-se, 
portanto, de um provimento judicial vinculante. 
Pode ser pedido pelo juiz ou relator, de ofício, pelas partes, 
pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. 
O julgamento do incidente caberá ao órgão colegiado indicado 
no regimento interno. 
O MP deverá intervir no processo, se já não for parte. 
Não será admitido o incidentese a tese já tiver sido afetada 
num dos tribunais superiores. 
O incidente será julgado no prazo de 1 ano, e terá precedência 
sobre os demais processos, exceto habeas corpus. 
 
Admitido o incidente, o relator suspenderá os processos 
afetados em sua jurisdição, intimará o MP, para se manifestar, no prazo de 
15 dias e poderá requerer informações do órgão onde o processo está 
sendo julgado, também no prazo de 15 dias. 
Qualquer dos legitimados no art. 977, incisos II e III, do CPC, 
poderá requerer do tribunal competente para conhecer do RE ou do RESP a 
suspensão de todos os processos que versem sobre a mesma questão, em 
todo o território nacional. Independente da competência territorial, a parte 
em qualquer processo que verse sobre a mesma questão também poderá 
pedir esta suspensão. 
Da decisão do mérito do IRDR caberá RE ou RESP. 
O tribunal poderá rever a tese firmada em IRDR, de ofício ou 
provocado pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública (art. 986, 
CPC). 
 
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Conforme o art. 947 do CPC, quando, no julgamento de 
recurso, de remessa necessária ou de processos de competência originária 
tratar-se de questão de direito com grande repercussão social, é admissível 
a ssunção de competência, de ofício, a requerimento das partes, da 
Defensoria Pública ou do Ministério Público. 
Sendo instaurado o incidente, o relator remeterá o processo ao 
órgão colegiado indicado no regimento interno do tribunal, que firmará tese 
jurídica ao julgar, vinculando todos os juízes e órgãos fracionários, até que a 
tese seja revista pelo órgão colegiado. 
 
PRECEDENTES E PROVIMENTOS JUDICIAIS VINCULANTES 
 
Precedente é amplamente utilizado no sistema de justiça 
norteamericano, em todos os ramos do direito, em que uma decisão 
transitada em julgado tem efeito vinculante, ou seja, a mesma decisão é 
aplicada onde houver a mesma ratio decidendi. Basta que haja uma decisão, 
ainda que de primeira instância, desde que não reformada, para que os 
magistrados estejam a ela vinculados, sendo que alguns precedentes 
precisam ser invocados pela parte interessada. 
Provimentos judiciais vinculantes, de acordo com o Novo CPC, 
são decisões vinculantes, tomadas pelos tribunais e cortes superiores, 
destinadas a conter demandas de massas, e garantir a isonomia. Firmadas as 
teses jurídicas, elas deverão ser aplicadas aos processos em curso que 
estiverem em afetação, e aos demais processos futuros que tiverem mesma 
razão de decidir. 
São provimentos judiciais vinculantes as teses firmadas em 
julgamentos de recursos repetitivos, incidentes de resolução de demandas 
repetitivas, incidentes de assumção de competência, além de súmulas e 
acórdãos dos tribunais superiores, que são a sua jurisprudência. 
Ainda, conforme o art. 489, §1º, VI, do CPC, não se considera 
fundamentada a decisão que deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente, sem indicar no que o caso concreto se 
distingue daqueles. 
Atualmente, apesar de adotarmos por tradição a civil law, em 
que prevalece a norma escrita sobre os costumes, podemos dizer que nosso 
sistema jurídico é híbrido, dada a forte influência dos precedentes e 
provimentos, desde a vigência do CPC de 2015. 
 
Como técnicas de controle dos precedentes, temos: 
 Distiguish – a distinção entre o caso concreto e o 
precedente, que impedirá a sua aplicação. 
 Overriding – a superação parcial do precedente ou do 
entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. 
 Overruling – a superação total do precedente ou do 
entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. 
 Anticipatory Overruling – a superação antecipada, total ou 
parcial do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social 
e/ou advento de nova lei; é o trabalho de casa das cortes, de rever seus 
enunciados, jurisprudências, precedentes e provimentos judiciais 
vinculantes, antes mesmo que o caso concreto se apresente. 
 
QUESTIONÁRIO DE ESTUDO DIRIGIDO 
 
1) Qual o conceito e a natureza jurídica dos recursos? 
Ônus processual. Direito subjetivo do sucumbente que, se não utilizado, 
sofrerá os efeitos da coisa julgada. Extensão do direito de ação. 
 
2) Indique os princípios básicos dos recursos. 
Duplo grau de jurisdição, taxatividade, singularidade, fungibilidade, non 
reformatio in pejus, etc. 
 
3) Quais são os efeitos dos recursos? 
Devolutivo, suspensivo e substitutivo (quando provido). 
 
4) Qual a diferença entre juízo de admissibilidade e juízo de mérito? 
O juízo de admissibilidade é a verificação da existência dos pressupostos 
recursais positivos, as condições processuais impostas nlei. Já o juízo de 
mérito é o exame das razões de pedir recursais, que não devem se 
confundir com as razões de pedir da demanda. 
 
5) O que é examinado, no juízo de admissibilidade recursal? 
Os pressupostos recursais: cabimento, legitimidade, tempestividade, 
adequação, preparo, etc. 
 
6) O que é deserção? 
É o efeito produzido no recurso que não teve o recolhimento do 
preparo no prazo adequado, provocando a coisa julgada sobre a 
decisão. 
 
7) A parte pode renunciar ao direito de recorrer? 
Sim, independentemente de aceitação da outra parte (art. 999 do CPC). 
 
8) A parte pode desistir de um recurso já interposto? 
Sim, independentemente da anuência do recorrido ou dos 
litisconsortes, conforme o art. 998 do CPC. 
 
9) Quais são os recursos previstos no ordenamento brasileiro? 
Apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de 
declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, 
agravo em recurso especial ou extraordinário, embargos de divergência, 
além do recurso inominado, e outros, previstos em leis epeciais, como 
na seara penal e trabalhista, por exemplo. 
 
10) O rol do art. 994 do CPC é taxativo? Indique a posição do STJ. 
Não. Exemplificativo, embora vigente o princípio da legalidade, ou seja, 
só será recurso o que a lei disser que é. 
 
11) Quais as principais mudanças, envolvendo a teoria geral dos recursos, 
no Novo CPC? 
Unificação dos prazos processuais (art. 1003, §5º, CPC), ausência de 
preclusão das decisões interlocutórias, das quais não caibam recurso e, 
portanto, podem ser alegadas empreliminar de apelação; extinção do 
agravo retido e dos aembargos infringentes; alteração na 
admissibilidade de alguns recursos (na apelação quem faz é o tribunal, e 
nos RE e REsp há duplo juízo de admissibilidade) 
 
12) Comente sobre a interposição de recurso e o litisconsórcio. 
O recurso interposto por um litisconsorte a todos aproveita, salvo se 
distintos ou conflitantes os interesses (art. 1005 CPC). 
 
13) Quais os efeitos em que a apelação é recebida? 
Em regra duplo efeito (suspensivo e devolutivo), exceto nas hipóteses 
do §1º do art. 1012 do CPC (divisão/demarcação de terras, condenação 
alimentar, improcedência ou sem mérito embargos à execução, 
instituição de arbitragem, tutela provisória, interdição). Nesses casos, o 
recurso terá apenas efeito devolutivo. No entanto, se o recorrente 
demonstrar alta probabilidade de provimento do recurso, bem como 
possibilidade de dano irreparável, o relator poderá atribuir efeito 
suspensivo. 
 
14) O que é a “teoria da causa madura”? 
Tendo o processo passado por todas as fases processuais, encontrando-
se, portanto, em condições de imediato julgamento, é extinto sem 
resolução, ou um dos pedidos não é contemplado, o tribunal, ao 
receber o recurso, pode fazer imediata apreciação do mérito. 
15) Analise o §1º do art. 1009 do CPC. 
Trata-se de inovaçãodo CPC de 2015, permitindo que as decisões 
interlocutórias que não desafiem agravo de instrumento, não sejam 
alcançadas pelos efeitos da preclusão, podendo serem atacadas em 
preliminares de apelação. 
 
16) Quais as principais mudanças no que tange à apelação no NCPC? 
A apelação pode alcançar, em preliminares, as decisõe sinterlocutórias 
não contempladas pelo agravo de instrumento, e o seu juízo de 
admissibilidade passa a ser feito pelo tribunal. 
 
17) O rol do art. 1015 do CPC é taxativo? Comente a posição do STJ. 
Foi reconhecida a taxatividade mitigada pelo STJ, à medida que admitiu 
AI contra decisão que rejeitou preliminar de incompetência, em 
analogia ao inciso II deste artigo, que menciona a incompetência do 
juízo em favor de cláusula ou convenção de arbitragem. 
 
18) Quais as hipóteses de cabimento e os efeitos do agravo de 
instrumento? 
As hipóteses de cabimento são: tutelas provisórias, mérito do processo, 
rejeição da alegação de convenção de arbitragem, incidente de 
desconsideração de PJ, negar ou revogar gratuidade, exibição ou posse 
de documento ou coisa, exclusão de litisconsorte, rejeição à limitação 
do litisconsórcio, intervenção de terceiros, efeito suspensivo dos 
embargos à execução, carga dinâmica do ônus da prova e outros casos 
expressamente previstos em lei. 
 
19) Quem exerce o juízo de admissibilidade na apelação? 
O tribunal. 
 
20) Quem exerce o juízo de admissibilidade no agravo de instrumento? 
O tribunal. 
 
21) Pode-se afirmar que o procedimento do agravo interno é regido pelos 
regimentos dos tribunais? 
Sim, de maneira supletiva, na forma do art. 1021 do CPC. 
 
22) Quais as hipóteses de cabimento do agravo interno? 
Cabe agravo interno contra decisão monocrática de relator. 
 
23) Cabe afirmar que o NCPC trouxe a unificação dos prazos processuais? 
Sim, nos termos do art. 1003, §5º, CPC. 
 
24) Quais as hipóteses de cabimento dos embargos de declaração? 
Para suprir omissão, contradição, obscuridade, ou erro material. Pode 
também ser usado para fins de prequestionamento, mesmo que os 
embargos não sejam admitidos. 
 
25) Comente a Súmula 98 do STJ. 
Considera prequestionados os argumentos suscitados em embargos de 
declaração. 
 
26) Qual o efeito dos embargos de declaração? 
Interrompem o prazo para propositura de qualquer outro recurso. 
 
27) Aplica-se o mesmo efeito no âmbito dos juizados? 
Sim, conforme art. 1065 do CPC. 
 
28) O que são embargos de declaração com efeitos infringentes? 
São aqueles que modificam a decisão, ocasionando novo prazo recursal, 
naquilo em que foi modificado. 
 
29) O que são embargos protelatórios e qual a sua consequência jurídica? 
Embargos interpostos com a única finalidade de interromper os prazos. 
Sujeitam o embargante a multa de até 2% do valor da causa. Na 
reincidência, a multa poderá ser majorada em até 10%. Havendo dois 
recursos considerados meramente protelatórios, não serão mais 
admitidos novos embargos de declaração. 
 
30) Qual o prazo e quem exerce o juízo de admissibilidade dos embargos 
de declaração? 
Prazo de 5 dias. A autoridade prolatora da decisão embargada. 
 
31) Quais as hipóteses de cabimento do recurso ordinário? 
Ao STF, contra decisões denegatórias dos remédios constitucionais, em 
única instância, pelos tribunais superiores. Ao STJ contra decisões 
denegatórias dos remédios constitucionais, em única instância,pelos 
tribunais de justiça e tribunais regionais federais. 
Também se aplicam às decisões proferidas em processos em que forem 
partes, de um lado, Estado estrageiro ou organismo internacional, e de 
outro, município ou pessoa residente ou domiciliada no país. Nesses 
casos, o juiz natural será o federal de primeira instância, funcionando o 
RO como segunda instância, aplicando-se-lhe as regras pertinentes ao 
recurso de apelação e agravo de instrumento. 
 
32) Quais os requisitos específicos do recurso extraordinário? 
Prequestionamento e repercussão geral. 
 
33) O que é repercussão geral? 
São questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social 
ou jurídico, que ultrapassem os direitos subjetivos do processo. 
 
34) Por que afirmamos que o RE e o REsp são recursos de fundamentação 
vinculada? 
Porque é necessário indicar a violação à norma constitucional, no caso 
do RE, e a violação à lei federal, no caso do REsp. 
 
35) Qual o efeito de um RE reconhecido com repercussão geral pelo STF? 
Erga omnes, determinando o sobrestamento de todos os processos que 
versem sobre a questão, e tramitem em todo o território nacional. 
 
 
36) O que é modulação temporal? 
É a possibilidade do STF determinar diferentes efeitos para as relações 
jurídicas afetadas por suas decisões, seja ex tunc, seja ex nunc. 
 
37) Quais os efeitos do RE e do REsp? 
Em princípio, terão apenas efeito devolutivo. No entanto, se o 
recorrente demonstrar alta probabilidade de provimento do recurso, 
bem como possibilidade de dano irreparável, o relator poderá atribuir 
efeito suspensivo. 
 
38) É certo afirmar que através do REsp objetiva-se a proteção do sistema 
normativo federal? 
Sim, conforme arts. 102, III e 105, III, CRFB. 
 
39) Quem exerce o juízo de admissibilidade do RE e do REsp? 
Esses recursos têm duplo juízo de admissibilidade, sendo o primeiro 
feito no tribunal recorrido, e o segundo no STF e/ou STJ, conforme o 
caso. 
 
40) Analise o art. 942 do CPC. 
Trata-se do que parte da doutrina chama de incidente de divergência 
qualificada, quando a decisão do tribunal não é unânime. Nesses casos, 
é remarcado julgamento, com outros julgadores. Se possível, poderá ser 
feito no mesmo dia. 
 
 
41) Quais as principais mudanças em relação aos recursos em espécie no 
Novo CPC? 
Extinção dos embargos infringentes e agravo retido. Alteração do juízo 
de admissibilidade da apelação. Possibilidade de atacar decisões 
interlocutórias em preliminares de apelação, e embargos de declaração 
com efeito interruptivos dos prazos de todos os demais recursos. 
 
42) Qual o papel da Súmula Vinculante no ordenamento jurídico atual? 
Tem efeito vinculante, tal qual uma lei stricto sensu, em todo o 
território nacional. Decisões que desrespeitem uma SV são passíveis de 
reclamação ao STF, para preservar a autoridade do Supremo, e a 
isonomia. 
 
43) Ainda existe diferença entre as súmulas persuasivas e as vinculantes? 
Sim, pois caberá reclamação ao STF em caso de nãoi cumprimento das 
Súmulas Vinculantes, conforme a Lei 11.417/06. 
 
44) Comente os arts. 927 e 932, incisos IV e V do CPC. 
Tratam-se de provimentos judiciais vinculantes, a serem observados 
pelos juízes e relatores, na apreciação das demandas e recursos. 
 
45) Comente acerca do reexame necessário e o §3º do art. 496 do CPC. 
O reexame necessário de causas contra a administração pública 
comporta exceções, de acordo com os valores das condenações ou 
proveitos econômicos, sendo inferiores a 1000 salários mínimos para a 
União, 500 salários mínimos para Estados e Distrito Federal e 100 
salários mínimos para os Municípios. 
 
46) O Brasil adota o sistema jurídico híbrido? Por quê? 
Sim, pela influência da common law (precedentes e provimentos 
judiciais vinculantes) em nosso sistema, tradicionalmente civil law. 
 
47) É correto afirmar que adotamos o sistema dos precedentes judiciais 
americanos? 
Não, adotamos os provimentos judiciais vinculantes. No sistema de 
precedentes americanos, basta uma única decisão, para que ela seja 
seguida em ações que tenham a mesma ratio decidendi. 
 
48) Indique 3 provimentos judiciais vinculantes noCPC? 
Incisos do art. 332, incisos do art. 927 e incisos IV e V, do art. 932 do 
CPC. 
 
49) Comente acerca do efeito vinculante no plano vertical, comum no 
sistema de precedentes. 
Contribui para a contenção das demandas de massa, pois as decisões 
das cortes superiores são aplicadas de plano nas ações que tramitam 
nas cortes inferiores. 
 
 
 
 
 
50) Indique e comente as técnicas de controle dos precedentes. 
 
 Distiguish – a distinção entre o caso concreto e o precedente, que 
impedirá a sua aplicação. 
 Overriding – a superação parcial do precedente ou do entendimento, 
em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. 
 Overruling – a superação total do precedente ou do entendimento, 
em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. 
 Anticipatory Overruling – a superação antecipada, total ou parcial do 
precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou 
advento de nova lei; é o trabalho de casa das cortes, de rever seus 
enunciados, jurisprudências, precedentes e provimentos judiciais 
vinculantes, antes mesmo que o caso concreto se apresente. 
 
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS 
 
PROCEDIMENTOS 
 Comum 
 Especial 
o Jurisdição contenciosa (lide, partes, processo) 
o Jurisdição voluntária (interessados, procedimento) 
 
AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS. 539 A 549) 
 
Objetivo – evitar a inadimplência. 
 
Hipóteses 
 credor não aceita pagamento 
 credor se recusa a dar recibo 
 não se sabe quem é o credor 
 discordância em relação ao valor 
 credor não é encontrado 
 
Consignação 
 Judicial 
 Extrajudicial (depósito bancário – somente dinheiro)
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS (ARTS. 550 A 553) 
 
 Autor – quem tem o direito de ter contas prestadas. 
 Réu – quem tem o dever de prestar contas.

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