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Civil I - Plano de aula 02

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Universidade Estácio de Sá
Curso de Direito
Civil I – Semana 2
A PESSOA NATURAL
Sumário: 1.A Pessoa natural; 1.1.Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: naturais e jurídicas; 1.2. A personalidade jurídica – aquisição; 1.2.1.Docimasia hidrostática de galeno; 1.3.Natureza jurídica do nascituro; 1.3.1.Teorias sobre a natureza jurídica do embrião; 1.3.1.1 Teoria natalista; 1.3.1.2 Teoria concepcionista; 1.4 A personalidade jurídica – perda; 1.4.1 Natimorto; 1.4.2 Anencéfalo; 2.Capacidade civil; 2.1.Conceito e distinções; 2.2.Capacidade de direito ou gozo e capacidade de fato ou de exercício da pessoa física; 2.3.Absolutamente incapaz; 2.4.Relativamente incapaz; 2.5.Plenamente capaz; 2.6. Tutela e curatela; 2.7. Assistência e representação.
A Pessoa natural
Pessoas reconhecidas pela ordem jurídica: naturais e jurídicas
Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. – Art. 1º CC.
Pessoa Natural é todo o ser humano considerado como sujeito de direitos e obrigações e para assim ser considerada, basta nascer com vida, de modo a adquirir personalidade. Vale citar ainda a existência da Pessoa Jurídica que possui personalidade jurídica tendo assim direitos e deveres pertinentes à sua classificação como pessoa.
A personalidade jurídica – aquisição
A personalidade civil inicia-se com o nascimento com vida; – Art 2º, 1º parte CC.
A personalidade é a capacidade genérica para ser titular de direitos, sendo adquira em sua plenitude quando a pessoa nascimento com vida. O ordenamento jurídico entende que nasce com vida aquela pessoa que respirou, nem que tenha sido uma única vez. O registro que atesta o nascimento com vida é a certidão de nascimento.
Docimasia hidrostática de galeno
Essa constatação de vida é normalmente averiguada através do exame denominado Docimasia Hidrostárica de Galeno, que consiste na retirada de uma parte do pulmão do recém-nascido morto, o qual é mergulhado em um recipiente com água, verificando se este bóia registrando a presença de ar e confirmando assim o nascimento com dia ou afunda o que indica que os alvéolos pulmonares continuam colados, o que atesta que o recém nascido é natimorto. Tal averiguação se faz necessária para aquisição ou não de personalidade que pode implicar em direitos de erança por exemplo.
Natureza jurídica do nascituro
Mas a lei põe a salvo, desde a concepção os direitos do nascituro. – Art 2º parte final CC.
Compreende-se como nascituro o feto dentro do ventre da mãe. Embora não tenha adquirido personalidade por não ter nacido, o nascituro, embrião ainda dentro do ventre materno, por ter a expectativa de vir a ser uma pessoa dotada de personalidade, tem alguns direitos assegurados pelo ordenamento jurídico.
Mesmo o ordenamento jurídico prever direitos de existência do nascituro, existem casos em que o mesmo ordenamento admite a interrupção da gravidez, um destes casos é quando a gestação põe em risco a vida da mãe, dessa forma entende-se que o direito prevê a proteção de uma pessoa que já possui personalidade a uma que possa vir a ter. Outra concessão é no caso dos anencéfalos, em que a gestante pode interromper a gravidez.
Teorias sobre a natureza jurídica do embrião
Existem três teorias a respeito da natureza jurídica do nascituro.
Teoria natalista
É a adotada pelo ordenamento jurídico, que alega que o nascituro não pode ser considerado como pessoa, pois não adquiriu personalidade por não ter nascido com vida.
Teoria concepcionista
Sustenta que o nascituro é pessoa e possuir dois tipos de personalidade a formal desde sua concepção e a material ao nascer com vida.
A personalidade jurídica – perda
A existência da pessoa natural termina com a morte. – Art. 6º, 1ª parte.
Da mesma forma que a personalidade inicia-se no nascimento com vida, ela encerra-se na morte da pessoa. O ordenamento jurídico brasileiro entende como morte a cessação de todas as funções cerebrais, ou seja, morte cerebral. O registro que atesta a morte é a certidão de óbito. A morte não necessariamente precisa apresentar um corpo que a conteste, podendo esta ser presumida, com ou sem declaração de ausência, conforme se verá a seguir em sucessões.
Natimorto
Natimorto é aquela pessoa que nasceu morta, ou seja, não respirou, dessa forma não adquire personalidade. O Natimorto possui uma certidão específica, denominada certidão de natimorto.
Anencéfalo
Anencéfalo é aquele feto que não possui cérebro, sendo um caso tratado de forma específica, pois mesmo que venha a respirar pelo fato de não possuir cérebro, este já é considerado como natimorto.
Tanto as definições de vida, respirar após nascer, quanto de morte, cessamento das atividades cerebrais, são estipulações jurídicas que foram baseadas em pareceres de competência da área da saúde, ou seja, são determinados pela medicina e acatados pelo ordenamento jurídico.
Capacidade civil
Conceito e distinções
Capacidade é a aptidão especifica para ser titular de direitos, ou seja, é a medida limitadora ou delineadora da possibilidade de contrair deveres e de exercer direitos.
Capacidade de direito ou gozo e capacidade de fato ou de exercício da pessoa física
Todas as pessoas possuem direitos, estes, entretanto são divididos em dois tipos, direitos de gozo, que são aqueles inerentes a qualquer pessoa que possua personalidade e direitos de fato que são que podem ser exercidos.
O exercício do direito de fato varia de acordo com a capacidade da pessoa, dessa forma podemos classificar a capacidade de três formas, os absolutamente incapazes, os relativamente incapazes e os plenamente capazes.
Absolutamente incapaz
Absolutamente incapazes são aquelas pessoas que possuem direito de gozo, mas são incapazes de exercer seus direitos de fato por si só.
São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: – Art. 3º CC.
Os menores de dezesseis anos. – Art. 3º, I CC;
Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos. – Art. 3º, II CC;
Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. – Art. 3º, III CC;
Relativamente incapaz
Relativamente incapazes são aquelas pessoas que possuem direito de gozo, mas e são capazes de exercer alguns de seus direitos de fato, porém outros são.
São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer. – Art. 4º CC.
Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos. – Art. 4º, I CC;
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido. – Art. 4º, II CC;
Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo. – Art. 4º, III CC;
Os pródigos. – Art. 4º, IV CC.
Pródigo é todo aquele que possui uma compulsão descontrolada em gastar desmedidamente, colocando em risco seu patrimônio.
Cessa a incapacidade, seja ela relativa ou absoluta, desaparecendo os motivos que a determinam, em caso de menoridade, cessa-se a incapacidade mediante a maioridade civil ou emancipação.
Plenamente capaz
Plenamente capazes são aquelas pessoas que possuem plenitude em seus direito de gozo e de fato. Em regra geral torna-se plenamente capaz a pessoa que completar dezoito anos.
A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. – Art. 5º CC.
Em regra geral, os menores são absolutamente incapazes quando possuírem menos de dezesseis anos e relativamente incapazes quando possuírem entre dezesseis e dezoito anos, entretanto, a lei prevê a emancipação civil do menor, tornando-o plenamente capaz civilmente, conforme segue.
Cessará, para os menores, a incapacidade. – Art. 5º, § único CC
Pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos. – Art. 5º, I CC;
Pelo casamento. – Art. 5º, II CC;
Pelo exercício de emprego público efetivo. – Art. 5º, III CC;
Pela colação de grau em cursode ensino superior. – Art. 5º, IV CC;
Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria. – Art. 5º, V CC.
Tutela e curatela
O tutor é a pessoa plenamente capaz, que acompanha o absolutamente incapaz ou relativamente incapaz, até que este atinja a maioridade, 18 anos, seja na forma de Representante ou Assistente.
O curador é a pessoa plenamente capaz, que acompanha o absolutamente incapaz ou relativamente incapaz, após este atingir a maioridade, 18 anos, seja na forma de Representante ou Assistente.
Por regra no ordenamento jurídico brasileiro, são tutores os próprios pais, na falta destes é determinado pelo poder judiciário, uma pessoa plenamente capaz, para assumir a tutela dos absoluta e relativamente incapazes. No caso da curatela, esta determinação poderá ser feita judicialmente, visando o bem estar do absoluta ou relativamente incapaz.
Assistência e representação
Representante é o tutor ou o curador, que age em nome do absolutamente incapaz, exercendo os direitos desse em seu lugar, esse exercício de direitos visa o bem estar do representado.
Assistente é o tutor ou curador, que age em conjunto com o relativamente incapaz, suprindo a complementarmente necessidade deste no exercício de seus direitos, dessa forma, contratos assinados por relativamente incapazes podem ser anulados ou validades por seu assistentes.
Questão discursiva 1 – Maria deu à luz a João em 10 de maio de 2013. No entanto, uma fatalidade aconteceu, emocionado o pai da criança (José) acaba enfartando e morrendo em 11 de maio de 2013. No momento do parto, houve dúvida se a criança nasceu com vida ou morta. Explique em no máximo cinco linhas porque é fundamental determinar se esta criança nasceu com vida ou não e como esta prova poderia ser produzida.
(RESPOSTA) É importante saber se a criança nasceu com vida para definir se ela adquiriu ou não personalidade o que lhe permite possuir ou não direitos, como por exemplo, o de sucessão. Tal informação pode ser obtida através de um exame denominado Docimasia Hidrostática de Galeno.
Questão objetiva 1 – Assinale com (V) Verdadeiro e (F) Falso.
(V) O termo personalidade corresponde à aptidão genérica da pessoa natural para adquirir direitos e contrair deveres.
(F) O nascituro tem capacidade para exercer direitos, devendo ser representado por sua mãe até o momento do nascimento.
(FALSA) O nascituro, pelo CC/02, por ainda não ter nascido, não possuiu personalidade nem direitos, entretanto, possui previsão no ordenamento jurídico, direitos a segurança de sua existência como um ser que poderá vir a adquirir personalidade e direitos caso nasça com vida, exercendo direitos somente na natalidade com vida.
(F) A pessoa jurídica não tem personalidade uma vez que esta é uma exclusividade das pessoas naturais.
(FALSA) A pessoa jurídica possui personalidade jurídica, possuindo direitos e deveres pertinentes à sua classificação como pessoa.
(V) A concepção determina o início da existência do ser humano, mas não a sua personalidade à luz do ordenamento brasileiro.
(F)	A lei brasileira permite a declaração de morte apenas das pessoas em que haja um corpo a ser examinado.
(FALSA) O ordenamento jurídico, também permite a declaração de morte presumida, com ou sem declaração de ausência.
(RESPOSTA) V – F – F – V – F
Questão objetiva 2 – Quanto à personalidade da pessoa natural, assinale a alternativa correta:
a) Conforme o Código Civil brasileiro o nascituro não possui personalidade. No entanto, a doutrina e a jurisprudência vêm admitindo a possibilidade de lhe conferir personalidade material.
(INCORRETA) Tanto o CC/02 quanto a maioria dos doutrinadores, adotam a Teoria Natalista, na qual a pessoa só adquire personalidade ao nasce com vida.
b) Toda pessoa nascida com vida tem personalidade e capacidade de direito (ou de gozo).
(CORRETA)
c) A capacidade de direito é limitada pelas regras de incapacidade. Assim, por exemplo, o maior de 16 e maior de 18 anos não possui personalidade.
(INCORRETA) Toda pessoa nascida com vida possui personalidade o que não deve ser confundido com capacidade, que determina se o quanto uma pessoa é capaz ou não de exercer seus direitos de fato, sendo classificadas em absolutamente incapaz, relativamente incapaz ou plenamente capaz.
d) O Código Civil brasileiro ao afirmar que toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil está afirmando que toda pessoa é dotada de capacidade de exercício (ou de fato).
(INCORRETA) Ao fazer tal alegação o CC/02 define que toda pessoa possui direitos, mas não define que todos possam exercê-los igualitariamente, esta definição pode ser obsevada nos arts. 3º, 4º e 5º CC.
e) A personalidade é a aptidão específica para ser titular de direitos e de deveres na ordem civil. É o pressuposto para a inserção da pessoa na ordem jurídica.
(INCORRETA) A personalidade é a aptidão genérica para ser titular de direitos e deveres na ordem civil, enquanto a aptidão específica refere-se à capacidade da pessoa de exercer seus direitos.

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