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TCC Dificuldades inclusao escolar

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TCC- Arte e Inclusão
ARTE E INCLUSÃO: O ENSINO DA ARTE PARA AS CRIANÇAS COM NECESSIDADES EDUCATIVAS ESPECIAIS NA ESCOLA MUNICIPAL PADRE PEDRO DA SILVA OLIVEIRA EM FLORIANO PI.
Marli Ramos do Nascimento Farias[1]
Carla Teresa da Costa Pedrosa[2]
RESUMO
Educação Inclusiva é aquela que oferece a todas as crianças as mesmas oportunidades para desenvolver a aprendizagem, independente das limitações de cada uma; A criança com Necessidades Educativas Especiais (NEE) comumente possui limitações, pouca concentração e dificuldade para interagir. A Arte é a área do conhecimento que estimula a criança a desenvolver- se de forma integral. Este artigo tem como objetivo geral analisar o processo de inclusão na Escola Municipal Padre Pedro da Silva Oliveira, analisando as contribuições do ensino da Arte para o desenvolvimento das crianças com Necessidades Educativas Especiais. A metodologia adotada foi o questionário com os professores de arte do 6º ao 9ºano quando atendem crianças com necessidades educativas especiais. Através de observação, conhecer os recursos que a escola disponibiliza para facilitar o trabalho do professor, verificando como as atividades realizadas favorecem a inclusão das crianças com necessidades educativas especiais. Este trabalho está fundamentado nos autores: Ferraz (2010), Ferreira (2011), Batista (2006), Barbosa (1999), entre outros que falam da Arte e da Inclusão. As referidas crianças precisam de atividades que estimulem suas habilidades cognitivas, e de acordo com os professores, o ensino de arte contribui para esse desenvolvimento sócio afetivo.
PALAVRAS- CHAVE: Arte na educação inclusiva; Crianças com necessidades educativas especiais; Escola Inclusiva.
INTRODUÇÃO
O ensino de arte vem passando por muitas transformações, desde a década de 1970, com o movimento arte-educação que, segundo Ferraz (2010) propõe uma ação educativa criadora, ativa e centrada no aluno. A partir de então o ensino da Arte tenta acompanhar o processo de inclusão e oferecer um ensino de qualidade a todos os educandos. A Arte é uma área de conhecimento, que através de atividades pode levar a criança a expressar os sentimentos, a cultura, a criatividade e a sensibilidade e assim desenvolver a aprendizagem, cabendo ao professor orientar essas atividades e ajudar as crianças com necessidades a descobrir suas potencialidades e não apenas seguir até onde suas limitações permitam.
 A escolha desse tema surgiu da necessidade de acompanhar o processo de inclusão em Arte na Escola Municipal Padre Pedro da Silva Oliveira, em Floriano Piauí, levantando a seguinte questão: como o professor de uma sala heterogênea, que conta com crianças que possuem Necessidades Educativas Especiais, atua no processo de ensino-aprendizagem inserindo conteúdos e atividades de Arte?
Desta forma, o objetivo deste trabalho é analisar as contribuições do ensino das artes para o desenvolvimento das crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE), para isso foi necessário saber o que dizem os professores sobre o trabalho que desenvolvem em sala de aula e qual a importância do ensino de artes para o desenvolvimento dessas crianças. Além de procurar através de observação conhecer os recursos que a escola disponibiliza para o trabalho do professor, verificando como as atividades realizadas favorecem a inclusão das crianças com DM, visto que as mesmas precisam e devem ter a mesma qualidade de ensino que todos os outros alunos nas salas regulares de ensino.
A pesquisa foi realizada com os professores de arte do 6º ao 9ºano que atendem alunos com necessidades educativas especiais, para compeender quais são as expectativas dos alunos e tambem as contribuições das aulas de Artes para o desempenho de alunos com NEE.
De acordo com a LDB nº9398/96 - artigo 58 diz que o aluno deve ser matriculado e participar do processo pedagógico. E para saber como está sendo garantido esse direito, e se as pratica dos professores contemplam as crianças com NEE na escola pesquisada, foram realizadas observações e entrevistas com os professores. A arte é capaz de promover a transformação dos alunos com NEE, pois os mesmos são seres sensíveis e abertos ao conhecimento.
As ações dos professores de arte devem oportunizar aos alunos com NEE a participação ativa nas atividades de forma que adquiram autonomia e capacidade para interagir com outros alunos. Entre as crianças com Necessidades Educativas Especiais, as com Deficiência Mental (DM) requerem uma atenção maior, pois mesmo com todos os membros e órgãos do corpo funcionando, estas não possuem um domínio sobre eles, uma vez que o cérebro não corresponde à exigência de ação organização de ideias, espera-se que através da Arte elas sejam estimuladas e de fato esse ensino contribua para o seu desenvolvimento.
O ENSINO DE ARTE PARA AS CRINÇAS COM NEE
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96, no artigo 59, preconiza que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos currículo, métodos, recursos e organização específicos para atender as suas necessidades[3]. Esta lei preconiza que cabe a escola se organizar e se capacitar para garantir aos alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE) a superação de suas dificuldades de aprendizagem.
Inclusão é um “processo dialético complexo, que vai além do ato de inserir, de trazer a criança para dentro do centro de educação. Significa envolver, compreender, participar e aprender. E o eixo central é proporcionar melhores condições de aprendizagem para todos”.[4] Conclui-se que a inclusão é o processo através do qual as escolas recebem todas as crianças oferecendo o que elas precisam para se desenvolver, respeitando suas necessidades, garantindo sua permanência e aprendizagem. Esse processo não é fácil e nemsimples, pois atende a todos, respeitando suas diferenças e exigindo muito mais além de apenas receber o aluno na escola.
Segundo Ferreira (2011, p.42), a educação inclusiva é na atualidade um dos maiores desafios do sistema educacional. Dentre esses desafios promover a inclusão das crianças com Deficiência Mental (DM), é um dos mais complexos, pois a criança com DM tem uma forma diferente de compreender o mundo. A DM não se esgota na sua condição orgânica e/ou intelectual, é uma interrogação e objeto de investigação de inúmeras áreas do conhecimento (GOMES,2007). O diagnostico para DM, não se esclarece por uma causa orgânica, nem tão pouco pela inteligência, sua quantidade, supostas categorias e tipo (BATISTA, 2006,). Com base nessas afirmações percebe-se que não há uma um conceito muito claro para Deficiência Mental (DM), no entanto as pessoas que possuem essa deficiência são aquelas com uma ausência de pensamentos coerentes, organizados o que lhes causa muitas barreiras no ambiente educacional.
No entanto, outra psicopatologia, a síndrome de Asperger é bem caracterizada pelo prejuízo persistente na interação social, pelo desenvolvimento de padrões restritos e repetitivos de interesses, comportamentos e atividades (BERISALIO FILHO, 2010, p.14).
O Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), como sabemos, se caracteriza por uma grande agitação, deixando a criança muito inquieta e ao mesmo tempo desatenta e essa desatenção compromete o seu desenvolvimento na escola (BELISARIO FILHO,2010)
A Arte enquanto disciplina que estimula criatividade, o raciocínio, a sensibilidade, é capaz de transformar as pessoas e ajudar no desenvolvimento das crianças com NEE, pois essas crianças precisam de atividades orientadas que estimulem suas habilidades cognitivas e favoreçam o seu desenvolvimento e as atividades de arte facilitariam esse processo. Segundo Ferreira:
A arte pode ajudar na recuperação do ser humano, na medida em que o levará a realizar atividades que poderão lhe proporcionar grande satisfação e elevar sua autoestima. E que oferece possibilidades de improvisar, transformar, entrelaçar os conhecimentos e entrar no terreno criativo de cada um (2011,p. 14-15).
As crianças com NEE precisam exatamente disso estimuloe atividades prazerosas que as levem a produzir, criar favorecendo o seu desenvolvimento intelectual, ainda que lento. De acordo com Ferraz (2010-p. 68) em aulas de artes, espera-se que os estudantes vivenciem intensamente o processo artístico, acionando e evoluindo em seus modos de fazer técnico, de representação imaginativa e de expressividade. Sabemos que a disciplina Artepossui uma variedade de linguagens, cabe ao professor descobrir qual delas contemplará melhor a criança com NEE, estimulando o seu desenvolvimento, para isso faz-se necessário que o professor tenha conhecimento das diversas linguagens da Arte e ao mesmo tempo conheça as limitações e dificuldades de seus alunos para que encontre estratégias que possam ajuda-los a seguir em frente.
Para Batista (2006, p.13-14) o professor, na perspectiva inclusiva é aquele que prepara atividades diversificadas para seus alunos, com ou sem deficiência mental, ao trabalhar um mesmo conteúdo curricular. Observaremos como os professores conduzem as atividades, se buscam a melhor forma para que os alunos com NEE, especialmente os com DM, aprendam, contemplando a todos e fazendo uso do ensino das artes para facilitar o desenvolvimento dessas crianças.
As crianças com NEE precisam de atividades que estimulem seu desenvolvimento psicomotor, já que de uma forma geral, sua deficiência bloqueia essas habilidades impedindo a criança de se expressar e criar de forma clara no processo de aprendizagem dentro das salas regulares. Barbosa (1999-p. 28) diz que a arte facilita o desenvolvimento psicomotor sem abafar o processo criador. Fica claro nas palavras da autora que o professor tem nas atividades de arte uma boa ferramenta para o desenvolvimento de todos os seus alunos independentes da necessidade de cada um, resta saber se os professores sabem fazer uso dessas atividades e estão de fato contribuindo para o desenvolvimento dessas crianças.
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS EM ARTE
A pesquisa de campo foi de caráter qualitativo, sendo realizado na Escola Municipal Padre Pedro da Silva Oliveira, localizada à rua Fernando Marques, bairro Santa Rita em Floriano Piauí. A escola pesquisada é mantida pelo poder publico municipal, sob responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação e defende uma educação inclusiva, pois tem como prioridade oferecer ensino de qualidade, garantindo oportunidades iguais a todos os educandos e respeitando as limitações de cada um. Essa afirmação é fundamentada na Proposta Politica Pedagógica que tem como objetivo geral oferecer ensino gratuito e de qualidade a todos os alunos, atendendo a necessidade de cada um.  Desta forma, partir do segundo semestre do ano de 2013, passará a oferecer Atendimento Educacional Especializado (AEE) através de sala multifuncional, que atuará no contraturno com atividades o professor da sala comum, bem como a construir material para facilitar as atividades de Arte na sala regular.
Para Batista (2006, p19, 20) é importante esclarecer que o atendimento educacional especializado não é ensino particular, nem reforço escolar. E que esse atendimento deve permitir ao aluno com NEE, a elaborar suas questões, suas ideias, de forma ativa diante de todo e qualquer saber. Com isso fica claro que o professor de arte da sala comum e o professor de AEE, vão trabalhar juntos os conteúdos de arte, para melhor desenvolver o processo de ensino aprendizagem dessas crianças.
A escola pesquisada comporta três (03) alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE): um com síndrome de Asperger a qual não há comprometimento sua fala e nem a de sua inteligência, embora seja de difícilcontato com os colegas e por vezes é agressivo; O segundo tem retardo menta l(DM), possui uma capacidade intelectual inferior à normal, tem muita dificuldade de aprendizado e de adaptar-se a situações novas; E o terceiro com hiperatividade (TDAH) é muito desatento, agitado e apresenta dificuldades de relacionamento e comportamento. As pessoas com essas deficiências possuem memória curta e desenvolvem uma forma particular de ver as coisas e o mundo.
Através de observação das aulas de arte, verificou-se como os alunos do 6º ao 9º ano como esses três estudantes com NEE participam das atividades e quais os recursos ofertados pela escola para que seja garantida aos mesmos a aprendizagem nas aulas de arte.  Por meio de questionário aplicado a gestora e 03 professores da escola foram colhidas suas opiniões e posicionamentos diante da inclusão dessas crianças nas aulas de arte na referida escola. No período de março a maio de 2013 foram feitas visitas à escola e aplicados os questionários.
OPINIÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA
Através de questionários aplicados com três professores que atuam em salas de aulas procurou-se conhecer suas opiniões e posicionamentos diante da inclusão dessas crianças nas aulas de arte na Escola Municipal Padre Pedro Oliveira.
Os professores pesquisados acreditam que o ensino de Arte contribui para o desenvolvimento das crianças com NEE, pois segundo eles ajuda no convívio social, a “acalmar” as crianças inquietas, melhora a coordenação motora, levando os a expressarem desejos e inquietações. Durante muito tempo o Ensino de Arte oferecido era a educação artística onde o aluno aprendia a produzir de forma repetitiva através de uma orientação ou instrução, um método pronto e acabado. Ainda hoje alguns professores trabalham assim, mas para acontecer a aprendizagem de fato é necessário que a prática pedagógica seja de acordo com os novos métodos do ensino de arte, nos quaiso aluno é levado á produzir de forma livre e mais variada possível, expressando o que pensa, sente e quer mostrar, para isso o professor deve buscar o melhor espaço, material e estratégia didática que desperte nas crianças o desejo de vivenciar a arte. Segundo Ferraz,
Em aulas de arte (mais especificamente nas aulas de músicas, artes plásticas, desenho, teatro, dança), espera se que os estudantes vivenciem intensamente os processos artísticos, acionando e evoluindo em seus modos do fazer técnico, de representação imaginativa e de expressividade. (2010 p.68)
Os alunos com retardo mental, asperger e hiperatividade apresentam uma variedade de comportamentos, de aceitação das coisas e de entendimento dos conteúdos que lhe são propostos, as atividades de Arte atendem essas inquietações, pois são dinâmicas e variadas, exigem e estimulam o aluno a sair da zona de conforto o tempo todo.
 E quando perguntados se estão preparados para trabalhar as atividades de Arte com as crianças com NEE afirmam saber da importância que as atividades de arte têm para o desenvolvimento dessas crianças, porem não dispõem do conhecimento necessário para desenvolver um bom trabalho, falta uma formação contínua na área para aprenderem a lidar com as dificuldades em sala de aula. De acordo com Barbosa (1999, p. 11) os professores de arte não têm tido a oportunidade de estudar teorias da criatividade ou disciplinas similares nas universidades. O que reforça a fala dos professores.
Os professores acreditam que o ensino de arte ajuda a “acalmar” as crianças, melhora a coordenação motora e as leva a expressarem seus desejos e inquietações, porém não dispõem do conhecimento necessário para o desenvolvimento de uma boa aula. Segundo Barbosa (1999, p.5) a carência de pessoal, capaz de uma ação cultural estimuladora da curiosidade pela Arte, da compreensão e do fazer artístico, é quase absoluta. Isso fica bem claro na fala dos professores que reclamam por não receberem formação, o que precisa ser providenciado urgentemente para que a inclusão aconteça de fato nas escolas e os professores de Arte, bem como das outras disciplinas, aprendam a repensarem a sua pratica, principalmente quando entre seus alunos existem crianças com NEE.
Para melhor entender como acontece esse processo perguntou-se quais as atividades de arte que conseguem envolver os alunos com NEE da mesma forma que os demais alunos da sala comum, de forma inclusiva, responderam que, geralmente, trabalham atividades básicas como desenho,pintura com lápis de cor e mais raramente com tinta guache, também utilizam revistas para corte e colagem. Observa-se que os professores não trabalham as técnicas de forma aprofundada e desconhecem princípios básicos da composição, faz-se necessárias formações contínuas para melhor desempenho nas praticas em sala.
 As atividades realizadas não contemplam todos os alunos, pois para as crianças com necessidades educativas especiais é exigido uma habilidade que os professores da sala comum não dispõem, seja para obter a sua atenção, envolve-los nas atividades, ou mesmo para desenvolverem a coordenação motora. Geralmente a atividade aplicada é um desenho que já vem fotocopiado para o aluno pintar.
 De acordo com Ferraz (2010) em aulas de arte, espera-se que os estudantes vivenciem intensamente o processo artístico, acionando a representação imaginativa e de expressividade. E Ferreira (2011) diz que o aluno deve ser incentivado a observar, a criar e a conduzir seu olhar para novas experiências e receba condições psicológicas, pedagógicas e materiais para que se expresse por meio das linguagens artísticas.
Para os professores a maior dificuldade encontrada em sala de aula está relacionada ao comportamento das crianças com NEE, pois são inquietas e não conseguem se concentrar em uma mesma atividade por um tempo mais longo.
O que será que falta nessas aulas para chamar a atenção dessas crianças? Faz se necessário uma avaliação das praticas desenvolvidas dentro da sala regular, pois se as atividades não são prazerosas, não despertam interesse nas crianças ditas normais imaginem nas que possuem dificuldade em participar das atividades de forma espontânea. Ferreira diz que:
A arte pode ajudar na recuperação do ser humano, na medida em que o levará a realizar atividades que poderão lhe proporcionar grande satisfação e elevar a autoestima, além de reconhecer e valorizar essas atividades são pontos fundamentais nesse processo. (2011, p 14)
Os professores acreditam que as atividades de Arte favorecem a interação na hora de produzir, pois segundo eles desenhar, pintar e colar são as únicas atividades que conseguem chamar a atenção deles por mais tempo. O que os levam a refletirem sobre a necessidade que têm de conhecer as técnicas e as atividades de arte que envolva as crianças no processo de criação e desenvolvimento do ensino aprendizagem para as crianças com NEE. Para eles a escola precisa se envolver mais nas aulas de arte, dando um suporte maior nas salas com crianças especiais.
Foi observado que as escolas disponibilizam apenas o material básico, pois ainda não ha uma conscientização por parte dos gestores do que é o ensino de arte. Então a escola apoia o professor apenas ofertando materiais, mas não apoiam nas atividades praticas e o professor fica estressado por não conseguir envolver as crianças com NEE, da mesma forma que as demais nas atividades e na construção da aprendizagem. Para Gomes,
O aluno com DM tem uma forma própria de lidar com o saber, que não corresponde ao que a escola padroniza, têm dificuldade de construir conhecimentos como os demais e de demostrar a sua capacidade cognitiva. E se as escolas não se reorganizarem para atenderem a todos os alunos, indistintamente, a exclusão tenderá a aumentar, provocando cada vez mais queixas vazias. .(2007, p.16)
De acordo com os professores é necessário que aconteçam formações para os professores que estão com as crianças com NEE na sala regular, pois além dessas crianças há uma diversidade de níveis de aprendizagens, de comportamentos e o numero de alunos por sala chega a 40. Então um aluno que não senta, não cala e chama atenção o tempo todo, provoca um tumulto na sala. É preciso que melhore o ambiente escolar, a consciência da equipe e a formação do professor.
A Escola Municipal Padre Pedro Oliveira, está aberta par receber todas as crianças, respeitar suas diferenças e oferecer o que necessitam para o desenvolvimento da aprendizagem, esse é o discurso dos gestores e docentes da escola, afirmando que é uma escola inclusiva. Para Ropoll:
          A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos e busca a participação e o progresso de todos, adotando novas praticas pedagógicas. E concebe a escola como espaço de todos, no qual os alunos constroem o conhecimento segundo suas capacidades. (2010, p. 8 e 9)
Porém a realidade observada mostra que as práticas da escola precisam melhorar as dificuldades vivenciadas no cotidiano pelos docentes são muitas e as crianças com NEE, principalmente as com DM, não tem acesso ao conhecimento da mesma forma que os demais.
Os professores são conscientes da importância do ensino de Arte para as crianças com DM e que não estão preparados para trabalhar no cotidiano com essas crianças que são muito instáveis, pois apresentam comportamentos variados em alguns dias estão calmos em outros agitados, às vezes agressivos, sensíveis; muitos mesmo estando do 6º ao 9º ano não têm coordenação motora e a falta de preparo para lhe dar com essas crianças com NEE, que segundo Gomes (2007-p.16), tem dificuldade de construir conhecimento como os demais e de demonstrar a sua capacidade cognitiva, na verdade não correspondem ao que a escola preconiza. E o que seria uma aula prazerosa e criativa capaz de despertar o interesse e o desenvolvimento das crianças especiais na verdade desmotivam e provocam indisciplina dentro da sala. De acordo com Ferraz ,
Os professores de arte são despreparados e inseguros, e o que se tem constatado é uma pratica pouco ou nada fundamentada, na qual métodos e conteúdos de tendência tradicional e novista se misturam sem preocupação do que seria melhor para o ensino de arte(2010 p. 40 e 41)
Conclui-se que as contribuições do ensino de artes para o desenvolvimento das crianças com NEE, deveriam ser muitas, mas não acontecem por que os professores que são os principais responsáveis pelo desenvolvimento da aprendizagem não estão fundamentados e nem preparados para desenvolver um bom trabalho.
Os recursos que a escola disponibiliza, não contribuem para facilitar as atividades praticas com os alunos em sala de aula, pois observando como são as atividades realizadas em sala, percebe se que não passam de desenhos para pinturas, corte e colagem geralmente referentes a datas comemorativas, o que pouco favorecem a inclusão e o desenvolvimento das crianças que necessitam de Educação Especial. De acordo com Batista,
Aprender é uma ação humana criativa, individual heterogênea e regulada pelo sujeito de aprendizagem, independentemente de sua condição intelectual ser mais ou menos privilegiada. Já ensinar é um ato coletivo, no qual o professor disponibiliza a todos os alunos sem exceção um mesmo conhecimento. A escola comum precisa recriar suas praticas, mudar suas concepções, rever seu papel, sempre reconhecendo e valorizando as diferenças. (2006 p.13)
Diante de tudo o que foi pesquisado, fica claro que na educação quem sofre as consequências dos despreparo da escola e de sua equipe são as crianças com NEE, que por suas limitações não conseguem se adequar a realidade das escolas. Nessa nova era da globalização, onde o tema da vez é a inclusão em todos os ambientes, por todas as pessoas é preciso uma grande reflexão e mudança social e educacional no que diz respeito ao ensino de arte e a inclusão das crianças com NEE, para que se torne possível que a prática dos professores de Arte seja capaz de contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento das referidas crianças
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os docentes tem a consciência de que ensino de arte contribui muito para o desenvolvimento das crianças com deficiência mental na Escola Municipal Padre Pedro Oliveira em Floriano PI, porém, é preciso melhorar a pratica do professor de arte na hora de desenvolver atividades, com as crianças com necessidades educativas especiais. O professor até se esforça, mas não consegue desenvolver um bom trabalho, pois não sabe como agir diante das inquietações dos alunos. Nesse ponto o processo de inclusãoé meio lento, as dificuldades da criança com Deficiência Mental, Asperger e Hiperatividade são muitas vão desde o comportamento a aceitação do contexto escolar.
As praticas dos professores de Artes por serem repetitivas e pouco atrativas não despertam o interesse, além de não serem planejadas de forma que contemplem as crianças com NEE: Os professores sabem da importância que as atividades de arte têm no desenvolvimento dessas crianças, mas não estão pedagogicamente preparadas para o cotidiano da sala de aula, que conta com crianças com que possuem muitas limitações e uma forma diferenciada de perceber o mundo, e isso torna sua aula desvinculada do que requer uma escola inclusiva. E os recursos disponíveis na escola não favorecem o processo de criação da criança, pois segundo os professores são apenas papel ofício comum, lápis preto e de cor, cola e tesoura, na escola não possui se quer um livro ou apostila que oriente as práticas dos professores e no planejamento pedagógico não tem uma parte voltada para as atividades dessas disciplinas e nem para as crianças com necessidades educativas especiais.
Baseado na observação da escola e nos questionários aplicados aos professores de arte, que tem uma importante função na escola: desenvolver através das atividades o raciocínio e a criatividade das crianças com NEE fica claro que as escolas precisam se preparar mais para a inclusão e para garantir o acesso, a permanência e o desenvolvimento dessas crianças. Pois enquanto a inclusão não acontecer como verdadeiramente deve ser, com os professores capacitados, a disciplina de arte valorizada, a estrutura da escola adequada e as crianças com necessidades educativas especiais respeitadas. Portanto, há muito o que se buscar antes de afirmar que qualquer escola seja inclusiva, e que os professores estejam capacitados profissionalmente para o atendimento de crianças com NEE, especialmente na área de arte.
É necessário que os professores participem de formações contínuas na área de Arte, para que tenham a fundamentação sobre os conteúdos, e na área da educação especial par que se sintam seguros na hora de lidar com essas crianças, e precisam desenvolver a consciência que precisam buscar estratégias para trabalhar, ler muito, pedir ajuda aos profissionais qualificados, da família das crianças, exigir maior apoio por parte dos coordenadores e gestores da escola, só com essa participação ativa dos docentes é que a inclusão vai de fato acontecer.
ABSTRACT
Inclusive education is one that offers all the children the same opportunities to develop learning, regardless of the limitations of each one. The child with Especial educative demand (EED) has many limitations, lack of concentration and a lot of difficulty to interact. Art is the knowledge that stimulates the child to develop in such a way. This article aims to analyse the general process of inclusion in the Municipal School Padre Pedro da Silva Oliveira, analyzing the contributions of arts education for the development of children with mental disabilities. The methodology adopted is the questionnaire with the art teachers of the 6th to 9th year serving students with special educational needs, and three of them are mentally disabled; And through the observation that resources the school offers to facilitate the work of professor, noting how the activities promote the inclusion of children with EED. This work will be based on the authors: Fernandez (2010), Ferreira (2011), Baptist (2006), Baba (1999), among others that speak of art and Inclusion. Children with MD need activities that stimulate their cognitive skills, and according to the teachers, the art education contributes to this development, aid in the social conviviality.
Key-words: Arte inclusive education; Mental desabilities; Inclusive School
REFERENCIAS
BARBOSA, Ana Mae - A Imagem no Ensino de Arte: anos oitenta e novos tempos 4ª ed, Perspectiva: São Paulo- 1999
BATISTA, Cristina Abranches M. - Educação Inclusiva- MEC/SEESP, 2006;
BELISARIO FILHO, José Ferreira. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: Transtornos globais do desenvolvimento. V. 9 (coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar) Universidade Federal do Ceará, 2010;
BRASIL, Ministério da Educação. Marcos Politico-Legais da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva- Brasília- 2010;
BRASIL, Saberes e práticas da inclusão - 2ª e 3ª ed. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006;
FERRAZ, Maria Heloisa Correa de Toledo, Arte na Educação Escolar-4ª ed. São Paulo: Cortez. 2010
FERREIRA, Aurora. Arte, escola e inclusão: atividades artísticas para trabalhar com diferentes grupos- 2ª ed.- Petrópolis. RJ: Vozes, 2011.
GOMES, Adriana L. Atendimento Educacional Especializado, MEC/SEESP - São Paulo, 2007
PONTES, Mauricio Dias. O ensino de artes. 2ª ed.- Natal, RN- Paidéia, 2009;
Revista da Educação Inclusiva Especial, Brasília - 2010.
ROPOLL, Edilene A. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar: a escola comum inclusiva - Universidade Federal do Ceará, 2010.
ROSSI, Maria Helena W. Imagens que falam: leitura da arte na escola - Porto Alegre: Mediação, 2009;
[1] licenciada em pedagogia, professora da rede publica municipal de Floriano Piaui. Licencianda em Artes Visuais – PARFOR,  email: marlirnf@hotmail.com.
[2] Professora orientadora do PARFOR –UFPI, especialista em Docência Superior, e Cultura Visual e Metodologias do ensino da Arte, email: pedrosa.carla@hotmail.com
[3] Marcos Politico-Legal da Educação- 2010, p.12
[4] coleção Saberes e Práticas da Inclusão/Introduçaõ-3ªed. 2005 p.26 e 27

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