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INTRODUÇAO AO DIREITO TRIBUTARIO

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AULA 01
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO TRIBUTÁRIO
1. SOCIEDADE
1.1 A origem da vida em sociedade
Muito se discute a respeito da origem do Direito e da Sociedade, mas não há dúvida quanto a relação de dependência entre ambos. O Direito é contemporâneo à sociedade.
As principais teorias que explicam a origem da sociedade são: A Teoria Contratualista e a Teoria Naturalista.
A Teoria Naturalista tem como expoentes Aristóteles e São Tomás de Aquino. Os naturalistas – assim chamados os adeptos da Teoria Naturalista – são favoráveis à ideia da sociedade natural, idéia essa que, atualmente, leva um grande número de pensadores a exercer uma forte influência na vida política da sociedade. Aristóteles, considerado o introdutor de tal pensamento (século IV a.C.), defendia ser o homem naturalmente um animal político e, assim sendo, só viveria isolado se fosse um bruto ou um Deus. No mesmo caminho se encontram outros importantes filósofos, dos quais podemos citar: Cícero, Santo Tomás de Aquino e Ranelletti. Dos três acima citados destacamos Santo Tomás de Aquino, autor da obra intitulada "Summa Theologica". Consagrou-se entre os autores medievais por ser o mais expressivo seguidor de Aristóteles, reafirmando as suas postulações e também por incrementar a idéia da vida solitária como uma exceção, conforme havia feito o filósofo grego, porém introduz uma nova visão, a qual é fundamentada em três hipóteses, a saber:
a) ‘Excellentia naturae’, quando se tratar de indivíduo notavelmente virtuoso, que vive em comunhão com a própria divindade, como ocorria com os santos eremitas;
b) ‘Corruptio naturae’, referente aos casos de anomalia mental;
c) ‘mala fortuna’, quando só por acidente, como nos casos de naufrágio ou de alguém que se perdesse numa floresta, o indivíduo passa a viver em isolamento.
Por fim, vale lembrar que essa corrente filosófica ainda defende duas outras condições da vida em sociedade, quais sejam:
• De que o ser humano, mesmo provido de bens materiais necessários à sua sobrevivência, continua necessitando do convívio com seus semelhantes;
• De que a existência do citado impulso associativo natural não exclui, de forma alguma, o aspecto volitivo humano.
Já a Teoria Contratualista, cujos expoentes são Thomas Hobbes, John Locke e Rousseau, se opôs aos adeptos da idéia de sociedade natural. Sustentaram ser a sociedade, tão só, o produto de um acordo de vontades, ou seja, de um contrato hipotético celebrado entre os homens, motivo esse que lhes renderam a denominação de contratualistas. Os contratualistas, deve-se dizer, não foram uníssonos em suas explicações com relação ao motivo pelo qual os homens, em determinada etapa de sua evolução, decidiram agruparem-se aos seus semelhantes ao ponto de formarem uma instituição denominada sociedade. Contudo, existe entre eles uma convergência a um ponto comum: todos os seus adeptos negam o fundamento do impulso associativo natural, defendido pela Teoria Naturalista, e argumentam ser a vontade humana a única justificativa para a existência da sociedade.
Dessa forma, pode-se, por fim, concluir que apesar do contratualismo não possuir hodiernamente adeptos declarados isso não reduz sua importância no âmbito filosófico, e que a sociedade é advinda da necessidade natural inerente ao ser humano, em consonância com os aspectos volitivo e da consciência do homem. Portanto, não há como conceber o homem como um ser isolado, fora de um contexto social.
2. ESTADO
Modernamente o Estado (em Estado Federados como o Brasil, considera-se todos os entes federados: União, Estados Membros, Municípios e Distrito Federal) tem diversos deveres ou funções, necessárias para alcançar os objetivos/fins a que se propõem uma Nação Politicamente Organizada e um Estado Democrático de Direito. Ver artigos 3º. e 6º, da Constituição Federal de 1988, abaixo transcritos:
“Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
2.1 Atividades financeiras do Estado
Para a consecução dos seus objetivos, o Estado desenvolve várias atividades financeiras, notadamente com relação a capitação, aplicação e gestão de recursos.
2.1 Receitas Públicas – Classificação
Não são todas as receitas públicas que são de interesse de estudo do Direito Tributário, embora as receitas tributárias são a de maior vulto.
As Receitas Públicas podem ser classificadas da seguinte forma:
Quanto à regularidade ou frequência
- Receitas Ordinárias, são as receitas previstas na estimativa de arrecadação;
- Receitas extraordinárias, são as receitas não previstas na estimativa de arrecadação;
2.2 Direito Tributário – Ramo do Direito Público
Os diversos ramos do Direito se dividem em Público e Privado.
Ao ramo de Direito Público pertencem as normas jurídicas que disciplinam os interesses da coletividade, vale dizer, essas normas tutelam os interesses da sociedade. A essas normas aplicam-se princípios específicos tais como: a prevalência do interesse público sobre o privado, a não ocorrência da prescrição aquisitiva contra o Estado e algumas regras próprias, como: a contagem de prazo em dobro para recorrer e quádruplo para contestar, atos administrativos com ciência ficta, etc. Tais regras amparam o Estado em sua atuação, sempre o favorecendo frente ao particular.
OBJETIVOS
Contextualizar a importância das normas jurídicas, seu nascimento e importância;
A arrecadação tributária e a sua essencialidade para o Estado.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4a edição, 1.995.
BRANCATO, R. T. Instituições de direito público e de direito privado. 11. ed., São Paulo: Saraiva, 1998.
Questão 1
Assinale a alternativa incorreta:
a) O jus naturalis (Direito Natural) nada mais é do que uma norma constituída de antemão pela natureza e não criação arbitrária do homem.
b) Segundo os jusnaturalistas, Direito Natural é um ordenamento supremo, ideal e constante, que deve influenciar o Direito Positivo.
c) O ordenamento jurídico é estático, ou seja, não evolui junto com a sociedade.
d) O Direito nasce junto com a sociedade para regrar as relações jurídicas das pessoas.
e) A fonte mediata do Direito é o asseio da sociedade.
Questão 2
Com relação as receitas públicas, assinale a alternativa incorreta:
a) São Receitas Ordinárias aquelas previstas na estimativa de arrecadação.
b) As Receitas Tributárias não são relevantes para o Estado.
c) As Receitas Tributárias permitem a distribuição de rendas entre os cidadãos.
d) São Receitas extraordinárias aquelas não previstas na estimativa de arrecadação.
e) A arrecadação Tributária permite ao Estado prestar os serviços sociais garantidos constitucionalmente.
AULA 02
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SUJEIÇÃO ATIVA E PASSIVA
1. Obrigação Tributária
A definição legal de obrigação de tributária está no art. 113, do Código Tributário Nacional, abaixo reproduzido:
Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simplesfato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.
2. FATO GERADOR
Fato gerador nada mais é do que uma previsão legal hipotética de fato jurídico. Assim, uma vez ocorrida aquele fato previsto em lei, terá nascido a obrigação tributária.
2.1. Sujeição Ativa e Passiva
Estar sujeito é estar submetido, subordinado. Então sujeição se equivale à subordinação.
2.2 – Contribuinte e Responsável
Será contribuinte aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador. Ele é identificado na simples descrição do fato gerador.
Será responsável aquele que cuja obrigação decorra de disposição expressa de lei, sem que ele tenha relação pessoal e direta com o fato gerador.
3. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA
Capacidade tributária passiva é a aptidão de uma pessoa - contribuinte, responsável ou substituto - para se tornar obrigado a cumprir uma obrigação tributária.
OBJETIVOS
Conhecer o que é uma obrigação tributária;
Conhecer quais são os sujeitos da obrigação tributária;
Conhecer o que é a fato gerador de tributo.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
BRANCATO, R. T. Instituições de direito público e de direito privado. 11. ed., São Paulo: Saraiva, 1998.
Questão 1
Assinale a alternativa correta:
a) A obrigação acessória decorre de lei.
b) A obrigação acessória nasce com a ocorrência do fato gerador.
c) A obrigação acessória tem como objetivo o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária.
d) A obrigação acessória tem como objetivo controlar a arrecadação ou a fiscalização de tributos.
e) A obrigação acessória não pode ser imposta a outra pessoa que não o contribuinte do tributo.
Questão 2
Com relação a obrigação tributária e a sujeição passiva, assinale a alternativa abaixo que está incorreta:
a) Um exemplo prático de um responsável por substituição é o herdeiro, com relação aos tributos devidos pelo de cujos.
b) Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis, o diretor de uma empresa.
c) O erro de identificação do sujeito passivo, do qual decorra a anulação do lançamento não afeta a obrigação tributária.
d) São sujeitos passivos da obrigação tributária o contribuinte e o responsável.
e) Na hipótese de transformação societária por incorporação a empresa sucessora não responde pelos tributos devidos pela empresa sucedida, até a data do ato.
AULA 03
As Grandes Espécies Tributárias: Impostos, Taxas, Contribuições, Empréstimos Compulsórios.
TRIBUTOS – Conceituação
O Código Tributário Nacional, Lei 5.176, de 25 de outubro de 1.976, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1.988 como status de lei complementar, senão vejamos.
O artigo 146, da Constituição Federal, em seu inciso III, assim estatui:
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades cooperativas.
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Como se vê a Constituição Federal ao prever que as normas gerais em matéria tributária serão regulamentadas por lei complementar, igualou o CTN à essas leis, já que tais normas gerais estão nele previstas.
O artigo 3º do CTN, assim define tributo:
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
2. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
2.1 – IMPOSTOS
De acordo com o artigo 16, do CTN, Imposto é o tributo cuja obrigação tem como fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. Significa dizer que a obrigação de pagar um Imposto não decorrente de qualquer atividade ou serviço prestado pelo Estado.
2.2 – TAXA
As taxas têm como fato gerador fatos vinculados à atividade estatal. Tanto o CTN quanto a Constituição regram essa matéria. Veja os dispositivos abaixo:
Art. 77 do CTN:
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Art 145, II, da Constituição Federal:
A União, os Estados, o DF e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I-...
II- taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela ou pela utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.
2.2.1 – Taxa de Polícia
Primeiramente faz-se necessária a definição do poder de polícia. Tal definição é encontra no artigo 78, do CTN, abaixo transcrito:
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
A cobrança da taxa de polícia visa disciplinar o exercício de determinada atividade, referente ao cumprimento das normas pertinentes ou conceder autorização. O exercício dessas atividades pode afetar o interesse da sociedade e, portanto sofrem limites e restrições de ordem pública.
2.2.2 Taxa de serviço
As taxas de serviço têm como fato gerador a atuação do Estado consistente na execução de um serviço público específico e divisível, efetivamente prestado ou colocado a disposição do contribuinte. O artigo 79, do CTN, assim disciplina o assunto:
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:
I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.
2.3 CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA
A matéria está disciplina pelos seguintes dispositivos legais, abaixo transcritos.
Constituição Federal:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
2.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
A base normativa do Empréstimo Compulsório é o artigo 148, da Constituição Federal, abaixo transcrito:
Art. 148 "A" União, mediante Lei Complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I- para atender despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência;
II- investimentospúblicos urgentes e de relevante interesse nacional, obs. Art.150,III,b, CF.
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
2.5 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS
As Contribuições Especiais são também conhecidas como para fiscais para diferenciá-las da contribuição de melhoria. São classificadas em 4 espécies, quais sejam:
a) Contribuições Sociais;
b) Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico;
c) Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas;
d) Contribuições para Custeio do Serviço de Iluminação Pública;
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
2.5.1 Contribuições Sociais
As Contribuições Sociais têm como objetivo o bem-estar e justiça social, mediante financiamento da seguridade social.
A matéria está disciplinada pelo artigo 195, da Constituição Federal, “in verbis”:
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
§ 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União.
§ 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos.
§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
§ 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total.
§ 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
§ 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005).
§ 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
§ 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998).
§ 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).
§ 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003).
2.5.2 Contribuição Intervenção no Domínio Econômico – CIDE
Visa possibilitar a atuação da União no domínio econômico, especialmente nas áreas em que o legislador entender que é necessária e salutar tal atuação.
Sua matriz legal está nos parágrafos 2º a 4º, do artigo 149, e parágrafo 4º, do Art. 177, ambos da Constituição Federal, abaixo transcritos:
Art. 149
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
II - poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
Art. 177 
§ 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
a) diferenciada por produto ou uso; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - os recursos arrecadados serão destinados: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001).
2.5.3 Contribuições de Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas
Destina-se ao custeio das atividades das instituições fiscalizadoras das categorias profissionais ou econômicas, tais como as devidas: à Ordem dos Advogados do Brasil, ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, ao Conselho Regional de Contabilidade, etc.
2.5.4 Contribuições para Custeio do Serviço de Iluminação Pública
A Emenda Constitucional 39/2002 instituiu a Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública - CIP, espécie de tributo que incide sobre a prestação do serviço de iluminação pública, efetuada pelo Município, no âmbito do seu território. O referido dispositivo legal acrescentou o art. 149-A, à Constituição Federal, o qual tem a seguinte redação:
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
2.6 - Competência residual da União
O legislador originário introduziu na Constituição Federal de 1988 a possibilidade de apenas um ente federal, no caso a União, criar novos impostos, desde que já não tenham previsão constitucional, sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na própria.
A citada norma legal está estatuída no artigo 154, da Constituição Federal, abaixo transcrito:
Art. 154 A União poderá instituir:
I-mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta CF.
2.6.1 - IMPOSTOS EXTRAORDINÁRIOS
Trata-se de outra situação excepcional prevista pelo legislador constitucional originário. Como se sabe o Brasil é um país pacífico e que preza pela solução dos conflitos de forma harmoniosa.
Daí a justificativa racional para inclusão da previsão legislativa constante do art. 154, inciso II, da Constituição Federal, abaixo transcrito.
Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
OBJETIVOS
Conhecer o quais exações são tributos;
Conhecer as principais espécies tributárias e suas características.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
Questão 1
Assinale a alternativa incorreta:
a) Pedágio é tributo.
b) Os impostos são tributos, cuja receita tem destinação específica.
c) A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios tem competência para instituir taxas.
d) O tributo que se paga para emissão do passaporte é uma taxa de polícia.
e) Somente a União pode instituir contribuições sociais, excetos para os demais entes, a possibilidade de se instituir contribuição social para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário.
Questão 2
Assinale a alternativa abaixo que está incorreta:
a) A prestação de serviço militar é compulsória e não constitui sanção de ato ilícito, porém não tem natureza de tributo porque não é prestação pecuniária.
b) Os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria são espécies de tributos.
c) A taxa de água é um exemplo de taxa de serviço.
d) A taxa de esgoto é um exemplo de taxa de serviço.
e) A segurança nacional (defesa do espaço aéreo e do território) pode ser remunerado por meio de taxa.
AULA 04
Sistema Constitucional Tributário - O Federalismo Tributário
1. NORMAS TRIBUTRÁRIAS
O Sistema Tributário Nacional está estruturado na Constituição Federal, no Código Tributário Nacional e em normas dispersas.
A Constituição Federal é a norma basilar do Estado brasileiro. Nela encontramos um capítulo específico para o Sistema Tributário Nacional. Em especial destacamos os princípios tributários, normas limitadoras ao poder de tributar e a competência para impostos. São institutos balizadores para o legislador quando da elaboração de novas leis tributárias.
O Código Tributário Nacional disciplina as regras gerais sobre o Direito Tributário. É a segunda norma tributária mais importante do Estado brasileiro. Trata-se de uma lei ordinária que foi recepcionada com status de lei complementar pela Constituição de 1988. Portanto, alterações no Código Tributário Nacional só podem ser realizadas por meio de leis complementares, devido ao instituto da hierarquia das normas jurídicas.
No Direito Civil encontramos normas disciplinadoras da capacidade, representação, personalidade jurídica, espólio, dentre outras, as quais se relacionam diretamente com normas tributárias.
No Direito Administrativo são encontradas normas que disciplinam o funcionamento dos órgãos que arrecadam os tributos e das autoridades administrativas que também cuidam dessa atividade.
O Direito Financeiro se entrelaça com o Direito Tributário, já que trata tanto das normas disciplinadoras das receitas como também das despesas do Estado.
As normas de Direito Penal são extremamente relevantes para o Direito Tributário, em especialmente no que diz respeito aos crimes tributários, os quais são sujeitos aos princípios do Direito Penal.
2. COMPETÊNCIAS
Primeiramente temos que definir o que é o poder de tributar, pois esse poder é limitado tanto pelas normas instituidoras dos tributos quanto pelos princípios tributários.
O poder de tributar é o poder fiscal, a capacidade de criar tributos. Difere das atribuições de arrecadar e fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, as quais podem ser conferidas a outra pessoa de jurídica de direito público.
Portanto, o poder de tributar, também conhecido como competência tributária, é indelegável. Somente às quatro pessoas jurídicas de direito público, os entes federados, é conferido o poder de tributar.
3. PRODUTO DA ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA
Como vimos, no Brasil, o sistema de competência tributária é misto, ou seja, os quatro entes federativos possuem a chamada competência tributária.
Ocorre que o produto total da arrecadação não fica, necessariamente, com a pessoa jurídica competente para instituir o tributo. Sabemos que a maioria dos serviços públicos são oferecidos pelos municípios e por isso uma boa parte da arrecadação tributária federal e estadual é direcionada para eles.
O Estados Federados e o Distrito Federal também recebem uma parte da arrecadação federal.
Observe que não há repartição tributária das receitas dos Estados Federados e dos municípios com a União.
A repartição tributária pode ser consultada nos art. 157 e seguintes da Constituição Federal de 1988.
Ainda, com relação à competência tributária destacamos a competênciacomum dos entes federados para instituição de impostos, taxas e contribuição de melhoria.
Há a competência específica para impostos, discriminada nos art. 153, 155 e 156 da Constituição federal e a competência residual da União para instituir novos impostos não cumulativos e com fato ferrador e base de cálculo diferentes dos impostos já existentes, bem como, para instituir impostos extraordinários no caso de guerra externa.
Previsão do Mecanismo de Substituição Tributária
4. LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
As limitações constitucionais ao poder de tributar se encontram nos artigos 145 a 156 e no art. 195 da Constituição Federal de 1988.
São basicamente princípios tributários que, por serem normas balizadoras, devem ser observados pelo legislador ao aprovarem as leis tributárias.
Muito se discute a respeito da supressão dessas limitações, em especial se tais limitação são cláusulas pétreas da Constituição de 1988.
Sabemos que de acordo com o artigo 60, da Constituição Federal de 88, a os direitos e garantias individuais são cláusulas pétreas. Veja abaixo:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
....................
IV - os direitos e garantias individuais.
Assim, a problemática se concentra em definir se os princípios constitucionais tributários seriam direitos e garantias individuais dos cidadãos.
O tema ainda não foi analisado pelo Supremo Tribunal Federal, mas grande parte da doutrina entende que os princípios constitucionais tributários são cláusulas pétreas.
OBJETIVOS
Conhecer como está estruturado o sistema tributário brasileiro;
Conhecer temas como: competência tributária, limitações constitucionais ao poder de tributar e repartição das receitas tributárias.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
Questão 1
Assinale a alternativa correta:
a) A competência tributária não exercida por um ente da federação poderá ser delegada a outro.
b) É vedado aos Estados membros instituírem contribuição de melhoria.
c) O poder de tributar é limitado, sofrendo restrição apenas de normas legais.
d) O poder de tributar não é ilimitado, sofrendo restrição das normas constitucionais e das normas infraconstitucionais.
e) O poder de tributar não é ilimitado, sofrendo restrição somente das normas constitucionais.
Questão 2
Assinale a alternativa abaixo que está incorreta:
a) O produto da arrecadação do IPVA é dividido com os municípios.
b) O produto da arrecadação do ITR é dividido com os municípios.
c) O produto da arrecadação do ICMS é dividido com os municípios.
d) O produto da arrecadação do IPI é dividido com Estados membros e com municípios.
e) O produto da arrecadação do ICMS é dividido com União.
AULA 05
LIMITAÇÕES AO DIREITO DE TRIBUTAR
1. VIGÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA NO ESPAÇO
A aplicação da norma tributária no espaço também é uma limitação aos entes federativos.
A norma tributária tem aplicação dentro do território do ente tributante.
2. VIGÊNCIA DA NORMA TRIBUTÁRIA NO TEMPO
Para a determinação da vigência da lei tributária no tempo temos que estudar pelo menos 4 diplomas legais, quais sejam, a Lei de Introdução ao Código Civil - LICC – Decreto 4.657, de 04 de setembro de 1.942, o Código Tributário, a lei instituidora do tributo em referência e a Constituição Federal.
O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada.
3. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
3.1 Classificação
Princípios são um conjunto de pressupostos ou proposições diretoras. Portanto qualquer norma legal tributária deve estar em consonância com os princípios tributários. Não é demais frisar que a ofensa de uma norma a um princípio tributário invalida a sua aplicação.
3.2 Princípios Constitucionais Tributários – Espécies
3.2.1 – Princípio da Legalidade
O Princípio da Legalidade é o princípio basilar para todos os ramos do Direito. O legislador constitucional disciplinou a matéria no inciso I, do art. 150, da Constituição Federal, segundo o qual é vedado exigir ou aumentar tributo sem que a lei o estabeleça.
3.2.2 – Princípio da Irretroatividade.
Tomando como premissa que a lei regula fatos presentes e futuros, a retroatividade da lei ocorre quando ela produz efeitos em relação a atos praticados antes da sua entrada em vigor.
3.2.3 – Princípio da Anterioridade
Previsto na alínea b, do inciso III, do artigo 150, da Constituição Federal de 1.988.
3.2.4 – Princípio da Anterioridade Nonagésima
Também conhecido como Noventena. Anteriormente previsto apenas para as contribuições sociais (art. 195, da CF), veio a ser aplicado aos demais tributos em regra, com a Emenda Constitucional 42, de 19/12/2003.
3.2.5 – Princípio da Igualdade
Um dos princípios basilares da sociedade democrática de direito. Diz respeito ao tratamento igual entre as pessoas na mesma situação tributária, ou tratamento desigual entre os desiguais, de acordo com as suas desigualdades.
3.2.6 – Princípio do não Confisco.
Confisca significa apreender em proveito do fisco.
3.2.7 – Princípios Constitucionais Específicos
3.2.7.1 – Princípios Específicos do Imposto de Renda
O Imposto de Renda será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade.
3.2.7.2 – Princípios Específicos do IPI
O IPI será informado pelos princípios da não cumulatividade e pela seletividade.
3.2.7.3 – Princípios Específicos do ITR
Será progressivo em razão do grau de utilização da terra. As suas alíquotas variam de 0,03% a 20%, incidentes sobre o valor da terra nua.
Visa desestimular a manutenção de propriedades improdutivas.
OBJETIVOS
Conhecer as limitações constitucionais tributárias.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
BRANCATO, R. T. Instituições de direito público e de direito privado. 11. ed., São Paulo: Saraiva, 1998.
Questão 1
O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou é conhecido como princípio da:
a) Anterioridade.
b) Irretroatividade.
c) Imunidade recíproca.
d) Legalidade.
e) Não confisco.
Questão 2
O princípio segundo o qual é vedado cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado é denominado:
a) Anterioridade.
b) Irretroatividade.
c) Imunidade recíproca.
d) Legalidade.
e) Não confisco.
AULA 06
TRIBUTOS EM ESPÉCIE
1. IMPOSTO DE RENDA
1.1 - Fato Gerador
Aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos ou de proventos de qualquer natureza.
1.2 - Base de Cálculo do IRPJ
Lucro real, presumido ou arbitrado
Integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada.
1.3 - Sujeito Passivo
Qualquer pessoa jurídica ou pessoa física equiparada
1.4 - Base de Cálculo do IRPF
É a diferença entre as somas:
I - de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto os isentos, os não tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva;
II - das deduções legais permitidas.
1.4 - Sujeito Passivo
Pessoa Natural
2. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS
2.1 - Fato Gerador
Na importação: o desembaraço aduaneiro de produtos de procedência estrangeira.
Na operação interna: a saída de produto de estabelecimento industrial, ou equiparado a industrial.
2.2 - Base de Cálculo
Naoperação interna é o valor total da operação
Na importação é o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos tributos aduaneiros
2.3 - Sujeito Passivo
Importador
Industrial ou aquele a ele equiparado.
Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela imunidade prevista na Constituição Federal.
3. ICMS
3.1 - Fato Gerador
É a circulação de mercadoria, mas não se trata de uma circulação física da mercadoria e sim jurídica.
Os Regulamentos esmiúçam essas hipóteses.
Também incide sobre prestações de serviços de transporte intermunicipal e interestadual, serviços de comunicação e desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importados do exterior.
3.2 - Base de Cálculo
É o montante da operação, estando inclusos neste o frete e despesas acessórias cobradas do adquirente.
3.3 - Hipóteses de não Incidência
I - operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão;
II - operações e prestações que destinem ao exterior mercadorias. III - operações interestaduais relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização;
IV - operações com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;
V - mercadorias prestação quando incida ISS; (LC 116/2003)
VI - operações de que decorra a transferência de propriedade de estabelecimento industrial, comercial ou de outra espécie;
VII - operações decorrentes de alienação fiduciária em garantia;
VIII - operações de arrendamento mercantil;
IX - operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras.
3.4 - Alíquotas
As alíquotas internas são fixadas livremente por cada Estado e variam de 4% - para operações de aviação civil - até 38% -para armas e munições, como no Estado da Bahia.
A alíquotas interestaduais são fixadas por resolução do Senado Federal.
3.5 - Sujeito Passivo
Pessoas físicas ou jurídicas que realizem, com habitualidade ou em volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação.
4. IMPOSTO TERRITORIAL E PREDIAL URBANO
4.1 - Fato Gerador
Propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município.
4.2 - Base de Cálculo
É o valor venal do imóvel.
4.3 - Contribuinte
É o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.
5. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA
5.1 - Fato Gerador
É a prestação de serviços constantes da lista anexa a Lei Complementar 116/2003.
5.2 - Base de Cálculo
A base de cálculo do imposto é o valor do serviço, não sendo incluído o valor dos materiais fornecidos pelo prestador dos serviços previstos na execução, conforme lista da LC 116/2003.
5.3 - Contribuinte
É o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título.
5.4 - Alíquota
A alíquota máxima do ISSQN é de 5% (art. 8º, da LC 106/2003) e a mínima é de 2% (art. 88, da ADCT).
OBJETIVOS
Conhecer as principais características do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, do imposto sobre produtos industrializados, do imposto incidente sobre operação de circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte intermunicipal e de comunicações, do imposto sobre propriedade territorial e predial urbana e do imposto incidente sobre serviços de qualquer natureza.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
BRANCATO, R. T. Instituições de direito público e de direito privado. 11. ed., São Paulo: Saraiva, 1998.
Questão 1
A aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos ou de proventos de qualquer natureza é o fato gerador do:
a) ISSQN.
b) ICMS.
c) IPTU.
d) Imposto de Renda.
e) ITR.
Questão 2
A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município é fato gerador do:
a) ISSQN.
b) ICMS.
c) IPTU.
d) Imposto de Renda.
AULA 07
TÉCNICAS DE TRIBUTAÇÃO E LANÇAMENTO
1. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - SUJEIÇÃO ATIVA E PASSIVA
São sujeitos ativos as 4 pessoas jurídicas de Direito Público.
São sujeitos passivos da obrigação tributária o contribuinte e responsável.
2. LANÇAMENTO
O objetivo do lançamento é a constituição do Crédito Tributário.
Definição - procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
2.1 - Modalidade de Lançamento
Lançamento por Homologação
Nessa modalidade, uma vez nascida a obrigação tributária, o sujeito passivo calcula o valor do tributo devido, efetua o pagamento do tributo e apresenta a declaração para constituição do crédito tributário.
O pagamento antecipado extingue o crédito tributário, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento.
Lançamento de Ofício
Nessa modalidade, o fisco age de ofício, ou seja, não há participação do contribuinte. Isso ocorre nas hipóteses em que a lei determine ou quando houver erro, omissão ou fraude do sujeito passivo ou do agente do fisco.
3. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
3.1 - Análise de Risco
Verificação dos pontos críticos que possam indicar a não conformidade tributária do contribuinte
3.2 – Procedimentos
Delimitação do fato oponível - matéria tributável, sujeito passivo, momento da ocorrência do fato gerador, base legal e formalidades (Termo de Início, contraditório e ampla defesa, ciência do lançamento)
3.3 - Alteração do Lançamento
O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de:
I - impugnação do sujeito passivo;
II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149, do CTN.
4. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
4.1 - Hipóteses Principais
Pagamento – Forma mais comum de extinção
Pagamento antecipado e homologação do lançamento - Os créditos se tornam extintos sob a condição resolutória de sua ulterior homologação.
Indébito – Pagamento indevido
Compensação - É um meio de extinguir dívidas recíprocas, até onde essas dívidas de compensarem.
É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial.
Decisão Administrativa Irrecorrível - Decisão definitiva na órbita administrativa que favorece o contribuinte, podendo consistir na negação da existência do vínculo que se supunha instalado, como também decretar a anulação do lançamento por vício formal.
Decisão Judicial com Trânsito em Julgado - Decisão judicial dando provimento ao pedido do contribuinte, da qual não caiba mais recurso.
Prescrição - Perda do Direito de Ação, de cobrança.
Ocorre em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva do crédito tributário.
5. PERECIMENTO DO DIREITO DE CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Decadência – Perda do direito de constituir o crédito tributário por meio do lançamento em decorrência do transcurso do prazo legal.
OBJETIVOS
Conhecer técnicas sobre lançamento.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro ede Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
BRANCATO, R. T. Instituições de direito público e de direito privado. 11. ed., São Paulo: Saraiva, 1998.
Questão 1
No lançamento por homologação:
a) O fisco age de ofício.
b) As informações sobre o lançamento são fornecidas por terceiros.
c) O contribuinte calcula o montante devido, apresenta a declaração para constituir o crédito tributário e efetua o pagamento.
d) O lançamento é feito pelo fisco com base em informações fornecidas pelo contribuinte.
e) Todo o lançamento é efetuado por terceiro.
Questão 2
São formas de extinção do crédito tributário, exceto:
a) Pagamento.
b) Compensação.
c) Decisão Administrativa Irrecorrível .
d) Parcelamento.
e) Decisão Judicial com Trânsito em Julgado.
AULA 08
A Defesa do Contribuinte
1. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
É o instrumento pelo qual o contribuinte se utiliza para sua defesa administrativa nos casos de lançamento de ofício ou misto.
2. INSTAURAÇÃO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO
O contencioso só se instala com a impugnação. Uma vez formalizada a exigência o contribuinte pode além de impugnar, pagar, parcelar ou simplesmente não tomar conhecimento do auto de infração ou da notificação lavrada em seu desfavor.
Em todos esses casos, exceto na impugnação, a exigência fiscal está finda administrativamente.
3. JULGAMENTO EM PRIMEIRA INSTÂNCIA
O julgamento em primeira instância, em relação aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, compete às Delegacias da Receita Federal de Julgamento. Criadas em 1993, pela Lei no 8.748/93, essas Delegacias concentraram as atividades de julgamento dos processos de exigência de créditos tributários federais, antes desenvolvidas pelos próprios Delegados da Receita Federal, titulares da repartição de onde se originara o lançamento, com auxílio do Sistema de Tributação (Divisão, Serviço ou Seção, conforme a classe de cada Delegacia).
4. JULGAMENTO EM SEGUNDA INSTÂNCIA
Contra a decisão de primeira instância pode o contribuinte interpor recurso voluntário, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência da decisão de primeira instância (art. 33). Ultrapassado esse prazo sem qualquer recurso, a decisão torna-se definitiva (art. 42, I). O crédito tributário decorrente de decisão não recorrida deve ser encaminhado para cobrança amigável, nos trinta dias seguintes e posteriormente para inscrição em dívida ativa e cobrança executiva (art. 43).
OBJETIVOS
Conhecer o Procedimento Administrativo Fiscal Federal.
REFERÊNCIAS
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro - 11ª Ed. 2005, Editora: Saraiva.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Financeiro e de Direito Tributário. São Paulo, Editora Saraiva, 4ª edição, 1.995.
BRANCATO, R. T. Instituições de direito público e de direito privado. 11. ed., São Paulo: Saraiva, 1998.
Questão 1
Assinale a alternativa correta:
a) O PAF permite a defesa judicial do contribuinte.
b) No PAF a instância para decisão é única.
c) No PAF é possível se proceder a defesa de tributos declarados pelo próprio contribuinte.
d) O PAF é o instrumento pelo qual o contribuinte se utiliza para sua defesa administrativa nos casos de lançamento de ofício ou misto.
e) O julgamento em segunda instância administrativa é realizado pelas Delegacias da Receita Federal de Julgamento.
Questão 2
Assinale a alternativa incorreta:
a) A impugnação apresentada contra lançamento de ofício inaugura o contencioso administrativo federal - PAF.
b) O prazo para apresentação da impugnação é de 30 dias, contados da ciência do lançamento.
c) O recurso contra decisão de primeira instância administrativa é chamado de “Recurso Voluntário”.
d) A decisão final administrativa da qual não caiba recurso, torna o crédito tributário findo administrativamente.
e) Caberá impugnação em razão de qualquer tipo de lançamento.

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