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HERANÇAS DACULINARIA ESTRANGEIRA NO BRASIL

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FACULDADE INTEGRAL DIFERENCIAL – FACID WYDEN
CURSO SUPERIOR TECNOLOGICO EM GASTRONOMIA
GLADSTONE FILHO
JOSE MARTINS
MARCELO COSTA
DAVID SÉRVIO
MARILIA MOURA
JOHN WILSON
HISTORIA DA GASTRONOMIA BRASILEIRA E A INFLUÊNCIA DAS CULTURAS ESTRANGEIRAS:
ITALIANA, ÁRABE, JAPONESA E CHINESA.
TERESINA, PI
2018
HISTORIA DA GASTRONOMIA BRASILEIRA
A culinária do Brasil é fruto de uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e africanos. Muitos dos componentes das receitas e técnicas de preparo são de origem indígena, tendo sofrido modificações por parte dos portugueses e dos escravos oriundos da África. Esses faziam adaptações dos seus pratos típicos substituindo os ingredientes que faltassem por correspondentes locais. A feijoada à brasileira, prato típico do país, é um exemplo disso. Os escravos trazidos ao Brasil desde meados do século XVI somaram à culinária nacional elementos como o azeite de dendê e o cuscuz. E as levas de imigrantes recebidas pelo país entre os séculos XIX e XX, vindos em grande número da Europa, trouxeram algumas novidades ao cardápio nacional e concomitantemente fortaleceram o consumo de diversos ingredientes.
A alimentação diária, feita em três refeições, envolve o consumo de café com leite, pão, frutas, bolos e doces no café da manhã, feijão com arroz no almoço — refeição básica do brasileiro, aos quais somados, por vezes, o macarrão, a carne, a salada e a batata — e, no jantar, sopas e também as várias comidas regionais.
As bebidas destiladas foram trazidas pelos portugueses ou, como a cachaça, fabricada na terra. O vinho é também muito consumido, por vezes somado à água e açúcar, na conhecida sangria. A cerveja por sua vez começou a ser consumida em fins do século XVIII e é hoje uma das bebidas alcoólicas mais comuns.
As culinárias regionais mais visíveis pertencem aos estados de Minas Gerais e Bahia, sendo a culinária mineira marcada pela influência portuguesa em iguarias e laticínios como o pão de queijo, o queijo minas e o feijão tropeiro (também um prato da cozinha paulista), e a culinária baiana pela presença de quitutes africanos como o acarajé, o abará e o vatapá. Já a culinária de Pernambuco destaca-se pela chamada "doçaria pernambucana", ou seja, os doces desenvolvidos durante os períodos colonial e imperial nos seus engenhos de açúcar como o bolo de rolo, o bolo Souza Leão e a cartola, e também pelas bebidas e iguarias salgadas descobertas ou provavelmente originadas no estado a exemplo da cachaça, do beiju e da feijoada à brasileira. 
SABORES E INFLUÊNCIAS DA CULINÁRIA INDÍGENA.
A alimentação indígena tinha como alicerce a mandioca, na forma de farinha e de beijus, mas também de frutas, pescado, caça, milho, batata e pirões e, com a chegada dos portugueses, do inhame trazido da África.
Da mandioca, além da farinha e dos vários tipos de beiju, os nativos obtinham o arumbé (massa de mandioca com pimenta), o caxiri (bebida fermentada), o chibé (bebida não alcoólica), o idizinho (mingau de mandioca), o kanapé (pão redondo recheado de amendoim), o ki-pu (bebida), o pão de mandioca, o paparuto (bolo de mandioca e carne) e outros. 
Os nativos ingeriam o milho verde assado, mingau de milho verde ou seco, farinha de milho verde ou seco, a quirera (milho moído), pamonha, pipoca, cauim (bebida fermentada), bolo de milho, um tipo de pamonha e um tipo de curau.
Todos os povos indígenas conheciam o fogo e o utilizavam tanto para o aquecimento e a realização de rituais quanto para preparar os alimentos. O fogo também era usado para a confecção de armas e canoas, na guerra e no preparo de utensílios de cerâmica. O domínio do fogo significou um grande avanço do homem em relação aos outros animais. Permitiu a ampliação do leque de alimentos que poderiam ser ingeridos porque, além de torná-los mais palatáveis, permitiu que fossem incluídos em sua dieta alimentos que naturalmente continham substâncias venenosas ou danosas à saúde, mas que eram destruídas pela ação do calor. O fogo, além de permitir uma conservação mais prolongada, também eliminava possíveis organismos patógenos presentes nos alimentos.
As principais formas de preparo da carne eram assá-la em uma panela de barro sobre três pedras (trempe), em um forno subterrâneo (biaribi), espetá-la em gravetos pontudos e colocá-la para assar ao fogo — de onde teria vindo o churrasco do Rio Grande do Sul — colocá-la sobre uma armação de madeira até ficar seca para que assim pudesse ser conservada (moquém) ou algumas vezes cozê-la. No biaribiri colocavam uma camada de folhas grandes em um buraco e sobre elas a carne a ser assada e sobre essa carne ainda, uma camada de folhas e outra de terra, acendendo sobre tudo uma fogueira de onde teria surgido o modo de preparar o barreado do Paraná. Por vezes a carne cozida servia para o preparo de pirões, mistura de farinha de mandioca, água e caldo de carnes. Havia duas formas de prepará-lo, cozido ou escaldado. Na primeira, o caldo é misturado com a farinha aos poucos e mexido até ganhar consistência adequada. Na segunda, simplesmente misturam-se os dois, resultando em um pirão mais mole.
Admite-se que a primeira forma de preparo da carne pelos nativos foi assando-a, uma vez que este processo dispensa o uso de vasilhames de cerâmica.
Ao lado da farinha e do beiju, a caça era outra das principais fontes de alimento As principais carnes eram as de mamíferos como o porco-do-mato, o queixada, o caititu, a paca, o veado, macacos e a anta, que servia a comparações como boi, à anta estrangeira. Eram preparadas com pele e vísceras, o pelo queimado pelo fogo e os miúdos, órgãos internos, depois retirados e repartidos.
A pesca, de peixes, moluscos e crustáceos, era realizada com arco a pequenas distâncias, sem haver uma espécie mais apreciada que outras.  Os maiores eram assados ou moqueados e os menores cozidos, sendo o caldo utilizado para fazer pirão por vezes, secavam os peixes e socavam-nos até fazer uma farinha que podia ser transportadas durante viagens e caçadas. A paçoca era produzida da mesma maneira, pilando-se a carne com a farinha de mandioca, alimento posteriormente adaptado com castanhas de caju, amendoins e açúcar no lugar da carne e transformado em um doce.
Para temperar o alimento usavam a pimenta ou uma mistura de pimenta e sal pilada chamada ionquet, inquitaia, juquitaia, ijuqui. Sempre era colocado após o preparo e mesmo comido junto com o alimento, colocando-se um naco de comida na boca e em seguida o tempero. O sal era obtido a partir de difíceis processos de secagem da água do mar, em salinas naturais— sal mineral — ou a partir da cinza de vegetais.
A grande maioria dos indígenas do interior desconhecia o cloreto de sódio e tentavam suprimir esta carência através da geofagia, ou seja, ingestão de terra, ou produzindo sal através das cinzas de vegetais. Alguns depósitos de sal gema eram encontrados no interior da Amazônia, principalmente no Peru, e eram explorados por tribos locais para uso próprio e comércio.
Outros temperos utilizados pelos nativos eram folhas de macaxeira, formigas torradas com sal e pimenta, o arubé (tempero pastoso que era feito com o tucupi, pimenta triturada e tapioca), o tucupi com saúvas e a massa do fruto do japurá. Como temperos eram também utilizados um tipo de coentro, um tipo de açafrão, um tipo de gengibre e, às vezes, urucum
Entre os alimentos líquidos indígenas encontra-se a origem do tacacá, do tucupi, da canjica e da pamonha. O primeiro surge a partir do sumo da mandioca cozida, chamado manipueira, misturado com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta e são e o segundo a partir da fervura mais demorada do mesmo sumo. A canjica era uma pasta de milho puro até receber o leite, o açúcar e a canela dos portugueses ganhando adaptações de acordo com o preparo, como o mungunzá, nome africano para o milho cozido com leite, e o curau, feito com milho mais grosso. A pamonha era um bolo mais grosso de milho ou arroz envolvido em folhas de bananeira. Fabricavam também bebidas alucinógenaspara reuniões sociais ou religiosas como a jurema no Nordeste. Com seus ingredientes e técnicas a culinária indígena formaria a base da culinária brasileira e daria sua autenticidade, com a mandioca sendo o ingrediente nacional, pois incluído na maioria dos pratos.
Admite-se como herança da Culinária indígena no Brasil também a tapioca, a pipoca, a moqueca indígena, o arabu (gemas de ovos de tartaruga ou tracajá e farinha), e o paxicá (picado de fígado de tartaruga com sal, limão e pimenta malagueta). Como herança também ficou o método de cozinhar indígena, a mixira, onde se corta em pedaços o peixe ou a carne, coloca-os em um vasilhame que em seguida é tapado, cozinhando-os em fogo brando.
Os nativos eram também grandes apreciadores de insetos e suas larvas, e também de aranhas, carrapatos, escorpiões, lacraias e centopeias. Muitos incluíam a terra (barro, argila) em suas dietas. 
Além dos alimentos acima vários tribos de nativos também consumiam a carne e ossos triturados humanos não apenas como parte de rituais como também como fonte de energia.
SABORES ÁRABES NO BRASIL
O Brasil recebeu muita influência cultural árabe Os árabes e seus descendentes tiveram a acolhida no Brasil facilitada pela existência de uma identidade cultural entre os dois povos provocados pela colonização portuguesa, pois Portugal trazia forte influência desses povos incorporada a seus hábitos. A herança trazida no terreno da comida foi sem dúvida das mais estimulantes. O povo árabe tem a tradição de comer com vontade e satisfação e segundo o costume, não é de bom tom recusar pedidos para que se repitam os pratos, mesmo comendo mais do que se pretenda, para eles a comida representa uma importante base para a comunicação, e as refeições são o centro dos encontros familiares e círculos sociais.
Os kibes e esfihas, por exemplo, são consumidos por um número incalculável de brasileiros de todas as origens. Como também o pimentão recheado com carne moída, o 'charuto' de repolho, o couscous marroquino, o leite de cabra e de camelo e o gosto pelas especiarias, como acontece na elaboração da kafta, um tipo de almôndega, aromatizada com elas. A coalhada também é árabe. A utilização de ervas frescas, como salsa, hortelã, coentro, alecrim, de condimentos como açafrão, noz moscada e canela, ou outros mais picantes como a harissa – uma pasta feita de pimenta malagueta, muito forte em receitas árabes.
SABORES DA CULINÁRIA ÁRABE
Existe uma forte ênfase nos seguintes itens, na culinária árabe atual:
CARNE 
Carneiro e frango são as mais usadas, enquanto carne bovina e de camelo também são usadas com menor intensidade, juntamente com outros tipos de pássaros e, nas áreas litorâneas, peixes. Carne de porco nunca é comida - para os árabes muçulmanos é tanto um tabu cultural quanto é um alimento proibido sob a lei islâmica, enquanto os cristãos árabes também evitam o alimento, possivelmente por não ter desenvolvido o gosto por ele. O carneiro é o principal animal consumido. Sua carne é assada ou guisada, normalmente recheada e ricamente temperada. A carne de cabrito também chega às panelas, assim como a galinha e o peru. A carne de cabrito, a galinha e o peru também são apreciadas.
LATICÍNIOS 
Amplamente utilizados, especialmente as variedades do iogurte e o queijo branco. Manteiga e creme de leite também são utilizados com fartura.
ERVAS E ESPECIARIAS 
Menta e tomilho (frequentemente numa mistura chamada de za'atar) são muito disponíveis e usados constantemente; as especiarias são menos utilizadas do que na culinária indiana, porém a quantidade e os tipos geralmente variam de região para região. Algumas das ervas e especiarias utilizadas é o gergelim, o açafrão, o açafrão-da-índia, o alho, o cominho, a canela e o sumagre. Uma mistura de especiarias muito comum é o baharat.
BEBIDAS
Bebidas quentes são mais consumidas do que as frias; o café ocupa o topo da lista, especialmente nos países do golfo Pérsico, embora o chá seja servido na maioria dos países árabes.
GRÃOS
O arroz é um alimento básico, usado para a maior parte dos pratos, e o trigo é a principal fonte usada nos pães, também muito consumidos. Na falta de carne, ganham destaque os grãos, como o trigo, a lentilha, a ervilha, o grão-de-bico e o arroz. O bulgur e a semolina também são muito utilizados. Favas são típicas do Egito, presentes no fool midammis, sopa bem grossa à base de feijão, servida normalmente durante o café da manhã.
LEGUMES
As lentilhas são amplamente consumidas, juntamente com as favas e o grão-de-bico.
FRUTAS E OUTROS VEGETAIS
Esta culinária também utiliza muito diversos vegetais, como por exemplo o pepino, a berinjela, a abobrinha, o quiabo, a cebola além de frutas, especialmente as cítricas. Estes vegetais costumam ser usados como temperos ou entradas. Azeitonas são importante na culinária árabe, juntamente com tâmaras, figos e romãs.
Vegetais em conserva, os kabees ou torshi são muitos populares e servidos como entrada ouacompanhamento. São essenciais na culinária árabe.
Técnicas agrícolas transformaram o deserto em férteis campos verdes, onde crescem uvas, figos, romãs, ameixas, damascos, amêndoas, pistaches, avelãs, pinhões, tâmaras, azeitonas, goiabas, mangas, laranjas, bananas, abacates e melões. As frutas são encontradas nos mercados ao natural, cristalizadas e secas. São usadas no preparo de bolos, pudins, caldas, geléias, saladas, ensopados de carne, doces, refrescos, xaropes e licores.
NOZES
Pinhões, amêndoas e pistaches são muito consumidos. 
FOLHAS VERDES
A salsa e a hortelã são populares como temperos em diversos pratos, enquanto o espinafre e o córcoro (chamado de molokhia, em árabe) são usados noutros. Largamente apreciados também são as verduras e os legumes recheados e em conserva, os quibes e esfihas, as frutas secas e a coalhada.
MOLHOS
Os mais populares incluem diversas combinações de azeite, suco de limão, salsa, alho e tahini (pasta de grão-de-bico). O labaneh, uma espécie de iogurte mais fino, costuma ser temperada com hortelã, cebola e alho, e servido como molho em diversos pratos.
As favas são típicas do Egito, presentes no fool midammis, sopa bem grossa à base de feijão, servida normalmente durante o café da manhã e o falafel, que já faz parte dos cardápios de outras nações árabes.
PEIXE
É abundante no litoral do Oriente Médio. Os principais: salmonete, o peixe-espada e a sardinha marinados. Os pratos são temperados com uma rica seleção de especiarias e molhos. Na mesa, todos são regados a azeites de oliva.
ESPECIARIAS 
São muito utilizadas na culinária árabe para dar sabor ou perfume aos alimentos. As mais utilizadas são semente de anis, alcaravia, cravo-da-índia, cominho, gengibre, sumagre, noz-moscada, macis, semente de gergelim, alho, cebola, snubar e pimenta-da-jamaica. Entre as ervas são usados manjericão, coentro, endro, funcho, manjerona, hortelã, salsa, alecrim e salva, açafrão e cardamomo. E como aromatizantes o almíscar, âmbar, água de rosas e água de flor de laranjeira. É comum cada país possuir seu próprio mix de especiarias, encontrado já pronto no comércio. 
DEIXADOS DA CULINÁRIA ITALIANA NO BRASIL
Muitos descrevem a Itália como o berço da cozinha Européia.
A primeira arte culinária europeia desenvolveu-se na Roma Antiga onde, além dos alimentos, ocupavam papel importante na vida cotidiana as reuniões sociais e o hábito de desfrutar a comida entre a família e os amigos. As refeições oportunizavam discussões e amizades, fortalecendo o sentimento de pertencer a determinada classe social. Ao contrário da Grécia antiga, as mulheres estavam presentes em banquetes.
Os pratos principais preferidos eram carnes (cabrito, carneiro, aves, carnes curadas) e legumes.
O processo de produção e a circulação e acumulação de riquezas na baixa idade média propiciaram o surgimento do renascimento.
A renascença marca a transição entre a idade média e a idade moderna e foi um período de grandes mudanças e conquistas culturais.
Na gastronomiaa Itália foi pioneira em relação a uma ruptura dos padrões gastronômicos medievais. Houve um incremento de qualidade e refinamento na arte da mesa, em detrimento da ostentação e excessos dos banquetes da idade média.
O surgimento da imprensa favoreceu a difusão de ideias e do conhecimento, e os livros de cozinha estão entre os primeiros a serem impressos.
Uma das obras mais importantes foi “De honesta voluptate”, de Platina de Cremona, pseudônimo do historiador italiano Bartolomeo Sacchi. A obra pregava a moderação à mesa e trazia também recomendações para a boa saúde. Sugeria o uso moderado das especiarias, a utilização de suco de frutas cítricas para aromatizar os alimentos e considerava ideal iniciar uma refeição com frutas frescas.
Não havia na época uma regra rígida quanto à ordem dos pratos. Os pratos de cada serviço eram postos ao mesmo tempo sobre a mesa. O prato raso começa a substituir as fatias de pão velho e as pranchas de madeira utilizadas na idade média.
A posição geográfica privilegiada da península Itálica no mediterrâneo contribuiu para o enriquecimento de Gênova e Veneza, que possuíam intensa atividade econômica e desenvolvimento em relação às outras regiões da Europa, cuja estrutura de poder estava centrado na cidade ao invés da grande propriedade rural. 
A burguesia mercantil enriquece e passa a buscar prestígio condizente com sua fortuna e poder. O mecenato se torna uma forma de projetar e perpetuar o próprio nome, constituindo também como forma de inversão de capital.
Os italianos prezavam pela casa de campo, que desempenharam importante papel na produção de cereais, legumes, frutas, vinho, lenha, carne e laticínios. A cozinha italiana deve muito ao fato de o país ser uma sociedade essencialmente rural e não industrial, constituindo uma cultura de base agrícola, autoconfiante e orgulhosa de seus produtos.
A família Médicis exerceu grande influência na vida das cortes europeias. Em 1469 Lorenzo, o Magnífico, ofereceu cinco esplêndidos banquetes para comemorar o seu casamento. Com casamento de Catarina de Médici com Henrique II, da França, Catarina trouxe para a França cozinheiros italianos, considerados os melhores da época, o que intensificou sobremaneira a influência da refinada cozinha italiana na França renascentista.
A partir daí a nobreza francesa descobriu os prazeres de um menu variado, com quenelles de peixe e de ave, parmesão ralado, ris de veau, alcachofras, brócolis, galinha d’angola, trufas e carne de vitela. Como sobremesa, vieram biscoitos de amêndoas, zabaglione, pudins de ovos, sorvetes e melões. Os italianos trouxeram também inovação em pastelaria e na preparação de geleias, compotas, doces de frutas e sorvetes.
Estudos indicam que o uso do garfo foi adotado em Veneza no século XI, quando a princesa Teodora, filha do imperador bizantino Constantino Ducas, casou-se com o doge Domenico Selvo. Inicialmente ele tinha apenas dois dentes e era utilizado para espetar. A partir do século XIX o de quatro dentes se tornará mais comum e o seu uso foi se generalizando, trazendo elegância à mesa. Voltou-se a usar o guardanapo, acessório comum na antiguidade, mas em desuso na idade média.
INFLUÊNCIAS GASTRÔNOMICAS CHINESA NO BRASIL
IMIGRAÇÃO CHINESA NO BRASIL
A imigração chinesa no Brasil teve início em 1812, quando Dom João VI trouxe, de Macau, duzentos ou quatrocentos chineses para introduzir o cultivo de chá no país. Eles iniciaram lavouras experimentais no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e na Fazenda Imperial de Santa Cruz, porém o experimento fracassou e a colônia chinesa desapareceu. 
Um parlamentar inglês denunciou, no entanto, em 1834, que um grupo de imigrantes chineses havia sido largado nas florestas nos arredores da cidade para ser caçado, por diversão, por caçadores de homens, auxiliados por cães e cavalos. Entre esses caçadores, estaria o príncipe dom Miguel.
Depois, eles vieram para desenvolver o cultivo do chá em São Paulo e para trabalhar na implantação da ferrovia no Rio de Janeiro, capital do país na época.Em 1882, a Companhia de Comércio e Imigração Chinesa foi fundada, trazendo mais de mil chineses para trabalhar em uma mina em São João Del Rei.
A primeira entrada oficial de chineses em São Paulo ocorreu em 15 de agosto de 1900. O grupo era formado por 107 pessoas que, procedente de Lisboa, desembarcaram no Rio de Janeiro, sendo conduzidos em seguida para a Hospedaria de Imigrantes na cidade de São Paulo.
Entre 1902 e 1906, foi construído, na cidade do Rio de Janeiro, a Vista Chinesa, um mirante em estilo chinês em comemoração à vinda dos primeiros chineses ao país para a introdução do cultivo de chá, no início do século XIX.
Porém, o grande fluxo da imigração chinesa se deu a partir da década de 1950. Os principais motivos dessa migração foram às guerras que estavam ocorrendo na China, e que ocasionavam a falta de alimentos no país. Com a implantação do comunismo na China, um grande número de chineses mudou-se para Taiwan e, logo em seguida, buscou um novo país no estrangeiro. Grande número deles imigrou para o Brasil.
Desde o fim da década de 1990, a quantidade de imigrantes chineses vem aumentando bastante. Eles têm, como principal área de atuação, o comércio. Lojas e pastelarias são os principais ramos onde eles trabalham. No Rio de Janeiro, por exemplo, atualmente 20% das lojas do SAARA (conhecida sociedade de comerciantes do Centro do Rio) são controladas por chineses (em 1995, só duas lojas do SAARA eram de propriedade de chineses).
CHINA - INFLUÊNCIAS GASTRONÔMICAS NO BRASIL
A cozinha regional chinesa se caracteriza pela busca da harmonia entre sabores: azedo, salgado, amargo e doce. Com diferentes maneiras de cozinhar no vapor, na grelha, refogando ou fritando. Importante à adição de condimentos e especiarias dando sabor e aroma. Os produtos de base usados na cozinha chinesa geralmente são os mesmos da Europa. A originalidade dos pratos provém de sua preparação e, claro, da adição de produtos locais: brotos de bambu, brotos de feijão, lótus, acelgas e cogumelos variados, sem contar os mais peculiares: “ninhos de andorinha”, barbatanas de tubarão, “ovos de cem anos”, algas.
A China tem umas das mais ricas culinárias do planeta. A comida chinesa sólida é degustada com pauzinhos chineses (k'uai-tzu) e os líquidos com uma colher larga e plana (normalmente de cerâmica).Sendo assim, a maioria dos pratos é preparada em pedaços pequenos, prontos para serem escolhidos e comidos. A comida chinesa se difere da comida ocidental onde a proteína da carne é o prato principal de uma refeição.
Uma refeição familiar deve contar com tantos pratos quantos forem os convidados. Todas as iguarias são dispostas no centro da mesa numa grande bandeja de cobre ou madeira laqueada. Cada um se serve com seus próprios k'uai-tzu (pauzinhos), escolhendo o que lhe agrada entre a variedade de pratos. É de bom-tom oferecer ao vizinho o que já se provou e apreciou. Uma refeição digna desse nome deve alimentar “bem” e ser saudável: sempre incluir aves, porco e peixe, legumes e arroz (ou pão de trigo, no Norte da China, e panquecas, no centro do país), bem como um caldo leve para saciar a sede, já que, contrariamente ao que se pensam os chineses não bebem chá na refeição. Nos dias de festa, o “vinho amarelo” e as bebidas alcoólicas não podem faltar. A cerveja tem tido um sucesso crescente, principalmente nas grandes cidades da costa.
FESTIVIDADES GASTRONÔMICAS
FESTA DA PRIMAVERA
Comemora a entrada do ano novo lunar com danças, cartazes, decoração e comidas tradicionais como ensopado de pato, pernil ao molho de carpa cozida, bolo ritual de arroz cremoso, um tipo de pudim decorado com frutas secas.
FESTA DAS LANTERNAS
Serve para comemorar com luz e cor o respeito a Buda. Durante as celebrações, come-se (yuanxiao) bolinhos de arroz recheados com uma mistura de ingredientes tão díspares como sésamo e pétalas de rosa.
FESTA DOS MORTOS
Ocorre no início do terceiro mês lunar (nos primeiros dias de abril), na qual a tradiçãoé promover um piquenique composto por pratos frios.
FESTA DO VERÃO
Também chamada de Festa dos Barcos-Dragões, nela ocorre competições de barco, onde os espectadores podem consumir zhongzi, pequenos bolos de arroz cremoso servidos com folhas de lótus.
FESTA DA LUA OU FESTA DO MEIO OUTONO
Trata-se de prestar homenagem à lua cheia na qual se degustam e oferecem os famosos “bolos-de-lua” recheados com pasta vermelha de soja ou semente de lótus.
INFLUÊNCIAS DA RELIGIÃO PARA GASTRONOMIA LOCAL
Como em todas as sociedades, a religião da China influencia a culinária deste país. Nesta sociedade esta influência acentua-se bastante, pelo que a dieta chinesa baseia-se no princípio do Yin e Yang, com origem no taoísmo, em que os aromas, as cores, os sabores e as texturas dos alimentos se equilibram, tendo em conta que os opostos se complementam.
O budismo também tem grande influência na alimentação dos chineses através de formas alternativas de proteína (leguminosas, soja e o feijão-mungo) e principalmente o tofu, estimulando seu uso por todo país.
DOCES
Para sobremesa os chineses normalmente degustam um prato de frutas. Eventualmente consomem maçãs carameladas. É comum a mistura de pratos doces e salgados, picantes e agridoces, quentes e frios, etc.
PRINCIPAIS ITENS CONSUMIDOS NA CHINA
Trigo;
Tofu (tipo de queijo japonês);
Soja;
Arroz;
Lótus (tipo de planta muito utilizada na culinária);
Cogumelos (como preto, de palha e shitake);
Peixes e frutos do mar.
PRATOS TÍPICOS CHINESES
CHOP SUEY
É um prato da culinária chinesa que consiste em pedaços de carne cozidos e salteados com legumes, ideais para a produção de receitas como o arroz chop suey e o yakissoba.
YAKISSOBA
Um dos pratos de origem chinesa reconhecidos em todo o mundo é o macarrão de sobá que pode ser frito ou não, e adicionados legumes, verduras com ou sem carne. Foram os imigrantes que trouxeram essa novidade para os brasileiros.
PATO DE PEQUIM
Na Dinastia Ming, o pato seria um das receitas mais tradicionais servida aos imperadores e oficiais de alto escalão da China. Com um tempero doce, um sabor admirável e carne macia, o prato conquistou o paladar dos chineses. O pato é fervido e assado em um forno específico de depois cortado em tiras finas servidos ao molho agridoce, e massa parecida com panqueca. Também é chamado de pato laqueado.
ROLINHOS PRIMAVERA
O rolinho primavera é um tipo de massa frita com molho agridoce, produzido com vinagre, extrato de tomate e açúcar.
FRANGO XADREZ
O frango xadrez é um prato especial feito na China com ingredientes frescos que dão um sabor adicional à comida. O frango é frito no óleo e refogado com cubos de cebola, pimentão, salsão e gengibre ao molho de soja.
LÁMEN CHINÊS
O lámen é a massa de macarrão que deu origem ao famoso miojo instantâneo muito consumido pelos brasileiros. Mas, o prato chinês parece uma sopa.
TOFU RECHEADO
Foi disseminado pelo imperador Zhu Yuanzhang, criador da Dinastia Ming. Quando jovem, o imperador passava fome e pediu em uma casa alimento, uma senhora deu-lhe sobras de tofu com recheio de carne e verduras e com isso quando tornou-se imperador a receita passou a fazer parte do cardápio do rei.
CAMARÃO À MODA DE XANGAI
É um prato popular feito com camarão cinza e tempero de amido de milho, pimenta do reino e sal. Ainda, os camarões são fritos e logo após refogados no saquê.
BEBIDAS NA CHINA
Uma das bebidas mais populares na China é o Maotai, cujo nome é derivado da região onde foi criado. Para a sua produção, o sorgo e o trigo são fermentados, surgindo uma bebida com teor alcoólico. O chá chinês também é uma bebida famosa e é considerada uma tradição entre os chineses, sendo indispensável em eventos sociais.
INFLUÊNCIAS GASTRÔNOMICAS JAPONESAS NO BRASIL
Como já vimos, a alimentação brasileira sofreu influência de vários povos, como os portugueses, italianos, africanos e os indígenas. No entanto, a influência da culinária japonesa em nossa cultura se deu com o processo iniciado com a vinda de imigrantes japoneses para o Brasil no século XX, esses vieram para trabalhar nas lavouras de café com o sonho de enriquecer e depois voltar para o Japão. Diante das dificuldades encontradas e, percebendo que não seria possível concretizar este sonho, iniciaram o processo de integração com os brasileiros, trouxeram na bagagem uma cultura rica e hábitos alimentares peculiares que, integrados aos nossos costumes, ajudaram a mudar as feições do cardápio brasileiro.
Uma das grandes dificuldades iniciais da população japonesa foi a adaptação ao novo regime alimentar, já que os alimentos diariamente consumidos pelos orientais não eram tão populares para os brasileiros da época. Os imigrantes, que aos poucos conseguiram se libertar do trabalho braçal nas lavouras do café, passaram a se dedicar à agricultura autônoma, introduzindo a soja e a cultura do algodão e arroz, e à avicultura, além do plantio de verduras e frutas em estufas.
Os japoneses acrescentaram novos sabores na culinária brasileira, isso porque foram eles, os imigrantes, que trouxeram para o Brasil novos sabores como:
O caqui doce foi trazido pelos japoneses, assim como a abóbora japonesa cujo nome real é cabochá.
O chá verde conquistou os brasileiros pelos benefícios que trás à saúde e hoje é tomado por muitos brasileiros, durante e depois das refeições.
A maçã Fuji chegou ao Brasil em 1974 e conquistou os brasileiros por seu sabor mais adocicado que da maçã argentina.
O rabanete também tem origem japonesa e foi trazido com os imigrantes que cultivavam, no início, apenas para consumo próprio.
A poncã é resultado de enxerto de uma tangerina japonesa em um limoeiro brasileiro.
A pimenta do reino foi trazida por um imigrante japonês em 1933 e passou a ser cultivada principalmente na Pará (particularmente, não sei se isso é verdade, porém é o que estava escrito em uma reportagem da Veja – acho que pode até ser que o tal japonês a trouxe, mas acho que essa pimenta é originária da Índia);
O prático macarrão instantâneo foi primeiramente vendido no Brasil pela marca japonesa Nissin a partir de 1965.
Foi um japonês que disseminou a produção da uva rubi a partir de um cacho de uvas arroxeadas encontrado em um pé de uva Itália.
De fato, a cozinha japonesa é especial e cativante, por conta dos seus métodos de preparação dos alimentos, seus sabores diferenciados e sua apresentação. Os pratos japoneses, além de altamente nutritivos e pouco calóricos, são carregados de simbolismo; o alimento é respeitosamente manipulado, preservando sua individualidade, o que representa a delicadeza e a disciplina do povo japonês.
Assim, a influência e a cultura da cozinha japonesa também são um incentivo à mudança de hábitos alimentares dos brasileiros com um aumento evidente do consumo de frutas e legumes. São pratos saudáveis, naturais e leves que não perdem em nada para frituras e carnes gordurosas, pois o sabor da cozinha japonesa é inigualavelmente delicioso. Além disso, vale acrescentar que a culinária japonesa também é muito higiênica em relação aos seus métodos de utilização de utensílios, assim como a manipulação dos alimentos.

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