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25/03/2013 1 Profª: Míriam T. Santos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Tópicos principais: – Importância do controle microbiano – Conceito de morte microbiana – Cinética da morte microbiana – Fatores que interferem na efetividade dos tratamentos antimicrobianos – Modo de ação dos agentes antimicrobianos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Importância do controle microbiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Importância do controle microbiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais 25/03/2013 2 Importância do controle microbiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Importância do controle microbiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Controle de micro‐organismos Por limitação do crescimento Por eliminação (morte ou remoção) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Controle: Por eliminação: calor, radiação ou filtração Por limitação do crescimento: refrigeração, congelamento ou desidratação Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais 25/03/2013 3 • Esterilização: destruição de todas as formas de vida microbiana, incluindo os endosporos • Desinfecção: destruição das formas vegetativas de micro‐organismos patogênicos • Antissepsia: destruição das formas vegetativas de patógenos em tecido vivo • Sanitização: redução das contagens microbianas até níveis seguros • Assepsia: ausência de contaminação significativa Qual o significado dos termos? Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Morte microbiana Tempo (min) Mortes por minuto Nº de sobreviventes 0 0 1.000.000 1 897.456 102.544 2 91.087 11.457 3 10.389 1.068 4 967 101 5 89 12 6 11 1 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Curva de morte microbiana ‐ Morte não é instantânea ‐ Função exponencial ‐ Taxa constante Valor D – Tempo de redução decimal Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 C1 Fatores que afetam a efetividade dos tratamentos antimicrobianos • Dose ou intensidade do agente Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais D70°C = 3 min D60°C = 12 min D50°C = 42 min Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 Slide 11 C1 Log. 10² >> 2 e assim vai Ciro; 01/02/2012 25/03/2013 4 Fatores que afetam a efetividade dos tratamentos antimicrobianos • Tipo de micro‐organismo (resistência intrínseca – Gram positivas X Gram negativas; micobactérias X outras bactérias; vírus envelopados X não‐envelopados) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Ação do ácido peracético sobre suspensões de E. coli e S. aureus a 25°C Tempo de redução decimal de E. coli, S. aureus e Pseudomonas aeruginosa a 60°C Fatores que afetam a efetividade dos tratamentos antimicrobianos • Estado fisiológico do micro‐organismo (fase log X fase estacionária, esporos X células vegetativas) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Endosporo Célula vegetativa Bacillus sp. Fatores que afetam a efetividade dos tratamentos antimicrobianos • Condições ambientais (matéria orgânica, pH, teor de proteínas e gorduras, atividade de água, etc.) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Temperatura (°C) Aw Valor D (min) pH 6,5 pH 5,5 pH 4,5 95 1,00 2,38 1,04 0,51 95 0,95 5,01 2,84 1,40 95 0,86 13,84 14,51 7,77 85 1,00 63,39 13,08 5,04 85 0,86 68,90 91,54 33,91 Influência da temperatura, atividade de água (Aw) e do pH sobre os valores D de esporos de Bacillus cereus. Fonte: Microbiologia de Alimentos. 6ª edição. JAY, J.M. Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Valor D ‐ Tempo de redução decimal Importância da carga microbiana inicial 25/03/2013 5 Modos de ação dos agentes antimicrobianos • Danos à membrana citoplasmática • Danos à parede celular • Danos às proteínas • Danos aos ácidos nucleicos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Questões propostas • Em que situações do seu cotidiano, o controle de micro‐organismos é necessário? • O que significa dizer que a morte de uma população microbiana segue um padrão exponencial? • Por que é importante manter a carga microbiana baixa em um alimento antes do tratamento para controle dos micro‐organismos presentes? Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 1: Aspectos Gerais Métodos de Controle Microbiano • Temperatura • Radiação • Filtração • Desidratação Físicos Químicos • Desinfetantes e antissépticos • Conservantes químicos • Esterilizantes químicos • Quimioterápicos (in vivo) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Métodos físicos de destruição de micro‐organismos calor e radiação 25/03/2013 6 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Calor • Calor úmido: Desnaturação das proteínas – Pasteurização, fervura e autoclave • Calor seco: Oxidação dos compostos orgânicos – Estufa e incineração Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Tratamentos térmicos • Aplicação do binômio Tempo X Temperatura • Pasteurização Métodos de pasteurização do leite: –Pasteurização lenta: 63‐66°C, 30 min –Pasteurização rápida: Método HTST: 72°C, 15 s Tratamentos térmicos equivalentes Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Esterilização Comercial: Tratamento térmico (temperatura > 100°C) suficiente para destruir esporos de Clostridium botulinum nos alimentos enlatados Usado também para reduzir micro‐organismos deterioradores, aumentando a vida de prateleira de alimentos. P.ex. Método UHT em leite: 74 a 140°C por 1 a 5 s Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Radiação Ionizante • Raios gama, raios X e feixes de elétrons de alta energia • Princípio: ionização de moléculas com formação de radicais reativos • Aplicação: equipamentos cirúrgicos, descartáveis plásticos, drogas e vacinas, tecidos para enxerto, alimentos. 25/03/2013 7 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Irradiação de alimentos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos • Luz ultra‐violeta (UV) ‐ Baixo poder de penetração • Princípio: excitação dos elétrons ‐ Maior efeito: DNA (dímeros de timina) • Aplicação: esterilização de superfícies e ar (salas cirúrgicas, salas assépticas, capela de fluxo laminar, etc.) Radiação Não‐ionizante Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos • Princípio: Remoção de micro‐ organismos • Soluções sensíveis ao calor: vitaminas, antibióticos, vacinas, etc. • Ar de salas assépticas ou cirúrgicas: – Filtros HEPA • Estações de tratamento de água Diâmetro dos poros = 0,22 m Filtração Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Métodos físicos de inibição do crescimento de micro‐organismos temperaturas baixas e desidratação 25/03/2013 8 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: MétodosFísicos • Princípio: redução ou paralisação da atividade biológica – Refrigeração – Congelamento Temperaturas baixas Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos Desidratação ou Dessecação • Princípio: redução da água disponível • Métodos: Secagem ou adição de sal ou açúcar • Liofilização: desidratação rápida sob baixa temperatura e vácuo Levedura Saccharomyces cerevisiae liofilizada Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 2: Métodos Físicos • Bibliografia: – TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. Capítulo 7 (10ª edição) ou – MADIGAN, M.T.; MARTINKO, J.M.; DUNLAP, P.V. Microbiologia de Brock. Capítulo 27 (12ª edição) • Por que os endósporos bacterianos são estruturas altamente resistentes aos tratamentos térmicos? • A irradiação de alimentos causa menor perda nutricional em alimentos que os tratamentos térmicos. Pesquise a respeito e explique esta afirmação. Tempo BACTERIOSTÁTICO Contagem de células viáveis Contagem de células totais Efeito de agente antimicrobiano sobre cultura bacteriana em crescimento exponencial Tempo de adição de concentração inibitória do antimicrobiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos 25/03/2013 9 Tempo BACTERICIDA Contagem de células viáveis Contagem de células totais Efeito de agente antimicrobiano sobre cultura bacteriana em crescimento exponencial Tempo de adição de concentração inibitória do antimicrobiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos Tempo BACTERIOLÍTICO Contagem de células viáveis Contagem de células totais Efeito de agente antimicrobiano sobre cultura bacteriana em crescimento exponencial Tempo de adição de concentração inibitória do antimicrobiano Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos Agente químico antimicrobiano: características ideais • Amplo espectro em baixas concentrações • Toxicidade seletiva • Solubilidade • Estabilidade • Homogeneidade • Perda mínima de atividade • Poder de penetração • Outras (baixo custo, disponibilidade, etc.) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Compostos fenólicos: limitação toxicidade Principais agentes químicos antimicrobianos: desinfetantes, antissépticos e sanitizantes 25/03/2013 10 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Biguanidas: clorexidina (antisséptico) Principais agentes químicos antimicrobianos: desinfetantes, antissépticos e sanitizantes clorexidina Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Halogênios: iodo (antisséptico) e cloro (desinfetante) Principais agentes químicos antimicrobianos: desinfetantes, antissépticos e sanitizantes Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Álcoois: álcool 70%, álcool iodado Principais agentes químicos antimicrobianos: desinfetantes, antissépticos e sanitizantes Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Metais pesados: prata, mercúrio e cobre: limitação toxicidade • Agentes de superfície e quaternários de amônio (Quats): sanitizantes em laticínios e frigoríficos Principais agentes químicos antimicrobianos: desinfetantes, antissépticos e sanitizantes 25/03/2013 11 Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Conservantes químicos: ácidos orgânicos (sorbatos, benzoatos e propionatos), sais de cura (nitrato, nitrito), bioconservantes (bacteriocinas, ác. láctico, etc.). Conservantes químicos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos • Esterilizantes químicos: óxido de etileno, ácido peracético, peróxido de hidrogênio e glutaraldeído (esterilização a frio) Esterilizantes químicos Óxido de etileno Ácido peracético • Bibliografia: – TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. Capítulo 7 (10ª edição) ou – MADIGAN, M.T.; MARTINKO, J.M.; DUNLAP, P.V. Microbiologia de Brock. Capítulo 27 (12ª edição) • Por que compostos fenólicos são os desinfetantes recomendados para o controle de micobactérias no ambiente hospitalar apesar de sua toxicidade? • Qual o problema de usar compostos quaternários de amônio para inibição da bactéria patogênica Pseudomonas aeruginosa? • Qual a vantagem de se utilizar óxido de etileno em relação ao uso da radiação ionizante para esterilização a frio de materiais termolábeis? Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 3: Agentes químicos antimicrobianos Agentes antimicrobianos utilizados in vivo • Conceito: Agentes microbicidas ou microbiostáticos de utilidade clínica que devem reduzir ou impedir o crescimento microbiano, sem causar qualquer dano à célula hospedeira. • Principal propriedade: toxicidade seletiva, isto é, ser tóxico para o patógeno e não afetar o hospedeiro. • Podem ser agentes quimioterápicos sintéticos ou naturais (antibióticos). Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas 25/03/2013 12 Espectro de ação antimicrobiana de uma seleção de agentes quimioterápicos Drogas antifúngicas Drogas antibacterianas Drogas antivirais Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 Amplo espectro de ação Espectro de ação de drogas antibacterianas Baixo espectro de ação Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Espectro de ação de drogas antivirais Amplo espectro de ação Baixo espectro de ação Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Drogas antimicrobianas naturais: Antibióticos • São compostos químicos produzidos por micro‐organismos (fungos e bactérias) que inibem ou matam outros micro‐organismos. Streptomyces spp. Penicillium chrysogenum (inibição de S. aureus) Penicilina Cefalosporina Cephalosporium Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas 25/03/2013 13 (quinolonas) Cicloserina Vancomicina Bacitracina Penicilinas Cefalosporinas Carbapenemos Síntese de parede celular 50 50 50 30 30 30 Ribossomos DNA mRNA Eritromicina Cloranfenicol Clindamicina Lincomicina Síntese protéica (inibidores de 50S) Tetraciclinas Estreptomicina Gentamicina Kanamicina Amicacina Nitrofuranos Síntese protéica (inibidores de 30S) Mecanismo de ação de antibacterianos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 Fonte: Microbiologia. 10ª edição. TORTORA et al. 2012 Fonte: Microbiologia. 10ª edição. TORTORA et al. 2012 50 50 50 30 30 30 DNA girase Ácido nalidíxico Ciprofloxacina Novobiocina Elongação do RNA Actinomicina RNA polimerase Rifamicinas Estreptovaricinas THF DHF PABA Trimetoprim Sulfonamidas Metabolismo do ácido fólico Estrutura da membrana citoplasmática Polimixinas Ribossomos DNA mRNA PABA – ácido paraminobenzóico; THF ‐ tetraidrofolato; DHF ‐ diidrofolato Mecanismo de ação de antibacterianos Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Fonte: Brock ‐ Biology of Microorganisms. 12th edition. MADIGAN et al. 2009 Controle de Fungos e Vírus Drogas antifúngicas: • Problema da toxicidade para o hospedeiro • Na maioria do casos: aplicações tópicas • Inibidores de ergosterol como os polienos, os azóise as alilaminas apresentam toxicidade seletiva Drogas antivirais: • Limitação por causa da toxicidade para o hospedeiro • Desenvolvimento por causa das medidas de controle da AIDS • Análagos de nucleosídeos e interferons • Inibidores da transcriptase reversa e de proteases virais importantes na etapa de montagem dos virions Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Fonte: Microbiologia. 10ª edição. TORTORA et al. 2012 Resistência às drogas antimicrobianas • Capacidade adquirida por um micro‐organismo de resistir a um agente quimioterápico ao qual era normalmente sensível • A maioria das resistências envolve genes de resistência que são transferidos por meio de transferência horizontal de genes (THG) Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas Fonte: Microbiologia. 10ª edição. TORTORA et al. 2012 25/03/2013 14 Resistência às drogas antimicrobianas • Práticas humanas que resultam na seleção de micro‐organismos resistentes a antibióticos: – Uso extensivo e errôneo de antibióticos – Uso de antibióticos na nutrição animal • Soluções: – Uso racional de antibióticos no ambiente hospitalar, na prática médica e na nutrição animal – Desenvolvimento de novas drogas e terapias alternativas Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas • Bibliografia: – TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, C.L. Microbiologia. Capítulo 20 (10ª edição) ou – MADIGAN, M.T.; MARTINKO, J.M.; DUNLAP, P.V. Microbiologia de Brock. Capítulo 27 (12ª edição) • Boa leitura e até a próxima aula! Aula 14: Controle de Micro‐organismos Parte 4: Drogas antimicrobianas
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