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BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 2 de 244www.grancursosonline.com.br SUMÁRIO 30. Operações de Crédito Bancário ...............................................................4 31. Pessoas Jurídicas de Direito Privado .........................................................8 32. Mandato e Procuração .........................................................................16 33. Fundamentos do Crédito ......................................................................18 34. Riscos da Atividade Bancária ................................................................23 35. Principais Variáveis Relacionadas ao Risco de Crédito ...............................25 36. Tipos de Operações de Crédito Bancário .................................................25 37. Crédito Pessoal ...................................................................................27 38. Crédito Direto ao Consumidor (CDC) ......................................................28 39. Microfinanças: Base Legal, Finalidade, Forma de Atuação .........................29 40. Desconto de Duplicatas, Notas Promissórias e Cheques Pré-Datados ..........34 41. Contas Garantidas ...............................................................................35 42. Financiamento de Capital Fixo ...............................................................35 43. Financiamento de Capital de Giro ..........................................................36 44. Cartão de Crédito ................................................................................37 45. Microcrédito Urbano ............................................................................47 46. Crédito Rural ......................................................................................55 47. Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – 1ª Parte ......................................................................................... 60 48. Programa Nacional de fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) – 2ª Parte ..................................................................................................69 49. Crédito Industrial, Agroindustrial, para o Comércio e para a Prestação de Serviços ..................................................................................................78 50. Operações de Crédito Geral e Operações de Crédito Especializado ..............80 51. Conta-Corrente: Abertura, Manutenção, Encerramento, Pagamento, Devolução de Cheques ..............................................................................91 52. Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos (CCF) .............................99 BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 3 de 244www.grancursosonline.com.br 53. Serviço de Compensação de Cheque e Outros Papéis (Compe) ................ 102 54. Depósitos à Vista .............................................................................. 104 55. Depósitos a Prazo (CDB e RDB) ........................................................... 107 56. Caderneta de Poupança ..................................................................... 108 57. Fundos Mútuos de Investimento .......................................................... 110 58. Títulos de Capitalização ...................................................................... 125 59. Planos de Aposentadoria e Pensão Privados Abertos ............................... 127 60. Planos de Aposentadoria e Pensão Privados Fechados ............................ 131 61. Planos de Seguros ............................................................................. 131 62. Cobrança e Pagamento de Títulos e Carnês ........................................... 133 63. Convênios de Arrecadação/Pagamentos ............................................... 135 64. Sistema de Pagamentos Brasileiro ....................................................... 137 65. Noções de Direito Aplicadas às Operações de Crédito ............................. 141 66. Contratos por Instrumento Público e Particular ...................................... 145 67. Instrumentos de Formalização das Operações de Crédito ........................ 147 68. Contratos por Instrumento Público e Particular ...................................... 149 69. Nota Promissória ............................................................................... 152 70. Duplicata ......................................................................................... 153 71. Cheque – Requisitos Essenciais, Circulação, Endosso, Cruzamento ........... 155 72. Garantias do Sistema Financeiro Nacional ............................................. 163 73. Aval ................................................................................................ 164 74. Fiança ............................................................................................. 166 75. Penhor............................................................................................. 169 76. Alienação Fiduciária ........................................................................... 177 77. Hipoteca .......................................................................................... 179 Exercícios .............................................................................................. 186 Gabarito ................................................................................................ 243 BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 4 de 244www.grancursosonline.com.br 30. OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO Considera-se operação de crédito bancário, ou operação de crédito simplesmen- te, a transação realizada entre um consumidor (denominado tomador ou devedor) e uma instituição bancária ou financeira (denominada credora), que coloca à disposi- ção do tomador determinado montante de recursos financeiros, comprometendo-se o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. Recomenda-se que, antes de contratar uma operação de crédito, o consumidor pesquise as diversas opções disponíveis, pois as condições da operação podem variar de uma instituição para outra. Para facilitar a comparação entre as ofertas, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que as instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, antes da contratação da operação, divul- guem o Custo Efetivo Total (CET), que resume em uma única taxa todos os encar- gos e despesas previstos para a operação. Conhecendo o CET, o consumidor sabe quanto efetivamente irá pagar pelo crédito. Pelo menos dois aspectos importantes devem ser observados antes de contratar uma operação de crédito: CID ROBERTO O Prof. Cid Roberto é profissional da atividade bancária desde 1968. Ministra aulas de Conhecimentos Bancários para concursos de instituições financeiras públicas em vários cursinhos do Brasil. Atua como Educador Corporativo na Universidade Corporativa do Banco do Brasil desde 1987. Possui as certificações profissionais da ANBID – Associação Nacional dos Bancos de Investimento CPA-10 e CPA-20. Aposentado desde 2005, por tempo de serviço, após 30 anos no Banco do Brasil e três anos em banco particular. É bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade Morais Júnior, do Sindicato dos Contabilistas do Rio de Janeiro e em Administração pela Universidade de Brasília – UnB. Fez o curso de especialização “Financial Markets” na Yale University (Connecticut) – 2014, “Bank Management for Superior Results” na University of Texas (Austin) e DePaul University (Chicago) e “Engenharia Financeira, Produtos e Serviços” no Citibank (Fort Lauderdale e New York). Cursou o MBA – Executivo em Finanças do Ibmec – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Brasília-DF).BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 5 de 244www.grancursosonline.com.br • o consumidor deve ler atentamente o contrato, onde estão estabelecidas to- das as condições da operação, incluindo os direitos e as obrigações do credor e do devedor; e • o consumidor deve verificar se os compromissos assumidos são compatíveis com o seu orçamento, para evitar os problemas decorrentes da inadimplência e do endividamento excessivo. Cadastro O cadastro é um conjunto de informações sobre uma pessoa física ou uma pes- soa jurídica. Em conjunto com outras informações, fornece qualidade e segurança às decisões, sendo a base para uma concessão de crédito com risco calculado. No processo de decisão de conceder crédito, as instituições financeiras procuram cercar-se de todos os cuidados a fim de que a operação dê certo. Uma operação de crédito dá certo quando a instituição financeira libera recursos financeiros para alguém e recebe de volta esse dinheiro numa data futura, acrescido dos juros combinados. A estruturação de uma operação de crédito, empréstimo ou financiamento, é o pro- cesso pelo qual se analisam e se definem as condições em que o negócio será realizado. As condições se referem, basicamente, ao valor, à forma de pagamento, ao en- quadramento em razão da finalidade do crédito, às garantias e ao preço, entendido como preço o custo da operação de crédito para o tomador, ou seja, os encargos financeiros, os juros, que serão cobrados do devedor. Como pré-requisito para a análise de alguma operação de crédito, é necessário que se tenha um cadastro atualizado daquele que pretende tomar recursos finan- ceiros de uma instituição financeira. Sem informações cadastrais de qualidade, atualizadas e consistentes, o processo de concessão de crédito fica prejudicado. Conceder crédito com base em cadastro de baixa qualidade significa confiar “cega- mente” em quem não se conhece. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 6 de 244www.grancursosonline.com.br Na elaboração da ficha cadastral, tanto da pessoa física como da pessoa jurí- dica, devem ser inseridos dados e informações a respeito do cliente, de modo a identificar seu caráter e perfil socioeconômico. Nesse sentido, devem constar, preferencialmente, os seguintes dados e infor- mações a respeito dos clientes na ficha cadastral: Pessoa Física Dados Pessoais: nome completo, número de CPF/número do RG, profissão, filiação, data de nascimento, nacionalidade, estado civil, regime de casamento, nú- mero de dependentes e endereço. Dados Profissionais: empresa em que trabalha, endereço comercial, data de admissão, cargo e renda. Dados do Cônjuge: nome, empresa onde trabalha, cargo, renda e endereço comercial. Fontes de Referência: pessoais, comerciais, bancárias, cartões de crédito etc. Bens Imóveis: casas, apartamentos, terrenos, fazendas etc., com discrimina- ção do valor de mercado, área, endereço, existências de ônus, com confirmação por meio de certidão de registro do cartório de imóveis. Outros Bens: veículos, títulos, poupança etc. Seguros: tipo de seguro, valor e vencimento das apólices. Participação em Empresa: nome e CNPJ da empresa de que participa, capital social e percentual de participação. Pessoa Jurídica Identificação da Empresa: denominação social, nome de fantasia, endereço, data de constituição, capital social, controle acionário, número do CNPJ e do regis- tro na Junta Comercial. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 7 de 244www.grancursosonline.com.br Atividade da Empresa: ramo de atividade, número de empregados, principais produtos vendidos, compras do último exercício, vendas dos últimos exercícios (percentual de vendas no mercado interno e no mercado externo). Acionistas, Sócios ou Titular: acionistas, sócios ou titulares da empresa – identificados nominalmente – com número do CPF e RG, nacionalidade e participa- ção no capital social. Diretores ou Sócios Gerentes: diretores e gerentes da empresa, com número do CPF, cargos que ocupam e respectivos poderes que lhes são conferidos. Participações em Empresas: empresas de que participa, incluindo nome, CNPJ, sede, capital social e o percentual sobre o capital votante. Participação dos Sócios/Diretores: empresas de que participam, citando nome, CNPJ, cargo, período de mandato etc. Seguros: nome da seguradora, modalidade, valor e vencimento das apólices em nome da empresa. Referências Comerciais: principais fornecedores e clientes da empresa, com endereço e número do CNPJ. Referências Financeiras: instituições onde a empresa mantém ou manteve operações de crédito e contas correntes. Eventuais restrições, tanto da pessoa física como da pessoa jurídica, precisam ser transcritas na ficha cadastral e deve abranger: • devolução de cheques; • informações sobre protesto de títulos; • consulta aos diversos sistemas de informações (CADIN, SERASA, ANC- Impe- dimentos/Restrições); • consulta ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito); • obtenção de informações bancárias e comerciais; • pesquisa de fontes pessoais; BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 8 de 244www.grancursosonline.com.br • pesquisa em cartórios (falências, concordatas, execuções, penhoras, ações cíveis e criminais); • certidões cíveis, fiscais e trabalhistas; • registros internos da agência. 31. PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO Conforme o art. 44 do Código Civil brasileiro, são pessoas jurídicas de direito privado: • as associações; • as sociedades; • as fundações; • as organizações religiosas; • os partidos políticos; e • as empresas individuais de responsabilidade limitada. As pessoas jurídicas de direito privado são instituídas por iniciativa de particulares e se dividem em duas categorias: de um lado as estatais e de outro as particulares. Para essa classificação leva-se em conta a origem dos recursos empregados na constituição da pessoa, pois as estatais são aquelas em que o capital é composto com a contribuição do Poder Público (sociedades de economia mista, empresas públicas) e as particulares são as constituídas apenas com recursos particulares. Associações São agrupamentos de indivíduos sem finalidade lucrativa, como os clubes es- portivos, os centros culturais, as entidades pias etc. Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: • a denominação, os fins e a sede da associação; • os requisitos para admissão, demissão e exclusão dos associados; • os direitos e deveres dos associados; BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 9 de 244www.grancursosonline.com.br • as fontes de recursos para sua manutenção; • o modo de constituição e funcionamento dos órgãos deliberativos e adminis- trativos; • as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir catego- rias com vantagens especiais. Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. Em regra, a qualidade de associado é intransmissível, salvo se o estatuto dis- puser o contrário. Se o associado for titular de quota ou de fração ideal do patrimônio da associa- ção, a transferência da referida quota não importará, na atribuição da qualidade de associado ao adquirente ou herdeiro, salvo disposição diversa no estatuto. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, obedecido o dis- posto no estatuto. Sendo o estatuto omisso, poderá tambémocorrer se for reconhecida a existên- cia de motivos graves, em deliberação fundamentada, pela maioria absoluta dos presentes à assembleia geral (órgão deliberativo máximo das associações) espe- cialmente convocada para esse fim. Se houver a dissolução da associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais titularizadas pelos associados, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto. Se omisso o estatuto, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. Não existindo no Município, Estado, DF ou Território em que a associação tiver sede, instituição nas condições mencionadas, o que remanescer de seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do DF ou da União. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 10 de 244www.grancursosonline.com.br Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente já referida, receber em res- tituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. Sociedades São agrupamentos de indivíduos com escopo de lucro. Podem ser: Sociedades simples – são as pessoas jurídicas de direito privado que têm por objeto atividades econômicas específicas distintas das de empresário (ex.: escritó- rio de advocacia, de engenharia etc.). Sociedades empresárias – são pessoas jurídicas de direito privado que têm por objeto social o desenvolvimento de uma atividade típica de empresário, isto é, atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços. Composição Societária e Composição Acionária A composição societária diz respeito às Sociedades Limitadas. A composição dos sócios se dá por meio do Contrato Social, que define a finalidade e os membros. Seus sócios são claramente identificados no Contrato Social. A composição acionária tem a ver com as Sociedades Anônimas. A composição se dá por meio do Estatuto Social que define o valor do Capital Social e a quantida- de de ações que irão representá-lo. É chamada de Sociedade Anônima porque, em geral, seus sócios não são identificados. Forma de Tributação A forma de tributação, também chamada de regime tributário, é um sistema de cobrança que estabelece os impostos que a empresa deve pagar para o governo. Isso varia de acordo com o tipo, o faturamento e o tamanho do negócio. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 11 de 244www.grancursosonline.com.br Simples Nacional O Simples Nacional é um dos mais usados e é ideal para as pequenas e micro- empresas com uma receita bruta (lucro) anual de até R$ 4,8 milhões. Esse tipo de regime facilita a vida de empresários com este tipo de empresa, já que anterior- mente eles pagavam seus impostos federais, estaduais e municipais por meio de guias e datas separadas. Graças à inclusão deste sistema tributário, foi criado o Documento de Arreca- dação, que unificou todo o recolhimento dos impostos e repassa automaticamente cada imposto para as suas devidas contas. O simples nacional recolhe impostos como IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, PASEP, CPP, ICMS e ISS, sendo que todo valor arrecadado é calculado através de um sistema informatizado disponível para os empresários no site da Receita da Fazenda. Lucro Presumido Segundo a lei, o lucro presumido permite que as empresas optem por este regi- me para atribuir um lucro tributável com base na porcentagem de seu faturamento, ou seja, o governo presume qual será o lucro de determinada empresa baseado nas atividades que exerce. Dessa forma, o governo consegue gerar um valor médio da alíquota (porcenta- gem) de impostos que devem pagar. Para a empresa fazer parte do regime tributá- rio lucro presumido é essencial que seu faturamento seja abaixo de R$ 78 milhões anuais, não atue no mercado financeiro (bancos, corretoras entre outras), não te- nha rendimentos de capital oriundos do exterior e não usufrua dos benefícios fiscais. Lucro Real Segundo o art. 6º do Decreto-Lei n. 1.598, de 26/12/1977, lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pelo Regulamento. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 12 de 244www.grancursosonline.com.br Dessa forma, a tributação do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) pelo lu- cro real se dá mediante a apuração contábil dos resultados, com os ajustes deter- minados pela legislação fiscal. A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real correspondente ao período de apuração. Como regra geral, integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de incidência do imposto. O imposto será determinado com base no lucro real por períodos de apuração trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendário. No caso da apuração com base no lucro real, o contribuinte tem a opção de apurar anualmente o imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente o imposto por estimativa. A pessoa jurídica, seja comercial ou civil o seu objeto, inclusive aquela que ex- plore atividade rural, pagará o imposto à alíquota de 15% sobre o lucro real, com adicional de 10% sobre a parcela do lucro que exceder R$ 20.000,00 por mês. Estão obrigadas ao regime de tributação com base no lucro real as empresas que desenvolvam as seguintes atividades: • bancos comerciais; • bancos de investimentos; • bancos de desenvolvimento; • caixas econômicas; • sociedades de crédito, financiamento e investimento; • sociedades de crédito imobiliário; BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 13 de 244www.grancursosonline.com.br • sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio; • distribuidora de títulos e valores mobiliários; • empresas de arrendamento mercantil; • cooperativas de crédito (não terão incidência do imposto de renda sobre suas atividades econômicas, de proveito comum, sem objetivo de lucro); • empresas de seguros privados e de capitalização; e • entidades de previdência privada aberta. Fundações Constituem-se numa universalidade de bens ou direitos, dotados de persona- lidade e destinados a uma determinada finalidade social, estabelecida pelo seu instituidor. São pessoas jurídicas de direito privado, sem fins econômicos ou lucrativos, que se formam a partir da existência de um patrimônio destacado pelo seu instituidor através de escritura pública ou testamento, para servir a um objetivo específico, voltado a causas de interesse público. As fundações podem ser constituídas por indivíduos, por empresas, ou pelo poder público. Nesse último caso, temos as fundações públicas, pertencentes ao primeiro setor. É importante que exista uma declaração de vontade clara do insti- tuidor para a constituição da fundação, especificando os bens destinados a formar seu patrimônio e os seus fins. Esse patrimônio precisa ser suficiente para garantir que a fundação cumpra suas finalidades. Assim, fundação é a instituição que se forma pela destinação de um patrimônio para servir a certo fim de utilidade pública ou atuar em benefício da sociedade.Caracterizam-se por seus fins de caridade ou beneficentes, pesquisa, educação, saúde etc. (seus objetivos principais), e pelo fato de ocorrer, com a sua instituição, BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 14 de 244www.grancursosonline.com.br uma personalidade patrimonial. Isso quer dizer que, diferente das associações, em que o foco é o indivíduo, nas fundações o núcleo central é o patrimônio. Em geral, as fundações são administradas por um Conselho de Administração, Deliberativo ou Curador (que decide em linhas gerais quanto à forma de atuação da entidade), uma Diretoria-Executiva ou Superintendência (órgão executor) e um Conselho Fiscal (que realiza o acompanhamento das contas e atividades). A fundação somente poderá constituir-se para fins de: • Assistência social; • Cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; • Educação; • Saúde; • Segurança alimentar e nutricional; • Defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desen- volvimento sustentável; • Pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, moderniza- ção de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conheci- mentos técnicos e científicos; • Promoção da ética, cidadania, democracia e dos direitos humanos; • Atividades religiosas. Organizações Religiosas A organização religiosa é um tipo de pessoa jurídica destinada a abrigar as ins- tituições de cunho religioso. Normalmente arrecadam contribuições para manuten- ção dos templos e de seus entes participativos e para caridade. São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o seu funcionamen- to, sendo vedado ao poder público negar-lhe reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 15 de 244www.grancursosonline.com.br Partidos Políticos O partido político é a pessoa jurídica de direito privado destinada a assegurar, no interesse do regime democrático, a autenticidade do sistema representativo e a defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal. É livre a criação, a fusão, a incorporação e a extinção de partidos políticos cujos programas respeitem a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartida- rismo e os direitos fundamentais da pessoa humana, sendo assegurada, ao partido político, autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento. O partido político é uma organização ou associação política estável apoiada a uma ideologia determinada relacionada entre seus afiliados e seguidores, que aspi- ra em algum momento o poder de uma nação para poder impor e desenvolver seu programa político. Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada – EIRELI É aquela constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não poderá ser inferior a 100 vezes o maior salário mínimo vigente no País. O titular não responderá com seus bens pessoais pelas dívidas da empresa. A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. Ao nome empresarial deverá ser incluído a expressão “EIRELI” após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. A EIRELI também poderá resultar da concentração das quotas de outra moda- lidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. A empresa individual de responsabilidade limitada será regulada, no que couber, pelas normas aplicáveis às sociedades limitadas. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 16 de 244www.grancursosonline.com.br 32. MANDATO E PROCURAÇÃO No mandato há duas pessoas envolvidas: o mandante e o mandatário. O man- dante é aquele que dá um mando, atribui um poder. O mandatário é aquele que recebe o poder. A procuração é o instrumento do mandato. Mandato é contrato por meio do qual alguém (mandatário, ou procurador) re- cebe poderes de outra pessoa (mandante) para, em seu nome, executar atos de efeitos jurídicos ou administrar interesses e sua aceitação obriga ao mandatário a praticar os atos previstos no contrato. Mandatário é gênero. Procurador é espécie. O Código Civil, no seu art. 653, apresenta a definição de mandato ao estabele- cer que: “Opera-se o mandato, quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato”. Por conseguinte, o mandatário age em nome do mandante, em seu nome praticando atos ou administrando interesses. O mandante é a pessoa que outorga poderes para que outro possa agir em seu nome, praticar atos ou realizar negócios. O mandatário ou procurador é a pessoa investida nos poderes outorgados pelo mandante. É procurador, porque este se uti- liza da procuração, que, como já dito, é o instrumento representativo do mandato e onde constam os poderes que lhe foram conferidos para agir segundo a vontade do mandante. O instrumento de procuração quanto à sua forma pode ser público ou particular. Será pública se lavrada por tabelião de notas, em livro próprio, arquivando-se o original e expedindo-se um traslado ou certidão. A procuração é particular quando lavrada pelo outorgante, sem ser formalizada em cartório. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 17 de 244www.grancursosonline.com.br O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo man- datário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das des- pesas necessárias à execução dele, quando o mandatário pedir. É igualmente obrigado o mandante a ressarcir ao mandatário as perdas que este sofrer com a execução do mandato, sempre que não resultem de culpa sua ou de excesso de poderes. É obrigado o mandante a pagar ao mandatário a remuneração ajustada e as despesas da execução do mandato, ainda que o negócio não surta o esperado efei- to, salvo tendo o mandatário culpa. Quanto ao mandatário de modo geral, suas obrigações se resumem em duas: a execução do mandato e a prestação de contas. O mandato pode ser extinto, cessando seus efeitos em decorrência dos seguin- tes fatos: • pela revogação ou pela renúncia. A renúncia provém da vontade unilateral do mandatário, assim como a revogação, como vimos, provém da manifestação unilateral do mandante. • pela morte ou interdição de uma das partes. Ex.: se uma das partes torna- -se incapaz, cessa o mandato, o que ocorre no momento em que a sentença declaratória de interdição transitar em julgado. É claro que valerão os atos ajustados pelo mandatário com terceiro de boa-fé. • pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário para exercê-los. Ex.: a mudança de estado pode fazer cessar o mandato. Por exemplo, se o mandante é solteiro e outorgou procuração para alienar certo imóvel, o casamento faz cessar o mandato, porque a lei exige o consentimento da esposa para tal ato. • pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 18 de 244www.grancursosonline.com.br 33. FUNDAMENTOS DO CRÉDITO Conceito de Crédito A palavra crédito deriva do latim credere, que significa acreditar, confiar, ou seja, acredita-se que alguém vai honrar seus compromissos com outra pessoa. Na área bancária, crédito é a expectativa da devolução de uma quantia em di- nheiro, dentro de um espaço de tempo limitado. Para uma instituição financeira, as operações de crédito constituem seupróprio negócio, são as suas principais atividades. Elementos do Crédito Tendo por base a confiança, a concessão de crédito também é baseada em dois elementos fundamentais: • a vontade do devedor de liquidar suas obrigações dentro das normas contra- tuais estabelecidas; • a habilidade do devedor de assim fazê-lo. Requisitos do Crédito Os requisitos que são levados em conta na concessão do crédito podem ser re- sumidos nos denominados “Cs” do crédito, a saber: • caráter – é efetivamente o caráter do tomador, seu histórico de crédito, se é pontual, impontual ou inadimplente em seus compromissos anteriores; • capacidade – é o potencial do solicitante para quitar o crédito solicitado; • condições – envolve fatores externos ao tomador, integrando o macro am- biente que ele atua e foge ao seu controle, diz respeito às condições econô- micas e setoriais vigentes, assim como elementos especiais que possam vir a afetar tanto o solicitante como o credor (medidas políticas econômicas, fenômenos naturais, riscos de mercado, competitividade); BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 19 de 244www.grancursosonline.com.br • capital – referente à situação econômica e financeira do solicitante; e • colateral – são as garantias envolvidas no empréstimo proposto. Há ainda um outro “C”, mais voltado para a pessoa jurídica, em especial para grandes grupos, grandes empresas, grandes corporações, que vem a ser o: • conglomerado – envolve a análise do grupo econômico-financeiro, visto que não basta conhecer a situação de uma empresa, mas é preciso conhecer também as coligadas e controladoras para se ter um conceito a respeito da solidez do conjunto. Considera-se operação de crédito bancário, ou operação de crédito simplesmen- te, a transação realizada entre um consumidor (denominado tomador ou devedor) e uma instituição bancária ou financeira (denominada credora), que coloca à disposi- ção do tomador determinado montante de recursos financeiros, comprometendo-se o tomador a devolver esses recursos em um determinado prazo, acrescido de juros. Recomenda-se que, antes de contratar uma operação de crédito, o consumidor pesquise as diversas opções disponíveis, pois as condições da operação podem variar de uma instituição para outra. Para facilitar a comparação entre as ofertas, o Conselho Monetário Nacional (CMN) determinou que as instituições financeiras e sociedades de arrendamento mercantil, antes da contratação da operação, divul- guem o Custo Efetivo Total (CET), que resume em uma única taxa todos os encar- gos e despesas previstos para a operação. Conhecendo o CET, o consumidor sabe quanto efetivamente irá pagar pelo crédito. Pelo menos dois aspectos importantes devem ser observados antes de contratar uma operação de crédito: • o consumidor deve ler atentamente o contrato, onde estão estabelecidas to- das as condições da operação, incluindo os direitos e as obrigações do credor e do devedor; e BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 20 de 244www.grancursosonline.com.br • o consumidor deve verificar se os compromissos assumidos são compatíveis com o seu orçamento, para evitar os problemas decorrentes da inadimplência e do endividamento excessivo. Cadastro O cadastro é um conjunto de informações sobre uma pessoa física ou uma pes- soa jurídica. Em conjunto com outras informações, fornece qualidade e segurança às decisões, sendo a base para uma concessão de crédito com risco calculado. No processo de decisão de conceder crédito as instituições financeiras procuram cercar-se de todos os cuidados a fim de que a operação dê certo. Uma operação de crédito dá certo quando a instituição financeira libera recursos financeiros para alguém e recebe de volta esse dinheiro numa data futura, acrescido dos juros combinados. A estruturação de uma operação de crédito, empréstimo ou financiamento, é o processo pelo qual se analisam e se definem as condições em que o negócio será realizado. As condições se referem, basicamente, ao valor, à forma de pagamento, ao en- quadramento em razão da finalidade do crédito, às garantias e ao preço, entendido como preço o custo da operação de crédito para o tomador, ou seja, os encargos financeiros, os juros, que serão cobrados do devedor. Como pré-requisito para a análise de alguma operação de crédito, é necessário que se tenha um cadastro atualizado daquele que pretende tomar recursos finan- ceiros de uma instituição financeira. Sem informações cadastrais de qualidade, atualizadas e consistentes, o processo de concessão de crédito fica prejudicado. Conceder crédito com base em cadastro de baixa qualidade significa confiar “cega- mente” em quem não se conhece. Na elaboração da ficha cadastral, tanto da pessoa física como da pessoa jurí- dica, devem ser inseridos dados e informações a respeito do cliente, de modo a identificar seu caráter e perfil socioeconômico. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 21 de 244www.grancursosonline.com.br Nesse sentido, devem constar, preferencialmente, os seguintes dados e infor- mações a respeito dos clientes na ficha cadastral: Pessoa Física Dados Pessoais: nome completo, número de CPF/número do RG, profissão, filiação, data de nascimento, nacionalidade, estado civil, regime de casamento, nú- mero de dependentes e endereço. Dados Profissionais: empresa em que trabalha, endereço comercial, data de admissão, cargo e renda. Dados do Cônjuge: nome, empresa onde trabalha, cargo, renda e endereço comercial. Fontes de Referência: pessoais, comerciais, bancárias, cartões de crédito etc. Bens Imóveis: casas, apartamentos, terrenos, fazendas etc., com discrimina- ção do valor de mercado, área, endereço, existências de ônus, com confirmação por meio de certidão de registro do cartório de imóveis. Outros Bens: veículos, títulos, poupança etc. Seguros: tipo de seguro, valor e vencimento das apólices. Participação em Empresa: nome e CNPJ da empresa de que participa, capital social e percentual de participação. Pessoa Jurídica Identificação da Empresa: denominação social, nome de fantasia, endereço, data de constituição, capital social, controle acionário, número do CNPJ e do regis- tro na Junta Comercial. Atividade da Empresa: ramo de atividade, número de empregados, principais produtos vendidos, compras do último exercício, vendas dos últimos exercícios (percentual de vendas no mercado interno e no mercado externo). BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 22 de 244www.grancursosonline.com.br Acionistas, Sócios ou Titular: acionistas, sócios ou titulares da empresa - identificados nominalmente – com número do CPF e RG, nacionalidade e participa- ção no capital social. Diretores ou Sócios Gerentes: diretores e gerentes da empresa, com número do CPF, cargos que ocupam e respectivos poderes que lhes são conferidos. Participações em Empresas: empresas de que participa, incluindo nome, CNPJ, sede, capital social e o percentual sobre o capital votante. Participação dos Sócios/Diretores: empresas de que participam, citando nome, CNPJ, cargo, período de mandato etc. Seguros: nome da seguradora, modalidade, valor e vencimento das apólices em nome da empresa. Referências Comerciais: principais fornecedores e clientes da empresa, com endereço e número do CNPJ. Referências Financeiras: instituições onde a empresa mantém ou manteve operações de crédito e contas correntes. Eventuais restrições, tanto da pessoa física como da pessoa jurídica, precisam ser transcritas na ficha cadastral e deve abranger: • devolução de cheques; • informaçõessobre protesto de títulos; • consulta aos diversos sistemas de informações (CADIN, SERASA, ANC- Impe- dimentos/Restrições); • consulta ao SPC (Serviço de Proteção ao Crédito); • obtenção de informações bancárias e comerciais; • pesquisa de fontes pessoais; • pesquisa em cartórios (falências, concordatas, execuções, penhoras, ações cíveis e criminais); • certidões cíveis, fiscais e trabalhistas; • registros internos da agência. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 23 de 244www.grancursosonline.com.br 34. RISCOS DA ATIVIDADE BANCÁRIA Como em qualquer segmento da economia, os negócios realizados na atividade bancária também estão sujeitos aos mais diversos riscos. Não se pode confundir risco com incerteza. As diferenças são: • risco – existe quando o tomador da decisão pode embasar-se em probabi- lidade para estimar diferentes resultados, de modo que sua expectativa se fundamente em dados históricos, possibilitando a tomada da decisão a partir de estimativas consideradas aceitáveis. • incerteza – ocorre quando o tomador não dispõe de dados históricos acerca de um fato, o que poderá exigir que a decisão se faça de forma subjetiva, isto é, apenas por meio de sua sensibilidade pessoal. Risco de Crédito É a possibilidade de ocorrência de perdas associadas: • ao não cumprimento pelo tomador ou contraparte de suas respectivas obriga- ções financeiras nos termos pactuados; • à desvalorização de contrato de crédito decorrente da deterioração na classi- ficação de risco do tomador; • à redução de ganhos ou remunerações; • às vantagens concedidas na renegociação; e • aos custos de recuperação. Risco de Mercado É o risco de desvalorização de instrumento financeiro ou de carteira de instru- mentos financeiros, decorrente de variação nas taxas de juros, nas taxas de câm- bio, nos preços de ações ou nos preços de mercadorias. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 24 de 244www.grancursosonline.com.br O risco de mercado está presente nas operações ativas e passivas. Risco Operacional É o risco de haver erro humano ou falha de equipamentos, programas de in- formática ou sistema de telecomunicações imprescindíveis ao funcionamento de determinado sistema. Risco Sistêmico É o risco de que a inadimplência de um participante com suas obrigações em um sistema de transferência, ou em geral nos mercados financeiros, possa fazer com que outros participantes ou instituições financeiras não sejam capazes, por sua vez, de cumprir com suas obrigações (incluindo as obrigações de liquidação em um sistema de transferência) no vencimento. Tal inadimplência pode causar problemas significativos de liquidez ou de crédito e, como resultado, ameaçar a estabilidade dos mercados financeiros. Risco de Liquidez É o risco de a instituição tornar-se incapaz de honrar suas obrigações ou de ga- rantir condições para que sejam honradas. Pode ser separado em dois tipos: • risco de liquidez de financiamento, que se refere à capacidade de ajustar desequilíbrios no fluxo de caixa por meio de novas captações de recursos; e • risco de liquidez de mercado, que se refere à capacidade de liquidação de posições abertas em tempo hábil, na quantidade suficiente e a preço justo. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 25 de 244www.grancursosonline.com.br 35. PRINCIPAIS VARIÁVEIS RELACIONADAS AO RISCO DE CRÉDITO Entre os principais riscos da atividade bancária, há dois que se destacam com maior ênfase entre as principais variáveis relacionadas ao risco de crédito: risco do cliente e risco da operação. A avaliação do risco do cliente é feita por meio da análise dos seis “Cs” do cré- dito já vistos anteriormente, com especial destaque para: • caráter – é efetivamente o caráter do tomador, seu histórico de crédito, se é pontual, impontual ou inadimplente em seus compromissos anteriores; • capacidade – é o potencial do solicitante para quitar o crédito solicitado; e • capital – referente à situação econômica e financeira do solicitante. Os outros “Cs” não têm a ver diretamente com o cliente, condições que se vin- culam a fatores externos. Colateral tem a ver com as garantias e conglomerado que tem ligação com o grupo econômico-financeiro, com as outras várias empresas que compõem o con- glomerado. 36. TIPOS DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO BANCÁRIO Empréstimos É um contrato entre o cliente e a instituição financeira pelo qual ele recebe uma quantia que deverá ser devolvida ao banco em prazo determinado, acrescida dos juros acertados. Os recursos obtidos no empréstimo não têm destinação específica. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 26 de 244www.grancursosonline.com.br Financiamentos É também um contrato entre o cliente e a instituição financeira, mas com des- tinação específica, como, por exemplo, a aquisição de veículo ou de bem imóvel. Descontos É operação típica dos bancos, por meio da qual o banco (descontador) antecipa ao cliente (descontário) o valor de um crédito contra terceiros, ainda não vencido, de que se fez cessionário, deduzindo desse valor a importância correspondente às despesas e juros pelo espaço intercorrente desde a data da antecipação até o ven- cimento do título que foi descontado. Adiantamentos São as operações realizadas pelos bancos para cobrir eventuais saques a des- coberto efetuados pelos clientes por conta de: • cheques apresentados na compensação ou mesmo diretamente na boca do caixa; e/ou • débito de alguma prestação, título, seguros etc. • O cliente está sujeito ao pagamento de tarifa punitiva e uma elevada taxa de juros pelo excedente. Trata-se de operação não recomendada pelo Banco Central do Brasil por consi- derá-la uma prática lesiva à boa gestão de uma instituição financeira, em razão de ser um crédito sem nenhuma prerrogativa técnica, seja na concessão, no limite e nas garantias. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 27 de 244www.grancursosonline.com.br 37. CRÉDITO PESSOAL O crédito pessoal, como o próprio nome diz, é o crédito concedido para pessoas, e não para empresas. O empréstimo pessoal é um crédito destinado a financiar as necessidades pes- soais ou a compra de bens de consumo, ou seja, os bens utilizados pelos indivíduos e famílias. Trata-se de um tipo de empréstimo em que recursos financeiros são disponibili- zados a uma pessoa (conhecida como o devedor) e que poderá utilizá-los da forma que melhor desejar, sem restrições quanto a destinação que dará ao dinheiro em- prestado. A pessoa, então, pode utilizar-se de seu crédito para efetuar os mais diversos pagamentos, desde compras feitas na loja da esquina a pagamentos em moeda estrangeira. Geralmente o valor do crédito é depositado em conta-corrente ou por meio de cheque nominativo. Várias são as formas de adquirir o crédito que se deseja. Geralmente é feito por meio de algum banco ou outra instituição financeira, mas é possível adquirir tam- bém por meio de cooperativas de crédito. Não importa em qual tipo de instituição você adquire seu crédito, será sempre necessária a criação e aprovação de um cadastro e, em geral, a apresentação de garantias (renda familiar, avalista etc.) a fim de certificar-se de que o devedor re- almente pode honrar seus compromissos e pagar pelo crédito adquirido. Certos bancos possuem limites pré-aprovados levando em consideração o perfil do cliente (analisado a partir de seu cadastro). Nesses casos, após assinatura do contrato de crédito, o mesmo estará disponível imediatamente, podendo ser utili- zado através detelefone, caixa automático ou Internet. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 28 de 244www.grancursosonline.com.br O pagamento poderá ser realizado em uma única parcela ou dividido em diver- sas prestações com amortizações mensais. O número máximo de prestações é bas- tante variável e dependerá da instituição credora e de seu limite de crédito pessoal. Há a incidência de IOF e pode ser cobrada a tarifa de abertura de cadastro. Não podem ser cobradas as chamadas TAC – Tarifa de Abertura de Crédito e a TEC – Tarifa de Emissão de Carnê/Boleto. Os pagamentos das parcelas periódicas podem ser feitos automaticamente, via débito em conta corrente, ou realizados por meio de boleto bancário. 38. CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR (CDC) É a operação realizada pelas financeiras para que seus clientes adquiram bens e serviços. Sua maior utilização é para a aquisição de veículos e eletrodomésticos. O bem financiado geralmente serve como garantia da operação, ficando alie- nado à financeira, ou seja, o cliente transfere à financeira a propriedade do bem adquirido com o dinheiro emprestado até o pagamento total da dívida. Atualmente, os contratos têm sido firmados com a incidência somente de juros pré-fixados e não há prazo máximo para a sua realização. Existe um tipo especial de CDC, chamado CDC-i, que vem a ser o Crédito Direto ao Consumidor com a interveniência do lojista vendedor. A palavra interveniência significa, segundo o Aurélio, entre outros, que há prá- tica de intervenção. Esse CDC é chamado com interveniência porque o lojista ven- dedor intervém na operação, garantindo-a. Caso o financiado não pague, caberá ao lojista quitar o financiamento. O financiamento não é realizado somente com a participação da financeira e do cliente comprador do produto que estiver sendo vendido. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 29 de 244www.grancursosonline.com.br Esse tipo de operação atende os interesses de lojas varejistas que tradicionalmente fazem vendas a prazo. Como essas lojas não são instituições financeiras, elas não po- dem financiar seus compradores. Assim, esses lojistas firmam contratos com institui- ções financeiras que assumem o compromisso de financiar as vendas desses varejistas. Quando da formalização do contrato com o lojista, a instituição financeira passa a contar com o lojista garantindo adicionalmente a operação além da garantia real do produto vendido quando ele fica vinculado ao financiamento na forma de alie- nação fiduciária. O risco de crédito é menor nesse tipo de operação, refletindo numa menor taxa de juros para o financiado. Para o comprador é interessante, pois contrata o financiamento diretamente na loja onde estiver comprando, sem haver a necessidade de procurar alguma finan- ceira que possa financiar suas compras. O lojista tem a vantagem de receber a vista as vendas que serão pagas parce- ladamente à financeira pelo seu cliente comprador. 39. MICROFINANÇAS: BASE LEGAL, FINALIDADE, FORMA DE ATUAÇÃO As microfinanças possibilitam que as pessoas de baixa renda possam aumentar a sua qualidade de vida por meio do acesso a uma ampla variedade de serviços financeiros adequados às suas necessidades. Base Legal A Res. CMN n. 3.567, de 29/05/2008, dispõe sobre a constituição e o funciona- mento de sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte. A Lei Complementar n. 123, de 14/12/2006, que instituiu o Estatuto Nacio- nal da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 30 de 244www.grancursosonline.com.br Finalidade Tem o objetivo de oferecer crédito e outros produtos financeiros que permitam às pessoas de baixa renda condições para que construam uma base sólida que au- mente seus ativos e ajude-as a sair, permanentemente, de sua situação econômica precária, por meio da geração de trabalho e renda em condições estáveis. Forma de atuação As instituições de microfinanças são os intermediários financeiros que têm por objetivo garantir o acesso ao crédito (normalmente produtivo) e outros serviços financeiros adequados às populações de baixa renda, geralmente excluídas do sis- tema bancário tradicional. As atividades de microfinanças podem ser entendidas como uma estratégia de apoio ao desenvolvimento de pequenas atividades geradoras de renda e emprego. Oferecer crédito produtivo e serviços financeiros de apoio familiar destinados a populações desfavorecidas tem por objetivo a inserção dessas pessoas em alguma atividade produtiva que possa gerar um ciclo econômico que possibilite a melhor redistribuição da riqueza nacional. Por meio de uma metodologia de concessão de créditos específica, baseada no conhecimento da situação socioeconômica de cada cliente, baseada também na avaliação da capacidade econômico-financeira individual e no acompanhamento da utilização dos produtos oferecidos até o fechamento do ciclo operacional de cada atividade produtiva, busca-se ir além do aspecto monetário dos serviços financeiros. As microfinanças não têm o objetivo de estabelecer uma relação assistencialista entre a instituição de microfinanças e o cliente. A instituição de microfinanças não tem o objetivo, em regra, de emprestar re- cursos a fundo perdido. Vai emprestar dinheiro para receber de volta em data futu- ra, acrescida dos encargos financeiros que forem acertados. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 31 de 244www.grancursosonline.com.br Pelo contrário, essa relação busca permitir o desenvolvimento equilibrado e sus- tentável de atividades produtivas. Crédito produtivo, sim, mas não somente. É pre- ciso criar condições para que as atividades do microempresário possam ser desen- volvidas com viabilidade, segurança e equilíbrio para que o micronegócio não pereça. Cabe lembrar que o microempresário e sua família estão expostos a uma pre- cariedade social que tem um impacto no desenvolvimento e continuidade do seu negócio. Uma doença inesperada, do microempresário ou de um familiar, pode, por exemplo, afetar diretamente a capacidade de reembolso de um empréstimo. Segundo a Res. CMN 3.567, de 29/05/2008, as sociedades de crédito ao micro- empreendedor e à empresa de pequeno porte devem ser constituídas sob a forma de companhia fechada ou sob a forma de sociedade limitada e estão sujeitas à autori- zação para constituição e funcionamento e à fiscalização do Banco Central do Brasil. Em sua denominação social deve constar a expressão “Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte”, sendo vedado o emprego da palavra “banco”. As sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte podem, mediante prévia autorização do Bacen, ter seu controle societário exercido por Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, constituídas de acordo com a Lei n. 9.790, de 23/03/1999, que dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, desde que referidas organizações: • desenvolvam atividades de crédito compatíveis com o objeto social das so- ciedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte; • não confiram ao setor público qualquer poder de gestão ou de veto na con- dução de suas atividades. Essas sociedades devem observar, permanentemente, os seguintes limites: • de capital realizado e de patrimônio líquido mínimos de R$ 200.000,00; BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 32 de 244www.grancursosonline.com.br • de endividamento, considerando as obrigações do passivo circulante, as coo- brigaçõespor cessão de créditos e as garantias prestadas, e descontando as aplicações em títulos públicos federais, de, no máximo, dez vezes o respecti- vo patrimônio líquido; • de exposição por cliente, considerando operações de crédito, coobrigação por cessão de créditos e prestação de garantias, limitado a 5% de seu patrimônio líquido ajustado pelas contas de resultado. Obs.:� Considera-se cliente qualquer pessoa física ou jurídica, ou grupo de pessoas agindo isoladamente ou em conjunto, representando interesse econômico comum. Às sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte é permitida, exclusivamente, a realização das seguintes operações: • concessão de financiamentos e prestação de garantias às microempresas ou empresas de pequeno porte, bem como a pessoas físicas no desempenho das atividades relativas ao seu objeto social, definido em lei; • aplicação de disponibilidades de caixa no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista ou em depósitos interfinanceiros, observadas eventuais res- trições legais e regulamentares específicas de cada aplicação; • aquisição de créditos concedidos em conformidade com seu objeto social; • cessão de créditos, inclusive a companhias securitizadoras de créditos finan- ceiros, na forma da regulamentação em vigor; • obtenção de repasses e empréstimos originários de: – instituições financeiras nacionais e estrangeiras; BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 33 de 244www.grancursosonline.com.br – entidades nacionais e estrangeiras voltadas para ações de fomento e de- senvolvimento, incluídas as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público; – fundos oficiais; • captação de depósito interfinanceiro vinculado a operações de microfinanças (DIM). Essas sociedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte podem atuar na prestação de serviço de correspondente no País, nos termos da regulamentação em vigor. É vedada a realização de operações ativas ou passivas não previstas, inclusive: • captação, sob qualquer forma, de recursos junto ao público, bem como a emis- são de títulos e valores mobiliários destinados à colocação e oferta públicas; • concessão de empréstimos para fins de consumo; e • participação societária em instituições financeiras e em outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Devem prestar, nos termos estabelecidos na regulamentação em vigor, informa- ções ao Sistema de Informações de Crédito do Banco Central (SCR). O Bacen está autorizado a adotar as medidas e a baixar as normas julgadas necessárias à execução das suas atribuições, podendo, inclusive: • estabelecer os procedimentos para a autorização e o funcionamento das so- ciedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte; • fixar os procedimentos relacionados à contabilização das operações das so- ciedades de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte, bem como à elaboração e divulgação de suas demonstrações financeiras. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 34 de 244www.grancursosonline.com.br 40. DESCONTO DE DUPLICATAS, NOTAS PROMISSÓRIAS E CHEQUES PRÉ-DATADOS São adiantamentos de recursos que os bancos fazem aos clientes, sobre valores de duplicatas de cobrança, notas promissórias e cheques e antecipações de vendas com cartões de crédito a fim de antecipar o fluxo de caixa do cliente. O cliente garante o recebimento de recursos que, teoricamente, só teria dispo- níveis no futuro. Geralmente, o desconto é feito sobre títulos com prazo máximo de 60 dias e prazo médio de 30 dias. O banco tem o direito de regresso, ou seja, no vencimento, caso o título não seja pago pelo sacado, o cedente assume a responsabilidade do pagamento, inclu- sive de multas e/ou juros de mora por atraso. Descontos também podem ser feitos sobre os recibos de venda com cartões de crédito e os cheques pré-datados (no caso de cheques pré-datados, esses docu- mentos ficam em caução como garantia do empréstimo). Supondo que uma madeireira venda uma quantidade de mercadoria para um fa- bricante de móveis, concedendo um prazo de 30 dias para que o comprador efetue o pagamento do valor da compra. Termos utilizados nas operações de desconto de títulos: Madereira Fábrica de Móveis Banco Vendedor Comprador Cessionário Sacador Sacado Descontante Credor Devedor Emitente Titular Beneficiário Cedente Descontário BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 35 de 244www.grancursosonline.com.br 41. CONTAS GARANTIDAS São contas de empréstimo separadas, mas vinculadas às contas-correntes, com limite de crédito de utilização rotativa destinado a suprir eventuais necessidades de capital de giro. Geralmente são movimentadas diretamente pelos cheques emitidos pelos clien- tes, quando não há saldo disponível na conta-corrente. São rotativas porque um limite é pré-definido para o cliente utilizar quando ne- cessário e conforme a conta-corrente vai recebendo créditos os recursos vão sendo transferidos à conta garantida até cobrir o saldo devedor. São garantidas porque o cliente tem um limite de uso garantido previamente e também porque para a abertura da conta o cliente oferece garantias que podem ser: • nota promissória com aval dos sócios ou terceiros que possam apresentar algum bem; • caução de títulos de crédito (duplicatas ou cheques pré-datados); e/ou • alienação fiduciária/hipoteca. Os encargos desta operação são calculados diariamente sobre o saldo devedor e cobrados, normalmente, no primeiro dia útil do mês seguinte ao da movimentação. Os encargos são os juros e o IOF incidentes sobre os valores utilizados e o respectivo prazo. Destinam-se praticamente às pessoas jurídicas, embora também possa ser ofe- recido às pessoas físicas. 42. FINANCIAMENTO DE CAPITAL FIXO São os recursos liberados pelas instituições financeiras com a destinação espe- cífica de financiar a aquisição dos bens fixos das empresas. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 36 de 244www.grancursosonline.com.br Como bens fixos, devemos entender aqueles classificados no ativo imobilizado das empresas. São os veículos, as instalações, os móveis e utensílios, a infraestrutura da empre- sa, o maquinário, os computadores, as instalações complementares, ou seja, tudo aquilo que é necessário para que a empresa possa exercer sua atividade produtiva. São operações de longo prazo e com juros mais em conta para viabilizar o de- senvolvimento da empresa e até de uma região. Desta forma, as fontes (funding) destas operações têm origem nas entidades e instituições governamentais. Destaca-se o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como o grande financiador das empresas no longo prazo. 43. FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO O capital de giro é o conjunto de valores (dinheiro) necessário para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar) e está diretamente relacionado com o cir- culante da empresa. Tem a ver com os recebimentos e os pagamentos da empresa. A necessidade de capital de giro acontece quando a empresa tem algum com- promisso a pagar e só terá os recursos necessários dali a alguns dias. Estes compromissos podem ser impostos, aluguéis, folha de pagamento, forne- cedores etc. O financiamento de capital de giro visa atender essa necessidade de capital da empresa. Firma-se um contrato específico de abertura de crédito, no qual são estabeleci- dos prazo, taxa, valor e garantias. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 37 de 244www.grancursosonline.com.br44. CARTÃO DE CRÉDITO O uso do cartão de crédito vem crescendo ao longo dos anos, acompanhando o aumento da renda e os avanços em geral conquistados pela sociedade brasileira. Facilidade, segurança e ampliação das possibilidades de compras são pontos que agradam à população na hora de efetuar seus pagamentos com o cartão. Trata-se de um meio de pagamento eletrônico que possibilita o portador adquirir bens e/ou serviços, pelo preço à vista, nos estabelecimentos credenciados. Para esses estabelecimentos, traz a real vantagem de ser um indutor ao cres- cimento das vendas e a suposta desvantagem de um rebate no seu preço à vista pela demora no prazo do repasse dos recursos provenientes das vendas e pelo pa- gamento de comissão ao credenciador. O pagamento dos bens e/ou serviços adquiridos com o cartão de crédito ocor- rerá na data de vencimento da fatura, escolhida pelo portador titular, conforme as datas disponibilizadas pelo emissor. Para o portador, quando paga o valor integral da fatura no vencimento seguinte, a compra representa a vantagem de ganhos reais sobre a inflação, além de ajustar suas necessidades de consumo às suas disponibilidades momentâneas de caixa. Os cartões de crédito têm a desvantagem de incentivar o consumo nos momen- tos em que o consumidor desejava poupar. Além de dinheiro de plástico são, acima de tudo, um crédito automático, sendo uma operação de crédito rotativo, visto que um limite de crédito é estabelecido para o cliente. O cliente não é obrigado a utilizar esse limite, mas quando desejar fazer uso poderá consumir pagando com o cartão até alcançar o limite estabelecido, sem precisar adotar qualquer outro procedimento. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 38 de 244www.grancursosonline.com.br Trata-se de crédito rotativo porque quando o limite é alcançado, o cliente não pode mais fazer uso do cartão. Todavia, quando ele efetua o pagamento de algum valor definido em sua fatura, o limite de crédito é imediatamente restabelecido. Por isso a rotatividade. Podem ser de uso nacional ou internacional. Os procedimentos utilizados para realizar compras com cartões de crédito, dé- bito e pré-pago, seja em moeda nacional ou em moeda estrangeira, são conside- rados arranjos de pagamentos, sujeitos às normas disciplinares previstas na Lei n. 12.865, de 09/10/2013. As bandeiras Visa, Mastercard, American Express, Diners Club, Hipercard e Elo são exemplos de arranjos de pagamento. O Banco Central definiu três modalidades de instituições de pagamento: • as emissoras de instrumento de pagamento pós-pagos (os cartões de crédito pós-pagos); • as emissoras de moeda eletrônica, quando gerenciam transações pré-pagas (os cartões pré-pagos); • as credenciadoras de lojistas (empresas como Cielo e Rede, que capturam compras com cartão no varejo). As atividades das instituições de pagamento estão sujeitas à regulamentação baixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e pelo Banco Central do Brasil, nos termos dos artigos 6º ao 11 da Lei n. 12.865, de 09/10/2013. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 39 de 244www.grancursosonline.com.br A Sociedade Administradora de Cartões de Crédito não é obrigada a conceder cartão de crédito a qualquer interessado. Pode recusar-se a conceder, visto que cada instituição pode estabelecer critérios próprios para a concessão de um cartão de crédito em decorrência de sua política de crédito. A regulamentação em vigor proíbe a remessa do cartão de crédito sem prévia solicitação. As instituições financeiras devem assegurar o encaminhamento do car- tão de crédito ao domicílio do cliente ou a sua habilitação somente em decorrência de sua expressa solicitação ou autorização. A instituição pode debitar em conta os valores relativos à fatura do cartão de crédito, desde que o portador tenha, previamente, solicitado ou autorizado por es- crito ou por meio eletrônico a realização do débito. A referida autorização é admi- tida no próprio instrumento contratual de abertura de conta de depósito e poderá ser cancelada a qualquer momento a pedido. O contrato de cartão de crédito pode ser cancelado a qualquer momento, mes- mo que haja compras parceladas no cartão com parcelas ainda a serem pagas. No entanto, é importante salientar que o cancelamento do contrato de cartão de crédi- to não quita ou extingue dívidas pendentes. Assim, deve ser buscado entendimento com o emissor do cartão sobre a melhor forma de liquidação da dívida. Para tornar as regras mais claras na prestação desse serviço, o CMN decidiu, em 25/11/2010, pela edição da Resolução n. 3.919, que, entre outras mudanças, padronizou a cobrança de tarifas sobre cartões de crédito. Segundo essas normas, existem dois tipos de cartões de crédito: • básico; • diferenciado. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 40 de 244www.grancursosonline.com.br Cartão Básico É o cartão de crédito exclusivo para o pagamento de compras, contas ou servi- ços. O preço da anuidade para sua utilização deve ser o menor preço cobrado pela emissora entre todos os cartões por ela oferecidos. As instituições financeiras, no processo de negociação com os clientes, estão obrigadas a oferecer o cartão básico. Esse cartão não pode ser associado a programas de benefícios e/ou recompensas. Cartão Diferenciado É o cartão de crédito que, além de permitir o pagamento de compras, está as- sociado a programas de benefícios e recompensas. O preço da anuidade do cartão diferenciado deve abranger, além da utilização do cartão para o pagamento de compras, também a participação do usuário nos programas de benefícios e recompensas associados ao cartão. É opção do cliente contratar o cartão básico ou o cartão diferenciado. Tanto um como o outro pode ser nacional e/ou internacional. O cartão de crédito pode ser emitido para pessoas físicas ou para pessoas jurídi- cas. No caso de pessoa jurídica, os cartões serão emitidos em nome dos sócios e/ou funcionários, podendo constar o nome da empresa que assume a responsabilidade perante o emissor. O cartão contém, geralmente, as seguintes características: • nome do portador; • número do cartão; • data de validade; • espaço para assinatura; • itens de segurança (hologramas e outros sinais específicos); • tarja magnética e/ou “chip”; • identificação do emissor e da bandeira. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 41 de 244www.grancursosonline.com.br As instituições podem cobrar de pessoas naturais basicamente cinco tarifas refe- rentes à prestação de serviços de cartão de crédito, a título de serviços prioritários: • anuidade; • emissão de segunda via do cartão; • uso do cartão para saque em espécie; • uso do cartão para pagamento de contas (por exemplo, faturas e boletos de cobranças de produtos e serviços); e • pedido de avaliação emergencial do limite de crédito. O valor da tarifa da anuidade do cartão básico nacional deve ser inferior ao da tarifa da anuidade do cartão básico internacional. É permitida também a cobrança de tarifas pela prestação dos serviços chama- dos de diferenciados: • envio de mensagem automática relativa à movimentação ou lançamento em cartão de crédito; • fornecimento de plástico de cartão de crédito em formato personalizado; e • fornecimento emergencial de segunda via de cartão de crédito. As instituições devem fornecer aos seus clientes demonstrativos e/ou faturas mensais de cartão de crédito, explicitando informações, no mínimo, a respeito dos seguintes aspecto: • limite de crédito total e limites individuais para cada tipo de operação decré- dito passível de contratação; • gastos realizados com o cartão, por evento, inclusive quando parcelados; • identificação das operações de crédito contratadas e respectivos valores; • valores relativos aos encargos cobrados, informados de forma separada de acordo com os tipos de operações realizadas com o cartão; BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 42 de 244www.grancursosonline.com.br • valor dos encargos a serem cobrados no mês seguinte, no caso de o cliente optar pelo pagamento mínimo da fatura; • Custo Efetivo Total (CET), para o próximo período, das operações de crédito passíveis de contratação; e • taxas dos encargos de atraso no pagamento ou na liquidação de obrigações. O limite de crédito concedido ao cliente é livremente definido pela instituição e deve ser compatível com o perfil do cliente, devendo ser informado nas faturas e/ ou demonstrativos encaminhados ao cliente. Se a instituição decidir alterar os limites de crédito, sem pedido prévio do clien- te, há duas situações possíveis: • no caso de redução, ela deve comunicar previamente o interessado, com, no mínimo, 30 dias de antecedência; • no caso de aumento, deve haver concordância prévia do cliente. O cliente pode, a qualquer tempo, solicitar a alteração desse limite, cabendo à instituição analisar se concede ou não. Não há um limite máximo para as taxas de juros cobradas pela instituição finan- ceira que fornece o cartão de crédito. As taxas de juros são livremente pactuadas entre as instituições financeiras e os clientes. Com o objetivo de diminuir o risco de superendividamento, o CMN tem adotado medidas com vistas a proteger o portador do cartão. Até recentemente o CMN de- terminava um percentual mínimo da fatura que tinha quer ser pago pelo portador a cada fatura que recebia. Hoje não existe mais percentual mínimo estipulado pelo CMN. Cabe às Adminis- tradoras de Cartões de Crédito definirem o percentual mínimo a ser pago pelo seu cliente, como achar melhor. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 43 de 244www.grancursosonline.com.br Esse percentual de pagamento mínimo da fatura poderá ser livremente pactu- ado entre a instituição e o cliente. Caso haja alteração desse percentual pela ins- tituição emissora do cartão, o cliente deverá ser comunicado, com, no mínimo, 30 dias de antecedência. Dependendo do que estiver pactuado em contrato, é possível pagar um valor inferior ao total da fatura. Há contratos em que o cliente precisa pagar a totalidade da fatura no vencimento e outros em que ele pode pagar um valor inferior ao total da fatura, desde que efetue o pagamento do valor mínimo mensal estabelecido contratualmente. Contudo, nessa última situação, o cliente passa a ser financiado por uma opera- ção de crédito relacionado à diferença entre o valor total da fatura e o valor que foi efetivamente pago. Em geral, esse financiamento ocorre na modalidade de crédito rotativo. O crédito rotativo no cartão de crédito é uma modalidade de crédito para fi- nanciamento da fatura de cartão de crédito, sem data e parcelas definidas para pagamento pelo cliente, concedido quando há pagamento inferior ao valor total da fatura, mas superior ou igual ao mínimo mensal convencionado. A utilização do cré- dito rotativo sujeita o titular do cartão ao pagamento de juros e demais encargos. Com a entrada em vigor da Resolução n. 4.549, de 03/04/2017, o saldo devedor da fatura de cartão de crédito, quando não pago integralmente até o vencimento, somente pode ser mantido em crédito rotativo até o vencimento da fatura subse- quente (em geral, 30 dias). O pagamento da fatura do mês subsequente, onde constará o valor remanes- cente do crédito rotativo ainda não liquidado, acrescido dos juros do período ante- rior, poderá ser feito com recursos do próprio cliente ou com recursos obtidos pelo cliente na própria instituição por meio de operação de crédito em outra modalidade. As instituições em geral oferecem a modalidade de “parcelamento de fatura”. Mas o cliente pode obter crédito em outra instituição para liquidar a dívida. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 44 de 244www.grancursosonline.com.br A instituição financeira pode fazer um parcelamento automático do saldo do crédito rotativo (parcelamento de fatura automático), desde que haja previsão em contrato desse financiamento automático. Nesse caso, as condições do financiamento devem ser melhores do que as do cré- dito rotativo. Além disso, a instituição deve prestar informações claras e precisas na fatura entregue mensalmente ao cliente para fins de entendimento da sistemática. O cliente pode aceitar as opções de financiamento oferecidas pela instituição, mas, caso prefira, o cliente pode negociar as condições da nova operação nos ca- nais de atendimento disponíveis. É importante destacar que o cliente pode solicitar o cancelamento das cláusulas contratuais sobre parcelamentos automáticos. A instituição financeira que concedeu o crédito rotativo não é obrigada a ofere- cer o parcelamento do saldo devedor da fatura. A operação de crédito depende do interesse das duas partes (instituição financeira e cliente). Entretanto, caso a instituição tenha interesse em oferecer o parcelamento do saldo devedor da fatura, as condições por ela oferecidas ao cliente devem ser mais vantajosas do que aquelas do crédito rotativo, inclusive no que diz respeito à co- brança de encargos financeiros. Os valores relativos às novas compras de cada período poderão ser financiados por meio de novo crédito rotativo até o vencimento da fatura subsequente, em novo período em torno de 30 dias. Se não houver o pagamento total do saldo devedor da fatura que já tiver sido financiado por 30 dias no crédito rotativo ou não aceitar nenhuma forma de par- celamento do seu pagamento, estará configurada a situação de inadimplência do cliente. Nesse caso, poderão ser aplicados os procedimentos previstos no contrato para situações de inadimplemento. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 45 de 244www.grancursosonline.com.br Quando o cliente fica em situação de inadimplência, podem ser cobrados os se- guintes encargos, além de estar sujeito ao bloqueio do uso do cartão: • juros remuneratórios, por dia de atraso sobre a parcela vencida ou sobre o saldo devedor não liquidado; • multa; • juros de mora. Em relação aos juros remuneratórios, somente podem ser cobrados os juros acordados em contrato e a taxa praticada deve ser: • para os valores associados a operações de parcelamento do saldo devedor da fatura contratadas após o cliente permanecer 30 dias no rotativo: a taxa da respectiva operação de parcelamento; • para os demais valores em atraso: a taxa de juros da modalidade de crédito rotativo. Caso o portador tenha parcelado o saldo devedor de crédito rotativo o montante obrigatoriamente a ser pago nas faturas subsequentes a cada mês será composto pela soma dos seguintes valores: • saldo do crédito rotativo acrescido dos respectivos juros incidentes no período; • prestação ou prestações resultantes de parcelamentos do saldo devedor de períodos anteriores, realizados após 30 dias de financiamento na modalidade de crédito rotativo; • valor correspondente à aplicação do percentual, definido entre as partes, de pagamento mínimo sobre as compras e dos demais lançamentos realizados no período. BNB 2018 – CONHECIMENTOS BANCÁRIOS Teoria e 300 Exercícios Gabaritados 46 de 244www.grancursosonline.com.br Cartão Co-Branded É o cartão de marca compartilhada que carrega o logotipo da empresa associa-
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