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PROCESSO CIVIL 3 – PROFA MARIA CAROLINA CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Ordem do Processo nos Tribunais Teoria Geral dos Recursos Recursos em Espécie IRDR – Demandas Repetitivas Assunção de Competência Precedentes Judiciais Procedimentos Especiais Jurisdição Contenciosa Jurisdição Voluntária BIBLIOGRAFIA Curso de Processo Civil Contemporâneo (Humberto Dalla) Curso de Processo Civil (Humberto Teodoro) Curso Completo de Processo Civil (Rodolfo Hartman) Curso de Processo Civil Sistematizado (Aroldo Lourenço) CPC Atualizado e Informativos do STF CASOS CONCRETOS Para a prova, trazer todos os comprovantes de postagens e o caso 1 da aula 1 corrigido. REVISÃO DO PROCESSO Petição Inicial (art. 319 do CPC) Audiência de Conciliação (art. 304 do CPC) Resposta do Réu (art. 335 do CPC) Providências Preliminares (art. 347 do CPC) Provas (arts. 369 e seguintes do CPC) AIJ (art. 358 do CPC) Sentença (arts. 485, 487 e 489 do CPC) Sentença Coisa Julgada Recursos Processos Conhecimento Execução Procedimentos Comum Especial Jurisdição Contenciosa Jurisdição Voluntária DA ORDEM DO PROCESSO NO TRIBUNAL Análise do art. 926 do CPC Provimentos Judiciais Vinculantes (arts. 927 e 932, IV e V do CPC) Isonomia Previsibilidade Segurança jurídica Andamento: Autos registrados na secretaria (art. 929 do CPC) Distribuição para Câmaras (art. 930 do CPC) Designação de Relator (arts. 931 e 932 do CPC) Designação de Desembargador Presidente (arts. 934 a 936 do CPC) Sessão de Julgamento (art. 937 do CPC) Uma das inovações do CPC de 2015 foi o sistema de provimentos judiciais vinculantes, indicados nos arts. 332, 496, §4º, 927 e 932, IV e V do CPC. Basicamente, os PJV têm como objetivo garantir a isonomia, a previsibilidade e a segurança jurídica. É um dos exemplos da common law no nosso ordenamento jurídico. É possível afirmar que o Brasil adota um sistema jurídico híbrido, diante da tradição romano-germânica da civil law aliada à common law. TEORIA GERAL DOS RECURSOS Conceito – extensão do direito de ação. Natureza jurídica – ônus processual. Finalidades – reformar, invalidar, esclarecer ou integrar a decisão impugnada. Espécies – art. 994 do CPC. O rol do art. 994 do CPC é exemplificativo, porém somente a união pode legislar sobre matéria processual, conforme o art. 22, I, da CRFB. Todavia, em matéria procedimental, a competência é concorrente entre a União, estados e o Distrito Federal, para legislar em materia procedimental, nos termos do art. 24, XI, da CRFB. PRINCÍPIOS DOS RECURSOS Duplo grau de jurisdição – garante a revisão das decisões judiciais, para correção de error in judicando e error in procedendo. Taxatividade – só é considerado recurso o que a lei disser que é, seja no CPC ou na legislação extravagante. Não se pode confundir os recursos com os chamados sucedâneos recursais, que têm o mesmo objetivo, mas que a lei não os define como recursos. Singularidade – para cada situação, a lei prevê um único recurso. Fungibilidade – o juiz pode receber um outro recurso, como se fosse o correto, desde que haja dúvida objetiva acerca do recurso correto, e que o recurso tenha sido interposto no prazo do recurso correto. Proibição de reformatio in pejus – ocorre nos casos de sucumbência recíproca, proibindo que a nova decisão piore a situação do recorrente. ERROR IN JUDICANDO – o juiz erra no julgamento. ERROR IN PROCEDENDO – o juiz erra no procedimento. Sucedâneos Recursais pedido de reconsideração mandado de segurança JUIZO DE ADMISSIBILIDADE É a verificação de alguns requisitos que, uma vez presentes, possibilitam o conhecimento do recurso. Após o juízo de admissibilidade, haverá o juizo de mérito, que é o conhecimento do próprio recurso. LEGITIMIDADE PARA INTERPOR RECURSOS São partes legítimas para recorrer a parte vencida, o terceiro prejudicado e o MP, como parte ou como fiscal da ordem jurídica, conforme o art. 996, do CPC. O terceiro prejudicado precisa comprovar que a decisão que se pretende recorrer fere seu direito. O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o IRDR, na forma do art. 138, §3º, do CPC. Também o advogado poderá recorrer, em seu próprio nome, da decisão que fixar honorários de sucumbência com a qual não concorde. Existem julgados do STJ que isentam o advogado do recolhimento do preparo, embora o CPC preveja que o advogado recolheria o preparo normalmente. PRAZOS PARA O RECURSO Conforme o art. 1003 do CPC, o prazo de regra para interposição de recursos é de 15 dias úteis, excetuando-se os embargos de declaração, que têm prazo de 5 dias úteis. REGULARIDADE FORMAL Verifica-se a inexistência de fato impeditivo e/ou extintivo do direito de recorrer (preclusão). PREPARO (DEPÓSITO RECURSAL) No ato de interposição de recuso, deverá ser comprovado o recolhimento do preparo, sendo dispensados o MP, os entes públicos e os beneficiários de gratuidade de justiça, nos termos do art. 1007 do CPC. A gratuidade de justiça poderá ser requerida a qualquer momento, ou seja, mesmo que na 1ª instância não tenha usado tal instituto, poderá, caso comprove a necessidade, pleitear em sede de recurso. Sendo negado, terá prazo de 5 dias para o recolhimento. Caso não se recolha o preparo quando este era devido, o recorrente deverá recolher em dobro, sob pena de deserção (§4º). GRATUIDADE DE JUSTIÇA A parte poderá pedir a gratuidade de justiça em sede de recurso, ou seja, mesmo que até então não seja beneficiário de gratuidade de justiça, poderá pedir exclusivamente para o recurso. Neste caso, o preparo não será recolhido inicialmente. Não sendo deferida a gratuidade, o tribunal concederá prazo de 5 dias para o pagamento do depósito recursal. EFEITOS DOS RECURSOS Todo recurso é recebido no seu efeito devolutivo, ou seja, se está devolvendo a lide ao poder judiciário, para que possa reapreciá-la. Quando o recurso é recebido somente no efeito devolutivo, a sentença recorrida já é válida, pondendo, inclusive, ser executada provisoriamente. Todavia, quando uma sentença só é válida após o trânsito em julgado, o efeito do recurso será também suspensivo, só podendo ser executada quando não couberem mais recursos. Como regra geral, o recurso de apelação será recebido no efeito suspensivo, ao teor do art. 1012 do CPC, que elenca em seu §1º as exceções, ou seja, os casos em que a apelação será recebida no efeito devolutivo. Todo recurso provido tem o efeito substitutivo, uma vez que tem o condão de substituir a decisão recorrida. RECURSO ADESIVO Na forma do art. 997 do CPC, quando uma das partes não recorre da decisão e a outra sim, a parte que inicialmente não recorreu poderá fazê-lo, no mesmo prazo das contrarrazões (15 dias úteis), ficando o recurso adesivo subordinado ao principal, ou seja, havendo desistência deste, aquele será extinto automaticamente. O preparo deverá ser recolhido normalmente. Caberá recurso adesivo na apelação, no recurso especial e no recurso extraordinário. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS Conforme o art. 85, §11º, do CPC, sendo confirmada a sucumbência do recorrente, os honorários de advogado serão majorados, desde que o recurso tenha sido protocolado após a vigência do novo CPC. Caso os honorários não tenham sido majorados, caberão embargos de declaração,por parte do advogado interessado. RECURSOS EM ESPÉCIE RECURSO DE APELAÇÃO I. Previsão Legal – arts. 1009 a 1014 do CPC. II. Cabimento – art. 1009, caput, CPC. III. Natureza Jurídica – recurso (art. 994 do CPC). IV. Juízo de Admissibilidade – no tribunal (art. 1011 do CPC). V. Análise do art. 1009 do CPC. VI. Requisitos (regularidade formal) – art. 1010 do CPC. VII. Prazo – 15 dias (§5º do art. 1003 do CPC). VIII. Forma – escrita. IX. Efeitos: Regra – duplo efeito: devolutivo e suspensivo. Exceção – apenas devolutivo (art. 1012, §1º, CPC). X. Teoria da Causa Madura – art. 1013, §3º do CPC. CABIMENTO Conforme o caput do art. 1009, caberá apelação da sentença, exceto nos Juizados Especiais, onde da sentença cabe recurso inominado conforme art. 41 da Lei 9099/95, e na Justiça do Trabalho, onde o recurso cabível da sentença é o Recurso Ordinário (art. 895 da CLT). JUIZO DE ADMISSIBILIDADE Como o novo CPC, são os tribunais (TJ e TRF) que exercerão o juízo de admissibilidade da apelação. cabendo ao juiz apenas receber o recurso de apelação e determinar a intimação do apelado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 dias, remetendo então ao tribunal ad quem. EFEITOS DA APELAÇÃO Conforme o art. 1012 do CPC, em regra, o recurso de apelação terá o efeito suspensivo. Todavia, algumas sentenças produzem efeitos imediatamente após a sua publicação, conforme o §1º. Portanto, a apelação dessas decisões terá apenas o efeito devolutivo: divisão ou demarcação de terras pensão alimentícia extingue sem resolução de mérito ou julga improcedentes os embargos à execução decisão que institui a arbitragem concessão ou revogação de tutela provisória decreta a interdição Ainda que o recurso de apelação de uma dessas sentenças tenha o efeito devolutivo por padrão, na forma do §3º do art. 1012 do CPC, poderá se requerer ao relator (se a apelação já houver sido distribuída) ou ao tribunal (junto com a peça recursal, antes, portanto da distribuição) a concessão do efeito suspensivo, se puder demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou de risco de dano grave ou de difícil reparação (§4º). TEORIA DA CAUSA MADURA É a teoria que permite que os tribunais (TJ e TRF) aprecie o mérito, se a causa estiver em perfeitas condições de julgamento. Ocorre normalmente quando a sentença da qual se recorre reconheceu a prescrição ou decadência, extinguiu o processo sem resolução de mérito, foi omissa em parte do pedido, ou for reconhecida sua nulidade. AGRAVO DE INSTRUMENTO I. Previsão Legal – arts. 1015 a 1020 do CPC. II. Cabimento – art. 1015 do CPC. III. Prazo – 15 dias (§5º do art. 1003 do CPC). IV. Forma – escrita. V. Requisitos (regularidade formal) – arts. 1016 e 1017 do CPC. O NCPC modificou severamente a sistemática recursal das decisões interlocutórias. Sendo assim, é preciso analizar a decisão interlocutória e verificar se ela se encontra no rol taxativo (???) do art. 1015 do CPC. Caso não seja cabível, deve-se esperar a sentença e apresentar, nas razões ou contrarrazões de apelação, em preliminares, o pedido de reforma da decisão, tendo em vista que, neste caso específico, tal faculdade não preclui, conforme o art. 1009, §1º, do CPC. O agravo retido foi extinto. TAXATIVIDADE NO STJ De maneira inovadora, no julgamento do REsp 1.679.909, o STJ resolveu “mitigar” a taxatividade do art. 1015 do CPC, e aplicar uma interpretação extensiva ao seu inciso III: “rejeição da alegação de convenção de arbitragem”, para comportar outras preliminares de incompetência, sob a justificativa de que a intepretação extremamente literal banalisaria o mandado de segurança como sucedâneo recursal. Vale salientar que, atualmente, existem duas correntes doutrinárias, que discutem sobre essa taxatividade. Uma que defende a relativização, em prol de uma interpretação mais teleológica, visando atingir a finalidade da lei, qual seja, o devido processo legal. Uma outra corrente, mais restritiva, defende a aplicação literal da lei, não admitindo intepretação extensiva, argumentando que, durante o processo legislativo, o Novo CPC teve uma emenda ao projeto, que justamente visava permitir expressamente tal relativização, mas que foi rechaçada pelo Senado. Em outras palavras, o legislador negou expressamente tal relativização. Em defesa dessa última corrente, mais restritiva, tem-se o argumento de que a abertura para uma intepretação extensiva nesse rol taxativo abriria um leque sem limites de intepretações sobre cada inciso desse artigo, o que o legislador não o quis, além de trazer um impacto maior ainda sobre todo o ordenamento jurídico, de insegurança. Uma outra consequência nefasta de insegurança jurídica é que, ao se criar um sem número de novas possibilidades de agravo de instrumento, estaria criando ao mesmo tempo, preclusão que não havia. O que se defende é a criação da devida alteração legislativa, que é o meio adequado pois, embora os julgados do STJ não tenham força vinculante, existe o §1º do art. 489 do CPC, que eleva qualquer julgado ao patamar de precedente, inclusive considerando não fundamentada a decisão que deixar de aplicar o precedente invocado, sem justificar as diferenças do paradigma para com o caso concreto. OBSERVAÇÕES O Agravo de Instrumento será dirigido diretamente ao tribunal, e distribuído para uma das câmaras, segundo as regras de organização judiciária constantes do regimento interno de cada tribunal. O relator, não aplicando o art. 932, III e IV, do CPC, tomará as providências na forma do art. 1019 do CPC. Interposto o Agravo de Instrumento, o agravante poderá, caso queira, juntar cópia ao processo, se for eletrônico, conforme o art. 1018 do CPC. Sendo originalmente físico, essa juntada é obrigatória, sob pena de inadmissibilidade, se arguido pelo agravado. Assim que o agravo de instrumento for distribuído, o relator poderá, nos termos do art. 1019 do CPC, atribuir efeito suspensivo ao recurso, ou conceder parcial ou totalmente a tutela pretendida originalmente. Então, de nada adiantaria entrar com o agravo de instrumento, sem pedir, preliminarmente, a concessão do efeito suspensivo ou antecipação da tutela. Nos Juizados Especiais Cíveis, as decisões interlocutórias são irrecorríveis, portanto não comportam agravo de instrumento. Isso porque a Lei 9099/95 previu apenas dois recursos em sede de Juizado Especial: o recurso inominado, ou simplesmente recurso, previsto em seu art. 41, e os embargos de declaração, previstos no art. 48. Portanto, a parte poderá pedir reconsideração ou interpor mandado de segurança (sucedâneos recursais). Caso haja afronta à Constituiução, poderá ainda interpor o Recurso Extraordinário, preenchidos os requisitos de pré-questionamento e repercussão geral. AGRAVO INTERNO I. Previsão Legal – art. 1021 do CPC. II. Cabimento – reformar decisão monocrática proferida por relator. III. Forma – escrita (conforme regimento interno do tribunal. IV. Prazo – 15 dias (§5º do art. 1003 do CPC). A decisão monocrática atacada por Agravo Interno poderá ser de relator, presidente ou vice-presidente de tribunal. Através do Agravo Interno, insiste-se para que a decisão seja tomada pelo colegiado, e não monocraticamente, conforme o art. 1021 do CPC. Interposto o recurso de agravo interno, no prazo de 15 dias úteis, impugnando-se especificamente a decisão atacada (§1º), este será dirigido ao relator, que dará ao agravado prazo também de 15 dias úteis, para manifestar-sesobre o recurso (§2º). Findo este prazo, o relator, caso não se retrate, levará o recurso a julgamento pelo órgão colegiado. Sendo o agravo interno manifestamente inadmissível, ou julgado improcedente, o tribunal imporá uma multa, sem o pagamento da qual, nenhum outro recurso poderá ser interposto (§§ 4º e 5º). Se for beneficiário da gratuidade de justiça ou ente público, pagará ao final. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO I. Previsão Legal – arts. 1022 a 1026 do CPC. II. Cabimento – art. 1022 do CPC / Súmula 98 do STJ. III. Prazo – 5 dias (arts. 1003, §5º e 1023 do CPC). IV. Efeitos – art. 1026 do CPC; interrompe prazos inclusive nos JECs, conforme art. 50 da Lei 9099/95 e art. 1065 do CPC. V. Embargos Manif. Protelatórios – art. 1026, §§ 2º e 3º do CPC. É o recurso cabível contra qualquer decisão judicial que tenha obscuridade, omissão, contradição ou erro material e tem o prazo de 5 dias úteis (art. 1022 do CPC). Também são oponíveis contra sentenças não fundamentadas (parágrafo único, inciso II). Caso o acolhimento dos embargos possa alterar a decisão embargada, o juiz concederá prazo de 5 dias úteis ao embargado, para se manifestar sobre os embargos (art. 1023, §2º do CPC), e decidirá também em 5 dias úteis (art. 1024 do CPC). Os embargos de declaração interrompem os prazos para outros recursos (art. 1026 do CPC), inclusive nos JECs. Este recurso não está sujeito a preparo (art. 1023 do CPC). Como se sabe, a preclusão consumativa impede, via de regra, que se adite um recurso já interposto. Todavia, o §4º do art. 1026 do CPC prevê uma regra especial, para o caso dos embargos de declaração modificar a decisão embargada. Nesses casos, se o embargado já houver interposto outro recurso, terá novamente prazo de 15 dias úteis, a contar da intimação da decisão dos embargos, para modificar seu recurso, somente naquilo que houver sido alterado. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para efeitos de prequestionamento, mesmo que os embargos sejam rejeitados ou inadmitidos (art. 1025 do CPC). Pode ser pedida a concessão do efeito suspensivo aos embargos de declaração, se demonstrar a probabilidade de provimento ou risco de dano grave ou de difícil reparação (art. 1026, §1º do CPC). Embargos de declaração manifestamente protelatórios ensejam pagamento ao embargado de multa de até 2% do valor da causa (art. 1026, §2º do CPC). Havendo reiteração de embargos manifestamente protelatórios, a multa poderá ser majorada até 10%, sujeitando a interposição de qualquer outro recurso ao seu pagamento, com exceção do ente público e do beneficiário da gratuidade de justiça, que pagarão somente ao final (§3º). Note que esta multa não está coberta pela gratuidade de justiça, que incide somente sobre as custas processuais. Também, conforme o §4º do art. 1026 do CPC, não serão admitidos novos embargos de declaração se os dois anteriores houverem sido considerados protelatórios. RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL I. Previsão Legal – arts. 1027 a 1028 do CPC. II. Cabimento – art. 1027 do CPC. III. Prazo – 15 dias (art. 1003, §5º do CPC). IV. Forma – escrita. V. Pode ser interposto junto ao STJ (art. 105, II, da CRFB) ou junto ao STF (art. 105, II, da CRFB). Primeiramente, se usa a expressão “constitucional” por dois motivos principais: porque é um recurso previsto na CRFB e para diferenciar do recurso ordinário da seara trabalhista. Trata-se de recurso em que o STF e o STJ vão funcionar como segunda instância em ações específicas. Recurso Ordinário ao STF Caberá recurso ordinário ao STF das decisões denegatórias de habeas data, mandado de segurança e mandado de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, ou seja, de competência originária (art. 1027, I, CPC e art. 102, II, CRFB). Recurso Ordinário ao STJ Caberá recurso ordinário ao STJ das decisões denegatórias de mandado de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais e pelos tribunais de justiça dos estados, DF e territórios (art. 1027, II, a, CPC). Também caberá recurso ordinário ao STJ das decisões de processos em que forem partes de um lado Estado estrangeiro ou organismo internacional, e de outro lado município ou pessoa residente ou domiciliada no Brasil (art. 1027, II, b, CPC), cuja competência originária é dos juízes federais de primeira instância, conforme o art. 109, II, CRFB. Nesse último caso, a decisão recorrida não precisa ser denegatória, e das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento ao STJ, se for uma das circunstâncias previstas no art. 1015 do CPC. Ou seja, o órgão que vai funcionar como segunda instância dos juízes federais, neste caso, será o STJ, e não o TRF. Se aplicam aqui as regras pertinentes ao recurso de apelação e ao agravo de instrumento, conforme o art. 1028, caput, do CPC. Consoante o §2º do art. 1027, aplica-se ao recurso ordinário constitucional a Teoria da Causa Madura e também a possibilidade de pedir o efeito suspensivo a este recurso, que será dirigido ao : presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido – entre a interposição do recurso e a publicação de sua admissão, ou se houver sido sobrestado. tribunal superior respectivo – entre a publicação da admissão e a distribuição, ficando o relator designado para o exame prevento. relator do tribunal superior – se já foi distribuído. Os recursos ordinários ao STF e ao STJ, excetuando-se aqueles em que for parte o ente estrangeiro, serão interpostos no tribunal de origem, que intimará o recorrido, para no prazo de 15 dias úteis, apresentar as contrarrazões. Findo este prazo, os autos irão diretamente para o tribunal superior que julgará, independente de juízo de admissibilidade, conforme o art. 1028, §§ 2º e 3º. CASO CONCRETO PROPOSTO João, menor de 5 anos, representado por sua mãe Maria, resolve propor ação de alimentos em face de seu pai, Pedro, desembargador federal da 1ª Região. Mesmo diante da condenação a prestar alimentos, o réu se recusa a pagá-los, e tal situação perdura há pelo menos 4 meses. Com base nesses dados, responda: a) Qual o juízo competente para processar e julgar a ação de alimentos? R: Vara de Família (absoluta - em razão da matéria) do local de residência do menor alimentando (art. 53, II, do CPC e art. 147, I, do ECA). Conforme os princípios norteadores do ECA (proteção integral e melhor interesse da criança), trata-se de competência absoluta. b) O réu poderia, diante dos fatos, ter a prisão civil decretada? Sim, na forma do art. 528, §3º, do CPC, pelo período de 1 a 3 meses. c) Do decreto prisional, presentes os requisitos, caberia HC? Para que órgão jurisdicional? Habeas Corpus ao STJ, na forma do art. 105, alínea c, da CRFB, que faz menção, na alínea a, aos membros dos Tribunais Regionais Federais. d) Sendo denegado o HC, caberia RO, com base no art. 102, II, da CRFB? Recurso Ordinário ao STF, na forma do art. 102, II, alínea a, da CRFB. RECURSO EXTRAORDINÁRIO Será dirigido ao STF, conforme o art. 102, III, da CRFB e os arts. 1029 e seguintes do CPC. Efeitos – em regra o RE não recebe o efeito suspensivo, exceto nas hipóteses do §5º do art. 1029 do CPC. Requisitos – prequestionamento e repercussão geral. Prequestionamento – o recorrente deverá indicar, desde a primeira oportunidade, o dispositivo constitucional que cuida do tema tratado no caso concreto. Deve ser explícito, ainda que seja admitido o prequestionamento implícito, pois há sempre o risco de inadmissibilidade emvirtude de interpretação discricionária desfavorável do julgador. É possível o uso dos embargos de declaração com o fim de prequestionar matéria. Repercussão Geral – é um conceito jurídico indeterminado, e ocorre quando estivermos diante de temas de relevância social, política, econômica ou jurídica (art. 1035 do CPC). O juizo de admissibilidade do RE é feito na forma do caput do art. 1029 do CPC. Será realizado pelo presidente ou vice-presidente do respectivo tribunal, devendo observar as regras do regimento interno. RECURSO ESPECIAL O recurso especial ao STJ é o recurso cabível, após esgotarem todos os recursos na esfera dos tribunais de justiça. É necessário que a decisão tenha sido proferida por um colegiado pois, sendo uma decisão monocrática, caberá ainda o agravo interno, antes do recruso especial. Seu objetivo é uniformizar a jurisprudência. Encontra sua sede jurídica nos arts. 1029 e seguintes do CPC, e no art. 105, III, a, b e c, da CRFB. Pressupostos Cumulativos: violação de lei federal esgotamento das vias recursais decisão recorrida tem de ser de tribunal prequestionamento (observar o art. 1025 do CPC) Pressupostos Alternativos violação de lei federal (ou negar vigência) julgar válido ato de governo local contra lei federal interpretação de lei federal divergente de outro tribunal Este recurso tem o prazo de 15 dias úteis para sua interposição. Também, caso se queira aproveitar um eventual feriado local na contagem do prazo, este deve ser comprovado. É possivel pedir gratuidade de justiça quando de sua interposição. O recurso especial tem duplo juízo de admissibilidade, ou seja, é feito inicialmente pelo tribunal de justiça do qual se deseja recorrer e depois no STJ, que fará novo juízo de admissibilidade. O recurso especial é recebido, via de regra, no efeito devolutivo, podendo requerer a conversão em efeito suspensivo (art. 1029, §5º, CPC). Assim como no recurso ordinário, é possível pedir a conversão do efeito devolutivo em suspensivo: presidente ou vice-presidente do tribunal recorrido – entre a interposição do recurso e a publicação de sua admissão, ou se houver sido sobrestado. tribunal superior respectivo – entre a publicação da admissão e a distribuição, ficando o relator designado para o exame prevento. relator do tribunal superior – se já foi distribuído. Não é possível rediscutir matéria de fato ou prova (Sum 7/STJ). Com relação ao prequestionamento, a questão da qual se interpõe o recurso especial já deve ter sido discutida anteriormente, ou o tribunal já deve ter enfrentado a questão, ainda que de ofício. Também conforme o art. 1025 do CPC, as questões enfrentadas nos embargos de declaração consideram-se prequestionadas, ainda que os embargos tenham sido rejeitados ou inadmitidos. Se o motivo do RE for a divergência de jurisprudência entre TJs, é aconselhável, na peça, montar uma tabela entre o acórdão paradigma e o acórdão recorrido, com os pontos de dissídio entre eles. É possível a fungibilidade entre o recurso especiale o recurso extraordinário. Caso seja interposto o recurso especial, e se verifique, na admissibilidade, que seria caso de recurso extraordinário, será concedido o prazo de 15 dias para que o recorrente faça a adequação da peça, e demonstre, é claro, a repercussão geral. Havendo cabimento duplo, de recurso especial e extraordinário, nos termos do art. 1031 do CPC, poderão ser interpostos simultaneamente, caso em que ambos serão remetidos ao STJ, onde será julgado primeiro o recurso especial, para depois ser remetido ao STJ, para apreciação do recurso extraordinário, se não estiver prejudicado. Se o STJ, ao apreciar o Recurso Especial, entender que o mesmo versa sobre matéria constitucional, concederá prazo de 15 dias para que o recorrente se manifeste sobre a questão constitucional e comprove a repercussão geral, encaminhando em seguida ao STF para julgamento, na forma do art. 1032 do CPC. Igualmente, pode o STF entender, na apreciação do Recurso Extraordinário, que não houve violação à Constituição, e sim violação reflexa, ou seja, houve uma interpretação equivocada da lei federal face à CRFB, enviará ao STF para julgamento, conforme o art. 1033 do CPC. AGRAVO EM RE E RESP (ART. 1042 CPC) Da decisão do tribunal que inadimitir o RE ou o RESP cabe agravo ao STF ou STJ, respectivamente. A petição será endereçada ao presidente ou vice-presidente do tribunal e independe de preparo. O agravado será intimado para apresentar resposta em 15 dias. Não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente. O agravo poderá ser julgado juntamente com o RE ou RESP, garantida a sustentação oral, conforme o regimento interno. Interpostos simultaneamente RE e RESP, ambos inadmitidos, serão feitos agravos independentes, sendo julgado primeiro o do RESP. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA (ART. 1043 CPC) É o recurso cabível contra decisão de turma dos tribunais superiores (não pode ser contra decisão monocrática) que divergir de outro órgão fracionário do mesmo tribunal. Não cabem os embargos de divergência contra decisão do pleno nem contra decisão de órgão especial. Cabem embargos de divergência, tendo como paradigma acórdão de mesma turma, desde que a turma tenha mudado mais da metade de seus membros. JULGAMENTO DE RECURSOS REPETITIVOS Sempre que houver multiplicidade de RE e/ou RESP abrangendo as mesmas questões de direito, será proferida, de ofício, a decisão de afetação, que selecionará 2 ou mais processos como representativos da controvérsia, encaminhando-os para o respectivo tribunal superior, e determinará o sobrestamento dos demais processos que versem sobre a mesma matéria de direito (arts. 1036 e 1037 do CPC). A decisão de afetação, sendo proferida por TJ ou TRF, terá abrangência somente sobre a sua jurisdição, ou seja, será estadual ou regional. A decisão de afetação, sendo confirmada, ou mesmo iniciada pelo relator dos tribunais superiores, terá abramgência nacional, pois o mesmo determinará o sobrestamento em todo o território nacional, podendo inclusive selecionar outros processos como representativos da controvérsia. Os recursos selecionados como representativos, em tribunais estaduais, regionais ou nos superiores, já deverão ter sido admitidos. A parte interessada poderá demonstrar que seu processo é diferente na questão de direito, demonstrando a distinção, e pedir o prosseguimento do feito. Desta decisão caberá agravo de instrumento, se for decisão de juiz, e agravo interno, se for decisão de relator. Julgados os recursos afetados, será aplicada a tese firmada a todos os recursos que estavam então sobrestados. INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS Trata-se de um incidente criado pelo novo CPC, e aplicado sempre que estivermos diante de múltiplos processos envolvendo matéria unicamente de direito (não necessita de comprovação fática), com risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica (arts. 976 e 977 do CPC). Tal incidente tem o objetivo de fazer com que o tribunal elabore uma tese jurídica que será aplicada a todos os processos em curso que versem sobre o mesmo tema, e também aos futuros, tratando-se, portanto, de um provimento judicial vinculante. Pode ser pedido pelo juiz ou relator, de ofício, pelas partes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública. O julgamento do incidente caberá ao órgão colegiado indicado no regimento interno. O MP deverá intervir no processo, se já não for parte. Não será admitido o incidentese a tese já tiver sido afetada num dos tribunais superiores. O incidente será julgado no prazo de 1 ano, e terá precedência sobre os demais processos, exceto habeas corpus. Admitido o incidente, o relator suspenderá os processos afetados em sua jurisdição, intimará o MP, para se manifestar, no prazo de 15 dias e poderá requerer informações do órgão onde o processo está sendo julgado, também no prazo de 15 dias. Qualquer dos legitimados no art. 977, incisos II e III, do CPC, poderá requerer do tribunal competente para conhecer do RE ou do RESP a suspensão de todos os processos que versem sobre a mesma questão, em todo o território nacional. Independente da competência territorial, a parte em qualquer processo que verse sobre a mesma questão também poderá pedir esta suspensão. Da decisão do mérito do IRDR caberá RE ou RESP. O tribunal poderá rever a tese firmada em IRDR, de ofício ou provocado pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública (art. 986, CPC). INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA Conforme o art. 947 do CPC, quando, no julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processos de competência originária tratar-se de questão de direito com grande repercussão social, é admissível a ssunção de competência, de ofício, a requerimento das partes, da Defensoria Pública ou do Ministério Público. Sendo instaurado o incidente, o relator remeterá o processo ao órgão colegiado indicado no regimento interno do tribunal, que firmará tese jurídica ao julgar, vinculando todos os juízes e órgãos fracionários, até que a tese seja revista pelo órgão colegiado. PRECEDENTES E PROVIMENTOS JUDICIAIS VINCULANTES Precedente é amplamente utilizado no sistema de justiça norteamericano, em todos os ramos do direito, em que uma decisão transitada em julgado tem efeito vinculante, ou seja, a mesma decisão é aplicada onde houver a mesma ratio decidendi. Basta que haja uma decisão, ainda que de primeira instância, desde que não reformada, para que os magistrados estejam a ela vinculados, sendo que alguns precedentes precisam ser invocados pela parte interessada. Provimentos judiciais vinculantes, de acordo com o Novo CPC, são decisões vinculantes, tomadas pelos tribunais e cortes superiores, destinadas a conter demandas de massas, e garantir a isonomia. Firmadas as teses jurídicas, elas deverão ser aplicadas aos processos em curso que estiverem em afetação, e aos demais processos futuros que tiverem mesma razão de decidir. São provimentos judiciais vinculantes as teses firmadas em julgamentos de recursos repetitivos, incidentes de resolução de demandas repetitivas, incidentes de assumção de competência, além de súmulas e acórdãos dos tribunais superiores, que são a sua jurisprudência. Ainda, conforme o art. 489, §1º, VI, do CPC, não se considera fundamentada a decisão que deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente, sem indicar no que o caso concreto se distingue daqueles. Atualmente, apesar de adotarmos por tradição a civil law, em que prevalece a norma escrita sobre os costumes, podemos dizer que nosso sistema jurídico é híbrido, dada a forte influência dos precedentes e provimentos, desde a vigência do CPC de 2015. Como técnicas de controle dos precedentes, temos: Distiguish – a distinção entre o caso concreto e o precedente, que impedirá a sua aplicação. Overriding – a superação parcial do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. Overruling – a superação total do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. Anticipatory Overruling – a superação antecipada, total ou parcial do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei; é o trabalho de casa das cortes, de rever seus enunciados, jurisprudências, precedentes e provimentos judiciais vinculantes, antes mesmo que o caso concreto se apresente. QUESTIONÁRIO DE ESTUDO DIRIGIDO 1) Qual o conceito e a natureza jurídica dos recursos? Ônus processual. Direito subjetivo do sucumbente que, se não utilizado, sofrerá os efeitos da coisa julgada. Extensão do direito de ação. 2) Indique os princípios básicos dos recursos. Duplo grau de jurisdição, taxatividade, singularidade, fungibilidade, non reformatio in pejus, etc. 3) Quais são os efeitos dos recursos? Devolutivo, suspensivo e substitutivo (quando provido). 4) Qual a diferença entre juízo de admissibilidade e juízo de mérito? O juízo de admissibilidade é a verificação da existência dos pressupostos recursais positivos, as condições processuais impostas nlei. Já o juízo de mérito é o exame das razões de pedir recursais, que não devem se confundir com as razões de pedir da demanda. 5) O que é examinado, no juízo de admissibilidade recursal? Os pressupostos recursais: cabimento, legitimidade, tempestividade, adequação, preparo, etc. 6) O que é deserção? É o efeito produzido no recurso que não teve o recolhimento do preparo no prazo adequado, provocando a coisa julgada sobre a decisão. 7) A parte pode renunciar ao direito de recorrer? Sim, independentemente de aceitação da outra parte (art. 999 do CPC). 8) A parte pode desistir de um recurso já interposto? Sim, independentemente da anuência do recorrido ou dos litisconsortes, conforme o art. 998 do CPC. 9) Quais são os recursos previstos no ordenamento brasileiro? Apelação, agravo de instrumento, agravo interno, embargos de declaração, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, agravo em recurso especial ou extraordinário, embargos de divergência, além do recurso inominado, e outros, previstos em leis epeciais, como na seara penal e trabalhista, por exemplo. 10) O rol do art. 994 do CPC é taxativo? Indique a posição do STJ. Não. Exemplificativo, embora vigente o princípio da legalidade, ou seja, só será recurso o que a lei disser que é. 11) Quais as principais mudanças, envolvendo a teoria geral dos recursos, no Novo CPC? Unificação dos prazos processuais (art. 1003, §5º, CPC), ausência de preclusão das decisões interlocutórias, das quais não caibam recurso e, portanto, podem ser alegadas empreliminar de apelação; extinção do agravo retido e dos aembargos infringentes; alteração na admissibilidade de alguns recursos (na apelação quem faz é o tribunal, e nos RE e REsp há duplo juízo de admissibilidade) 12) Comente sobre a interposição de recurso e o litisconsórcio. O recurso interposto por um litisconsorte a todos aproveita, salvo se distintos ou conflitantes os interesses (art. 1005 CPC). 13) Quais os efeitos em que a apelação é recebida? Em regra duplo efeito (suspensivo e devolutivo), exceto nas hipóteses do §1º do art. 1012 do CPC (divisão/demarcação de terras, condenação alimentar, improcedência ou sem mérito embargos à execução, instituição de arbitragem, tutela provisória, interdição). Nesses casos, o recurso terá apenas efeito devolutivo. No entanto, se o recorrente demonstrar alta probabilidade de provimento do recurso, bem como possibilidade de dano irreparável, o relator poderá atribuir efeito suspensivo. 14) O que é a “teoria da causa madura”? Tendo o processo passado por todas as fases processuais, encontrando- se, portanto, em condições de imediato julgamento, é extinto sem resolução, ou um dos pedidos não é contemplado, o tribunal, ao receber o recurso, pode fazer imediata apreciação do mérito. 15) Analise o §1º do art. 1009 do CPC. Trata-se de inovaçãodo CPC de 2015, permitindo que as decisões interlocutórias que não desafiem agravo de instrumento, não sejam alcançadas pelos efeitos da preclusão, podendo serem atacadas em preliminares de apelação. 16) Quais as principais mudanças no que tange à apelação no NCPC? A apelação pode alcançar, em preliminares, as decisõe sinterlocutórias não contempladas pelo agravo de instrumento, e o seu juízo de admissibilidade passa a ser feito pelo tribunal. 17) O rol do art. 1015 do CPC é taxativo? Comente a posição do STJ. Foi reconhecida a taxatividade mitigada pelo STJ, à medida que admitiu AI contra decisão que rejeitou preliminar de incompetência, em analogia ao inciso II deste artigo, que menciona a incompetência do juízo em favor de cláusula ou convenção de arbitragem. 18) Quais as hipóteses de cabimento e os efeitos do agravo de instrumento? As hipóteses de cabimento são: tutelas provisórias, mérito do processo, rejeição da alegação de convenção de arbitragem, incidente de desconsideração de PJ, negar ou revogar gratuidade, exibição ou posse de documento ou coisa, exclusão de litisconsorte, rejeição à limitação do litisconsórcio, intervenção de terceiros, efeito suspensivo dos embargos à execução, carga dinâmica do ônus da prova e outros casos expressamente previstos em lei. 19) Quem exerce o juízo de admissibilidade na apelação? O tribunal. 20) Quem exerce o juízo de admissibilidade no agravo de instrumento? O tribunal. 21) Pode-se afirmar que o procedimento do agravo interno é regido pelos regimentos dos tribunais? Sim, de maneira supletiva, na forma do art. 1021 do CPC. 22) Quais as hipóteses de cabimento do agravo interno? Cabe agravo interno contra decisão monocrática de relator. 23) Cabe afirmar que o NCPC trouxe a unificação dos prazos processuais? Sim, nos termos do art. 1003, §5º, CPC. 24) Quais as hipóteses de cabimento dos embargos de declaração? Para suprir omissão, contradição, obscuridade, ou erro material. Pode também ser usado para fins de prequestionamento, mesmo que os embargos não sejam admitidos. 25) Comente a Súmula 98 do STJ. Considera prequestionados os argumentos suscitados em embargos de declaração. 26) Qual o efeito dos embargos de declaração? Interrompem o prazo para propositura de qualquer outro recurso. 27) Aplica-se o mesmo efeito no âmbito dos juizados? Sim, conforme art. 1065 do CPC. 28) O que são embargos de declaração com efeitos infringentes? São aqueles que modificam a decisão, ocasionando novo prazo recursal, naquilo em que foi modificado. 29) O que são embargos protelatórios e qual a sua consequência jurídica? Embargos interpostos com a única finalidade de interromper os prazos. Sujeitam o embargante a multa de até 2% do valor da causa. Na reincidência, a multa poderá ser majorada em até 10%. Havendo dois recursos considerados meramente protelatórios, não serão mais admitidos novos embargos de declaração. 30) Qual o prazo e quem exerce o juízo de admissibilidade dos embargos de declaração? Prazo de 5 dias. A autoridade prolatora da decisão embargada. 31) Quais as hipóteses de cabimento do recurso ordinário? Ao STF, contra decisões denegatórias dos remédios constitucionais, em única instância, pelos tribunais superiores. Ao STJ contra decisões denegatórias dos remédios constitucionais, em única instância,pelos tribunais de justiça e tribunais regionais federais. Também se aplicam às decisões proferidas em processos em que forem partes, de um lado, Estado estrageiro ou organismo internacional, e de outro, município ou pessoa residente ou domiciliada no país. Nesses casos, o juiz natural será o federal de primeira instância, funcionando o RO como segunda instância, aplicando-se-lhe as regras pertinentes ao recurso de apelação e agravo de instrumento. 32) Quais os requisitos específicos do recurso extraordinário? Prequestionamento e repercussão geral. 33) O que é repercussão geral? São questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os direitos subjetivos do processo. 34) Por que afirmamos que o RE e o REsp são recursos de fundamentação vinculada? Porque é necessário indicar a violação à norma constitucional, no caso do RE, e a violação à lei federal, no caso do REsp. 35) Qual o efeito de um RE reconhecido com repercussão geral pelo STF? Erga omnes, determinando o sobrestamento de todos os processos que versem sobre a questão, e tramitem em todo o território nacional. 36) O que é modulação temporal? É a possibilidade do STF determinar diferentes efeitos para as relações jurídicas afetadas por suas decisões, seja ex tunc, seja ex nunc. 37) Quais os efeitos do RE e do REsp? Em princípio, terão apenas efeito devolutivo. No entanto, se o recorrente demonstrar alta probabilidade de provimento do recurso, bem como possibilidade de dano irreparável, o relator poderá atribuir efeito suspensivo. 38) É certo afirmar que através do REsp objetiva-se a proteção do sistema normativo federal? Sim, conforme arts. 102, III e 105, III, CRFB. 39) Quem exerce o juízo de admissibilidade do RE e do REsp? Esses recursos têm duplo juízo de admissibilidade, sendo o primeiro feito no tribunal recorrido, e o segundo no STF e/ou STJ, conforme o caso. 40) Analise o art. 942 do CPC. Trata-se do que parte da doutrina chama de incidente de divergência qualificada, quando a decisão do tribunal não é unânime. Nesses casos, é remarcado julgamento, com outros julgadores. Se possível, poderá ser feito no mesmo dia. 41) Quais as principais mudanças em relação aos recursos em espécie no Novo CPC? Extinção dos embargos infringentes e agravo retido. Alteração do juízo de admissibilidade da apelação. Possibilidade de atacar decisões interlocutórias em preliminares de apelação, e embargos de declaração com efeito interruptivos dos prazos de todos os demais recursos. 42) Qual o papel da Súmula Vinculante no ordenamento jurídico atual? Tem efeito vinculante, tal qual uma lei stricto sensu, em todo o território nacional. Decisões que desrespeitem uma SV são passíveis de reclamação ao STF, para preservar a autoridade do Supremo, e a isonomia. 43) Ainda existe diferença entre as súmulas persuasivas e as vinculantes? Sim, pois caberá reclamação ao STF em caso de nãoi cumprimento das Súmulas Vinculantes, conforme a Lei 11.417/06. 44) Comente os arts. 927 e 932, incisos IV e V do CPC. Tratam-se de provimentos judiciais vinculantes, a serem observados pelos juízes e relatores, na apreciação das demandas e recursos. 45) Comente acerca do reexame necessário e o §3º do art. 496 do CPC. O reexame necessário de causas contra a administração pública comporta exceções, de acordo com os valores das condenações ou proveitos econômicos, sendo inferiores a 1000 salários mínimos para a União, 500 salários mínimos para Estados e Distrito Federal e 100 salários mínimos para os Municípios. 46) O Brasil adota o sistema jurídico híbrido? Por quê? Sim, pela influência da common law (precedentes e provimentos judiciais vinculantes) em nosso sistema, tradicionalmente civil law. 47) É correto afirmar que adotamos o sistema dos precedentes judiciais americanos? Não, adotamos os provimentos judiciais vinculantes. No sistema de precedentes americanos, basta uma única decisão, para que ela seja seguida em ações que tenham a mesma ratio decidendi. 48) Indique 3 provimentos judiciais vinculantes noCPC? Incisos do art. 332, incisos do art. 927 e incisos IV e V, do art. 932 do CPC. 49) Comente acerca do efeito vinculante no plano vertical, comum no sistema de precedentes. Contribui para a contenção das demandas de massa, pois as decisões das cortes superiores são aplicadas de plano nas ações que tramitam nas cortes inferiores. 50) Indique e comente as técnicas de controle dos precedentes. Distiguish – a distinção entre o caso concreto e o precedente, que impedirá a sua aplicação. Overriding – a superação parcial do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. Overruling – a superação total do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei. Anticipatory Overruling – a superação antecipada, total ou parcial do precedente ou do entendimento, em virtude de adaptação social e/ou advento de nova lei; é o trabalho de casa das cortes, de rever seus enunciados, jurisprudências, precedentes e provimentos judiciais vinculantes, antes mesmo que o caso concreto se apresente. PROCEDIMENTOS ESPECIAIS PROCEDIMENTOS Comum Especial o Jurisdição contenciosa (lide, partes, processo) o Jurisdição voluntária (interessados, procedimento) AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO (ARTS. 539 A 549) Objetivo – evitar a inadimplência. Hipóteses credor não aceita pagamento credor se recusa a dar recibo não se sabe quem é o credor discordância em relação ao valor credor não é encontrado Consignação Judicial Extrajudicial (depósito bancário – somente dinheiro) AÇÃO DE EXIGIR CONTAS (ARTS. 550 A 553) Autor – quem tem o direito de ter contas prestadas. Réu – quem tem o dever de prestar contas.
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