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Manejo de Mos


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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ 
CAMPUS LUIZ MENEGHEL
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
CURSO DE GRADUAÇÃO DE AGRONOMIA
Gabriel Romano 6659
João Pedro Bufalari da Cunha 6680
Leonardo dos Santos Pereira 6655
Murilo do Amaral Símon 6667
Paulo Frezato Neto 6691
Pedro Henrique Kubota 6700
MANEJO DE MATÉRIA ORGÂNICA
BANDEIRANTES- PR
AGOSTO/2017
Gabriel Romano 6659
João Pedro Bufalari da Cunha 6680
Leonardo dos Santos Pereira 6655
Murilo do Amaral Símon 6667
Paulo Frezato Neto 6691
Pedro Henrique Kubota 6700
 
MANEJO DE MATÉRIA ORGÂNICA
 
 
 Revisão de literatura sobre manejo de matéria orgânica apresentado à disciplina de Fertilidade do solo e adubação– Campus Luiz Meneghel, com orientação do Prof. Ms Osvaldo Sato
BANDEIRANTES-PR
AGOSTO/2017
LISTA DE IMAGENS
Figura 1 - Esterco Bovino Depositado na lavoura.	16
Figura 2 - Aplicação de esterco.	16
Figura 3 - Aplicação de Vinhaça em cana de açúcar.	18
Figura 4 - Integração Lavoura Pecuária	20
Figura 5 - Sistema santa fé, colheita do milho.	21
Figura 6 - Sistema Santa Fé, estabelecimento da cultura.	21
Figura 7 - Sistema plantio direto com soja.	22
Figura 8- Semeadura no sistema plantio direto.	22
1 INTRODUÇÃO
De forma geral, sistemas conservacionistas de manejo do solo baseiam-se na adoção de um sistema de rotação e/ou consorciação de culturas, tanto no período de inverno quanto no verão; na manutenção da palhada sobre o solo a maior parte do ano; na adoção de sistema de preparo de solo com mínimo revolvimento possível, como o sistema plantio direto e na adoção de práticas mecânicas e/ou culturais complementares de conservação da água e do solo, as quais favorecem o controle da erosão.
Um dos grandes desafios para a maioria dos produtores tem sido reconstituir a qualidade do solo, em geral degradada, quimicamente pela redução da sua fertilidade natural causada por processos erosivos intenso, fisicamente, com redução do tamanho e estabilidade de agregados, pelo excessivo revolvimento do solo e com formação de camadas de compactação (pé-de-arado ou pé-de-grade) e biologicamente, como consequência da degradação química e biológica. Geralmente, após alguns anos de cultivo do solo, sem observar as práticas da agricultura conservacionista, o conteúdo de matéria orgânica (MO) do solo reduz-se drasticamente, com consequência negativas para o potencial produtivo do sistema e para a qualidade ambiental.
 A MO do solo tem sido considerada como um dos mais importantes indicadores da qualidade do manejo adotado ao solo, já que a variação no seu conteúdo ao longo do tempo é sensível às práticas de manejo adotadas pelo produtor (Mielniczuk, 1999). Em qualquer agroecossistema, o conteúdo de MO do solo é resultado do balanço entre a adição de resíduos orgânicos ao solo e a perda de MO já presente no solo até uma determinada profundidade, normalmente por processos de oxidação biológica pela ação dos microrganismos ou por processos erosivos (Bayer, 2008). 
Se por um lado o processo de degradação da MO do solo se processa de forma rápida, a reconstrução do seu conteúdo é lenta e dependente da adoção de sistemas de culturas com alta adição de resíduos vegetais ao solo e de um sistema de preparo baseado no mínimo revolvimento (Pillon, 2000). Diante deste contexto, objetiva-se identificar e sistematizar princípios e estratégias de manejo do solo que permitam estabelecer um sistema de agricultura conservacionista, de modo a recuperar a qualidade do solo por meio da manutenção ou do aumento do conteúdo de MO do solo ao longo do tempo.
2 IMPORTÂNCIA DA MATÉRIA ORGÂNICA 
A matéria orgânica do solo (MOS) é resultado da decomposição parcial, síntese ere-síntese de resíduos da biota, principalmente resíduos vegetais (SILVA & RESCK,1997). Sua constituição é complexa, sendo formada por compostos ou frações com tempos de residência variando desde semanas até milhares de anos (BRADY, 1989). Dessa forma, as substâncias orgânicas presentes no solo vão desde materiais livres e com elevada biodisponibilidade, até componentes quimicamente mais estáveis, em íntima associação com a fase mineral (CHRISTENSEN, 1992). 
Apesar de encontrar-se em torno de 1 a 5% na maioria dos solos agrícolas, a matéria orgânica (MO) exerce importante função na manutenção da qualidade e fertilidade do solo, uma vez que influencia os principais processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem no mesmo (PILLON et al., 2007). 
Assim, a MOS desempenha diversas funções no ambiente, atuando em processos fundamentais como ciclagem e disponibilidade de nutrientes, solubilização de fertilizantes, complexação de metais tóxicos, poder tampão, fluxo de gases para a atmosfera e agregação do solo (SOARES et al., 2008), além de ser fonte de energia para a atividade biológica (SCHNITZER, 1982).
Em geral, a MOS é dividida em duas frações: a matéria orgânica viva e a matéria orgânica não viva (STEVERSON, 1984). A matéria orgânica viva constitui aproximadamente 5% do carbono orgânico do solo (COS), sendo composta por raízes de plantas (5-10%), macrofauna do solo (15-30%) e microrganismos do solo (60-80%)(CAMBARDELLA & ELLIOT, 1992). A matéria orgânica não viva constitui aproximadamente 95% do COS e compreende a matéria orgânica leve, os compostos orgânicos dissolvidos e a matéria orgânica estabilizada no solo ou húmus.
A matéria orgânica leve, também chamada de fração lábil compreende cerca de 10-30% do carbono orgânico total (COT) do solo e é constituída por resíduos de plantas recém-adicionados ao solo, em diferentes estágios de decomposição (CAMBARDELLA & ELLIOT, 1992). Apresenta alta taxa de decomposição e curto período de permanência no solo (WOLF & SNYDER, 2003). Sua principal função do ponto de vista agronômico é fornecer nutrientes às plantas por meio do processo de mineralização, promovido pelos organismos do solo (RESENDE et al., 2007) ou, do ponto de vista ecológico, servir como base da cadeia alimentar dos organismos do solo.
O termo húmus é usado de forma generalizada para designar substâncias não húmicas e húmicas presentes no solo. As substâncias não húmicas são grupos decompostos orgânicos bem definidos (proteínas e aminoácidos, carboidratos simples e complexos, resinas, ligninas, lipídeos, ácidos orgânicos, ácidos nucleicos entre outros) e representam de 10 a 15% da reserva total do carbono orgânico nos solos minerais (CAMARGO et al., 1999).
As substâncias húmicas constituem a maior parte do COT nos solos, de 85 a 90%, apresentando alta reatividade e interação com as superfícies minerais e espécies química sem solução (MOREIRA & SIQUEIRA, 2002). A alta reatividade é explicada pelo enriquecimento em grupos funcionais contendo oxigênio na forma de carboxilas, hidroxilas fenólicas e carbonilas (PORTUGAL et al.,2008). 
Por causa da complexidade de seus componentes, a identificação dos compartimentos ou frações da MOS é de grande importância para o entendimento de sua dinâmica em determinado sistema. Essa identificação pode auxiliar na formulação de estratégias que preservem a MOS e viabilizem sistemas produtivos mais sustentáveis (CERETA et al., 2008).
Entre os atributos químicos do solo afetadas pela MOS, destacam-se a disponibilidade de nutrientes para as culturas, a CTC e a complexação de elementos tóxicos e de micronutrientes, fundamentais em solos tropicais, altamente intemperizados e ácidos (Bayer & Mielniczuk, 2008). Assim, a matéria orgânica a considerada uma fonte fundamental de nutrientes as plantas, disponibilizando elementos essenciais tais como N, P e S, por serem estes nutrientes seus constituintes principais.
Segundo Duxbury et al. (1989) aproximadamente 95% do N e do S e 60% a 80% do P totais do solos estão localizados na matéria orgânica e dependem do processo de mineralização para a absorção pelas plantas. No entanto, de acordo com Vezzani (2008), a mineralização que a necessáriapara a liberação destes nutrientes também a responsável pela redução do estoque de matéria orgânica. Por outro lado, muitos dos nutrientes apresentam interação com a matéria orgânica influenciando na ciclagem e adsorção destes elementos, evitando desta forma perdas por lixiviação devido a liberação gradativa as plantas em curto espaço de tempo (Bronick & Lal, 2005). 
Em relação aos micronutrientes, a formação de complexos com compostos orgânicos podem aumentar a disponibilidade dos elementos as plantas, como por exemplo, a complexação de Zn e Cu por ácidos orgânicos de baixo peso molecular. (Bayer & Mielniczuk, 2008). Por outro lado é possível diminuir a disponibilidade de manganês (Mn) e alumínio (Al), reduzindo a toxicidade as plantas, por meio da complexação destes elementos com substancia húmicas e ácidos orgânicos simples. Todas essas integrações são possíveis devido a grande quantidade de cargas dos grupos funcionais da matéria orgânica que por suas vez, influenciam significativamente a capacidade de troca catiônica (CTC) e o ponto de carga zero (PCZ)
Em alguns casos, dependendo do teor de matéria orgânica, da classe textural e da mineralogia, a matéria orgânica do solo pode representar entre 20 a 90% da CTC (Canellas et al., 2003).
Esta influência da matéria orgânica sobre a CTC do solo e, consequentemente, em outras características químicas do solo relacionadas ocorre pela geração de cargas provenientes da matéria orgânica mais humificada, denominada de substancias humicas. Estas apresentam alta superfície especifica comparada com as argilas dos solos de regiões tropicais e subtropicais, constituídos principalmente por óxidos de ferro (Fe) e Al.
Ainda devido ao seu efeito na CTC, a matéria orgânica aumenta o poder-tampão do solo devido a presença de ácidos fracos presentes o que minimiza as variações na reação do solo. Lembrando que o poder-tampão de um solo é avaliado através da maior ou menor dificuldade com que se consegue mudar o seu pH. Desta forma o manejo do solo visando a manutenção dos resíduos vegetais, pode proporcionar maior produção de ácidos orgânicos no solo, consequentemente melhorar fertilidade e sustentabilidade agrícola.
3 CONSTRUINDO A MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO
No solo existem quatro componentes básicos: a parte mineral, da qual os grãos de areia fazem parte (na verdade são um tipo de mineral - o quartzo), uma parte líquida, que é constituída pela água armazenada dentro do solo (podemos perceber quando o solo está mais úmido ou mais seco), uma parte formada por gases (nos espaços vazios do solo, onde não existe água, existe ar, o qual é fundamental para a sobrevivência das plantas) e uma fração orgânica, constituída pela MO e pelos organismos do solo.
A MO do solo refere-se ao material orgânico total do solo, incluindo os resíduos de plantas e os resíduos de animais que vivem no solo. De forma prática, a MO do solo, também referenciada como a “gordura da terra” ou “humus”, é a vida da terra. Sem este componente, o solo é estéril, sem vida. Sem MO no solo, não existem minhocas e outros organismos que ajudam na decomposição dos restos vegetais, contribuindo para a liberação de nutrientes para as plantas.
Como a maioria dos solos brasileiros são antigos, envelhecidos e desgastados pelo longo tempo de existência, de maneira geral apresentam baixa fertilidade natural e também baixas quantidades de MO. O clima quente e úmido na primavera e verão favorece a decomposição dos resíduos vegetais e também do húmus pré-existente. 
É fácil perceber a importância da MO para o solo. Os agricultores referem-se a “terra de mato” ou “terra gorda” a solos com elevado conteúdo de MO. A explicação para isso é que na mata há muita MO que foi acumulando ao longo do tempo. Quando o mato é roçado e posteriormente cultivado com milho ou feijão, por exemplo, aproveitam-se os nutrientes armazenados no solo durante milhões de anos. O solo apresenta-se bem estruturado e sem sinais de compactação, com um cheiro característico de fungos que decompõem os resíduos vegetais e com a presença de muitos organismos da fauna do solo. Quando ocorre um período de veranico, as plantas resistem por mais tempo à escassez de água, pois a MO funciona como uma esponja. No entanto, o que normalmente acontece é que, com o passar dos anos, o solo vai empobrecendo e, em certos casos, é preciso abandonar a área e abrir uma área nova.
A degradação de uma área cultivada é fácil de entender. Cultivando-se uma área por vários anos e sem a adoção de práticas conservacionistas de manejo e sem a reposição ou a ciclagem dos nutrientes exportados pelas culturas, ou seja, se pelo menos não se repor o que é retirado na colheita, a conta bancária (o estoque de nutrientes necessários às plantas) vai diminuindo até que ela se esgote. Através de opções equivocadas de manejo do solo, pode-se acelerar em muito este processo de degradação. Por exemplo, preparando o solo muitas vezes ao ano e ao longo dos anos, acelera-se o processo de queima ou oxidação da MO já armazenada na camada superficial do solo, principalmente pela quebra de muitos agregados (torrões) onde a MO permanece protegida por muitos anos. O preparo excessivo do solo também favorece a formação de camadas compactadas em subsuperfície. Como consequência, a água da chuva escorre em vez de infiltrar no solo. Quando ocorre o escoamento superficial da água pelas pendentes, as partículas minerais que contêm dos nutrientes e também a MO do solo são transportadas, reduzindo a qualidade do solo e o seu potencial produtivo, além de promover o assoreamento de mananciais de água.
A queima dos restos das culturas é ainda uma prática utilizada por alguns produtores. É da palhada das culturas que a MO ou o húmus do solo se origina. Práticas como a silagem, por exemplo, devem ser acompanhadas de um planejamento para a ciclagem dos dejetos animais produzidos e/ou de um programa de adubação de manutenção compatível com a retirada de nutrientes.
Solos mais arenosos são mais sensíveis ou frágeis que solos mais argilosos. No solo arenoso, a MO tem pouca proteção da fração mineral do solo e, com isso, a sua decomposição é muito mais rápida quando o solo é revolvido pelo preparo, enquanto que nos solos mais argilosos, a MO fica protegida nos microagregados do solo, dificultando o acesso dos microorganismos decompositores.
4 ESTRATÉGIAS PARA AUMENTO DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO
Toda a MO existente no solo é oriunda dos restos vegetais das plantas depositados sobre o solo. Para melhor entender, a MO do solo é como o peso corporal humano. Se ingerir grande quantidade de alimentos e gastar pouca energia, certamente esta é uma boa estratégia para obter aumento de peso. Por outro lado, a combinação de uma baixa ingestão de alimentos e de muita atividade física, poderá ter como resultado a perda de peso. As estratégias para o aumento da MO do solo em sistemas agrícolas são similares. Por exemplo, a adição de baixa quantidade de palha ou resíduos orgânicos ao solo pelas culturas e o revolvimento intensivo do solo resultam em reduções no conteúdo de MO do solo ao longo do tempo (Pillon, 2000). Em algumas situações, a quantidade de resíduos vegetais adicionadas anualmente ao solo é equivalente à quantidade de MO que é perdida ou oxidada em função do preparo do solo. Neste caso, a quantidade de MO permanecerá em equilíbrio ao longo dos anos. Por outro lado, adotando-se um sistema de semeadura direta, com mínimo revolvimento do solo, com utilização de culturas de cobertura de inverno e rotação de culturas no verão e mantendo-se toda a palha na superfície do solo sem queimá-la, espera-se um incremento no conteúdo de MO ao longo do tempo.
4.1 BALANÇO DA MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO
Suponha-se um solo com 1,7% de MO na camada 0-20 cm (resultado obtido na análise do solo). Esse valor equivale a 1% de carbono orgânico. Em um hectare de terra, tem-se 2.000 m3 de solo (10.000m2 x 0,20m = 2000m3). Se cada metro cúbico de solo pesa em média 1,5t, então tem-se 3.000t de solo por hectare (2.000m3x 1,5t/m3 = 3.000t). Assim, 1% desse peso de 3.000t de solo equivale a 30ton de carbono orgânico ou 52t de MO por hectare. Um solo como este perde, em média, pelo menos 3% da MO existente no solo por hectare por ano, mesmo em manejo de pousio, sem revolvimento do solo. Isso implicaria em uma perda anual de 0,9t de carbono orgânico por hectare (30ton x 3/100 = 0,9t). Adições anuais ao solo inferiores a essa quantidade de carbono orgânico através dos resíduos vegetais ou da adição de dejetos animais determinam redução no conteúdo de MO ao longo do tempo. Por outro lado, a taxa de perda de MO do solo desta mesma área sob sistema de preparo convencional poderá ser de 5% ao ano, num solo arenoso. Neste caso, a perda de carbono orgânico anual será de aproximadamente 1,5t/ha.
Para compensar estas perdas é preciso adotar estratégias adequadas de manejo do sistema de produção. Assim, para áreas de solo degradadas pelo cultivo intensivo ao longo do tempo, a recuperação do conteúdo de MO e, consequentemente, para a recuperação da qualidade do solo, deverá seguir alguns princípios básicos, como: 
a) adoção de práticas mecânicas e/ou culturais de conservação da água e do solo, como o cultivo em faixas e em contorno, utilização de sistemas de contenção das enxurradas, como os terraços; b) adoção de sistemas de cultura intensivos, com alta adição de resíduos vegetais e nitrogênio ao solo, incluindo consórcio de espécies leguminosas (fonte de nitrogênio) e gramíneas; c) utilização de sistemas de preparo com mínimo revolvimento (plantio direto ou cultivo mínimo); d) adoção de rotação de culturas; e) reciclagem de dejetos animais para as áreas de produção de grãos ou biomassa vegetal (integração lavoura pecuária).
Dentre as práticas de manejo mais adequadas para a recuperação de áreas degradadas, o sistema plantio direto tem ganhado espaços importantes, já que o revolvimento mínimo do solo para a implantação e o manejo das culturas tem contribuído significativamente para a redução na taxa de decomposição da MO do solo, especialmente em solos arenosos e sob clima quente e úmido. O grande desafio à pesquisa tem sido identificar o potencial de diferentes sistemas de cultura adaptados à região de clima temperado para recuperação do potencial produtivo do solo através do mínimo uso de insumos externos, visando estabelecer metodologias de manejo mais adequadas para a transição de formatos tecnológicos da agricultura convencional para a agricultura agroecológica. Neste enfoque, o aumento no conteúdo de MO do solo tem sido adotado como um indicador de qualidade dos sistemas de manejo e, por conseguinte, de qualidade do solo. No entanto, identificar estas táticas de manejo pressupõe avaliações do potencial dos sistemas em recuperar a qualidade do solo à médio e longo prazos, já que as alterações no conteúdo de MO do solo geralmente são lentas.
5 PRINCIPAIS MANEJOS UTILIZADOS 
5.1 ADUBAÇÃO ORGANICA
Sempre que possível e econômica, a adubação orgânica deve ser efetuada. Para a cana-de-açúcar, o uso de vinhaça e torta de filtro, resíduos importantes da agroindústria canavieira, representam importantes aportes de matéria orgânica e de potássio e fósforo, respectivamente (RAIJ, B. et al 1996).
A manutenção da palhada sobre o solo também garante importante reciclagem de nutrientes, principalmente de potássio e nitrogênio. Quanto à adubação orgânica, todas as fontes de material orgânico que não contenham elementos tóxicos ou contaminantes podem ser utilizadas. É necessário lembrar que as fontes orgânicas não contém todos os nutrientes em quantidades balanceadas. Portanto, pode ser necessário adicionar, também, adubos químicos (RAIJ, B. et al 1996).
Os compostos formados com essas fontes são, também, de grande eficiência e podem ser adicionados a outros resíduos, como a cama de frango, palhadas, restos de cultura, dejetos animais, lixo orgânico e lodo de esgoto, desde que não contenham metais (RAIJ, B. et al 1996).
A adição de matéria orgânica melhora, consideravelmente, as características físicas e biológicas do solo. Os maiores benefícios constatados são: Redução do processo erosivo; maior disponibilidade de nutrientes às plantas; maior retenção de água; menor diferença de temperatura do solo durante o dia e a noite; estimulação da atividade biológica; aumento da taxa de infiltração; maior agregação de partículas do solo (RAIJ, B. et al 1996).
A adubação orgânica tem, ainda, outros aspectos bastante favoráveis. Ela utiliza resíduos cujo descarte causaria impactos ambientais. Outro ponto forte desse tipo de adubação é o seu tempo de duração. O processo de absorção dos nutrientes orgânicos envolve decomposição e mineralização. Assim, a adubação orgânica é uma fonte de nutrientes lenta e duradoura (RAIJ, B. et al 1996).
Contudo, a composição nutricional da adubação orgânica, em alguns casos, pode não ser balanceada, devido à origem da matéria-prima empregada nesse tipo de adubação (Tabela 1), tornando-se necessária a complementação com fertilizantes minerais (RAIJ, B. et al 1996). 
	Tabela 1. Composição química típica de vários materiais orgânicos de origem animal, vegetal e agroindustrial. 
	 
	Fonte: Raij et al. (1996)
O maior empecilho do emprego da adubação orgânica em grandes áreas é a falta de equipamentos adequados para a aplicação no campo, pois, geralmente, são materiais com alto teor de umidade e em grandes quantidades, que torna a atividade pouco eficiente e demorada em relação à adubação mineral. 
5.1.1 Estercos de origem animal
Dos adubos orgânicos, o esterco animal (Figura 1, 2) é considerado o mais importante, sendo que seu principal nutriente é o nitrogênio. Sua composição química possui outros elementos, como o fósforo e o potássio. Apesar de ser bastante rico em nutrientes, pelo fato de a concentração dos elementos químicos presentes no adubo ser desbalanceada, o esterco animal deve ser aplicado e complementado por doses adicionais de fertilizantes minerais. A mistura de esterco com adubos fosfatados tem mostrado excelentes resultados, pois além de ajudar a reter o fósforo no solo, reduz as perdas de nitrogênio.
Figura 1 - Esterco Bovino Depositado na lavoura.
Figura 2 - Aplicação de esterco.
5.1.2 Compostos
O composto é resultado da decomposição de restos vegetais. A decomposição pode ser feita com o auxílio de camadas superficiais de terra ou esterco animal que, pela presença de grande quantidade de microrganismos, aceleram a decomposição do material vegetal. A decomposição dos restos vegetais também é possível por meio da adição de corretivos, como o calcário e a uréia na mistura.
Os compostos podem possuir diferentes quantidades de carbono, nitrogênio e outros nutrientes. A relação entre as quantidades de carbono e nitrogênio e carbono e fósforo dá uma idéia do tempo de liberação dos nutrientes no solo. Assim, é possível prever quando será necessária uma nova aplicação.
5.1.3 Lodo de esgoto e lixo urbano
Os lodos de esgoto, embora muito carentes em potássio, possuem elevados teores de fósforo. Por sua vez, o lixo urbano é rico em nutrientes importantes para as plantas. Porém, a aplicação deles exige alguns cuidados, pois há possibilidade da presença de patógenos e metais pesados em ambos.
O lodo de esgoto ou biossólido e o lixo urbano são recomendados como fonte de nutrientes, principalmente para a manutenção de parques e jardins, culturas de interesse madeireiro ou para produção de alimentos, desde que o produto da colheita, durante seu desenvolvimento, não tenha tido contato direto com o lodo, como exemplo, as espécies frutíferas.
5.1.4 Vinhaça
Além de ser uma excelente fonte de potássio, a vinhaça é também fonte de muitos outros nutrientes, como nitrogênio, cálcio, magnésio, zinco e cobre. A vinhaça é recomendada conforme a fertilidade do solo e o tipo de mosto responsável por sua obtenção. Sua aplicação nas propriedades agrícolas tem sido responsável por aumentos de pH e notável elevação da atividade biológica do solo.
A quantidade de vinhaça a ser aplicada (Figura3) na propriedade varia de 60 a 250 metros cúbicos por hectare, conforme a concentração de potássio existente no solo. A aplicação da vinhaça é uma boa opção para os produtores de cana-de-açúcar, pois, como é gerado pela indústria canavieira, sua obtenção é relativamente fácil.
Figura 3 - Aplicação de Vinhaça em cana de açúcar.
5.1.5 Torta de filtro
Assim como a vinhaça, a torta de filtro também é um resíduo gerado nas etapas de produção da agroindústria canavieira. Isso facilita a sua obtenção para o produtor de cana-de-açúcar.
Além de possuir alto teor nutricional já no primeiro ano de aplicação, a torta de filtro é capaz de liberar grande quantidade dos seus nutrientes no solo. Outra boa característica é sua capacidade de reter água e de manter a umidade do solo.
O resíduo umidecido pode ser aplicado na cultura da cana-de-açúcar em área total, com uma concentração de 80 a 100 toneladas por hectare. No sulco do plantio pode ser aplicada com uma concentração de 15 a 30 toneladas por hectare e, nas entrelinhas, com uma concentração de 40 a 50 toneladas por hectare.
5.2 SISTEMA INTEGRAÇÃO LAVOURA PECUÁRIA
O Sistema consiste na exploração de atividades agrícolas e pecuárias, de forma integrada, em rotação ou sucessão, na mesma área e em épocas diferentes, aumentando a eficiência no uso dos recursos naturais, com menor impacto sobre o meio-ambiente, uma vez que os processos de degradação são controlados por meio de práticas conservacionistas. O ILP consiste na diversificação da produção, possibilitando o aumento da eficiência na utilização dos recursos naturais, a preservação do meio ambiente, a estabilidade de produção e a renda do produtor.
Diante dos problemas decorrentes de décadas de práticas agrícolas de monocultivo e de elevada pressão sobre o ambiente, o grande desafio é aumentar a produtividade com a conservação de recursos naturais no processo de intensificação de uso das áreas já desmatadas no Brasil.
O sistema ILP é uma alternativa viável que contribui para a recuperação de áreas degradadas, na adoção de boas práticas agropecuárias (BPA) e no aumento da eficiência com o uso de máquinas, equipamentos e mão de obra.
A integração lavoura-pecuária (ILP) (Figura 4) pode ser definida como a diversificação, rotação, consorciação e/ou sucessão das atividades de agricultura e de pecuária dentro da propriedade rural, de forma harmônica, constituindo um mesmo sistema, de tal maneira que há benefícios para ambas. Possibilita, como uma das principais vantagens, que o solo seja explorado economicamente durante todo o ano ou, pelo menos, na maior parte dele, favorecendo o aumento na oferta de grãos, de carne e de leite a um custo mais baixo, devido ao sinergismo que se cria entre a lavoura e a pastagem.
Figura 4 - Integração Lavoura Pecuária
Melhorando as condições físicas e biológicas do solo com a pastagem na área de loura as pastagens deixam quantidades apreciáveis de palha sobre o solo e de raízes no perfil do solo. Isso tende a aumentar a matéria orgânica, que é fundamental na melhoria da estrutura física do solo. Ela também é fonte de carbono para os microrganismos do solo. Além disso, a decomposição das raízes cria uma rede de canalículos no solo, de grande importância nas trocas gasosas, e uma movimentação descendente de água. Esse novo ambiente criado no solo pela ILP, é fundamental para impactar positivamente tanto a sua sustentabilidade quanto a produtividade do sistema agropecuário.
Uma aplicação prática da integração Lavoura-Pecúaria é a utilização do sistema Santa Fé (Figura 5 e 6) que tem chamado a atenção devido ao rápido retorno técnico e econômico que tem possibilitado. A tecnologia se caracteriza como sendo o consórcio (estabelecimento de duas culturas ao mesmo tempo) de uma cultura produtora de grãos ou silagem com uma forrageira, para a produção de cobertura morta para o sistema de plantio direto e de pasto na entressafra. O sistema está sendo largamente empregado na recuperação ou na reforma de pastagens degradadas, em que se busca, com a produção da cultura produtora de grãos, pagar os custos de implantação da nova pastagem e obter excedentes para comercialização ou uso dentro da propriedade. O Sistema Santa Fé, desenvolvido recentemente pela Embrapa Arroz e Feijão, nada mais é que o consórcio de uma cultura, especialmente o milho, com forrageiras tropicais, principalmente do gênero Brachiaria, embora os Panicum também sejam bastante utilizados, mesmo com o manejo do consórcio exigindo maiores cuidados (ALVARENGA, 2005)
Figura 5 - Sistema santa fé, colheita do milho.
Figura 6 - Sistema Santa Fé, estabelecimento da cultura.
	
5.3 SISTEMA PLANTIO DIRETO - SPD
O plantio direto é uma técnica de cultivo conservacionista em que o plantio é efetuado sem as etapas do preparo convencional da aração e da gradagem. Nessa técnica, é necessário manter o solo sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais (Figura 7). Essa cobertura tem por finalidade proteger o solo do impacto direto das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões hídrica e eólica. O plantio direto pode ser considerado como uma modalidade do cultivo mínimo, visto que o preparo do solo limita-se ao sulco de semeadura (Figura 8), procedendo-se à semeadura, à adubação e, eventualmente, à aplicação de herbicidas em uma única operação.
Figura 7 - Sistema plantio direto com soja.
Figura 8- Semeadura no sistema plantio direto.
O plantio direto, definido como o processo de semeadura em solo não revolvido, no qual a semente é colocada em sulcos ou covas, com largura e profundidade suficientes para a adequada cobertura e contato das sementes com a terra.
As vantagens ou desvantagens do sistema de plantio direto dependem de uma série de fatores e características do solo e do clima da região onde esse sistema é ou será utilizado. É fundamental que, em cada região, o sistema seja adaptado seguindo suas vocações naturais, de forma que seja o mais eficiente possível. Além disso, verifica-se que à medida que o agricultor se torna mais familiarizado com o sistema, novas vantagens são adicionadas e novas alternativas para resolver problemas vão surgindo.
Para o sucesso do SPD, são necessários os seguintes requisitos:
Qualificação do Agricultor: Por se tratar de um sistema complexo, é exigido que o agricultor tenha um conhecimento mais amplo e domínio de todas as fases do sistema.
Gerenciamento e treinamento de mão de obra: Esta é especialmente importante em relação às pessoas que irão operar as principais máquinas do sistema (semeadoras, pulverizadoras e colhedoras) e realizar os tratos culturais.
Boa drenagem de solos úmidos com lençol freático elevado: Este requisito é necessário para que esses solos sejam aptos ao sistema.
Eliminação, antes da implantação, de compactação ou de camadas adensadas: A presença de camadas compactadas no solo, geralmente resultantes do uso inadequado de arados ou grade aradoras, causa uma série de problemas que podem reduzir a produtividade. 
Nivelamento da superfície do terreno: Solos cheios de sulcos ou valetas devem ser nivelados previamente, tornando a superfície do terreno a mais homogênea possível. 
Correção da acidez do solo antes de iniciar o plantio direto: Como no sistema de plantio direto o solo não é revolvido, é muito importante corrigi-lo tanto na camada superficial como na subsuperfície. Para isto, ele deverá ser amostrado de 0 cm a 20 cm e de 20 cm a 40 cm e, se necessário efetuar a calagem, incorporar o calcário. Se for necessário, deve-se proceder à aplicação de gesso para correção da camada subsuperficial. 
Nivelamento da fertilidade na faixa de média a alta: As correções dos teores de fósforo e potássio são necessários antes de iniciar o Sistema de Plantio Direto. O agricultor deve ter como meta manter os níveis de fertilidade na faixa alta e estabelecer um programa de adubação de reposição, levando em consideração o sistema de produção como um todo e as menores perdas de nutrientes resultantes da menor erosão.Cobertura de solo: Os restos culturais devem cobrir, pelo menos, 80% da superfície do solo ou manter 6 t/ha de matéria seca para cobertura do solo. Este é um dos requisitos mais importantes para o sucesso do plantio direto por afetar praticamente todas as modificações que o sistema promove. É também um dos requisitos mais variáveis entre diferentes regiões, pois as opções de explorações agrícolas e de cobertura do solo dependem das condições climáticas, bem como da disponibilidade de informações relativas a espécies alternativas e a épocas de semeadura em cada local.
Ausência de queima de restos culturais: Jamais pensar em queimar os restos culturais. 
Uso do picador e do distribuidor de palhas nas colhedoras: O objetivo dessa prática é promover melhor distribuição dos restos culturais na superfície do solo, facilitando o plantio e protegendo o solo de maneira mais uniforme. 
Funções da palhada no plantio direto
A palhada representa um ponto fundamental do Sistema de Plantio Direto e desempenha as seguintes funções:
1. reduz o impacto das gotas de chuva, protegendo o solo contra a desagregação de partículas e compactação;  
2. dificulta o escorrimento superficial, aumentando o tempo e a capacidade de infiltração da água da chuva. Como consequência, há uma significativa redução nas perdas de solo e água pela erosão;
3. protege a superfície do solo da ação direta dos raios solares, reduzindo a temperatura e a evaporação, mantendo, consequentemente, maior quantidade de água no solo;
4. reduz as amplitudes hídrica e térmica, favorecendo a atividade biológica;
5. aumenta o teor de matéria orgânica no perfil do solo, incrementando a disponibilidade de água para as plantas, a Capacidade de Troca de Cátions (CTC) do solo e melhora suas características físicas; 
A construção da matéria orgânica em SPD é regulada principalmente pelas quantidades de Carbono e Nitrogênio existentes nos resíduos orgânicos mantidos na superfície do solo. Quando a cobertura é realizada com resíduos vegetais que possuem alta relação C/N, observa-se decréscimo na mineralização da matéria orgânica e aumento na imobilização dos nutrientes nela contidos (N, P, S), sobretudo na camada superficial do solo, devido à maior oferta de C-orgânico que estimula a atividade microbiana responsável pela imobilização do N no sistema solo-planta. A inclusão de leguminosas na seqüência de culturas ajuda a minimizar os efeitos da imobilização, resultando em maior acúmulo de N no solo, conforme evidenciam os dados da Tabela 7, obtidos por AMADO et al. (1999).
Nos primeiros anos de implantação do SPD em regiões tropicais e subtropicais, o uso de gramíneas (espécies com maior rela- ção C/N) em alternância com outras espécies irá favorecer o processo de construção da matéria orgânica do solo. Após 3-4 anos, a tendência será de restabelecer-se o equilíbrio da relação C/N na camada superior do solo, onde se encontram estratificados os resíduos de plantas e a matéria orgânica em diferentes estádios de decomposição. Conseqüentemente, diminuirá a imobilização do N pelos microrganismos, com maior liberação do nutriente para o sistema solo-planta e menor demanda de adubação nitrogenada. Na prática, a consolidação desses conceitos tem possibilitado a construção da matéria orgânica do solo em SPD, sem prejuízo da produtividade e da rentabilidade da produção agrícola. 
5.4 ROTAÇÃO DE CULTURAS
Na implantação e condução do Sistema de Plantio Direto de maneira eficiente é indispensável que o esquema de rotação de culturas promova, na superfície do solo, a manutenção permanente de uma quantidade mínima de palhada, que nunca deverá ser inferior a 4,0 t/ha de fitomassa seca. Como segurança, indica-se que devem ser adotados sistemas de rotação que produzam, em média, 6,0 t/ha/ano ou mais de fitomassa seca. Neste caso, a soja contribui com muito pouco, raramente ultrapassando 2,5 t/ha de fitomassa seca. Por outro lado, gramíneas como o milho, de ampla adaptação a diferentes condições, têm ainda a vantagem de deixar uma grande quantidade de restos culturais que, uma vez bem manejados, proporcionam vantagens adicionais aos sistemas, conforme já mencionado.
Na conversão para o Sistema de Plantio Direto é importante priorizar a cobertura do solo, principalmente se as áreas apresentarem um certo grau de degradação da matéria orgânica. Para isto, onde for possível, as culturas de milho e de aveia integradas e de forma planejada no sistema de rotação proporcionam alto potencial de produção de fitomassa e de elevada relação carbono/nitrogênio (C/N), garantindo a manutenção da cobertura do solo dentro da quantidade mínima preconizada e por maior tempo de permanência na superfície. O cultivo do milho com espaçamento mais estreito entrelinhas e ou consorciado com leguminosas, como o feijão-bravo, proporciona a formação de elevada quantidade de fitomassa, além de bons rendimentos de grãos. Também as braquiárias apresentam essas condições (quando bem conduzidas proporcionam elevado índice de cobertura do solo e fitomassa seca e excelente e vigoroso sistema radicular) e representam uma excelente alternativa em áreas de integração lavoura-pecuária.
Especial atenção deve ser dada à soja e ao milho, culturas mais usadas no plantio direto, e que apresentam grandes vantagens quando plantadas em rotação (ou seja, uma em substituição à outra na safra seguinte de verão), inclusive com aumentos significativos nos rendimentos de ambas as culturas. Existem experimentos demostrando os efeitos benéficos do milho se estendendo até ao segundo ano da soja plantada após a rotação. Neste exemplo, a soja produziu 20,3% mais no primeiro ano após o milho e 10,5% no segundo. 
No Brasil Central, a implantação do Sistema de Plantio Direto tem sido facilitada em áreas onde é possível o desenvolvimento de safrinha. A safrinha só é possível onde o período chuvoso se prolonga um pouco mais. Dentre as principais culturas de safrinha, destacam-se o milho, o sorgo, o milheto e o girassol. Em algumas regiões, como o Sul de Minas Gerais, o plantio da soja não é comum, o que restringe as alternativas de rotação de culturas e dificulta a implantação do plantio direto. Além disso, nessa região, a interação agricultura-pecuária é muito forte, sendo comum a produção de milho para a produção de silagem, onde a parte aérea da planta é retirada do terreno, reduzindo o aporte de resíduos vegetais ao solo. Porém, a experiência de vários agricultores da região tem demonstrado ser possível o plantio do milho sobre palhada de braquiárias. 
A rotação de culturas pode beneficiar a macro, micro e mesofauna do solo, uma vez que a riqueza e a abundância dos organismos edáficos são determinadas, entre outros fatores, pela quantidade e qualidade da fitomassa aérea e radicular adicionada ao solo. A fauna invertebrada do solo exerce importante papel na ciclagem de nutrientes e na estrutura do solo, pois é responsável pela fragmentação dos resíduos orgânicos, mistura das partículas minerais e orgânicas, redistribuição da matéria orgânica e abertura de bioporos.
5.5 PLANTAS DE COBERTURA DE SOLO
Grande parte do sucesso do Sistema de Plantio Direto (SPD) reside no fato de que a palha deixada por culturas de cobertura sobre a superfície do solo, somada aos resíduos das culturas comerciais, cria um ambiente extremamente favorável ao crescimento vegetal, contribuindo para a estabilização da produção e para a recuperação ou manutenção das características e propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, de tal modo que a sua qualidade seja melhorada.
Primeiramente, deve-se selecionar aquelas espécies com maior potencial para as condições locais, tomando-se por base a rapidez com que se estabelecem e as suas produções de fitomassa. Quanto mais rápido o estabelecimento, maiores os benefícios físicos advindos da cobertura na proteção do solo e na supressão de plantas daninhas. A maior produção de fitomassa indica maior oferta de palha sobre o solo, podendo, ainda, dar uma ideia sobre a reciclagem de nutrientes, desde quese conheça o padrão de extração de nutrientes pela espécie selecionada.
A quantidade de palha sobre o solo e a uniformidade da sua distribuição podem servir de referência para uma avaliação preliminar sobre as condições nas quais o SPD está se desenvolvendo. 
O modelo ideal de planta de cobertura para essa condição seria aquele que apresentasse alta produção de fitomassa com alta taxa de absorção de nutrientes, especialmente nitrogênio e fósforo; alta tolerância ao déficit hídrico, às pragas e às doenças; com efeito alelopático sobre as plantas daninhas; de fácil estabelecimento e controle; baixa taxa de decomposição e, ainda, alto valor agregado. Impossível reunir todas essas qualidades em apenas uma espécie, o que leva ao raciocínio lógico da necessidade de ser usada mais de uma espécie, sendo que uma irá procurar suprir a deficiência de outra em algum quesito, além de incrementar a diversificação da rotação e da sucessão de culturas.
Exceto na região Sul, onde é possível o cultivo de culturas de verão e de inverno, nas demais regiões, na busca de maior cobertura de solo, algumas alternativas se sobressaem como estratégias para o cultivo das mesmas, visando, ainda, um menor grau de interferência sobre o rendimento da cultura principal.
Dentre essas alternativas, sobressaem:
1) cultivo antecipado da cultura de cobertura, conhecido regionalmente como plantio no pó, plantio no cedo ou plantio na poeira, e é usado principalmente naquelas regiões onde o período chuvoso se inicia mais cedo. Nesse sistema, busca-se antecipar o plantio da cultura de cobertura às primeiras chuvas, objetivando o estabelecimento das mesmas. O plantio pode-se dar em linha ou a lanço, com acréscimo de 30% na quantidade de sementes. A fitomassa produzida é dessecada na época mais adequada, de tal modo que o plantio da cultura principal não seja prejudicado, havendo a possibilidade de se retardar esse plantio com vistas à maior produção de fitomassa da cultura de cobertura. Geralmente, para a cultura principal, é dada preferência a cultivares de ciclo tardio, para que se mantenham por mais tempo culturas estabelecidas, promovendo a cobertura do solo, e que entrariam somente mais tarde num processo de decomposição, após a colheita, quando as condições de mineralização são menos favoráveis;
2) cultivo em sucessão à cultura principal. É importante que a cultura principal seja instalada o mais cedo possível e que esta seja de ciclo precoce para que o plantio, na sucessão, das plantas de cobertura, seja feito quando ainda houver possibilidade de eventos de chuva, de tal modo que elas se estabeleçam. Outro fator importante a ser considerado é a escolha da espécie, devendo ser dada preferência àquelas de maior tolerância ao déficit hídrico. Nesse particular, destacam-se o milheto e o sorgo, dentre as gramíneas, e o guandu, dentre as leguminosas. Há uma expectativa de que essas plantas possam ser utilizadas como forrageiras ou na produção de sementes, como forma de reduzir os custos de produção, sendo os seus resíduos destinados à formação de palha. Essa prática, entretanto, deve ser implementada como regra quando já houver uma camada de palha sobre o solo, pois, caso contrário, corre-se o risco da quantidade de palha não ser suficiente para proporcionar as condições mínimas para um adequado desenvolvimento do sistema;
3) sobressemeadura, que, embora usada em menor escala, mostra-se como uma possibilidade para se tentar aumentar o aporte de palha ao solo. Ela consiste no lançamento das sementes ao solo quando ainda existe outra cultura estabelecida na área. Esta prática tem sido feita na cultura da soja quando esta se apresenta no início do período de amarelecimento das folhas, e na cultura do milho, no enchimento dos grãos, usando principalmente o milheto, mas o sorgo é também usado e há outras espécies que se destinam a essa prática. Com isto, busca-se a germinação e o estabelecimento das plantas no período de maturação e pós-colheita da soja ou do milho, quando ainda há umidade no solo. O consumo de sementes nessa modalidade é aproximadamente o dobro daquele utilizado no semeio em linha;
4) cultivo de safrinha ou segunda safra naquelas regiões onde as chuvas se estendem por um maior período, havendo condições para que seja cultivada uma segunda cultura, visando principalmente à produção de grãos. Nesse sistema, além da produção comercial, haverá oferta de quantidade apreciável de palha, que em muito incrementará a palhada total sobre a superfície do solo. Existem muitas opções de espécies para o cultivo na safrinha, de tal modo que a escolha da espécie e da cultivar deve recair sobre aquela que apresentar maior vantagem comparativa, levando-se em consideração o destino da produção e as condições ambientais para a sua produção.
5.6 POUSIO
A vegetação de pousio é o componente principal dos sistemas agroflorestais sequenciais, representados principalmente pelos sistemas de derruba-e-queima adotados pela agricultura familiar na Amazônia.
 A vegetação de pousio tem como principal função acumular biomassa e nutrientes para atender a demanda nutricional das culturas agrícolas (SCHROTH; LEHMANN, 2003). A pressão por novas áreas de cultivo tem resultado no encurtamento do pousio e intensificação do período agrícola (METZGER et al., 1998; VIELHAUER et al., 2001), portanto, resultando em menor acúmulo de biomassa e nutrientes (SOMMER et al., 2004; ZARIN et al., 2005). 
Esse cenário leva à redução da produtividade e à exploração dos remanescentes de floresta. Dessa forma, o manejo da vegetação de pousio é de grande importância para a agricultura familiar no Nordeste Paraense. A adoção de técnicas que promovam o acúmulo e a ciclagem de nutrientes é importante para a manutenção desses agroecossistemas.
 O enriquecimento da vegetação de pousio com espécies leguminosas arbóreas acelera e aumenta o acúmulo de biomassa em níveis superiores ao que a vegetação espontânea conseguiria atingir (BASAMBA et al., 2007), além de promover adições de carbono e nutrientes no sistema, recuperando gradativamente a qualidade do solo (KOUTIKA et al., 2002)
5.7 ADUBAÇÃO VERDE
A adubação verde é a prática antiga de incorporar restos vegetais frescos à terra. Ela é uma das principais maneiras de se aumentar a matéria orgânica do solo, uma vez que em áreas muito grandes se torna impossível a adubação orgânica, então a solução é a adubação verde, foi muito utilizada após a abertura do cerrado brasileiro. Ela é uma das formas de fertilização orgânica e tem uma vantagem especial: fornece nitrogênio, macronutriente particularmente escasso aos solos tropicais. A carência desse elemento, é fácil de detectar: as folhas mais velhas das plantas, que ficam nas partes mais baixas, tornam-se amarelas, aparece nelas um V amarelo, cujo vértice situa-se na base da folha (ARAÚJO., 1993).
Qualquer vegetal pode ser um adubo verde, mas há um grupo melhor: o das plantas da família das leguminosas que dão vagens, como feijão, ervilha, vagem, guandu, feijão de porco, mucuna e outras. Elas fixam o nitrogênio do ar.
Essa fixação é feita pelas bactérias simbióticas do gênero Rhizobium, que vivem em associação com as raízes de certas plantas, entre elas as leguminosas.
A adubação verde é utilizada pelos agricultores, em distintas regiões do mundo, para melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos agricultados. 
A adubação verde traz muitos efeitos benéficos, como: aumentar o teor de matéria orgânica, desde que utilizada continuamente; diminuir índices de erosão, protegendo o solo de chuvas fortes; aumenta a retenção de água no solo; recupera solos degradados e adensados; diminui a perda de nutrientes, como o nitrogênio; reduz a quantidade de plantas invasoras; favorece a proliferação de minhocas no solo e interrompe o ciclo e reduz o ataque de pragas e doenças
A adubação verde pode ser classificada, de acordo com sua utilização, em: 
Adubação verde de primavera/verão em cultivo solteiro: consiste no plantio dos adubos verdes no período de outubro ajaneiro. A ocorrência de chuvas, associada às altas temperaturas desta época do ano, permite a produção de grandes quantidades de massa verde. Quando se utilizam leguminosas, ocorre também um grande acréscimo de nitrogênio ao solo. A principal desvantagem deste tipo de adubação verde está na ocupação de áreas agrícolas durante um período em que são cultivadas plantas de interesse econômico. Uma alternativa para esse problema seria o plantio de leguminosas em glebas em pousio na propriedade, deixando-se as outras partes para as culturas comerciais. No ano seguinte, seria realizada uma rotação.
Adubação verde de outono/inverno em cultivo solteiro: consiste na semeadura dos adubos verdes entre fevereiro e abril. O cultivo destas plantas permite então a proteção de áreas que normalmente não são cultivadas nesta época do ano. Ocorre ainda uma diminuição da infestação do terreno por ervas invasoras e redução das perdas de nutrientes do solo. 
A forma de manejo dos resíduos de adubos verdes também traz influências marcantes sobre a produção de culturas comerciais subsequentes. Andrade (1992) constatou que a manutenção dos resíduos de feijão bravo do Ceará e feijão de porco em cobertura sobre o solo elevaram em 96 % a produção de mandioca e em 68 % a produção de quiabeiro, quando comparadas às produções obtidas com a incorporação dos resíduos. Além de aumentar a produtividade de culturas comerciais, o pré-cultivo com adubos verdes permite ainda um aumento na população de microrganismos benéficos do solo. 
Adubação verde consorciada com culturas anuais: o adubo verde é semeado nas entrelinhas da cultura comercial, permitindo a produção durante todo o ano. Esse sistema mostra-se particularmente interessante em pequenas propriedades rurais, pois permite otimizar o aproveitamento de fatores de produção como energia radiante, água e nutrientes. Um exemplo deste tipo de adubação verde consiste no consórcio do milho com leguminosas. No caso da utilização de feijão de porco ou caupi, a semeadura do milho pode ser feita juntamente com o adubo verde. Já no caso da mucuna preta, a semeadura das leguminosas deve ser feita depois do plantio do milho. Através do consórcio de feijão de porco com milho, torna-se possível obter aumentos de até 15 % em relação ao milho solteiro (EMBRAPA, 1984).
 Adubação verde consorciada com culturas perenes: nesta modalidade, o adubo verde é cultivado entre as linhas de frutíferas ou de outras plantas perenes. Devem ser evitados adubos verdes muito agressivos, como as mucunas preta e cinza, realizando o coroamento das plantas quando for necessário. Dentre as vantagens da adoção desta prática estão o controle de erosão, redução da incidência de ervas invasoras e atenuação das perdas de nutrientes do solo.
Vantagens:
O manejo da matéria orgânica mediante rotação de culturas, adubação verde e consorciação de culturas pode proporcionar melhor aproveitamento de adubos químicos e possibilitar redução nos custos com adubação nitrogenada mineral, uma vez que propicia aumento da atividade biológica do solo (HERMANI et al., 1995).
A adubação verde com leguminosas proporciona vantagens, como a economia com fertilizantes nitrogenados, grande rendimento por área, sistema radicular profundo, que ajuda a descompactar o solo, e simbiose com bactérias fixadoras de nitrogênio (SILVA et al., 1985).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando em conta da necessidade e correção do solo para se atingir uma boa produção mantendo equilíbrio entre retirada e inserção de nutriente, o manejo de matéria orgânica se torna essencial no processo de equilíbrio do solo. 
O manejo de matéria orgânica leva em conta diversos tipos de práticas, onde cada uma tem seus pontos positivos e negativos, e diferem em seu método de aplicação. Como cada tipo de prática tem um ponto a ser explorado, no manejo da matéria orgânica, faz se necessário a utilização de várias práticas sendo que uma completa a outra. 
Para recomendarmos os tipos de práticas adequadas para determinada área, devemos levar em consideração o objetivo do plantio, as características do solo, o tamanho da área, a tecnologia que o produtor dispõe e características climáticas da região. 
Estas características fazem com que a associação de práticas; com o objetivo de aumentar os teores de matérias orgânicas, seja interessante. 
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