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Oximetria de pulso

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Oximetria de pulso
A função do oxímetro de pulso é medir indiretamente a saturação de oxigênio no sangue e, concomitantemente, calcular a frequência cardíaca de modo não invasivo. O aparelho utiliza a emissão de feixes de luz vermelha ( 660 nm) e infravermelha (940 nm). A luz atravessa os tecidos e é absorvida parcialmente pela hemoglobina e desoxi-hemoglobina e captada por um receptor. A diferença na absorção dos dois feixes de luz fornece dados que possibilitam determinar a faixa de saturação de oxigênio no sangue. O aparelho é anexado a um monitor em que são visualizados os dados de taxa de saturação da hemoglobina Sp0 2 e a frequência de pulso; ele
costuma ser colocado na extremidade de um dedo, mas pode ser adaptado ao lóbulo da orelha.
Esse aparelho tem indicação nas urgências para detectar parada cardíaca, insuficiência respiratória, estado de choque etc.; na anestesia, para monitoramento peroperatório da ventilação e da frequência cardíaca; na UTI, para monitoramento de pacientes críticos, principalmente naqueles com ventilação mecânica, nos quais é utilizado também como critério de desmame. Tem sido utilizado pela fonoaudiologia na avaliação da saturação de oxigênio na disfagia, pelos fisioterapeutas e pela medicina do esporte.
Sinais, sintomas, síndromes
Sintoma é uma sensação subjetiva anormal percebida pelo paciente e não observada pelo examinador (inspeção, palpação, percussão e ausculta). Exemplos: dor, náuseas, dormências, insônia e má digestão.
Sinal é um dado objetivo notado pelo paciente e observado pelo examinador por meio do método clínico ou de exames complementares. Exemplos: tosse, edema, cianose, sangue na
urina (hematúria) ou condensação pulmonar na radiografia de tórax.
Síndrome (do grego syndromos = andar junto) é um conjunto de sintomas e/ou sinais que ocorrem associadamente e que podem ser determinados por diferentes causas. Exemplo: síndrome febril (hipertermia, taquicardia, taquisfigmia, sudorese, tremores, mialgias, artralgias), podendo se relacionar com infecções bacterianas, virais, fúngicas, doenças inflamatórias e atropatogênicas (entendidas como lesão, dano ou prejuízo ocasionado pelo médico ou pela medicina, podendo ser de ordem física, mental, social ou espiritual, seja de maneira direta ou indireta).
Febre
Significa temperatura corporal acima da faixa da normalidade.
Pode ser causada por transtornos no próprio cérebro ou por substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores.
Muitas proteínas ou seus produtos de hidrólise, além de outras substâncias tóxicas, como toxinas bacterianas, podem provocar elevação do ponto de ajuste do termostato hipotalâmico. As substâncias que causam esse efeito são chamadas pirogênios.
Os pirogênios são secretados por bactérias ou liberados dos tecidos em degeneração. Quando o ponto de ajuste do termostato hipotalâmico é elevado a um nível mais alto que o normal, todos os mecanismos de regulação da temperatura corporal são postos em ação, inclusive os mecanismos de conservação e de aumento da produção de calor. Poucas horas depois de o termostato ter sido ajustado a um nível mais alto, a temperatura corporal se aproxima desse nível. A regulação da temperatura corporal requer um equilíbrio entre produção e perda de calor, cabendo ao hipotálamo regular o nível em que a temperatura deve ser mantida. Na febre, este ponto está elevado. A produção de calor não é inibida, mas a dissipação do calor está ampliada pelo fluxo sanguíneo aumentado através da pele e pela sudorese. A febre pode ser resultado de infecções, lesões teciduais, processos inflamatórios e neoplasias malignas, além de outras condições.
Há evidências de que endotoxinas bacterianas (lipopolissacarídios provenientes da parede celular) estimulam a síntese e a liberação de um pirogênio endógeno ao agir sobre os neutrófilos.
Uma vez liberado dentro da circulação geral, o pirogênio alcança o sistema nervoso central e estimula a liberação de prostaglandinas no cérebro, em particular na área pré-óptica hipotalâmica. Este último estágio é sensível a substâncias como o ácido acetilsalicílico.
Significado biológico da febre
Uma questão frequentemente levantada é se a febre é ou não benéfica ao paciente. Pode-se dizer que, em algumas infecções, a hipertermia parece ser nitidamente benéfica. É o caso da neurossífilis, das infecções gonocócicas e da brucelose crônica. Algumas outras doenças, tais como a artrite reumatoide e a uveíte, às vezes melhoram após piretoterapia. Não obstante, na imensa maioria das doenças infecciosas não há razão para se acreditar que a hiperpirexia acelere a fagocitose, a formação de anticorpos ou quaisquer outros mecanismos de defesa. Assim sendo, a febre é mais um sinal de alerta do que um mecanismo de defesa.
Além disso, a febre apresenta alguns aspectos nocivos. Desse modo, a maior velocidade de todos os processos metabólicos acentua a perda de peso, e a espoliação do nitrogênio aumenta o trabalho e a frequência do coração. A sudorese agrava a perda de líquidos e sais. Pode haver mal-estar consequente à cefaleia, fotofobia, indisposição geral ou uma desagradável sensação de calor. Os calafrios e os suores profusos das febres sépticas são particularmente penosos para o paciente.
Síndrome febril
A febre não é apenas um sinal, constituindo, na verdade, parte de uma síndrome (síndrome febril) na qual, além de elevação da temperatura, ocorrem vários outros sintomas e sinais, cujo aparecimento e intensidade variam em relação direta com a magnitude da hipertermia, destacando-se astenia, inapetência, cefaleia, taquicardia, taquipneia, taquisfigmia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e até convulsões, principalmente em recém-nascidos e crianças.
Características semiológicas da febre
Devem ser analisadas as seguintes características semiológicas
da febre:
• Início
• Intensidade
• Duração
• Modo de evolução
• Término.
Início
Pode ser súbito ou gradual. No primeiro caso, percebe-se de um momento para outro a elevação da temperatura. Nesse caso, a febre se acompanha quase sempre dos sinais e sintomas que compõem a síndrome febril. É frequente a sensação de calafrios nos primeiros momentos da hipertermia. A febre pode instalar-se de maneira gradual e o paciente nem perceber seu início. Em algumas ocasiões, predomina um ou outro sintoma da síndrome febril, prevalecendo a cefaleia, a sudorese e a inapetência. Conhecer o modo de início da febre tem utilidade prática.
Em algumas afecções, a instalação é súbita, enquanto, em outras, é gradual, levando dias ou semanas para caracterizar-se o quadro febril.
Intensidade
Aplica-se a seguinte classificação, tomando por referência o nível da temperatura axilar:
• Febre leve ou febrícula: até 37,5°C
• Febre moderada: de 37,6° a 38,5°C
• Febre alta ou elevada: acima de 38,6°C.
A intensidade da febre depende da causa e da capacidade de reação do organismo. Pacientes em mau estado geral, os indivíduos em choque e as pessoas idosas podem não apresentar febre ou ter apenas uma febrícula quando acometidos de processos infecciosos.
Duração
A duração da febre é uma característica de grande relevância, influindo inclusive na conduta do médico, que é diferente nos casos cuja febre se instalou há poucos dias em relação a outros que vêm apresentando febre por tempo prolongado. Por isso, tem-se procurado estabelecer um conceito de febre prolongada, mas não se chegou ainda a consenso quanto ao tempo mínimo de duração para que se aplique esta designação; ela é usada quando a febre permanece por mais de 1 semana, tenha ou não caráter contínuo. Esse conceito é prático e conveniente, pois é possível fazer-se uma lista relativamente curta das principais doenças que causam febre prolongada, destacando-se: tuberculose, septicemia, malária, endocardite infecciosa, febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite, brucelose e esquistossomose.
Modo de evolução
A rigor, só se poderá saber o modo de evolução da febre pormeio da análise de um quadro térmico, mas a simples informação obtida da anamnese pode servir de base para se conhecer essa característica. O registro da temperatura em uma tabela, dividida no mínimo em dias, subdivididos em 4 ou 6 horários, compõe o que se chama gráfico ou quadro térmico, elemento indispensável para se estabelecer o tipo de evolução da febre. Unindo-se por uma linha os valores de temperatura, fica inscrita a curva térmica do paciente. A anotação costuma ser feita 1 ou 2 vezes/dia, mas, em certos casos, registra-se a temperatura de 4 em 4 ou de 6 em 6 h. O mais comum é a mensuração de temperatura pela manhã e à tarde. Classicamente descrevem-se os seguintes tipos evolutivos de febre:
• Febre contínua: aquela que permanece sempre acima do normal com variações de até 1 °C e sem grandes oscilações; por exemplo, febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia
• Febre irregular ou séptica: registram-se picos muito alto intercalados por temperaturas baixas ou períodos de apirexia. Não há qualquer caráter cíclico nestas variações. Mostram-se totalmente imprevisíveis e são bem evidenciadas quando se faz a tomada da temperatura várias vezes ao dia; um exemplo típico é a septicemia. Aparece também nos abscessos pulmonares, no empiema vesicular, na tuberculose e na fase inicial da malária.
• Febre remitente: há hipertermia diária, com variações de mais de 1 °C e sem períodos de apirexia. Ocorre na septicemia, pneumonia, tuberculose.
• Febre intermitente: nesse tipo, a hipertermia é ciclicamente interrompida por um período de temperatura normal; isto é, registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde; ou então, em 1 dia ocorre febre, no outro, não. Por vezes, o período de apirexia dura 2 dias. A primeira se denomina cotidiana, a segunda terçã e a última quartã. O exemplo mais comum é a malária. Aparece também nas infecções urinárias, nos linfomas e nas septicemias.
• Febre recorrente ou ondulante: caracteriza-se por período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada. Durante a fase de febre não há grandes oscilações; por exemplo: brucelose, doença de Hodgkin e outros linfomas.
Término
É clássico conceituar o término da febre em:
• Crise: quando a febre desaparece subitamente. Neste caso costumam ocorrer sudorese profusa e prostração. Exemplo típico é o acesso malárico.
• Lise: significa que a hipertermia vai desaparecendo gradualmente, com a temperatura diminuindo dia a dia, até alcançar níveis normais. Observado em inúmeras doenças, é mais bem reconhecido pela análise da curva térmica.
ANATOMIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
O sistema respiratório consiste em nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Estruturalmente, o sistema respiratório consiste em duas partes: (1) A parte superior do sistema respiratório inclui nariz, faringe e estruturas associadas; (2) A parte inferior do sistema respiratório inclui laringe, traqueia, brônquios e pulmões. Funcionalmente, o sistema respiratório também consiste em duas partes. (1) A parte condutora consiste em uma série de tubos e cavidades interconectados tanto fora quanto dentro dos pulmões. Essas vias de passagem incluem nariz, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais; a função destas estruturas é filtrar, aquecer e umedecer o ar, conduzindo-o para os pulmões. (2) A parte respiratória consiste em tecidos no interior dos pulmões nos quais ocorrem as trocas gasosas. Esses tubos e tecidos incluem os bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos, e são os principais locais de troca gasosa entre o ar e o sangue.
NARIZ
A cabeça tem duas aberturas através das quais substâncias, como ar e alimento entram no corpo – o nariz e a boca. Apesar de o ar conseguir entrar por qualquer uma dessas vias de passagem, é o nariz que forma a principal passagem.
O ramo da medicina que lida com o diagnóstico e trata- mento das doenças das orelhas, nariz e garganta é chamado de otorrinolaringologia. Pneumologista é o especialista no diagnóstico e tratamento das doenças dos pulmões. 
para a entrada do ar inspirado. O nariz é uma estrutura muito mais complexa do a que vemos na face de uma pessoa. Na verdade, a parte visível do nariz compõe apenas um quarto de toda a região nasal. O nariz é um órgão especial na entrada para o sistema respiratório, que é dividido em parte externa e parte interna, denominada cavidade nasal. A parte externa do nariz, a porção do nariz recoberta com músculo e pele visível na face, é uma extensão de osso e cartilagem com uma parede divisória interna e duas passagens de entrada (as narinas). Os ossos nasais projetam-se anteriormente para formar o esqueleto ósseo superior ou “ponte” (dorso) da parte externa do nariz, na qual os óculos repousam. Fixadas às margens das narinas encontram-se cartilagens macias, porém inflexíveis, que se projetam desde o crânio para formar o arcabouço/esqueleto cartilagíneo mais extenso da parte externa do nariz. Três cartilagens maiores – uma cartilagem do septo nasal ímpar e duas cartilagens alares maiores do nariz – e uma série de cartilagens menores – as cartilagens alares menores do nariz – definem o esqueleto cartilagíneo do nariz.
 As cartilagens alares maiores e menores formam a parte inferior das laterais do nariz. A cartilagem do septo nasal forma a parte superior das laterais do nariz e a parte cartilagínea do septo nasal que divide a parte externa do nariz em duas câmaras direita e esquerda. Como consiste em cartilagem hialina flexível, o esqueleto cartilagíneo da parte externa do nariz é relativamente flexível. 
As aberturas na parte externa do nariz são as narinas, que levam para cavidades com tamanho aproximado da ponta de um dedo, chamadas vestíbulos do nariz. (Esta é área no nariz que pode ser ocupada por um dedo.) A metade inferior de cada vestíbulo do nariz é revestida com pele contínua com a pele da face. A pele contém numerosos pelos, com glândulas sebáceas e sudoríparas que liberam substâncias fisiologicamente ativas na superfície da pele. O revestimento superior de cada um dos vestíbulos do nariz torna-se uma túnica mucosa que continua profundamente no interior da cavidade nasal. Aprofundando-se mais no crânio, além da região dos vestíbulos do nariz, encontra-se a cavidade nasal, um espaço maior na face anterior do crânio que se situa inferior ao osso nasal e superior à cavidade oral, formando grande parte do nariz. 
Os arcabouços/esqueletos cartilagíneo e ósseo do nariz ajudam a manter abertos o vestíbulo do nariz e a cavidade nasal, isto é, patentes ou desobstruídos. Anteriormente, a cavidade nasal funde-se com a parte externa do nariz, e posteriormente a parte interna do nariz comunica-se com a faringe por meio de duas aberturas chamadas cóanos. Ductos provenientes dos seios paranasais (seios frontais, esfenoidais, maxilares e etmoidais) e dos ductos lacrimonasais, que drena lágrimas das glândulas lacrimais, também se abrem no interior da cavidade nasal. As paredes laterais da cavidade nasal são formadas pelos ossos etmoide, maxilar, lacrimal, palatino e conchas nasais inferiores; o etmoide também forma o teto. Os ossos palatinos e os processos palatinos da maxila, que juntos constituem o palato duro, formam o assoalho da cavidade nasal. 
A cavidade nasal é dividida em duas regiões – a grande região respiratória inferior e a pequena região olfatória superior. A cavidade nasal, como os vestíbulos do nariz, é dividida por um septo nasal intermediá- rio em metades direita e esquerda. A parte anterior do septo nasal é formada pela cartilagem do septo nasal, que se fixa ao vômer e à lâmina perpendicular do etmoide. Estes ossos, em seguida, formam a parte óssea posterior do septo nasal. Um impacto forte na região nasal quebra estes delicados ossos do septo nasal ou separa a parte cartilagínea do septo nasal da parteóssea. Durante o processo de cicatri- zação, os ossos e a cartilagem podem ser deslocados para um lado, resultando em um desvio de septo. O desvio de septo leva ao estreitamento de um lado da cavidade nasal, o que torna mais difícil a respiração por aquele lado do nariz. Três prateleiras chamadas conchas, formadas por projeções das conchas nasais superior, média e inferior, estendem-se de cada parede lateral da cavidade nasal. As conchas, próximas de atingir o septo nasal ósseo, subdividem cada lado da cavidade nasal em uma série de vias de passagem sulciformes – os meatos nasais superior, médio e inferior. 
Uma túnica mucosa reveste a cavidade nasal e suas divisões O arranjo em conchas e meatos aumenta a área de superfí- cie na parte interna do nariz e impede a desidratação, atuando como um defletor que aprisiona gotículas de água durante a expiração. Os receptores olfatórios, células de sustentação e células basais situam-se na região olfatória, a membrana que reveste a concha nasal superior e o septo nasal adjacente, chamada epitélio olfatório. O epitélio contém cílios, mas nenhuma célula caliciforme. Inferiormente ao epitélio olfatório, a túnica mucosa contém capilares e epitélio colunar ciliado pseudoestratificado com muitas células caliciformes; este epitélio na região respiratória é chama- do epitélio respiratório. 
À medida que o ar inalado “gira” nas conchas e meatos, é aquecido pelo sangue que circula nos capilares abundantes. Muco secretado pelas células caliciformes umedece o ar e aprisiona as partículas de po- eira. A drenagem realizada pelos ductos lacrimonasais e, talvez, as secreções provenientes dos seios paranasais também ajudam a umedecer o ar. Os cílios movem o muco e as partículas de poeira aprisionadas em direção à faringe, de onde podem ser removidas (i.e., deglutidas ou cuspi- das) do sistema respiratório. 
Em resumo, as estruturas interiores do nariz têm três funções: (1) aquecimento, umedecimento e filtração do ar que entra no nariz; (2) detecção dos estímulos olfatórios (odor); e (3) modificação das vibrações da fala à medida que passam pelas grandes câmaras ocas de ressonância. Ressonância refere-se ao prolongamento, amplificação ou modificação do som por meio de vibração.
Faringe
A faringe é um tubo afunilado com aproximadamente 13 cm de comprimento que começa nos cóanos e se estende até́ o nível da cartilagem cricóidea, a cartilagem mais inferior da laringe. A faringe situa-se imediatamente posterior às cavidades nasal e oral, superior à laringe, e imediatamente anterior às vértebras cervicais. Sua parede é composta de músculos esqueléticos e é revestida por túnica mucosa. O relaxamento dos músculos esqueléticos ajuda a manter a faringe desobstruída. A contração dos músculos esqueléticos ajuda na deglutição. A faringe funciona como uma via de passagem para o ar e o alimento, fornece uma câmara de ressonância para os sons da fala e aloja as ton- silas, que participam nas reações imunológicas contra cor- pos estranhos. A faringe pode ser dividida em três regiões anatômicas: (1) parte nasal da faringe, (2) parte oral da faringe e (3) parte laríngea da faringe.
A parte superior da faringe, chamada parte nasal, situa-se posteriormente à cavidade nasal e se estende até́ o plano do palato mole. O palato mole, que forma a parte posterior do teto da boca, é uma partição muscular arqueada entre as partes na- sal e oral da faringe revestida por túnica mucosa. Existem cinco aberturas nas paredes da parte nasal da faringe: dois cóanos, duas aberturas que conduzem às tubas auditivas (também conhecidas como trompas de Eustáquio), e uma abertura para a parte oral da faringe. A parede posterior também contém a tonsila faríngea. A parte nasal da faringe, por meio dos cóanos, recebe ar proveniente da cavidade nasal e recebe porções de muco carregadas de poeira. A parte nasal da faringe é revestida com epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, e os cílios movimentam o muco para baixo em direção à parte mais inferior da faringe. A parte nasal da faringe também troca pequenas quantidades de ar através das tubas auditivas para equalizar a pressão do ar entre a faringe e a orelha média.
A parte intermediária da faringe, a parte oral, situa-se posteriormente à cavidade oral e se estende do palato mole para baixo até o nível do osso hioide. Além de sua abertura de comunicação superior com a parte nasal da faringe e inferior com a parte laríngea da faringe, a parte oral da faringe apresenta apenas a abertura anterior das fauces, a abertura posterior da boca. Essa parte da faringe tem funções respiratória e digestória porque é uma via de passagem comum para ar, alimento e líquidos. Como a parte oral da faringe está sujeita a abrasão por partículas de alimento, é revestida com epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Dois pares de tonsilas, as tonsilas palatinas e as tonsilas linguais, são encontrados na parte oral da faringe.
A parte inferior da faringe, a parte laríngea, começa no nível do osso hioide. Sua extremidade inferior abre-se no interior do esôfago, posteriormente, e na laringe, anteriormente. Como a parte oral da faringe, a parte laríngea da faringe é tanto uma via respiratória quanto digestória, sendo revestida por epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. A irrigação da faringe inclui a artéria faríngea ascendente, a artéria palatina ascendente, um ramo da artéria facial, a artéria palatina descendente e ramos faríngeos da artéria maxilar, e os ramos musculares da artéria tireóidea superior. As veias da faringe drenam para o plexo pterigóideo e veias jugulares internas. Grande parte dos músculos da faringe é inervada por ra- mos nervosos provenientes do plexo faríngeo suprido pelos nervos glossofaríngeo (IX) e vago (X).
Laringe
A laringe é uma via de passagem curta que conecta a parte laríngea da faringe à traqueia. Situa-se na linha mediana do pescoço, anterior à 4a até a 6a vértebras cervicais (C4–C6).
A parede da laringe é composta de nove peças de cartilagem. Três ímpares (cartilagens tireóidea, epiglótica e cricóidea) e três que ocorrem em pares (cartilagens aritenóidea, cuneiforme e corniculada). Das cartilagens pares, a cartilagens aritenóideas são as mais importantes, porque influenciam as posições e as tensões das pregas vocais (pregas vocais verdadeiras). Os músculos extrínsecos da laringe conectam as cartilagens a outras estruturas na garganta; os músculos intrínsecos conectam as cartilagens umas às outras. A cavidade da laringe é o espaço que se estende desde a entrada da laringe até a margem inferior da cartilagem cricóidea. A parte da cavidade da laringe acima das pregas vestibulares é chamada vestíbulo da laringe. A cartilagem tireóidea, a maior cartilagem da laringe, consiste em duas lâminas fundidas de cartilagem hialina que formam as paredes anterior e lateral superiores da laringe, conferindo-lhe sua forma triangular. A junção ante- rior das duas lâminas forma a proeminência laríngea (pomo de Adão). Em geral é maior nos homens do que nas mulheres em razão da influência dos hormônios sexuais masculinos no seu crescimento, durante a puberdade. Acima da proeminência encontra-se uma incisura em forma de V que pode ser palpada com a ponta do dedo. O ligamento que conecta a cartilagem tireóidea com o hioide é chamado membrana tireo-hióidea.
A epiglote é uma peça foliada grande de cartilagem elástica, recoberta por epitélio. O “pecíolo” epiglótico é a parte inferior afilada presa à margem anterior da cartilagem tireóidea e ao osso hioide. A parte “foliada” superior ampla da epiglote é independente e livre para mover-se para cima e para baixo como um alçapão. Durante a deglutição, a faringe e a laringe se elevam. A elevação alarga a faringe para receber alimentoou líquido; a elevação da laringe faz com que a epiglote se mova para baixo, por sobre a abertura da laringe. A via de passagem estreitada através da laringe é chamada glote. A glote consiste em um par de pregas de túnica mucosa, as pregas vocais na laringe, e no espaço entre elas, chamado rima da glote. O fechamento da laringe durante a deglutição direciona líquidos e alimentos para o esôfago, mantendo-os fora da laringe e das vias respiratórias. Quando pequenas partículas de poeira, fumaça, alimento ou líquidos passam para a laringe, ocorre o reflexo da tosse, normalmente expelindo o material.
A cartilagem cricóidea é um anel de cartilagem hialina que forma a parede inferior da laringe. Está presa ao primeiro anel da cartilagem da traqueia por meio do ligamento cricotraqueal. A cartilagem tireóidea está conectada à cartilagem cricóidea pelo ligamento cricotireóideo mediano. A cartilagem cricóidea é um ponto de referência para a realização de uma abertura para passagem de ar de emergência, chamada traqueotomia.
As cartilagens aritenóideas pares são triangulares, em grande parte de cartilagem hialina, situadas na margem superior e posterior da cartilagem cricóidea. As cartilagens formam articulações sinoviais com a cartilagem cricóidea e têm uma grande amplitude de mobilidade.
As cartilagens corniculadas pares, peças coniformes de cartilagem elástica, estão localizadas no ápice de cada cartilagem aritenóidea. As cartilagens cuneiformes pares, cartilagens elásticas claviformes anteriores às cartilagens corniculadas, sustentam as pregas vocais e as faces laterais da epiglote.
O revestimento da laringe superior às pregas vocais é epi- télio estratificado pavimentoso não queratinizado. O revestimento da laringe inferior às pregas vocais é epitélio pseudoestratificado colunar ciliado, consistindo em células colunares ciliadas, células caliciformes e células basais. O muco secretado por essas células ajuda a aprisionar a poeira não removida nas vias superiores. Em comparação com a ação dos cílios no sistema respiratório superior, que movimen-tam muco e partículas aprisionadas para baixo em direção à faringe, os cílios na parte inferior do sistema respiratório movimentam o muco para cima em direção à faringe.
Traqueia
A traqueia é uma via de passagem tubular para o ar, com aproximadamente 12 cm de comprimento e 2,5 cm de diâmetro. Está localizada anteriormente ao esôfago e se estende da laringe até a margem superior da quinta vértebra torácica (T5), onde se divide em brônquios principais direito e esquerdo. As lâminas da parede da traqueia, da camada profunda para a superficial, são: (1) a túnica mucosa, (2) a tela submucosa, (3) a túnica média e (4) a túnica adventícia. A túnica mucosa da traqueia consiste em uma lâmina epitelial de epitélio pseudoestratificado colunar ciliado e uma lâmina subjacente de lâmina própria da mucosa que contém fibras reticulares e elásticas. O epitélio consiste em células colunares ciliadas e células caliciformes que alcançam a superfície luminal, além de células basais que não a alcançam. O epitélio fornece a mesma proteção contra poeira que a túnica de revestimento da cavidade nasal e laringe. A tela submucosa consiste em tecido conjuntivo areolar que con- tém glândulas seromucosas e seus ductos.
Na túnica média, os 16-20 anéis horizontais incompletos de cartilagem hialina se assemelham à letra C. Os anéis es- tão empilhados e unidos por tecido conjuntivo denso. Podem ser sentidos através da pele abaixo da laringe. A parte aberta de cada anel da cartilagem em forma de C está orientada posteriormente em direção ao esôfago e envolvida por uma membrana fibromuscular. 
Na membrana encontram-se fibras musculares lisas transversas, chamadas músculo traqueal, e tecido conjuntivo elástico que permite alteração sutil do diâmetro da traqueia durante a inspiração e expiração, importante para a manutenção de um fluxo eficiente de ar. Os sólidos anéis da cartilagem em forma de C fornecem um suporte semirrígido para manter a traqueia desobstruída, de forma que a parede da traqueia não colapse internamente (em especial durante a inspiração) e não obstrua a via respiratória. A túnica mais superficial da traqueia, a túnica adventícia, consiste em tecido conjuntivo areolar que une a traqueia aos tecidos circundantes.
As artérias da traqueia são ramos das artérias bronquial, torácica interna e tireóidea inferior. As veias da traqueia terminam nas veias tireóideas inferiores.
O músculo liso e as glândulas da traqueia recebem inervação parassimpática pelos ramos dos nervos vagos (X). A inervação simpática é feita por meio dos ramos provenientes do tronco simpático e de seus gânglios.
Brônquios
Na margem superior da quinta vértebra torácica, a traqueia se divide em um brônquio principal direito, que segue para o pulmão direito, e um brônquio principal esquerdo, que segue para o pulmão esquerdo. O brônquio principal direito é mais vertical, mais curto e mais calibroso do que o esquerdo. Como resultado, é mais provável que um objeto aspirado entre e se aloje no brônquio principal direito do que no esquerdo. Como a traqueia, os brônquios principais contêm anéis incompletos de cartilagem e são revestidos por epitélio pseudoestratificado colunar ciliado.
No ponto em que a traqueia se divide em brônquios principais direito e esquerdo, encontra-se uma crista interna chamada carina. É formada por uma projeção posterior e relativamente inferior da última cartilagem traqueal. A túnica mucosa da carina é uma das áreas mais sensíveis de toda a laringe e traqueia para desencadear o reflexo da tosse. O alargamento e a distorção da carina é um sinal grave, porque geralmente indica carcinoma (metástases) dos linfonodos em torno da região na qual a traqueia se divide.
Ao penetrar nos pulmões, os brônquios principais se di- videm para formar brônquios menores — os brônquios lobares (secundários), um para cada lobo do pulmão. (O pulmão direito tem três lobos; e o pulmão esquerdo, dois.) Os brônquios lobares (secundários) continuam a se ramificar, formando brônquios ainda menores, chamados brônquios segmentares (terciários) que se dividem nos bronquíolos. Os bronquíolos, por sua vez, se ramificam repetidamente, e os menores se ramificam em tubos ainda menores, chamados bronquíolos terminais. Estes bronquíolos contêm células de Clara, células não ciliadas colunares intercaladas entre as células epiteliais. 
As células de Clara podem proteger contra efeitos prejudiciais de toxinas e carcinógenos inspirados, produzem surfactante (estudado a seguir) e atuam como células-tronco (células reservas) que dão origem a várias células do epitélio. Os bronquíolos terminais representam a extremidade da zona de condução do sistema respiratório. Como essa ramificação extensa da traqueia até os bronquíolos terminais se assemelha a uma árvore invertida, ela é chamada coletivamente de árvore bronquial.
À medida que a ramificação se torna mais distal na árvore bronquial, diversas alterações estruturais podem ser percebidas.
1. A túnica mucosa na árvore bronquial muda o epitélio pseudoestratificado colunar ciliado dos brônquios principais, brônquios lobares (secundários) e brônquios segmentares (terciários) para epitélio simples colunar ciliado com algumas células caliciformes nos bronquíolos maiores, basicamente epitélio simples cúbico ciliado sem células caliciformes nos bronquíolos menores e epitélio simples cúbico não ciliado nos bronquíolos terminais. Lembre-se de que o epitélio ciliado das membranas respiratórias remove partículas inspiradas de duas formas. O muco produzido pelas células caliciformes aprisiona as partículas, e os cílios movem o muco e as partículas aprisionadas em direção à faringe para remoção. Emregiões com epitélio simples cúbico não ciliado, as partículas inaladas são removidas pelos macrófagos.
2. Lâminas de cartilagem gradualmente substituem os anéis incompletos de cartilagem nos brônquios principais e, finalmente, desaparecem nos bronquíolos distais.
3. Conforme a quantidade de cartilagem diminui, a quantidade de músculo liso aumenta. O músculo liso envolve o lume em faixas espirais e ajuda a manter a árvore desobstruída. Contudo, como não há cartilagem de sustentação, os espasmos musculares como aqueles que ocorrem durante um ataque de asma fecham as vias respiratórias, uma situação potencialmente fatal.
Os brônquios são irrigados pelas artérias bronquiais direita e esquerda. As veias que drenam os brônquios são a veia bronquial direita, que entra na veia ázigo, e a veia bronquial esquerda, que desemboca na veia hemiázigo acessória ou na veia intercostal superior esquerda.
Pulmões 
Os pulmões são órgãos coniformes pareados, situados na cavidade torácica. Os pulmões são separados um do outro pelo coração e outras estruturas do mediastino, que divide a cavidade torácica em duas câmaras anatomicamente distintas. Como resultado, se um trauma provocar o colapso de um pulmão, o outro pode permanecer expandido. Cada pulmão é envolvido por uma túnica serosa bilaminada protetora, chamada pleura. A lâmina superficial da pleura revestindo a parede da cavidade torácica é chamada pleura parietal; a lâmina profunda, a pleura visceral, adere aos pulmões . As duas lâminas são contínuas uma com a outra no local em que os brônquios entram no pulmão . Entre as pleuras visceral e parietal encontra-se um pequeno espaço, a cavidade pleural, que contém uma pequena quantidade de líquido lubrificante secretado pelas duas lâminas. Este líquido reduz o atrito entre as túnicas, permitindo que deslizem facilmente uma sobre a outra durante a respiração. O líquido pleural também faz com que as pleuras grudem uma na outra, assim como uma película de água faz com que duas lâminas de vidro grudem uma na outra, um fenômeno chamado tensão de superfície. Cavidades pleurais separadas envolvem os pulmões direito e esquerdo.
Os pulmões estendem-se desde o diafragma até ligeiramente acima das clavículas e se situam contra as costelas anterior e posteriormente. A parte inferior larga do pulmão, a base, é côncava e se ajusta sobre a área convexa do diafragma. A parte superior estreita do pulmão é o ápice. A face do pulmão situando-se contra as costelas, a face costal, ajusta-se à curvatura arredondada das costelas. A face mediastinal de cada pulmão contém uma região, o hilo, através do qual os brônquios, vasos sanguíneos pulmonares, vasos linfáticos e nervos entram e saem. Estas estruturas são mantidas juntas pela pleura e por tecido conjuntivo, e constituem a raiz do pulmão. Medialmente, o pulmão esquerdo também contém uma concavidade, a incisura cardíaca, na qual o ápice do coração se projeta. Em consequência do espaço ocupado pelo coração, o pulmão esquerdo é aproximadamente 10% menor do que o direito. O pulmão direito é mais espesso e mais largo, mas é também relativamente mais curto do que o esquerdo, porque o diafragma é mais alto no lado direito para acomodar o fígado, que se situa abaixo dele.
 Os pulmões quase preenchem o tórax. O ápice dos pulmões se situa superior ao terço medial das clavículas, e esta é a sua única área que pode ser palpada. As faces anterior, lateral e posterior dos pulmões situam-se contra as costelas. A base dos pulmões estende-se da 6a cartilagem costal, anterior- mente, até o processo espinhoso da 10a vértebra torácica, posteriormente. A pleura estende-se aproximadamente 5 cm abaixo da base, a partir da 6a cartilagem costal, anteriormente, até a 12a costela, posteriormente. Portanto, os pulmões não preen- chem completamente a cavidade pleural nessa área.
É possível remover o excesso de líquido na cavidade pleural sem lesar o tecido pulmonar inserindo-se uma agulha anteriormente pelo 7o espaço intercostal, um procedimento denominado toracocentese. A agulha é passada ao longo da margem superior da costela inferior para evitar dano aos nervos intercostais e aos vasos sanguíneos. Abaixo do 7o espaço intercostal há o risco de perfurar o diafragma.
Lobos, Fissuras e Lóbulos
Uma ou duas fissuras dividem cada pulmão em lobos. Ambos os pulmões têm uma fissura oblíqua, que se estende inferior e anteriormente; o pulmão direito também apresenta uma fissura horizontal. A fissura oblíqua no pulmão esquerdo separa o lobo superior do lobo inferior. No pulmão direito, a parte superior da fissura oblíqua separa o lobo superior do lobo inferior; a parte inferior da fissura oblíqua separa o lobo inferior do lobo médio, que é limitado superiormente pela fissura horizontal. Cada lobo recebe seu próprio brônquio lobar (secundário). Assim, o brônquio principal direito dá origem a três brônquios lobares (secundários), denominados brônquios lobares superior, médio e inferior, enquanto o brôn- quio principal esquerdo dá origem aos brônquios lobares superior e inferior. No pulmão, os brônquios lobares dão origem aos brônquios segmentares (terciários); existem 10 brônquios segmentares (terciários) em cada pulmão. O segmento do tecido pulmonar que cada brônquio segmetar supre é chamado segmento broncopulmonar. Os distúrbios bronquiais e pulmonares (como tumores e abscessos) que estão localizados em um segmento broncopulmonar específico podem ser removidos cirurgicamente sem causar danos graves ao tecido pulmonar circundante.
Cada segmento broncopulmonar dos pulmões contém muitos compartimentos pequenos, chamado lóbulos; cada lóbulo está envolto em tecido conjuntivo elástico e contém um vaso linfático, uma arteríola, uma vênula e um ramo proveniente de um bronquíolo terminal. Os bronquíolos terminais subdividem-se em ramos micros- cópicos, denominados bronquíolos respiratórios. Os bronquíolos respiratórios também contêm alvéolos desenvolvendo-se a partir de suas paredes. Como os alvéolos participam da troca gasosa, os bronquíolos respiratórios são as primeiras estruturas na zona respiratória do sistema respiratório. À medida que os bronquíolos respiratórios penetram mais profundamente nos pulmões, o revestimento epitelial muda de cúbico simples para pavimentoso simples. Os bronquíolos respiratórios, por sua vez, subdividem-se em diversos ductos alveolares (2 a 11), compostos de epitélio simples pavimentoso. A transição respiratória da traqueia para os ductos alveolares contém aproximadamente 25 ordens de ramificação; isto é, a ramificação ocorre aproximadamente 25 vezes — da traqueia para os brônquios principais (ramificação de primeira ordem), para os brônquios lobares (secundários) (ramificação de segunda ordem) e, assim, sucessivamente para baixo, até os ductos alveolares.
Alvéolos
Em torno da circunferência dos ductos alveolares estão numerosos alvéolos e sacos alveolares. Um alvéolo é uma invaginação caliciforme revestida por epitélio simples pavimentoso e sustentada por uma membrana basal elástica fina; um saco alveolar consiste em dois ou mais alvéolos que compartilham uma só abertura. As paredes dosalvéolos consistem em dois tipos de células epiteliais alveolares. As células alveolares do tipo I, as células predominantes, são células epiteliais pavimentosas simples que formam um revestimento quase contínuo da parede alveolar. As células alveolares do tipo II, também chamadas células septais, são menos numerosas e encontradas entre as células alveolares do tipo I. As finas células alveolares do tipo I são os principais locais de troca gasosa. As células al- veolares do tipo II, que são células epiteliais arredondadas ou cúbicas com superfícies livres contendo microvilosidades, secretam líquido alveolar. Este líquidomantém a superfície entre as células e o ar úmido. Incluído no líquido está um surfactante, uma mistura complexa de fosfolipídios e lipoproteínas. O surfactante reduz a tensão superficial do líquido alveolar, reduzindo a tendência de colapso dos alvéolos, mantendo-os dessa forma pérvios.
Associados à parede alveolar encontram-se os macrófagos alveolares, fagócitos nômades que removem finas partículas de poeira e outros fragmentos nos espaços alveolares. Fibroblastos, que produzem fibras elásticas e reticulares, também são encontrados. Subjacente à lâmina de células alveolares do tipo I encontra-se uma membrana basal elástica. Na face externa dos alvéolos, as arteríolas e vênulas pulmonares se dispersam em uma rede de capilares sanguíneos, que consiste em uma lâmina simples de células endoteliais e membrana basal. A troca de O2 e CO2 entre os espaços aéreos nos pulmões e no sangue ocorre por difusão através das paredes capilar e alveolar, que juntas formam a membrana respiratória. A membrana respiratória, que se estende do espaço aéreo alveolar até o plasma sanguíneo, consiste em quatro camadas:
 1. Uma camada de células alveolares dos tipos I e II e macrófagos alveolares associados que constituem a parede alveolar. 
2. Uma membrana basal epitelial subjacente à parede alveolar.
3. Uma membrana basal capilar que é muitas vezes fundida com a membrana basal epitelial. 
4. As células endoteliais da parede capilar (o endotélio capilar). 
Apesar de ter várias camadas, a membrana respiratória é muito fina — apenas 0,5 mm de espessura, quase 1/16 do diâmetro de um eritrócito. Essa espessura permite uma rápida difusão de gases. Estima-se que os pulmões contenham 300 milhões de alvéolos, propiciando uma área de superfície imensa de 70 m2 — aproximadamente o tamanho de uma quadra de handebol — para a troca gasosa.

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