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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 86ª VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO-SP.
Processo nº 1001585-34.2017.5.02.0086
 CINTHIA ISRAEL ALVES, já qualificada nos autos, que ora promove contra MOTUS SERVIÇOS LTDA, via de seus advogados, vem, à presença de V.Exa. Apresentar IMPUGNAÇÃO quanto a CONTESTAÇÃO e documentos juntados, pelas Rés, nos termos que abaixo aduz;
DA PRELIMINAR:
DA LIQUIDAÇÃO DOS PEDIDOS:
 Em força de disposição constitucional inserta no artigo 5º, XXXVI, da Constituição Federal, situações processuais constituídas sob a vigência da lei anterior são inatingíveis pela nova lei processual, razão pela qual deverá ser reconhecido a peça exordial.
DA PROCEDÊNCIA DA RECLAMATÓRIA:
Os pleitos formulados na peça vestibular procedem totalmente, ao contrário do que pretende a reclamada, estando a contestação totalmente divorciada da realidade, a qual fica desde já impugnada. 
Impugnam-se todos os documentos acostados aos autos, pois nada provam quanto aos pedidos da exordial. 
Ainda, a reclamante reitera na totalidade os fatos e pedidos explanados na inicial, os quais deverão ser julgados totalmente procedentes, impugnando desde já a totalidade dos termos da contestatória, posto que a Reclamada, ao contrário do que pretende demonstrar, não é cumpridora efetiva de suas obrigações, conforme restará demonstrado a seguir.
DA AUSÊNCIA DE PEDIDO:
A reclamante e sua peça inaugural pautou em que a Reclamante teve a sua capacidade laborativa afetada, e atualmente possui inclusive sérias dificuldades de realizar até mesmo afazeres diários, motivo pelo qual merece ser indenizado pelos danos materiais e morais suportados, bem como deve ser indenizada de forma substitutiva pelo período de estabilidade provisória, ante as condições e animosidade existente no ambiente laboral, o que certamente impossibilita a reintegração da obreira. 
Sendo inviável o manejo da reintegração da Reclamante, deve-se converter em pecúnia referente a todo o período de estabilidade provisória, devendo a Autora perceber indenização substitutiva. 
Em arremate, a súmula 396, I do TST utiliza o termo “salários”, contudo este deve ser entendido de forma ampla abrangendo todas as parcelas pagas pelo empregador. 
Assim, a indenização substitutiva da garantia de emprego enfocada, deve ser constituída pelo valor dos salários de 12 meses, além do 13º salário, das férias + 1/3 e do FGTS+40% em relação ao período da aludida garantia.
DO MÉRITO
DAS HORAS EXTRAS:
A reclamada em sua tese defensiva juntou aos autos os controles de jornada do obreiro, mas estes não demonstram a real jornada laborada pela reclamante, motivo pelo qual passa a IMPUGNAR os cartões de ponto, o que será fartamente comprovado na audiência de instrução.
A reclamada em sua defesa alega que a reclamante laborava em regime de banco de horas, porém não acosta aos autos os acordos coletivos autorizando o banco de horas, pois as convenções coletivas acostadas nada fala sobre a implantação do banco de horas, sendo que de acordo com o artigo 7° XIII da Constituição Federal, a validade do banco de horas se da através negociação coletiva.
Como a reclamada não acostou aos autos os acordos coletivos autorizando o "banco de horas" este é nulo, conforme preconiza a jurisprudência trabalhista:
TRT-2 - RECURSO ORDINÁRIO RO 00002323520145020262 SP 00002323520145020262 A28 (TRT-2)
Data de publicação: 15/05/2015 
Ementa: HORAS EXTRAS. VALIDADE DO BANCO DE HORAS. Inválido é o banco de horas instaurado sem a observância à exigência de implantação mediante negociação coletiva, nos termos do inciso V, da Súmula 85 do C. (...)
Ainda a súmula 85 V do C. TST afirma "in verbis":
Súmula nº 85 do TST COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016 ( . . . )
V. As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime
compensatório na modalidade "banco de horas", que somente pode ser instituído por negociação coletiva. (...) Grifos nossos
Diante do exposto requer a nulidade do banco de horas e o pagamento das horas que ultrapassarem a 8ª hora diária e 44 horas semanais como horas extraordinárias.
Com a anulação do regime de banco de horas, em atenção aos cartões de ponto a reclamante laborava em regime de compensação de jornada, porem o acordo é invalido em razão da reclamante laborar em ambiente insalubre, conforme preconiza a sumula 85, IV e VI do C. TST, vejamos:
Súmula nº 85 do TST - COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em 01, 02 e 03.06.2016
IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário. (ex-OJ nº 220 da SBDI-1 - inserida em 20.06.2001)
(...)
VI - Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60 da CLT.
Diante dos fatos e provas dos autos, requer seja a reclamada compelida a efetuar o pagamento das diferenças das horas extras realizadas, com o adicional de 50% (cinquenta por cento).
E, por serem habituais, requer sejam as horas extras realizadas pela reclamante integradas nas demais verbas, tais como aviso prévio, férias + 1/3, FGTS + 40%, conforme ora pleiteado na exordial e que neste ato passa a reiterar tal pleito.
Neste bordo, a reclamada jamais remunerou corretamente a reclamante pelas horas extras prestadas, em flagrante afronta ao ordenamento jurídico vigente, sendo, pois, devidas as respectivas diferenças.
Impugna-se em todo o seu teor as alegações feitas pela reclamada em sua defesa.
A reclamante não reconhece os horários apontados nos controles de jornada apresentados pela Reclamada, uma vez que, não era a reclamante quem anotava os horários ali descritos, sendo apenas solicitado a assinar as papeletas ao final do mês. Portanto, os horários anotados nas papeletas não correspondem com total fidelidade a real jornada cumprida pela reclamante. 
Nota-se, portanto, que a reclamante foi prejudicada com a omissão da Reclamada em não quitar as horas extraordinárias laboradas. Portanto, o caso em tela é de simples e clara solução, onde a reclamante tem o direito de receber todas as horas trabalhadas e não pagas, devidamente acrescidas do adicional normativo, posto que mais benéfico ao trabalhador, razão pela qual, os documentos colacionados à defesa da reclamada restam, desde já, expressamente impugnados. Devem ser desconsiderados e declarados nulos, a reclamada apresentou cartões de ponto com jornada britânica, com pequenas variações e sem assinatura, sendo, pois, absolutamente imprestáveis, como demonstrados a baixo.
Com efeito, a reclamante era impedida de anotar os reais horários de trabalho, uma vez que a reclamada impunha anotações os cartões-ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes, as quais, todavia, não afastam a sua imprestabilidade, pois, ainda, assim, configuram as repulsivas jornadas britânicas, conforme jurisprudência pacífica de nossos Tribunais, senão vejamos:
 “CARTÕES DE PONTO. JORNADA BRITÂNICA. A pequena variação de uma ou outra anotação não é suficiente para descaracterizar a irregularidade nas anotações dos cartões de ponto. Pelo princípio da primazia da realidade o Magistrado Trabalhista deve buscar a verdade real que se revela nos meandros dos autos do processo. Corrobora com essa afirmativa o princípio do livre convencimento motivado, pelo qual o Juiz é livre ao apreciar a prova, devendo proferir decisão fundamentada (art. 131, do CPC)”. (TRT da 2ª Região – Recurso Ordinário – Relatora Riva Fainberg Rosenthal – Acórdão nº 20140023296 – Processo nº 0002147-08.2012.502.0063 – Publicadoaos 31/01/2014).
No mesmo sentido:
CONTROLES BRITÂNICOS. LIGEIRAS VARIAÇÕES. SÚMULA Nº 338. INCIDÊNCIA. HORAS EXTRAS DEVIDAS. Ao implantar os chamados "controles horários britânicos", que se presumem irreais e inválidos, o empregador assume o ônus advindo da irregularidade desse procedimento, endereçando-se-lhe o encargo de prova quanto à inexistência da jornada declinada na exordial (Súmula nº 338 do C.TST). A prática de intermitir ligeiras variações, no afã de conferir credibilidade aos controles, não tem o condão de afastar a incidência deste padrão interpretativo. Presumida a carga horária alegada pela autora e ausente prova por parte da reclamada, tornam-se devidas as horas extras e respectivos reflexos. (TRT da 2ª Região – Recurso Ordinário – Relator Ricardo Artur Costa e Trigueiros – Acórdão nº 20080749792 – Processo nº 01975-2007-062-02-00-5 – Publicado aos 05/09/2008).
Desta feita, são inúteis para fins de prova da jornada trabalhada pelo empregado, todos os cartões-ponto que, uma vez que não demonstram a verdadeira jornada de trabalho realizada pela reclamante, além do mais, os horários de entrada e saída são uniformes com isso se tornam inválido, e alguns cartões de ponto com anotações com pequenas variações, por configurarem a chamada "jornada britânica", conforme o entendimento consubstanciado na Súmula 338, III, do TST, o que se verifica no caso em tela, de modo que os referidos documentos da primeira reclamada nos autos de ID Num. c0adb1c - Pág. 2;
Não obstante, é curial informar que a reclamada não juntou comprovante de controles de frequência dos meses 08 de 2015 até 12 de 2015.
Assim, a real jornada de trabalho cumprida pela reclamante esta descrita na exordial e será comprovada na instrução. 
O artigo 7o da Constituição Federal em seu inciso XIII, prevê que a duração do trabalho normal não pode ser superior a 08 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro semanais), sendo que de acordo com o artigo 59 da CLT, a jornada normal do trabalho poderá ser acrescida de no máximo duas horas suplementares, que serão remuneradas com adicional de pelo menos 50% superior à da hora normal. 
Assim, a Constituição de 1988, ao assegurar no artigo 7o, inciso XIII, não superior a 08 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) horas semanais duração do trabalho normal, determinou que tais normas possuem conteúdo inderrogável, pois o texto da lei, quando diz "não superior", traça limites que não podem ser ultrapassados. Assim, se pronuncia o entendimento jurisprudencial a respeito:
Limite. As horas extras prestadas pelo empregado, ainda que excedentes ao limite de duas, devem ser todas pagas pelo empregador. (RR 224.692/95.2, Ac. 2a T. 4.381/97). Ângelo Mário – TST. 
A jornada extraordinária deve ser paga considerando o período total despendido, ainda que prestadas em número superior a duas diárias, sob pena de enriquecimento ilícito do empregador. (RR235.760/95.8, Ac. 1a T. 8866/97 - João Oreste Dalazen – TST)
Ainda, deve ser observado o princípio do “in dubio pro operário”, em que o empregado é a parte mais fraca na relação empregatícia e que os meios de provas ficam todos com a indústria ao qual a reclamante laborava. 
Os cartões de ponto gozam de presunção relativa de veracidade, a qual pode ser afastada por prova testemunhal, o que certamente ocorrerá no caso dos autos. 
Inteligência da Súmula n. 338, II, do C.TST, in verbis:
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
A jurisprudência pátria é mansa e pacifica nesse sentido, conforme os julgados a seguir transcritos:
HORAS EXTRAS – CARTÕES DE PONTO – PROVA TESTEMUNHAL – VALORAÇÃO – A prova no processo deve ser analisada pelo seu conjunto. Pequenas divergências não têm o condão de desqualificá-la. Se do exame da prova testemunhal e demais elementos probatórios dos autos a credibilidade dos documentos é afastada, impõe-se o deferimento das horas extras. Recurso ordinário não provido. (TRT 19a R. – RO 02132.2001.001.19.00.8 – Rel. Juiz Alan Esteves – J. 06.03.2003) 
HORAS EXTRAS – PREVALÊNCIA DA PROVA TESTEMUNHAL – DEFERIMENTO – Apresentando-se eficaz a prova testemunhal produzida nos autos, esta deve prevalecer em relação a cartões de ponto que não retratam com fidelidade à jornada empreendida pela demandante, mantendo-se inalterada a sentença que criteriosamente sopesou as provas produzidas, atribuindo-lhes a valoração merecida. (TRT 20a R. – RO 00250-2003-920-20-00-0 – (1021/03) – Proc. 01.01-0669/01 – Rela Juíza Suzane Faillace Lacerda Castelo Branco – J. 20.05.2003)
Da mesma forma, é cediço que os espelhos de ponto apócrifos são desprovidos de qualquer valor probatório, por se tratarem de documentos unilaterais. 
Assim, os controles de jornada devem ser desconsiderados e declarados nulos.
Assim, deve ser reputada como verdadeira a jornada de trabalho consignada na exordial com relação ao início e término da jornada de trabalho da reclamante.
Dada a habitualidade do labor em sobre - jornada, é de reconhecer que a Reclamada deve ser condenada ao pagamento das diferenças de horas extras e reflexos descritos na exordial.
 Portanto, requer seja aplicada a pena de confissão e inversão do ônus da prova, nos termos da Súmula 338 do TST.
DO INTERVALO INTRAJORNDA:
Destaca-se que a falta de concessão de intervalo intrajornada ocasionou uma extrapolação ainda maior da jornada de trabalho cumprida pela reclamante. 
Desta forma, a reclamante entende que não recebia também, integralmente as horas extras efetivamente laboradas, nem os respectivos reflexos relativos a todo período. Devido, pois, o pagamento de 01 (uma) hora diária, referente à quebra do tempo de descanso legal com o adicional de 50% (cinquenta por cento), bem como os reflexos sobre férias + 1/3, 13o salários, repouso semanal remunerado e FGTS e mais a condenação da hora extra que era trabalhada, e de que deve ser acrescida na jornada diária.
Assim, os intervalos não usufruídos devem ser computados na jornada de trabalho, pois foram horas trabalhadas, logo além da Reclamada pagar o intervalo não usufruído de forma indenizada (artigo 71, §4o da CLT), deve ocorrer ainda o pagamento de horas extras, pois a reclamante trabalhou no período que deveria descansar, e esta hora não foi computada na jornada diária de trabalho. 
Em razão do grande volume de serviço a ser realizado, a reclamante não tinha concedido os intervalos apesar de constar nos cartões de ponto que os mesmo eram concedidos. 
No caso concreto, o descumprimento do intervalo intrajornada deve levar ao deferimento de dupla remuneração, uma com base no art. 71, § 4o, da CLT (hora extra ficta), e a outra decorrente da sua consideração como hora extra efetivamente trabalhada, que extrapolava a jornada semanal de 44 horas. Nesse sentido, já vem entendendo nossos Tribunais:
Ementa: INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSÃO. DUPLA CONSEQUÊNCIA. HORAS EXTRAS E DE INTERVALO. A inobservância do intervalo intrajornada, quando extrapolados os limites da jornada, gera para o empregador dupla consequência: de um lado, a remuneração de horas extras com fundamento no artigo 59 da CLT e, de outro, a paga legal prevista no parágrafo 4o do artigo 71 da CLT, de caráter punitivo, decorrente da supressão do intervalo destinado à refeição e descanso.
Conforme ficará demonstrado a reclamante não recebia as horas de intervalo suprimidas, nem tampouco as horas extras pela falta de gozo do intervalo intrajornada. 
Assim a reclamante faz jus ao correto recebimento das horas de intervalo e horas extras, considerando-se aquelas que tiverem ultrapassado a 44 semanal, acrescidas dos adicionais de 50% e 100%.
Requer ainda a nulidade dos controles de ponto pois demonstrados por amostragem que são britânicos, nulos e que não refletem a realidade.
DA DOENÇA PROFISSIONAL:
Conforme explanado na exordial a reclamante ao desenvolver das suas atividades, em razão dos movimentosrepetitivos e ao pegar peso, desencadeou tendinopatia do manguito rotador associado a bursite. 
Face às condições de labor que a obreira foi obrigada a se sujeitar no decorrer do pacto de labor, a mesma sofreu um déficit de sua capacidade laboral, de caráter irreversível, conforme será comprovado na audiência de instrução. 
Impugna-se em todo o seu teor as alegações feitas pela reclamada em sua defesa.
A reclamada se opõe ás alegações, afirmando que não há que se falar em doença ocupacional e culpa da reclamada, não sendo devida a reparação por danos e a reintegração.
Neste tópico, cumpre salientar que em razão dos acidentes do trabalho e moléstia profissional sofrido, a reclamante possui sequela e, por consequência, redução de sua capacidade laborativa, o que pode ser constatado também por meio de perícia médica, o que desde já se requer.
A moléstia de cunho ocupacional é comprovada nos Autos:
MOLÉSTIAS E INCAPACIDADE: Os documentos, exames e laudos atestam as alegações da Inicial.
NEXO-CAUSAL: Neste tópico, é cediço que a apuração da SAÚDE DA RECLAMANTE com nexo-causal, é cediço que a mesma apenas poderá ser constatada por meio de perícia técnica, a qual se encontra pendente de realização.
A reclamante quando contratada não possuía nenhuma lesão ou moléstia.
Com efeito, é cediço que constitui direito fundamental do trabalhador entrar e sair do seu posto de trabalho, com a mesma saúde hígida e mensal, cuja inobservância implica em dever do empregador em reparar o dano causado ao seu empregado, já que atenta a sua função social.
Note-se que existência do dano decorre inexoravelmente do fato ofensivo in re ipsa, o que significa dizer que provada à ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral.
No presente, a responsabilidade da reclamada é objetiva e o dano é in re ipsa, não se verificando a culpa, mais mesmo que assim não o fosse, agiu com culpa. 
No mesmo sentido:
EMENTA: TRABALHADOR PORTUÁRIO. ACIDENTE DE TRABALHO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.  Adota-se o entendimento de que a responsabilidade é objetiva do tomador de serviços avulsos, especialmente nos casos em que a atividade atrai risco acentuado, maior do que o comum ao trabalhador. Comprovado o nexo causal entre a lesão e a atividade exercida em prol da empresa, impõe-se o dever de indenizar. Incidência do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. Recurso da reclamante provido.
(TRT 4ª Região – 3ª Turma, Acórdão: Processo 00516003720095040122 (RO) Relator: JOÃO GHISLENI FILHO
Data: 19/01/2011   Origem: 2ª Vara do Trabalho de Rio Grande).
EMENTA: ACIDENTE DE TRABALHO. DANO MORAL. RESPONSABILIADE CIVIL OBJETIVA. A obrigação de indenizar em decorrência de acidente de trabalho é objetiva, conforme prevê o artigo 927 do Código Civil, independentemente de prova de culpa do empregador.
 (TRT 4ª Região – 5ª Turma, Acórdão: Processo 00262005220085040511 (RO) Relator: CLÓVIS FERNANDO SCHUCH SANTOS
Data: 09/12/2010   Origem: 1ª Vara do Trabalho de Bento Gonçalves).
A teoria do risco profissional consagrada no art. 927 parágrafo único do Código Civil (responsabilidade objetiva) sustenta o dever de indenizar, independente de culpa, sempre que houver um fato prejudicial em decorrência da profissão do lesado, situação esta que se enquadram os Autos.
Ao respaldo do presente entendimento, cita-se a doutrina de Sérgio Cavalieri Filho, verbis: 
"A teoria do risco profissional sustenta que o dever de indenizar tem lugar sempre que o fato prejudicial é uma decorrência da atividade ou profissão do lesado. Foi ela desenvolvida especificamente para justificar a reparação dos acidentes ocorridos com os empregados no trabalho ou por ocasião dele, independentemente de culpa do empregador. A responsabilidade fundada na culpa levava, quase sempre, à improcedência da ação acidentária. A desigualdade econômica, a força de pressão do empregador,a dificuldade do empregado de produzir provas, sem se falar nos casos em que o acidente decorria das próprias condições físicas do trabalhador, quer pela sua exaustão, quer pela monotonia da atividade, tudo isso acabava por dar lugar a um grande número de acidentes não indenizados, de sorte que a teoria do risco profissional veio para afastar esses inconvenientes? in Programa de Responsabilidade Civil. São Paulo: Malheiros, 2005. 
A reclamante, em decorrência das atividades laborativas, ficou com sérios problemas.
A reclamada não respeitou o artigo 7º, Inciso XXII, da CF/88, que garante o direito ao trabalho bem como garante que os empregadores deveriam zelar pelas condições de saúde, higiene e segurança de seus empregados, porém no presente caso, tal princípio não fora observado, ofendendo, ainda, a aplicação da NR 17.
Sendo assim, é incontroverso que a reclamada ao submeter a reclamante a tais condições de trabalho, sujeito a própria sorte, atentou contra a sua dignidade e integridade física e psíquica ante ao perigo manifesto de mal considerável.
Com efeito, é obvio que o descumprimento das obrigações trabalhistas por parte do empregador acarreta dano moral ao empregado, o trabalhador é a parte mais frágil na relação contratual, pois, mantém a rigor, subordinação excessiva ao empregador, o que potencializa os danos quando do descumprimento das obrigações contratuais.
Desta feita, a reclamada deve reparar as perdas sofridas pela reclamante de forma exemplar, pois, como se sabe, o objetivo desta indenização é punir o infrator e compensar a vítima pelo dano sofrido, atendendo desta forma à sua dupla finalidade: a justa indenização do ofendido e o caráter pedagógico em relação ao ofensor.
Assim, são incabíveis as alegações da reclamada, requerendo dessa forma, a total impugnação e a PROCEDÊNCIA dos pedidos expostos no Petitório Inicial, inclusive quanto ao “quantun” pleiteado à título de danos morais, materiais, pensão mensal vitalícia e demais pleitos decorrentes, conforme exordial, inclusive reintegração.
DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE:
Conforme se denota dos autos e que será devidamente comprovado por meio da realização de perícia, a reclamante durante todo o contrato de labor havido entre as partes perícia técnica laborou em ambiente insalubre, pois mantinha contato com muito pó, temperatura elevada e local com pouca ventilação e ruído excessivo. 
Apenas por amor ao debate a reclamada alega que sempre entregou aa reclamante os EPI's necessarios, porem é de conhecimento geral que o fornecimento de EPI's não neutraliza a insalubridade a qual está exposto o obreiro, neste sentido, determina a Súmula 289 do c.TST: 
Súmula TST nº 289 - Insalubridade - Adicional - Fornecimento do Aparelho de Proteção - Efeito - O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do pagamento de adicional de insalubridade, cabendo-lhe tomar as medidas que conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao uso efetivo do equipamento pelo empregado. (RA 22/88 - DJU 24.03.1988). 
Ainda Vossa Excelência, pelos documentos acostados aos autos pela reclamada esta não acostou aos autos os recibos de entrega dos EPI's, presumindo que a reclamante laborava exposto ao ambiente insalubre. 
Portanto, temos que a reclamante laborava em ambiente insalubre, devendo a reclamada ser compelida ao pagamento do adicional de insalubridade, bem como os reflexos.
DO DESVIO DE FUNÇÃO:
Nesse capitulo cabe frisar que a reclamante sempre laborou em funções diversa pela qual foi contratado, como será provado em momento oportuno em audiência de instrução.
Desde já impugna todo alegado pela parte reclamada por não se tratar da verdade real.
Assim requer que a reclamada seja condenada nos termos da petição inicial.
DO ART. 384 DA CLT:
Ao contrário do matreiramente alegado na peça de resistência, a reclamante jamais usufruiu período mínimo obrigatório de descanso de 15 (quinze) minutos, antes do início do período extraordinário do trabalho. 
A reclamante não gozava o referido período.A jurisprudência e pacífica em relação ao tema:
RECURSO DE REVISTA. HORAS EXTRAS. INTERVALO PREVISTO NO ART. 384 DA CLT. I. No Incidente de Inconstitucionalidade em Recurso de Revista nº 1540/2005-046-12-00.5, esta Corte Superior decidiu que o comando do art. 384 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Por outro lado, considerando que a norma do art. 384 da CLT permanece válida, esta Corte Superior tem decidido que a sanção imposta ao empregador que descumpre seu comando é a remuneração do intervalo não fruído com o acréscimo do adicional mínimo de 50% previsto no art. 71, § 4º, da CLT, aplicável por analogia ao caso. II. Recurso de revista de que se conhece, por violação do art. 384 da CLT, e a que se dá provimento.
(TST - RR: 10824220125020074, Data de Julgamento: 21/10/2015, Data de Publicação: DEJT 23/10/2015).
Assim dever a reclamada o pagamento, indiferente dos pedidos da presente peça, de 15 (quinze) minutos diários, a serem pagos como extra e acréscimos legais ou normativos, seguidas de reflexos em DSRs., adicional noturno, periculosidade, feriados, aviso prévio, férias e seu terço, 13º salário, FGTS e 40%, tudo na forma consolidada.
DO VALE TRANSPORTE: 
No tema em tela, cabe frisar que a reclamante jamais recebeu vale transporte de forma correta, impugna assim o documento pela reclamada, uma vez, que não condiz com a realidade, pois a reclamante assinou sem poder optar pelas conduções diárias para cada viagem, a opção de não optar pelo vale transporte foi imposta pela própria reclamada, sendo essa a condição para preencher a vaga de emprego, sendo requisito essencial para a vaga de emprego, ou seja, em sua contratação foi lhe informado que só poderia ser pago uma passagem para cada viagem diária.
Ante o exposto requer a condenação ao pagamento do vale transporte nos termos da peça inaugural.
DA ASSISTENCIA JUDICIÁRIA GRATUITA:
A reclamante que não possui condições de arcar com custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do sustento próprio, bem como o de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da gratuidade da justiça, nos termos do artigo 4º da Lei 1060/50, com redação introduzida pela Lei 7510/86, anexando dessa forma Declaração de Pobreza.
A nova roupagem do artigo 790 § 3º da CLT prevê:
Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho.
§ 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Certo que a reclamante recebe menos que 40% do limite do máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, assim a reclamante merece ser beneficiado pelas benesses da justiça gratuita.
Neste contexto a jurisprudência é cristalina, senão vejamos:
ACESSO À JUSTIÇA - Assistência judiciária - Lei nº 1.060, de 1950 - CF, artigo 5º, LXXIV.
A garantia do artigo 5º, LXXIV - assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos - não revogou a de assistência judiciária gratuita da Lei nº 1.060/50, aos necessitados, certo que, para obtenção desta, basta a declaração, feita pelo próprio interessado, de que a sua situação econômica não permite vir a juízo sem prejuízo da sua manutenção ou de sua família. Essa norma infraconstitucional põe-se, ademais, dentro do espírito da CF, que deseja que seja facilitado o acesso de todos à Justiça (CF, artigo 5, XXXV) (STF - 2ª T.; RE nº 205.029-6-RS; Rel. Min. Carlos Velloso; DJU 07.03.1997) RJ 235/102.
Como alegado em peça contestatória, o fato da parte reclamante ter constituído um advogado particular, não há presunção de que haja condições de arcar com as despesas do processo, uma vez, que a relação advogado e cliente é uma relação de confiança, além do mais, os honorários advocatícios nesse tipo de contrato é de risco sendo descontado daquilo que a reclamante obtiver de êxito na ação.
Tendo em vista o alegado reque que seja concedido o benefício da justiça gratuita nos termos da inicial.
Das Despesas com advogado:
A reclamada deverá ser condenada ao pagamento das despesas previstas nos artigos 389 e 404 do CPC.
POR FIM, requer que seja juntado a planilha de cálculos de horas extra por amostragem.
Ainda, no mesmo sentido, impugnamos todo o pedido contestatório, pois não encontra respaldo com os preceitos legais e por tratar-se de imperativa medida de Justiça requer a Reclamante a PROCEDÊNCIA TOTAL do pleiteado nos termos de sua prefacial.
Termos em que,
Pede Deferimento.
São Bernardo do Campo, 24 de janeiro de 2018.
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EDI CARLOS PEREIRA FAGUNDES
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