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Petição caso 11

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL 
DA COMARCA DE ANÁPOLIS/GO 
 
 
 
 
PROCESSO Nº: ____ 
 
 
 
João Pinho, espanhol, viúvo, contador, portador da carteira de identidade nº 
_____, expedida pelo _____, inscrito no CPF sob o nº _____, endereço 
eletrônico ______@____, residente e domiciliado na Rua Uruguai 180, 
Goiânia/GO, pelo advogado infra-assinado, com endereço profissional constante 
da procuração em anexo, para fins do artigo 77, inc. V, do CPC, vem, a esse 
juízo, oferecer 
 
 
CONTESTAÇÃO 
 
 
em face de XYZ, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 
______, endereço eletrônico ______@____, sediada na Rua Limão, 213, 
Anápolis/GO, pelos motivos de fato e direito que passa a expor. 
 
 
 
I – BREVE SÍNTESE PROCESSUAL 
 No dia 05/03/2008, a PARTE RÉ foi fiadora de contrato de locação 
celebrado entre a PARTE AUTORA e o Sr. Mario Vargas, brasileiro, divorciado, 
contador, residente na Rua Barão da Pena, 340, Anápolis/GO, contrato esse que 
hoje vigora por prazo indeterminado. 
 Alega a demandante que a PARTE RÉ é proprietária de 3 imóveis, tendo 
doado às próprias filhas, Mara Pinho e Marta Pinho, no dia 06 de janeiro de 2012, 
com a concordância de ambas, dois desses imóveis, sendo apartamentos 
situados na Rua Arboredo 324, apts. 307 e 505, Goiânia/GO, avaliados em R$ 
200.000,00, cada um, restando somente um imóvel no valor de R$ 120.000,00, 
que não cobrem os débitos locatícios cobrados judicialmente. 
Alega ainda a PARTE AUTORA que o locatário se encontra inadimplente 
desde de 06 de abril de 2014, o que acarretou o ajuizamento de uma ação de 
despejo, proposta perante a 2ª Vara Cível de Anápolis/GO, em 09 de julho de 
2015, e julgada procedente em 25 de novembro de 2016, já se encontrando em 
fase de execução para cobrança dos aluguéis. 
Ao final, requer a citação do réu e a procedência do pedido para anular as 
doações devido à ocorrência de fraude contra credores, uma vez que os imóveis 
doados constituíam todo o patrimônio do réu. 
 
II – PRELIMINARES 
 II.1 – DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO 
 De atenta análise dos autos, resta evidente a ausência de procuração do 
advogado representando a PARTE AUTORA, configurando-se, dessa forma, o 
defeito de representação. 
 Diante disso, deve a PARTE AUTORA ser intimada por esse Douto Juízo 
para que proceda à correção da irregularidade, sob pena de extinção do feito 
sem resolução do mérito, na forma do art. 485, IV, do Código de Processo Civil. 
 
 II.2 – INCOMPETÊNCIA 
 É esse Juízo incompetente para julgamento da presente ação. Como já 
informado nos autos, a PARTE RÉ é residente e domiciliada na cidade de 
Goiânia/GO, e, de acordo com a previsão expressa no art. 46 do CPC, é 
competente o foro do domicílio do réu para as ações fundadas em direito 
pessoal. 
 Portanto, é competente para o julgamento da presente ação o Juízo Cível 
da Comarca da cidade de Goiânia/GO, devendo os autos serem remetidos 
àquele Juízo, conforme determinação constante do art. 64, §3º, do CPC. 
 
 II.3 – PREJUDICIAL AO MÉRITO - DECADÊNCIA 
 A ação é plenamente improcedente, uma vez que a direito do autor 
encontra-se totalmente fulminado pela DECADÊNCIA. 
 Assevera o artigo 178, II, do Código Civil que, no caso de fraude contra 
credores, é de quatro anos prazo decadencial para se pleitear a anulação do 
negócio jurídico, contado do dia em que se realizou o ato. 
 A doação feita pela PARTE RÉ às filhas ocorreu no dia 06/01/2012, tendo 
a PARTE AUTORA ajuizado a ação somente no dia 08/11/2016, ou seja, exatos 
4 anos, 10 meses e 2 dias após o prazo decadencial, tendo a PARTE AUTORA 
decaído do direito de ação. 
 
III – MÉRITO 
 De fato, consta do art. 158 do CC a previsão de que os negócios de 
transmissão gratuita de bens, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles 
reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos 
credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. 
 Porém, por uma questão notavelmente lógica, fez o legislador questão 
de salientar, uma vez que, em um país como o nosso, até o óbvio sempre precisa 
ser dito, no §2º do citado artigo que só os credores que já o eram ao tempo 
daqueles atos podem pleitear a anulação deles. 
 E é exatamente nesse ponto que reside a grande questão. 
 O contrato de locação, que, conforme consta da inicial, hoje vigora por 
prazo indeterminado, inicialmente, possuía o prazo de duração de 30 meses. 
Dispõe o art. 39 da Lei nº 8.245, de 18 de outubro de 1991 – a Lei do Inquilinato 
-, que salvo disposição contratual em contrário, qualquer das garantias da 
locação se estende até a efetiva devolução do imóvel, ainda que prorrogada a 
locação por prazo indeterminado, 
 Ciente das obrigações que lhe cabiam, com total zelo e diligência, mesmo 
diante do fato de ser o contrato de locação por prazo determinado, a PARTE RÉ, 
com 120 dias de antecedência do término do contrato, notificou o locador e o 
locatário de que não renovaria a fiança em caso de prorrogação do contrato, o 
que, na forma do inc. X do art. 40 da Lei do Inquilinato, desobriga o fiador dos 
efeitos da fiança após os 120 dias posteriores à notificação. 
 É claro o art. 819 do CC quando estabelece que a fiança dar-se-á por 
escrito, e não admite interpretação extensiva. Portanto, se, após a notificação ao 
locador e ao locatário de que a fiança não seria renovada. Diante disso, como 
não houve a assinatura da PARTE RÉ em novo contrato de fiança, com o fim do 
contrato de locação, finalizou-se também o contrato de fiança celebrado entre as 
partes, não podendo ser demandada a PARTE RÉ por obrigações posteriores 
ao término do contrato de locação. 
 Ademais, com a doação dos imóveis às herdeiras, a PARTE RÉ antecipou 
a legítima, consoante permissão legal prevista no art. 544 do CC, por terem os 
imóveis de igual valor os imóveis e ser a última vontade declarada por esposa 
da PARTE AUTORA em seu leito de morte para que, no futuro, as irmãs não 
viessem a se desentender por conta de herança. 
 
IV - PEDIDO 
Diante do exposto, requer a esse juízo: 
A – o acolhimento da preliminar de defeito de representação, com a consequente 
extinção do processo sem resolução do mérito, na forma do art. 485, inc. IV, do 
CPC; 
B – o acolhimento da preliminar de incompetência, com a consequente remessa 
dos autos para a Comarca de Goiânia/GO, conforme previsão constante do art. 
64, §3º, do CPC; 
C – o acolhimento da prejudicial de mérito, com a consequente extinção do 
processo com resolução do mérito, na forma do art. 487, inc. II, do CPC; 
D - no mérito, a improcedência do pedido autoral; 
E – a condenação da PARTE AUTORA ao pagamento das despesas 
processuais e os honorários advocatícios de sucumbência. 
 
V - PROVAS 
Requer a produção das provas documentais, depoimento pessoal, testemunhal 
e daquelas que se fizerem necessárias no curso da instrução processual. 
 
Local e data. 
Nome do Advogado 
OAB/ (Sigla do Estado)

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