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Processo Civil II 1º GQ Aula 05

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO Elaborado pelos Novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
Disciplina: Processo Civil II 23 de Agosto de 2017 Cód. Transcrição: 23 e 20 Aula 05 - 1º GQ REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
Em TGP, aprendemos que os ELEMENTOS DA AÇÃO OU DA DEMANDA basicamente são OS PEDIDOS DAS PARTES e a CAUSA DE PEDIR. 
Art. 319, CPC. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
Se observarmos bem, os incisos que estudamos até agora, salvo o valor da causa, encontramos o seguinte: 
• Inciso II – AS PARTES 
• Inciso III – A CAUSA DE PEDIR 
• Inciso IV – O PEDIDO COM SUAS ESPECIFICAÇÕES. 
 
Então, temos aqui basicamente os ELEMENTOS DA DEMANDA, PROVOCAÇÃO. 
 
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PEDIDOS 
 O pedido ou os pedidos dizem respeito a um objeto, aquilo que você pretende com a demanda. Podendo ele ser de duas formas: IMEDIATO e MEDIATO. Valendo ressaltar que CAUSA DE PEDIR e PEDIDO SÃO DIFERENTES, portanto, não confundir. 
• PEDIDO IMEDIATO 
TRATA-SE, BASICAMENTE, DA ESPÉCIE DE SENTENÇA OU O PROVIMENTO JUSRISDICIONAL PRETENDIDO. 
As espécies de sentença são: DECLARATÓRIA, CONDENATÓRIA e CONSTITUTIVA. Contudo, isso varia de acordo com a doutrina que você adota, podendo ser a TEORIA TRINÁRIA ou a TEORIA QUINÁRIA e pode ir além disso, não além que aja mais espécie de sentença, mas além de que existe outra teoria; a TEORIA QUATERNÁRIA. 
• TEORIA TRINARIA: Trabalha com três espécies; Declaratória, Constitutiva ou Desconstitutiva, e Condenatória. 
• TEORIA QUINÁRIA: Na teoria quinaria, são incluídas duas “subespécies” dentro da sentença Condenatória; MANDAMENTAL e EXECUTIVA. Sendo assim, ficam observados cinco tipos de espécies: Declaratória, Constitutiva ou Desconstitutiva, Condenatória, Mandamental e Executiva. 
• TEORIA QUATERNÁRIA: Nessa teoria a espécie Condenatória é eliminada, ficando apenas as espécies Declaratória, Constitutiva ou Desconstitutiva, Mandamental e Executiva. 
EMINÊNCIA SEMÂNTICA X PRAGMÁTICA 
Quando se pensa em Teoria Quinária e Trinária, e observando essa contraposição, o texto de Eduardo Costa (ps revisor.: lembrando que não é o cantor de ME APAIXONEEEEEIIIII QUANDO VI OS TEUS LINDOS OLHOS BRILHANDO não, é o jurista mesmo. Agora fiquem com essa música na cabeça, bjs.) diz que os adeptos da teoria trinária e da teoria quinária não dialogam entre si; não existindo um diálogo efetivo. Isso se dá com a percepção de que a teoria trinária é eminentemente semântica e a quinária, ou quando se pensa em sentença mandamental ou executiva, ela é pragmática. 
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 Se fala em EMINÊNCIA SEMÂNTICA, na Teoria Trinária, das sentenças Condenatória, Constitutiva e Declaratória porque não existe um resultado palpável nessas decisões. De imediato não existe. Quando o juiz declara algo não se vê a declaração, não se pega a declaração. Quando ele constitui e desconstitui, o mesmo, isso se passa no plano das ideias e a condenação também, uma vez que, por exemplo, se alguém foi condenado a lhe pagar alguma coisa, o dinheiro não vai sair da conta dele imediatamente e cair na sua; tem-se que executar, mas é algo que vem posteriormente. 
 Já nas sentenças Mandamental e Executiva é o oposto, pois trata-se do LADO PRAGMÁTICO. É preciso verificar aquela situação; o fazer ou não fazer, ou a coisa pretendida. Então, quando penso, por exemplo, em uma ação de despejo, eu quero o imóvel de volta, e assim, a pessoa que está nela será retirada. Ou quando penso na empresa que está fazendo a restauração da fachada da faculdade; penso em uma decisão mandamental que impõe uma ordem, um fazer; a realização da reforma da fachada. Aqui terei um resultado concreto, palpável, visível; logo, tem-se o lado pragmático. 
EX: Declarar a falsidade de um documento, o documento vai ser falso, mas como é que você pega e vê a falsidade? Não vai chegar ninguém lá e riscar e dizer que o documento é falso. Mas a declaração em si, ela produz RESULTADO SEMÂNTICO ou no mundo das ideias, no mundo normativo. Quando o juiz diz: Decreto o divórcio, desfez o vínculo matrimonial, mas você não pega isso ou vê isso; está no plano das ideias, daí a ideia do semântico. 
Por isso que Eduardo Costa diz que as pessoas não dialogam, pois do ponto de vista semiótica: sintática, semântica, pragmática, se você está analisando um fenômeno por lentes de tintas, uma está analisando por lentes semântica e a outra por lentes pragmática, é claro que você vai chegar a conclusões diversas. 
Só que, é uma crítica que o Pontes já fazia, a sentença condenatória ela é artificial, pois ela é semântica, mas quer ser pragmática. Isso não acontece nos demais casos, então você condena e depois você tem que executar. 
É interessante o que o Pontes fez ao trabalhar essa ideia de CARGAS EFICÁCIAS; demonstrar que quando eu digo a vocês sobre uma sentença declaratória ou quando eu digo que ela é constitutiva ou condenatória, eu à classifico de acordo com a carga eficacial que prepondera, não é a única carga eficacial que ali existe e isso é interessante, por que você começa a ver a complexidade de 
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cada uma das situações. Então uma sentença declaratória não é apenas uma sentença declaratória, ela é também é, em certa medida, mandamental. Ela também pode ser em certa medida condenatória, ai as cargas eficácias vão diminuindo, porque ela produz outros efeitos. 
• PEDIDO MEDIATO TEM-SE COMO PEDIDO MEDIATO O BEM DA VIDA PRETENDIDO. 
 BEM DA VIDA PRETENDIDO quer dizer o resultado que se pretende no plano da vida. 
EX 1: Quero a condenação de alguém para me entregar um carro; o bem da vida é o carro. 
EX 2: Quero a condenação de alguém para que ele me pague um determinado valor; o bem da vida será aquele valor. 
EX 3: Quero que seja reconhecido o meu direito de resposta. Sofri uma crítica e quero meu direito de resposta; o bem da vida será a resposta. 
Aquilo que você pretende, que pode ser ou não algo que você visualize, pode ser palpável ou não. Sendo uma obrigação de fazer ou não fazer, dar coisa ou pagar algum valor, você vai visualizar isso, vai ser algo palpável. 
Porém, se for uma DECLARAÇÃO, nesse caso não vou ter um resultado palpável, mas terá o bem da vida. 
EX 1: Declaração de falsidade de documento; o bem da vida vai ser a falsidade. 
EX 2: Quebra do vínculo matrimonial; o bem da vida será o divórcio. 
Uma coisa é conectada a outra, indenização de 20 mil, terá uma sentença condenatória, o bem da vida é o valor pretendido. Não precisa dizer na justiça que quero uma ação condenatória ou quero uma sentençadeclaratória, isso é o tipo de coisa que você constrói na sua petição. 
EX1: Eu quero que a parte contrária seja condenada a pagar uma indenização. 
EX 2: Eu quero que a parte contrária seja obrigada a entregar o objeto. 
EX 3: Eu quero que a parte contraria seja obrigada a realizar um show. 
EX 4: Eu quero que a parte contraria seja obrigada a realizar um treinamento. 
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PEDIDO COM AS SUAS ESPECIFICAÇÕES 
Art. 319, CPC. IV – pedido com suas especificações; O pedido com suas especificações também é um requisito da petição inicial. Isso se dá, pois o PEDIDO precisa ser possível, completamente individuado, isto é detalhado, especificado. Na medida do possível você tem que extremar o seu pedido de qualquer outro. 
Então o que você quer? Especifique gênero, qualidade e se for o caso especifique a quantidade, se o seu pedido poder ser mensurado. 
 É preciso especificar o pedido porque eu não posso ir a justiça narrar uma situação de fato e simplesmente dizer ao juiz que faça justiça e me dê aquilo que é de direito. Isso se dá graças a IMPARCIALIDADE. 
A JURISDIÇÃO não apenas é INERTE, como ela também precisa respeitar os LIMITES DA PROVOCAÇÃO, as balizas, as raias do pedido. 
 Daí entra a ideia que o juiz NÃO pode julgar: ULTRA (além), EXTRA (fora) ou INFRA (a quem julgar, apreciar). 
O PODER DO JUIZ É LIMITADO PELO PEDIDO. A PESSOA QUE LIMITA O PODER DA JURISDIÇÃO. É O PEDIDO QUE FAZ ISSO. 
Lembrar que o juiz não é parte do processo e não pode se comportar como se fosse, não pode exercer situações jurídicas titularizadas pelas partes. Por exemplo: O juiz não pode produzir provas, pois a produção de provas ela é um exercício do contraditório, são as partes que produzem provas. Outro exemplo: O juiz não pode dá início à jurisdição, quem dá início é a parte e seu julgador. 
IMPARCIALIDADE OBJETIVA OU FUNCIONAL, também conhecida como IMPARTIALIDADE, onde o juiz não é parte. 
O que falamos foi na PERSPECTIVA DA JURISDIÇÃO: dá Imparcialidade, dá Inércia e do juízo natural, mas no caso da PERSPECTIVA DO RÉU, essa especificação do pedido é importante para o réu, pois assim ele sabe como se defender, uma vez que, se o autor pudesse chegar à justiça e simplesmente dizer “Excelência me dê o direito ou faça justiça no caso concreto”; não ia ter como o réu se defender, exercer seu contraditório, sua ampla defesa. 
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EX 1: O Ministério Público pede o reflorestamento de uma determinada área: bom, se eu quisesse delimitar o pedido, se for possível, já no início do processo, eu já veria qual a área foi desmatada, quais espécies da flora que existiam naquela localidade. Eu não posso numa área que havia Mata Atlântica ir lá e plantar coqueiro. Se eu planto capim, eu não estou reflorestando nada. 
EX 2: Se alguém pedir para entregar 50 garrafas de vinho, 50 garrafas de vinho dizem muita coisa? Isso não diz nada, pois depende do vinho. Vai depender da safra do vinho, pode ser uma garrafa de 600 ml ou pode ser uma de 1,5L. 
PEDIDO DETERMINADO X PEDIDO GENÉRICO 
Tudo isso é importante para delimitar o meu pedido. Isso é indispensável quando se estuda execução, pois se vai executar uma obrigação e é preciso que se tenham todos os elementos da obrigação e isso pode passar, conforme o caso por um PEDIDO DETERMINADO. Se o seu pedido for determinado, dificilmente na sentença, o magistrado não vai fixar todos os elementos da obrigação, mas isso vai depender da formulação do seu pedido. 
O PEDIDO PRECISA SER DETERMINADO, mas o §1º do art. 324, CPC, comporta algumas EXCEÇÕES: 
Art 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular PEDIDO GENÉRICO: I – nas AÇÕES UNIVERSAIS, se o autor puder individuar os bens demandados; II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deve ser praticado pelo réu. Mas antes do PEDIDO ser DETERMINADO ele precisa ser EXPRESSO, ser CERTO, ser EXPLICITO. 
A REGRA é que se faça um pedido expresso, mas a LEGISLAÇÃO no parágrafo 1º do art. 322 ADMITE em alguns casos os pedidos implícitos (Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios), você não precisa pedir expressamente, é algo que decorre, é algo implícito à sua compostura. Então, por exemplo, eu não preciso pedir a condenação do réu em honorário de sucumbência, se no caso ele perder ele vai pagar às despesas processuais, ele 
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vai pagar os honorários advocatícios, se ele for condenado a pagar algum valor eu não preciso pedir incidência de juros de mora, tampouco de correção monetária, mais uma vez ele vai ter que pagar devidamente o valor atualizado, corrigido, mas isso bem ressalvado em lei, não mais eu não posso fazer um pedido de indenização para a família. 
Bom, imagine o seguinte: o jogador de futebol profissional se envolve em um acidente, por força disso ele fica um bom tempo sem poder jogar, ele vai à justiça postulando indenização pelo prejuízo materiais ao seu veículo e também ao prejuízo que ele está se portando como atleta profissional, imagine que como ele está machucado sem previsão de retorno, ele começa a perder patrocínios. Ele vai à justiça, postulando por alguns patrocínios que ele já perdeu, também porque o plano de saúde, tampouco o clube, não cobre o tratamento que ele precisa. 
E além da verdade, o que vai acontecer, a situação quando ele entra com o processo é uma, mas ele não sabe, ele não tem condições de delimitar os exatos efeitos do dano porque ele ainda está suportando aqueles efeitos, então ele vai começar a se submeter a alguns tratamentos, mas ele não sabe o que vai acontecer depois, se o tratamento será eficaz ou não. Se ele vai precisar de outros tratamentos, se vai precisar de medicamentos. Ele não sabe inclusive o que vai acontecer depois do processo. 
O clube pode dispensá-lo ou ele pode perder todos os patrocínios. Essa é uma situação que a lei autoriza o PEDIDO GENÉRICO, então você vai à justiça pelo art. 324, II, onde você não tem condições de dimensionar todos os efeitos do dano. E claro, aquilo que você pode dimensionar, você tem que especificar na compostura. Então quanto aos prejuízos materiais com relação ao veículo, se eu já sei, vou especificar, eu vou comprovar, mas quanto aos tratamentos médicos e os efeitos do dano, isso não tem como dizer, então vamos pensar em algo bastante comum, onde no artigo 324, inciso I, fala sobre AÇÕES UNIVERSAIS – você não precisa determinar seu pedido. 
Em outra situação, na qual um suposto herdeiro, alguém que foi deixado de lado, não indicado ao inventário, chega e diz que também é herdeiro e quer o reconhecimento de seu quinhão hereditário por ser filho do falecido, apresentando certidão de nascimento em nome do falecido, mesmo sendo de outro casamento. “Eu quero o meu Quinhão Hereditário (UNIVERSALIDADE DE BENS), o 
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ESPÓLIO, basicamente, consiste basicamente na Universalidade de Bens e direitos e deveres deixados pelo De Cujos.” 
Quando você tem seu QUINHÃO HEREDITÁRIO, você não tem como determinar, todos os bens, tudo aquilo deixado pelo falecido, então é necessário inventariar os bens, para que depois se reserve de partida. 
 Isso também pode acontecer conforme um caso de dissolução de sociedade, onde um dos sócios tem interesse de desfazer da sociedade, ora, devemos levantar todo o seu patrimônio,isso supondo que trata-se de uma sociedade que tenha vários bens, tenha um faturamento maior, dinheiro investido, então tudo isso deverá ser levantado e cada um tenha direito que caba às suas formas e ações. Também pode fazer um PEDIDO GENÉRICO nesse caso. 
Outra situação permitida em lei, com três incisos, no art. 324, parágrafo I, é sempre que as informações que você necessita estiverem em poder da parte contrária, então se as informações que você necessita estejam com a parte contrária, você pode formular um PEDIDO GENÉRICO. Ora sem aquelas informações do empregador, sem as informações do banco não tem condições de eu determinar o meu pedido, então eu peço que ele informe aquelas informações de pedido e depois eu faço o pedido. 
 CUMULAÇÃO DE PEDIDOS 
Se pode ir à justiça para pedir uma coisa, mas se existir mais de uma pretensão quanto a parte contrária se pode pedir, duas, três ou mais coisas. Depende das PRETENSÕES AUTOR. 
Tenho uma pretensão à indenização; tenho pretensão a uma obrigação de fazer; tenho uma pretensão à entrega de coisa; então no mesmo processo eu posso CUMULAR VÁRIOS PEDIDOS. Isso naturalmente está sujeito a regras, essas regras estão nos artigos 326 e 327. 
Art. 326, CPC. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. 
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Art. 327, CPC. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1o São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2o Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3o O inciso I do § 1o não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326. Essas regras no procedimento comum ordinário. No ponto de vista da doutrina, isso se chama de CÚMULO DE PEDIDOS, também chamado de CÚMULO OBJETIVO, CUMULO DE PRETENSÕES, podendo ser classificado como CÚMULO PRÓPRIO e IMPRÓPRIO. Então aquilo que seria propriamente uma cumulação e impropriamente uma cumulação: 
• CÚMULO PRÓPRIO: Tudo aquilo que tem forma. Tudo aquilo que você pede você realmente quer, um pedido não exclui o outro. 
• CÚMULO IMPRÓPRIO: Se formula mais de um pedido, mas só quer um deles. Exemplo: Se eu compro uma geladeira e ela vem com um defeito na porta, eu posso pedir o conserto daquela porta, outra geladeira ou o dinheiro de volta, mas não posso ter todos os pedidos realizados. 
Quando eu for à justiça realizo um pedido, caso ele não seja possível é que o juiz analisará o segundo pedido. Então vem a loja e diz que a geladeira saiu de série ou que você comprou a última geladeira, seguindo pro último pedido que seria o dinheiro de volta. 
No CÚMULO PRÓPRIO o que irá determinar se será SIMPLES ou SUCESSÍVEL é se os pedidos serão dependentes entre si ou não, então imagine: eu peço indenização por danos morais e indenização por danos estéticos, indenização por danos emergentes e indenização por lucros cessantes. 
Pois bem, vou dizer que a CUMULAÇÃO será SIMPLES se o juiz puder analisar eventualmente acolher ou rejeitar cada um deste pedido isoladamente, isto é, a sorte de um deles não determina a sorte do outro. Ele pode acolher os danos morais e rejeitar os lucros cessantes, por exemplo. Os pedidos são independentes entre si, não existe uma PREJUDICIALIDADE entre eles. 
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Já no CÚMULO PRÓPRIO SUCESSÍVEL imaginando a seguinte situação: eu venho mantendo relação com alguém, um namoro mais sério, havendo coisas minhas na casa dela, coisas dela na minha, havendo aí uma zona cinzenta, sendo configurado como uma união estável. 
 Em algum momento será de agrado algum patrimônio do casal e em outro momento esta relação chega ao seu fim e uma das partes diz: não, havia uma união estável e por força dela o patrimônio que foi de meu agrado durante a união estável deverá ser partilhado e com isso vai à justiça para que haja o reconhecimento da união estável, de sua absolvição e a partilha de bens, pergunto: se a união estável não for reconhecida o juiz deverá considerar a partilha de bens? Não, havendo neste caso a PREJUDICIALIDADE, veja, eu não estou dizendo que ele irá rejeitar a partilha, ele nem sequer irá apreciar, pois, o SEGUNDO PEDIDO DEPENDE DO ACOLHIMENTO DO PRIMEIRO. 
CÚMULO EVENTUAL, é quando existe uma ORDEM DE PRIORIDADE ENTRE OS PEDIDOS, eu quero a restituição, a troca do produto, não sendo possível a troca, eu quero o desfazimento do negócio e a restituição dos valores pagos ou eu quero abatimento do preço – CUMULAÇÂO IMPRÓPRIA EVENTUAL - Sempre que existe uma ordem de preferência, então se você quer uma coisa, ou outra será cumulação eventual. 
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