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Unidade funcional do rim. Cada rim possui aproximadamente 1,2 milhões de néfrons: Corpúsculo renal (glomérulo e cápsula de Bowman); túbulo proximal; alça de Henle; túbulo distal e ducto coletor. MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS Controle de volume de sangue circulante Sódio – molécula + importante da determinação do volume circulante corporal Ganho ou perda de 1% de volume circulante reflete-se em alterações na urina e na composição sérica de K, bicarbonato e H2O. FUNÇÕES Regulação do volume plasmático e do equilíbrio hidroeletrolítico (importante determinante da pressão sanguínea); Regulação da osmolalidade sanguínea; Manutenção do equilíbrio eletrolítico (Na+, K+, Cl-, Ca2+, Mg2+, P); Regulação do equilíbrio ácido-base (regula o pH sanguíneo); BIOQUÍMICA Produção de hormônios: - Eritropoietina (estimula a produção de eritrócitos pela medula óssea); - Renina (enzima que catalisa a produção de Angiotensina); - Calcitriol (1,25 OH - forma biologicamente ativa da vitamina D); Filtração glomerular, reabsorção e secreção tubular que permite a manutenção do balanço de sódio, potássio, hidrogênio e água. Excretar a maior parte dos produtos finais do metabolismo orgânico. Metabolismo ósseo pela regulação da excreção de cálcio, fósforo, ativação da vitamina D e inativação do paratormônio. Regulação da PA, por controlar a concentração da maioria dos líquidos corpóreos. Regulação da osmolaridade. Manter a composição iônica do volume extracelular. Equilíbrio ácido-básico (Regeneração do bicarbonato - TC proximal, reabsorção do bicarbonato - túbulo distal e coletor e secreção de H+ do túbulo distal com formação de NH4). Sintetizar hormônios e enzimas, como eritropoietina, renina, calcitriol (vit D), cininas e prostaglandinas. IRA - Definição Diminuição abrupta da função renal com conseqüente retenção de escórias nitrogenadas (U,Cr),geralmente associada a redução do volume urinário para menos que 400ml/dia (oligúria). Aumento da taxa de mortalidade : 5 vezes Cr >50% ou TFG >50% Terminologia: Oligúria Anúria Azotemia Uremia Poliuria Marcadores: Uréia Creatinina, TFG Epidemiologia da IRA IRA adquirida na comunidade 1% das admissões hospitalares. IRA adquirida no hospital 0.15 a 7.2% dos internados IRA no CTI 30% de todos os admitidos no CTI Mortalidade= sepse (70%) não sepse(45%) Fatores de Risco Idade Doença Renal Prévia Cirurgia: hipovolemia, hipotensão Diabetes ( > Creat ) ICC e Hepatopatia(Cirrose) Icterícia AINES, IECA Mieloma IRA Classificação IRA pré-renal :Diminuição do fluxo plasmático renal Ex: vômitos, diarréia,queimaduras IRA renal ou intrínseca: Insulto abrupto e grave ao parênquima renal Ex: Aminoglicosídeos, radiocontrastes IRA pós renal : Obstrução ao fluxo da urina Ex: Cálculo, Hipertrofia de próstata IRA pré-renal É a causa mais comum de IRA. Em circunstâncias normais o fluxo sanguíneo renal e mantido constante numa ampla faixa de variação da pressão de perfusão Muitas condições levam a vasoconstrição renal: hipotensão por hemorragia e sepse IRA pré-renal A)Contração de volume Queimaduras, diarréia, vômitos,pancreatite B)Hipotensão arterial Estados de choque, sepse C)Insuficiência cardíaca IAM, arritmias D)Insuficiência Hepática IRA Renal intrínseca A)Necrose Tubular Aguda Isquêmica Nefrotóxica B)Lesão Vascular renal HAS acelerada Vasculites Microangiopatias trombóticas C)Glomerulonefrites D)Deposição intratubular E)Embolização por colesterol IRA pós- renal Obstrução ureteral: Cálculo Coágulo Tumor Papila Descamada Compressão extrínseca Obstrução da saída: Bexiga neurogênica Carcinoma ou HPB Cálculo Coágulo Estenose uretral As bases do manejo da IRA 1) Evitar drogas nefrotóxicas 2) Prevenir / tratar complicações infecciosas 3) Ofertar aporte calórico adequado 35kCal/Kg/dia 4) O aporte de Na, K e água deve ser individualizado de acordo com BH 5) Monitorar sinais vitais, peso ,diurese,BH 6) Iniciar terapia dialítica quando indicada. Aporte de Fósforo:800 mg/dia Evitar compostos com Magnésio Pequenas elevações de ácido úrico são comuns e não exigem tratamento. Hipertensão deve ser tratada Hipercalemia: K < 6mEq/L pode ser manejada clinicamente Prevenir sangramento do TGI Acidose metabólica pode ser abordada com Bicarbonato de sódio VO 325 a 650 mg (1g=12 mEq) Manter Bicarbonato >20 mEq/L Uso do Na HCO3 EV(se pH<7,20) Abordar anemia com transfusões SN e eritropoietina em casos graves Indicações de diálise na IRA Hipervolemia:Edema Agudo de Pulmão Hipercalemia: K>6,5mEq/L Acidose Metabólica:pH<7,15 Hiponatremia sintomática:Na<120 mEq/L Pericardite Encefalopatia Hipercatabolismo(U>60mg/dia Cr>2,0mg/dia) Remoção de toxinas(Intoxicações) Sangramento grave associado a uremia Uréia > 120-160 mg/dl Nutrição na IRA Inicio precoce: 48 a 72 horas de admissão no CTI Preferir via enteral Aporte calórico:35 a 40 kcal/kg/dia 55% Carbohidratos + 25% Lipídeos Aporte protéico: Paciente em tto conservador 0.8 a 1,0 g /kg/dia Paciente em HD Intermitente:1,1 a 1,2g/kg/d Paciente em Dialise peritoneal contínua: 1,1 a 2,5 g/kg/dia Perdas Dialise :10 a 15 g/dia Redução do número de néfrons – aumento do tamanho do néfron (hiperplasia renal); Aumento das taxas de filtração e perfusão do rim – aumento da TFG em indivíduos com lesão renal, porém com fç renal ok (estágio 1); Glomérulos sofrem adaptações hemodinâmicas hipertensão glomerular; Perda de seletividade (capacidade de impedir a passagem de macromoléculas para a urina); Alterações estruturais dos túbulos renais – aumento tamanho do túbulo proximal e de sua capacidade reabsortiva; Aumento secreção de potássio e maior reabsorção de sódio pelo túbulo distal. LIMITAÇÃO DOS MECANISMOS ADAPTATIVOS SINTOMAS CLÍNICOS DA DRC ALTERAÇÕES METABÓLICAS DECORRENTES DO COMPROMETIMENTO DA FUNÇÃO RENAL Expansão do volume/ fluido extracelular - volume de fluidos dentro do normal até os estágios finais da DRC, devido incremento excreção de sódio no curso da doença. Final: aumento sódio sérico e retenção hídrica: edema, hipervolemia e HAS; Acidose metabólica (AM): inicialmente equilíbrio mantido x aumento da excreção de amônia (adaptação limitada) + Redução da reabsorção tubular de bicarbonato. AM – fase final DRC (IV e V). A AM ativa a via metabólica proteasoma-ubiquitina – degradação AA/ redução massa magra; Anemia – rim: 90% produção eritropoietina (maturação das hemácias – medula); Doença cardiovascular - principal causa de morte na DRC; ALTERAÇÕES METABÓLICAS DECORRENTES DO COMPROMETIMENTO DA FUNÇÃO RENAL Osteodistrofia renal – alterações específicas dos mecanismos de remodelação óssea associados à uremia. Osteíte fibrosa (alta remodelação) e doença óssea adinâmica e osteomalácia (baixa); Alterações no metabolismo de insulina – Uremia: resistência à insulina e redução na secreção pancreática. Anabolismo protéico prejudicado. Tb rins depuram 25-40% insulina produzida (> meia vida); Alterações no perfil lipídico – hipertrigliceridemia (relacionada a resistência à insulina – reduz ação da lipase lipoptca), ev hipercolesterolemia, redução HDL e aumento LDL; Alterações do SGI – Uremia: anorexia, náuseas, vômitos; METABOLISMO PROTÉICO DRC – algumas complicações interferem no metabolismo (acidose metabólica AM, inflamação, resistência à insulina RI, hiperparatireoidismo) e limitam o bom aproveitamento dos AA absorvidos. AM e RI – MÚSCULO - aceleram a degradação PTC. AM – contribui para o desenvolvimentoRI (que potencializa o efeito catabólico). AM - aumenta a atividade da enzima desidrogenase do alfa-cetoácido de cadeia ramificada CR - > catabolismo e degradação de AACR (valina, leucina e isoleucina). Distúrbios hormonais e diálise – catabolismo PTC e prejuízo de massa magra. PTH e Glucagon (> proteólise e < AA músculo esquelético). HD > degradação AA (sem compensação na síntese) – BN negativo por 2 h após HD. DP – perda PTC pela membrana peritoneal. Metabolismo Lipídico DRC, o perfil sérico de LPD encontra-se alterado em 20-70% dos pacientes a partir do estágio 2. Estágios 4 e 5 (semelhante a hiperlipoproteinemia tipo IV e ao observado no DM e síndrome metabólica): - HDL reduzido - LDL normal ou levemente reduzido pode ter relação com proteinúria. Na DP LDL aumentada em 70% dos casos – pode ter relação com perda protéica. - VLDL, apo A e TG aumentados TG - HD, por < remoção; TG - DP, por consequência da hipoalbuminemia e na > absorção GLI = > síntese hepática TG. Outras possibilidades (> TG): - Defeito no catabolismo de lipoPTN ricas em TG (VLDL e IDL), com > permanência (devido redução atividade LPL). -1) pela redução do seu principal ativador – apoPTN CII. -2) hiperinsulinemia, acidose metabólica e hiperparatireoidismo. Avesani, Cuppari 2013; Cuppari, 2009 SÍNDROME NEFRÍTICA Manifestações clínicas de um grupo de doenças caracterizadas pela inflamação das alças capilares do glomérulo. GLOMERULONEFRITE AGUDA Início súbito Duram pouco tempo. Reversibilidade Recuperação completa ou Síndrome nefrótica crônica SÍNDROME NEFRÍTICA MANIFESTAÇÕES Hematúria x inflamação capilar Hipertensão Perda na função renal CAUSAS Infecção estreptocócica Doenças renais primárias. Ex: nefropatia por imunoglobulina A e nefrite hereditária Doenças secundárias. LES, abscessos, outras SÍNDROME NEFRÍTICA TERAPIA NUTRICIONAL Tentativa de manter o ESTADO NUTRICIONAL Não é benéfico: restringir proteína ou potássio. Somente em casos de uremia ou hipercalemia significativa Hipertensão x controle do sódio SÍNDROME NEFRÓTICA Compreende um grupo heterogêneo de doenças cujas manifestações comuns derivam da perda de barreira glomerular à proteína. Proteinúria > 3g/d Hipoalbuminemia x perda urinária Edema Hipercolesterolemia Hipercoagulabilidade Metabolismo ósseo anormal SÍNDROME NEFRÓTICA CAUSAS (95%) Diabetes mellitus LES Doença renal de alteração mínima Nefropatia membranosa Glomeruloesclerose focal Glomerulonefrite membranoproliferativa SÍNDROME NEFRÓTICA Energia : 35 kcal / kg peso PROTEÍNA Estudos demonstram que a redução ptca pode diminuir a proteinúria sem afetar a albumina sérica. 50-60%AVB. SÓDIO Edema indica um estado de sobrecarga corporal total de sódio. Baixa pressão oncótica x hipovolemia. Cuidado com hipotensão. Restrição moderada: 3g/d. LIPÍDEOS Atenção com possível DCV. Dieta pobre em colesterol e medicação. Redução 20 a 30% do peso do rim e do volume renal (entre os 30 e 90 anos). TFG reduz 30-50% aos 70 anos (de 80-120ml/min para 80 - < 30ml/min). A partir 40 anos = declínio TFG de aproximadamente 1ml/min/1,73m2 por ano. Aumento dos glomérulos esclerosados (de 5% = 40 anos para 40% = oitava década). Redução do número de glomérulos em 30-50%. Túbulos renais diminuem em número, redução do volume e comprimento dos túbulos proximais e desenvolvimento de divertículos nos túbulos distais. Com a redução da massa magra e da atividade física e o menor consumo protéico, o idoso apresenta creatinina sérica “aparentemente normal” associada a graus variados de FG. A creatinina permanece constante enquanto a depuração tende a diminuir. Creatinina sérica de 1 mg/ dl representa depuração de 120 ml/ min aos 20 anos e 80 ml/min aos 80 anos. Outros fatores: capacidade urinária (tendência à perda renal de sal e acidose hiperclorêmica leve - acidose tubular renal), necessidade > volume urinário para excretar a carga mínima diária de soluto, inadequação hídrica, outros. Cuppari, L.; Avesani, C. M, 2013 Avaliação da Função Renal A estimativa da filtração glomerular (FG) representa uma ótima maneira de mensurar a função renal. FG precede o aparecimento de sintomas de falência renal em todas as formas de doença renal progressiva. Ao se monitorar mudanças na FG estima-se o ritmo de perda da função renal. Avaliação da Lesão Renal Albuminúria Marcador de DRC Descartar: febre, exercício físico, infecção urinária e insuficiência cardíaca (elevam agudamente a excreção). Valores Normalidade Urina 24 h: < 30mg Valores entre 30 e 300 mg/ d definem a micro- albuminúria e > 300 mg definem a proteinúria ou macroalbuminúria ESTADIAMENTO E CLASSIFICAÇÃO DA DOENÇA RENAL CRÔNICA Uremia É uma forma de intoxicação sistêmica Causada pela retenção no sangue de substâncias que normalmente são excretadas na urina. Geralmente não se manifesta até que 90% da função do rim tenha sido perdida. Sintomas: anorexia, náuseas, vômitos, fadiga, letargia, desorientação, convulsões, mau hálito, OUTROS. DOENÇA RENAL CRÔNICA (= Síndrome clínica) Lesão renal e perda progressiva e irreversível da função renal (glomerular, tubular e endócrina) Na fase terminal Os rins não conseguem manter a normalidade do meio interno CONCEITO E CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS SEGUNDO O KDOQUI CONCEITO - Presença de dano renal ou redução da função renal – período ≥ 3 meses, independente da sua etiologia. CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS - Presença de anormalidades estruturais e funcionais no rim > 3 meses, acompanhadas ou não de redução da função renal ou taxa de filtração glomerular < 60 ml/ min > 3 meses KDOQUI – guia norte americano de condutas em nefrologia Principais causas de DRC Doençaprimária Idademédia (anos) Percentual (%) Diabetes 64 43,7 Hipertensão 70 26,3 Glomerulonefrites 55 9,4 Nefriteintersticial 66 3,8 Doençascísticas 51 3,0 GNsecundárias 47 2,3 Neoplasias 69 1,9 Miscelânea 58 3,9 Desconhecidas 69 3,9 Seminformação 56 1,8 Metas de valores de PA a serem atingidos com o tratamento * Se o paciente tolerar recomenda-se atingir PA<120/80mmHg Prevenção da progressão da DRC Tratamento da hipertensão Angiotensina II – fecha a arteríola eferente, aumenta a pressão intraglomerular. Primeira escolha são os inibidores da enzima de conversão da angiotensina II (IECA). IECA – não deixa angiotensina II ser formada. Antagonistas de receptor da angiotensina II (ARAII) podem ser associados para obtenção de melhor controle da PA e/ou proteinúria. ARAII - Inibe a ação da angiotensina II. Os IECA ou ARAII devem ser utilizados em todos os pacientes com DRC que apresentem hipertensão arterial ou microalbuminúria ou proteinúria. Terapia Dialítica É um processo de filtração do sangue que remove o excesso de líquidos e metabólitos. Hemodiálise Diálise Peritoneal Hemodiálise Anticoagulação É necessária para prevenir a coagulação do sistema. Habitualmente feita com heparina na dose de 100U/kg administrada no início da diálise. Diálise sem heparina, deve ser realizada em pacientes com alto risco de sangramento. Adequação da Diálise Pode ser avaliada através da taxa de redução da uréia (URR) URR = Uréia pré – uréia pós x 100 Uréia pré DIÁLISE PERITONEAL Consiste no transporte de solutos e água através do peritôneo entre 2 compartimentos: Sangue nos capilares peritoneais Solução de diálise na cavidade peritoneal O dialisato é infundido através de um catéter implantado na parede abdominal (catéter de tenckhoff) Diálise Peritoneal Intermitente (IPD) Ambulatorial Contínua (CAPD) Automatizada (APD) Prevalência de Desnutrição Hemodiálise: 20% - 70% (± 40%) Diálise Peritoneal: 20 – 50% A desnutrição é forte preditora de morte nesses pacientes Características da Desnutrição Hemodiálise: ↓ Tecido adiposo: ↓ Peso corporal e ↓ IMC ↓ Massa muscular e ↓ proteínas séricas Diálise Peritoneal: ↑ Tecido adiposo: ↑ Peso corporal e ↑ IMC ↓ Massa muscular e ↓ proteínas séricas Desnutrição em Hemodiálise Prevalência: 20% a 70% (± 40%) Principal causa: Ingestão alimentar inadequada** Forte preditora de morte nesses pacientes Pacientes em HD devem manter um IMC > 23 kg/m2 Fenômeno da Epidemiologia reversa Causas Desnutrição Toxinas urêmicas Diálise ↓Ingestão alimentar Acidose Alterações Gastrointetinais Desnutrição Inflamação Fatores Endócrinos Perda de Nutrientes - Diálise Hemodiálise: Perda de aminoácidos: ± 9 - 13g / sessão Perda de glicose: ± 26g / sessão Perda de vitaminas Diálise Peritoneal: Perda de aminoácidos: ± 2 - 4 g /dia Perda de proteínas: ± 5 - 15 g /dia albumina) Perda de vitaminas Peritonite (DP): (50 – 70% As perdas protéicas ↑ 50 a 100%, devido a alta permeabilidade da membrana Hipotensor, Diurético, Quelante de fósforo, Vit D, Ferro, Eritropoietina PRINCIPAIS QUELANTES DE FÓSFORO Quelante COMENTÁRIOS Hidróxido de alumínio Alto poder quelante. Elevada toxicidade. Ideal: uso por curto período. Carbonato de cálcio Baixo poder quelante. Baixo custo. Efeitos: constipação, hipercalcemia, calcificação Acetato de cálcio Moderado poder quelante. Efeitos: constipação, náuseas, hipercalcemia e calcificação Ingerir junto às refeições que contenham alimentos fonte de fósforo Diretriz – SBN (Avaliação do Estado Nutricional) Os pacientes com DRC devem ser submetidos, regularmente, a avaliação da ingestão calórico-protéica (iniciada a partir da FG <60 mL/min/1,73m2,quando já se observa diminuição dos níveis séricos de albumina) e do estado nutricional Freqüência recomendada: 1-3 meses nos pacientes com DRC estágios IV e V a cada 6-12 meses no estágio III (se não houver evidências de desnutrição). Recomendações Energia Pré-diálise KDOQI - National Kidney Foundation < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia > 60 anos: 30 – 35 Kcal / kg / dia < 10% GER Recomendações Energia Hemodiálise KDOQI - National Kidney Foundation < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia > 60 anos: 30 – 35 Kcal / kg / dia GER = saudáveis; DM e inflamação + 12-25% GER (mesmo grupo, sem as doenças) European Best Practice Guideline (EBPG) - HD, 30 – 40 Kcal / kg / dia European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN), 35 Kcal / kg /dia Muitos pacientes não serão capazes de alcançar essas recomendações para ingestão de energia. Deve-se fazer uma aconselhamento nutricional intensivo. Prescrever suplementos nutricionais orais, sempre que necessário. Recomendações Energia Diálise Peritoneal KDOQI - National Kidney Foundation < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia > 60 anos: 30 – 35 Kcal / kg / dia European Best Practice Guideline (EBPG) - DP < 60 anos: 35 Kcal / kg /dia > 60 anos: 30 Kcal / kg / dia European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN), 35 Kcal / kg /dia Obs.: Deve-se levar em consideração a glicose do dialisato Recomendações Energia Qual é o peso corporal que deve ser usado Peso atual ou Peso ideal ? Peso atual: deve ser usado apenas se o paciente estiver com o peso próximo do ideal ou desejável caso contrário deve-se usar Peso ajustado Avaliar o Peso seco HD: Peso pós-diálise DP: Peso sem líquido na cavidade peritoneal Peso Seco = Peso Real Descontar edema Tornozelo - 1 Kg Joelho - 3 a 4 Kg Raiz da coxa - 5 a 6 Kg Anasarca - 10 a 12 Kg Proteínas – Pré-diálise Restrição Protéica - Objetivos: Melhorar sintomas urêmicos Amenizar complicações específicas da DRC Acidose, hipertensão e osteodistrofia renal Retardar progressão da DRC ↓ filtração e hipertensão glomerular ↓proteinúria/ albuminúria Quando iniciar dieta Hipoprotéica? Aderência?? Adesão 20%, 27% e 53% (normo). O maior estudo sobre dieta hipoprotéica MDRD (Modification of Diet in Renal Disease Study) concluiu que a restrição protéica não reduz a progressão da DRC. Proteínas – Pré-diálise Pré-diálise Clearance creatinina > 60ml/min: 0,8 – 1,0g/kg/d Clearance creatinina < 60ml/min: 0,8 g/kg Nefropatia DB: ideal 0,8 g/kg/d Diabetes descompensado: 0,8 g/kg/d (necessidade de compensar o > catabolismo PTC muscular decorrente da hiperGLI) Proteinúria (>3g/d): 0,8 g/kg/d (0,8 + 1 g de PTN para cada g de proteinúria) Proteína de alto valor biológico 50% Recomendações Proteína Hemodiálise K/DOQI - National Kidney Foundation 1,2 g / kg PC / dia (> 50% AVB) European Best Practice Guideline (EBPG) - DP > 1,1g / kg PC / dia European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN), 1,2 – 1,4 g / kg PC /dia (> 50% AVB) Ingestões inferiores a 1,1g/kg estão associadas com níveis séricos baixos de albumina e > mortalidade Recomendações Proteína Diálise Peritoneal K/DOQI - National Kidney Foundation 1,2 – 1,3 g / kg /dia (> 50% AVB) European Best Practice Guideline (EBPG) - DP > 1,2 g / kg / dia European Society of Parenteral and Enteral Nutrition (ESPEN), 1,2 – 1,5 g / kg /dia (> 50% AVB) Obs.: Peritonite 1,3 – 1,5 kg/dia TIPO DE PROTEÍNAS Apesar de ainda não haver conclusões a respeito do impacto dos diferentes tipos de PTN sobre a função renal em pacientes com DRC, pode-se afirmar: - Independente do tipo de PTN, o impacto benéfico sobre a função renal na DRC parece depender da quantidade de PTN na dieta; - A substituição da carne bovina por frango ou PTN vegetal parece reduzir a proteinúria de pacientes com nefropatia DB; - A ingestão elevada de PTN (animal ou vegetal) parece acelerar a progressão DRC; - Dietas restritas em PTN, à base de origem vegetal, desde que bem implementada, parece não oferecer risco nutricional. MONITORAMENTO DA INGESTÃO PROTEICA Avesani, Cuppari 2013 LIPÍDIOS E CARBOIDRATOS Lipídios: 25 – 35% VET AG Saturados < 7% VET Avaliar recomendações DLP Carboidratos 50 – 60% VET Valores séricos desejáveis DRC (KDOQI) LDL < 100mg/ dl (ou < 70) Co não HDL (LDL + VLDL) < 130 mg/ dl TG < 200 mg/ dl Avesani, Cuppari, 2013 Recomendações Carboidratos Diálise Peritoneal Carboidratos 35% VET da dieta Os 20 – 25% restantes (100-150g) serão provenientes do dialisato. Dar preferência aos CH complexos Usar edulcorantes Obs.: Peritonite aumenta a absorção de glicose. Cuidado deve ser aumentado no caso de hipertrigliceridemia. Recomendações Carboidratos Diálise Peritoneal Exemplo – Distribuição macronutrientes DP Dados paciente: Sexo: Masculino Idade: 47 anos Peso: 55 kg IMC: 23kg/m2 Glicose absorvida dialisato: 105g x 4 = 420Kcal Energia: 35 x 55 = 1925 Kcal/dia – 420Kcal = 1505 Kcal/dia VET dieta: 1505 Kcal/dia Proteína: 1,3 x 55 = 71,5g x 4 = 286 Kcal – 19% VET Carboidratos: 35% VET – 530 Kcal – 132g /dia Lipídios: 46% VET – 692 Kcal – 77g/dia Recomendações Carboidratos Diálise Peritoneal Exemplo – Distribuição macronutrientes DP Dialisato + Dieta VET: 1505 + 420 = 1925 Kcal/dia Proteína: 286 Kcal – 15% VET Carboidratos: 950 Kcal – 50% VET Lipídios: 692 Kcal – 35% VET Líquidos Pré- Diálise Normalmente sem restrição Hemodiálise 500mL + diurese de 24h. Anúrico: 1000 ml/ dia Ganho de peso interdialítico de 4 a 4,5% parece aceitável Diálise Peritoneal Normalmente sem restrição Recomendações Sódio Hemodiálise 1.000 – 2.000 mg/dia (aconselhamento dietético intensivo e programa de intervenção com caráter educacional) Esses pacientes normalmente apresentam uma elevada ingestão de sódio (redução da acuidade gustativa para o sal) Benefícios da restrição de sódio na DRC: Melhor controle PA Menor retenção hídrica Controle de edema periférico Melhor controle do ganho de peso interdialítico (HD) < excreção da albumina urinária A sede é diretamente influenciada pela ingestão de sal Recomendações Sódio Diálise Peritoneal 2.000 – 4.000mg dia Individualizada de acordo com PC, PA e presença de edema Podem ser eliminados cerca de 3.000 a 4.000mg/dia Em caso de ganho excessivo de PC e hipertrigliceridemia, a restrição de Na+ deve ser reforçada, com o objetivo de ↓ nº trocas com alta concentração de glicose Avesani, Cuppari 2013 Recomendações Potássio Hemodiálise Até 3.000 mg/dia (2.000-2.500mg/dia) Hipercalemia é mais comum (estágios 4 e 5 DRC) quando: Diurese 24h < 1.000 ml Acidose metabólica (excesso H+ vai para meio intracelular, com saída de K) Constipação intestinal Uso de β-bloqueadores e Inibidor ECA (< síntese aldosterona. Esta promove a secreção K túbulos renais. Sua redução favorece > retenção K). A Hipercalemia é causa potencial de óbito Avesani, Cuppari 2013 Recomendações Potássio Diálise Peritoneal Individualizada de acordo com os níveis séricos de K+ Hipercalemia Não é encontrada com frequência Adequação da diálise deve ser avaliada. Pode ser favorecida pelo uso de β-bloqueadores e Inibidores ECA Hipocalemia Pode ocorrer nesses pacientes, seguida de sintomas como câimbras e arritmias cardíacas. Avesani, Cuppari 2013 Restrição de Potássio Caso K+ sérico > 5 mEq/l Restringir a ingestão de alimentos com teor muito elevado de potássio: Chocolate, achocolatados, cacau, açúcar mascavo, amendoim, calco de cana, chá preto, coco (água e polpa), cogumelo, doce de leite, farinha láctea, frutas secas, amêndoas, avelã, castanha, nozes, passas, massa de tomate, café solúvel, pão integral, farelo de trigo, farelo de aveia e molho de soja. Limitar a ingestão de frutas ricas em potássio para no máximo uma porção por dia: abacate, ameixa seca, banana prata, banana d`água, caju, cereja, damasco, figo, goiaba, kiwi, laranja (seleta e pêra), mamão, maracujá, melão, morango, pêssego e uva. Restrição de Potássio Colocar de molho as leguminosas, durante 12 horas, DEPREZAR A ÁGUA de remolho. Cozinhar com outra água, em panela destampada. Em relação aos legumes e verduras: deve-se descascar, cortar, passar rapidamente pela água quente e depois colocar de molho em água a temperatura ambiente durante 2 horas trocando a água por 2 vezes e cozinhar com outra água em panela destampada: acelga, aipim, batata baroa, batata doce, batata inglesa, beterraba, brócolis, cenoura, chicórea, couve, couve-flor, espinafre e ervilha (vagem). Proibido: Sal light (cloreto de potássio) Cálcio e Fósforo DRC ↑ Fósforo ↓ Calcitriol ↓ Calcio ↑ PTH Osteodistrofia Renal Recomendações Vitaminas Hemodiálise e Diálise Peritoneal Vitaminas hidrossolúveis Perdas na diálise Comum baixa ingestão alimentar devido a restrição de alimentos ricos em K e P Recomenda-se suplementar Principalmente: piridoxina, ácido fólico e ácido ascórbico. Vitaminas Avesani e Cuppari, 2013 Tratamento Conservador Hemodiálise DP Vitamina A e K Não suplementar Não suplementar Não suplementar Vitamina E (UI) 400 - 800 400 - 800 400 - 800 Vitamina B1 Tiamina (mg) 1,1-1,2 1,1-1,2 1,1-1,2 Vitamina B2 Riboflavina (mg) 1,1-1,3 1,1-1,3 1,1-1,3 Vitamina B6(mg) 5 10 10 Vitamina B12(mg) 2,4 2,4 2,4 Vitamina C (mg) 75 - 90 75 - 90 75 - 90 Ác fólico (mg) 1 1 1 Niacina (mg) 14 - 16 14 - 16 14 - 16 Biotina (g) 30 30 30 Vitamina D (UI)* 600 600 600 Ac pantotênico(mg) 5 5 5 Carambola A ingestão é proibida para pacientes com DRC. Possui uma neurotoxina que é depurada pelo rim - caramboxina Com a função renal, essa neurotoxina não é totalmente depurada, podendo causar desde soluços e convulsões até a morte. Avesani, Cuppari 2013; Cuppari, 2009 Avesani e Cuppari, 2007 COMO PROCEDER COM A AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL? Parâmetros utilizados - análise evolutiva História alimentar Avaliação antropométrica Avaliação bioquímica Avaliação da composição corporal Avaliação Global Subjetiva/ Semiologia Nutricional Nefropatas - dificuldades do emprego dos parâmetros nutricionais e antropométricos usuais. Circunferência da cintura, força de preensão manual – bons resultados. AGS (após hemodiálise) tem sido usada como método de avaliação nutricional alternativo neste grupo. INTERPRETAÇÃO DA PERDA DE PESO NÃO INTENCIONAL % Redução de peso INTERPRETAÇÃO > 10% peso Clinicamente significativa 5-10% Indicador precoce de risco aumentado para depleção nutricional <5% Variação de peso dentro do normal Atenção ao peso – distúrbios hídricos comumente presentes CRITÉRIOS PARA DETECÇÃO DEP NA DRC Parâmetros laboratoriais Albumina sérica < 3,5 g/ dl Pré albumina < 30 mg/ dl (só para diálise; variam de acordo com nível de função renal: estágios 2-5 DRC) Massa corporal IMC < 20 kg/ m2 %PP (não intencional) % Gordura corpórea < 10% Massa muscular 1 ÍTEM DE PELO MENOS 3 DOS 4 CRITÉRIOS - DEP Depleção muscular: redução > 5% da massa muscular em 3 meses ou > 10% em 6 meses Circunferência muscular do braço: redução > 10% em relação ao percentil 50 (padrão de referência) Consumo alimentar Redução não intencional da ingestão protéica por pelo menos 2 meses: < 0,8 g/kg/dia (diálise) Redução não intencional da ingestão energética: < 25 kcal/ kg/ dia por 2 meses OBESIDADE HIPERTENSÃO ARTERIAL DIABETES TIPO 2 DOENÇA RENAL CRÔNICA O excesso de peso tem um efeito razoavelmente consistente sobre a hemodinâmica renal sugestivo de hipertensão glomerular IMPACTO DO EXCESSO DE PESO SOBRE A HEMODINÂMICA RENAL Excesso de peso está associado com elevação na taxa de filtração glomerular (TFG) com um aumento menos pronunciado ou uma redução na perfusão renal e fluxo plasmático renal. Isto aponta para uma alteração no equilíbrio vasomotor, resultando em um aumento na pressão glomerular DIETA DE EQUIVALÊNCIA - NEFROLOGIA VET (Kcal) 1600 1800 2000 2200 PTN (g) 30 40 30 40 50 40 50 50 Leite integral 100ml 100ml 100ml 100ml 300ml 100ml 300 ml 300 ml Açúcar 60g 60g 90g 90g 60g 90 90g 90 g Pão 75g 75g 75g 75g 100g 50g 100g 50g Margarina s/sal 20g 20g 30g 20g 20g 30g 20g 30g Fruta 4 porções 4 porções 4 porções 4 porções 3 porções 4 porções 3 porções 4 porções Arroz 200g 200g 200g 200g 250 200g 300g 300g Feijão 60g 60g 60g 60g 60g 60g 60g 60g Vegetal A 100g 100g 100g 100g 100g 100g 100g 100g Vegetal B 150g 150 200g 150g 150g 150g 150g 150g Carne 40g 80g 40g 80g 80g 80g 80g 80g Óleo 30ml 20ml 30 ml 30 ml 20 ml 30 ml 20 20 ml ADESÃO À ORIENTAÇÃO DIETÉTICA Alimentação = estilo de vida e ferramenta de convivência social. DRC: Necessidade de mudança de hábitos alimentares e no preparo de alimentos. Importante: adoção de ações que favoreçam a adesão ao tratamento nutricional - > grau de motivaçãoe comprometimento. Material educativo. Estratégias de comunicação.
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