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NFPSS COMPLETO TJSP 188

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https://drive.google.com/file/d/1DhsX1RQMcnGRPur4vhP9qeb-SX6d2RK_/view?usp=sharing
elaine.rodrigues.nunes2@gmail.com
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER | TJ/SP 
CiclosR3 
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Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo vedada a reprodução, distribuição ou 
comercialização de qualquer informação ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização 
expressa de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva à responsabilização civil 
e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão reservados. 
 
Além da proteção legal, este arquivo possui um sistema GTH anti-temper baseado em linhas de identificação 
criadas a partir do CPF do usuário, gerando um código-fonte que funciona como a identidade digital oculta do 
arquivo. O código-fonte tem mecanismo autônomo de segurança e proteção contra descriptografia, 
independentemente da conversão do arquivo de PDF para os formatos doc, odt, txt entre outros. 
 
SUMÁRIO 
 
Direito Civil ................................................................................. 3 
Direito Processual Civil .............................................................. 43 
Direito do Consumidor ............................................................... 72 
Direito da Criança e do Adolescente .......................................... 91 
Direito Penal ............................................................................107 
Direito Processual Penal ...........................................................141 
Direito Constitucional ..............................................................193 
Direito Eleitoral .........................................................................230 
Direito Empresarial ..................................................................260 
Direito Tributário .....................................................................282 
Direito Ambiental ....................................................................305 
Direito Administrativo ..............................................................328 
 
 
https://drive.google.com/file/d/1DhsX1RQMcnGRPur4vhP9qeb-SX6d2RK_/view?usp=sharing
elaine.rodrigues.nunes2@gmail.com
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER | TJ/SP 
CiclosR3 
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NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER!!! 
 
Falaaaaa, galera! 
 
 Estamos chegando ao fim da nossa reta final TJ/SP e, pra fechar com chave de ouro a nossa caminhada 
juntos até a prova, só falta o nosso queridinho “NFPSS – Não Faça a Prova Sem Saber!”. Nesse material, a 
ideia é revisar os principais pontos do edital e trazer as apostas Ciclos pra vocês! Leiam com bastante atenção, 
prometemos que vai valer a pena! 
 
Vamos começar a nossa #RevisãoGeral? 
 
 
DIREITO CIVIL1 
 
1.Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro. 
 
ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA LEI 13.655/2018 
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos 
abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. 
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou da 
invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis 
alternativas. 
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências 
jurídicas e administrativas. 
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições 
para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não 
se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam 
anormais ou excessivos. 
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades 
reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. 
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma 
administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou 
condicionado a ação do agente. 
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos 
que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os 
antecedentes do agente. 
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma 
natureza e relativas ao mesmo fato. 
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova 
sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá 
prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja 
cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. 
 
1 Por Thaís Oliveira. 
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Parágrafo único. (VETADO). 
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, 
ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as 
orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se 
declarem inválidas situações plenamente constituídas. 
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos 
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas 
por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. 
Art. 25. (VETADO). 
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito 
público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão 
jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse 
geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos 
a partir de sua publicação oficial. 
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo: 
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; 
II – (VETADO); 
III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por 
orientação geral; 
IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções 
aplicáveis em caso de descumprimento. 
§ 2º (VETADO). 
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor 
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da 
conduta dos envolvidos. 
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua 
forma e, se for o caso, seu valor. 
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os 
envolvidos. 
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo 
ou erro grosseiro. 
§ 1º (VETADO). 
§ 2º (VETADO). 
§ 3º (VETADO). 
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de 
mera organização interna, poderá ser precedida de consultapública para manifestação de interessados, 
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão. 
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, 
inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. 
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao 
órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no exterior é 
juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a soberania nacional. STJ. 3ª Turma. 
REsp 1628974-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 13/6/2017 (Info 610). 
 
2. Capacidade e incapacidade. Estatuto da pessoa com deficiência. Direitos da Personalidade. Pessoas 
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naturais. Início da personalidade e fim da personalidade. Morte. Ausência. Morte presumida. 
 
→ PERSONALIDADE JURÍDICA: é aptidão genérica para se titularizar direitos e contrair obrigações na órbita 
jurídica. O art. 2º do Código Civil prescreve que a personalidade da pessoa natural começa com o nascimento 
com vida, mas a lei põe a salvo desde a concepção os “direitos” do nascituro. 
 
NASCITURO CONCEPTURO (PROLE EVENTUAL) 
O ente já concebido, de vida intrauterina, mas ainda 
não nascido. 
Aquele que nem concebido ainda foi. 
 
#OLHAOGANCHO: Já o natimorto é aquele nascido morto. 
Enunciado 01 do CJF: “A proteção que o Código defere ao nascituro alcança também o natimorto no que 
concerne aos direitos da personalidade, tais como nome, imagem e sepultura”. 
 
Teorias sobre o início da personalidade e a proteção do nascituro 
Teoria Natalista: 
A personalidade somente seria adquirida a partir do nascimento com 
vida, independentemente da forma humana e de um tempo mínimo de 
sobrevida. O nascituro não poderia ser considerado pessoa, tendo mera 
expectativa de direitos. 
Teoria da Personalidade 
Condicional (Condicionalista): 
A personalidade jurídica somente seria adquirida sob a condição de nascer 
com vida, embora o nascituro já pudesse ser titular de determinados 
direitos extrapatrimoniais. 
Teoria Concepcionista: 
O nascituro seria considerado pessoa desde a concepção, inclusive, para 
certos efeitos ou direitos patrimoniais. Ex.: herança. Nascendo com vida, 
consolida-se esse efeito. 
OBS.: Embora não seja uniforme, vem ganhando força nos últimos anos. 
Ex.: indenização por dano moral ao nascituro (REsp 931556/RS), 
pagamento de seguro DPVAT pela morte de um nascituro. 
 
→ CAPACIDADE é a medida jurídica da personalidade. 
 
a) Capacidade de Direito ou de Gozo: é a capacidade genérica. É capacidade para ser sujeito de direitos e 
deveres na ordem privada. Toda pessoa tem. Ex.: o recém-nascido. 
 
b) Capacidade de Fato ou Capacidade de Exercício: é a aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil. 
 
#SELIGA: Capacidade de Direito + Capacidade de Fato = Capacidade Plena 
 
ABSOLUTAMENTE INCAPAZES RELATIVAMENTE INCAPAZES 
Art. 3º. São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil os 
menores de 16 (dezesseis) anos. 
 
#ATENÇÃO: A Lei nº 13.146/2015 tem aplicação 
imediata. 
 
Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos 
atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito 
anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou 
permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
 
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→ DIREITOS DA PERSONALIDADE: O rol dos direitos da personalidade é exemplificativo. Existe uma cláusula 
geral de proteção da personalidade no direito brasileiro: a dignidade da pessoa humana. 
 
Características dos Direitos da Personalidade: 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e 
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. 
 
Outras características dos direitos da personalidade: 
a) Inatos; 
b) Absolutos: oponíveis erga omnes (opõem-se à observância de todos, como predicado da proteção da 
dignidade da pessoa humana). 
c) Extrapatrimoniais: não podem ser objeto de penhora ou expropriação, muito embora isso seja possível 
quanto às consequências econômicas. 
d) Impenhoráveis: não pode ser penhorado, mas a indenização já recebida pode ser penhorada. 
e) Imprescritíveis: não há prazo extintivo para o seu exercício. A indenização, por sua vez, submete-se a prazo 
prescricional. 
f) Vitalícios: perduram durante toda a vida do titular e, em regra, adquirem-se desde a concepção, salvo as 
exceções legais e as decorrentes da sua própria natureza. 
 
Proteção Jurídica dos Direitos da Personalidade: 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, 
sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o 
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
#DEOLHONASSÚMULAS: 
Súmula 37, STJ: São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato. 
Súmula 227, STJ: A pessoa jurídica pode sofrer dano moral. 
Súmula 370, STJ: Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado. 
Súmula 385, STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano 
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento. 
Súmula 387, STJ: É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral. 
Súmula 388, STJ: A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral. 
 
#SELIGANAJURIS: 
É lícita a cumulação das indenizações de dano estético e dano moral, ainda que derivados de um mesmo fato, 
mas desde que um e outro possam ser reconhecidos autonomamente, sendo, portanto, passíveis de 
identificação em separado (REsp 812.506/SP, julgado em 19/04/2012). 
 
Direito ao Corpo Vivo (art. 13, CC): 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar 
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida 
em lei especial. 
 
Conclusões que decorrem do art. 13: 
 Admite-se ato de disposição do corpo vivo, desde que não gere diminuição permanente da integridade 
física. Ex.: tatuagens e piercings. 
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 Admite-se ato de disposição do corpo vivo que gere diminuição permanente da integridade física, se 
houver exigência médica. Ex.: imputação. 
 
Direito ao Corpo Morto (art. 14, CC): 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou 
em parte, para depois da morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
#ATENÇÃO: A Resolução nº 1995/12 (CFM) permite o testamento vital ou obstinação terapêutica ou morte 
digna (diretivas antecipadas, ou “livingwill”). Seria um ato jurídico por meio do qual o paciente manifesta 
prévia e expressamente o desejo de querer ou não receber determinado tratamento médico no momento em 
que estiver incapacitado para manifestar livremente a sua vontade. 
 
Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado (art. 15, CC): 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção 
cirúrgica. 
 
Direito ao Nome Civil (artigos 16 a 19, CC): 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a 
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. 
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. 
 
#SELIGA: A Lei de Registros Públicos dispõe que, após 1 ano da aquisição da maioridade civil ou, para quem for 
emancipado, da data da emancipação, o titular pode, imotivadamente, requerer a mudança do nome. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero 
no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação de vontade do indivíduo, o qual poderá 
exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser 
averbada à margem do assento de nascimento, vedada a inclusão do termo “transgênero”. Nas certidões do 
registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, vedada a expedição de certidão de inteiro 
teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o procedimento 
pela via judicial, caberá ao magistrado determinar de ofício ou a requerimento do interessado a expedição de 
mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes, os 
quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos. STF. Plenário. RE 670422/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, 
julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911). Os transgêneros, que assim o desejarem, 
independentemente da cirurgia de transgenitalização, ou da realização de tratamentos hormonais ou 
patologizantes, possuem o direito à alteração do prenome e do gênero (sexo) diretamente no registro civil. 
STF. Plenário. ADI 4275/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 28/2 
e 1º/3/2018 (Info 892). #APOSTACICLOS 
A regra no ordenamento jurídico é a imutabilidade do prenome (art. 58 da Lei nº 6.015/73). Todavia, sendo o 
nome civil um direito da personalidade, por se tratar de elemento que designa o indivíduo e o identifica perante 
a sociedade, revela-se possível, nas hipóteses previstas em lei, bem como em determinados casos admitidos 
pela jurisprudência, a modificação do prenome. Para que haja, contudo, a retificação de registro civil é 
necessário que exista uma circunstância excepcional apta a justificar a alteração do prenome. Ex: nome que 
gere constrangimento. Caso concreto: mulher ingressou com ação pedindo para trocar seu nome de Tatiane 
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para Tatiana, sob a alegação de que é “popularmente” conhecida como Tatiana. O STJ não aceitou e disse que 
isso não é suficiente para afastar o princípio da imutabilidade do prenome, sob pena de se transformar a exceção 
em regra. STJ. 3ª Turma. REsp 1728039/SC, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/06/2018. 
É admissível o restabelecimento do nome de solteiro na hipótese de dissolução do vínculo conjugal pelo 
falecimento do cônjuge. Ex: Maria Pimentel da Costa casou-se com João Ferreira.Com o casamento, ela 
incorporou o patronímico do marido e passou a chamar-se Maria da Costa Ferreira.Alguns anos mais tarde, João 
faleceu. Maria poderá voltar a usar o nome de solteira (Maria Pimentel da Costa), excluindo o patronímico do 
falecido marido? Sim. Vale ressaltar que não há previsão legal para a retomada do nome de solteira em caso de 
morte do marido. A lei somente prevê a possibilidade de o homem ou a mulher voltarem a usar o nome de 
solteiro (a) em caso de divórcio (art. 1.571, § 2º, do CC). Apesar disso, o STJ entende que isso deve ser 
permitido. A viuvez e o divórcio são hipóteses muito parecidas e envolvem uma mesma razão de ser: a 
dissolução do vínculo conjugal. Logo, não há justificativa plausível para que se trate de modo diferenciado as 
referidas situações. STJ. 3ª Turma. REsp 1724718-MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/05/2018 (Info 
627). 
Se a genitora, ao se divorciar, volta a usar seu nome de solteira, é possível que o registro de nascimento dos 
filhos seja retificado para constar na filiação o nome atual da mãe. É direito subjetivo da pessoa retificar seu 
patronímico no registro de nascimento de seus filhos após divórcio. A averbação do patronímico no registro 
de nascimento do filho em decorrência do casamento atrai, à luz do princípio da simetria, a aplicação da mesma 
norma à hipótese inversa, qual seja, em decorrência do divórcio, um dos genitores deixa de utilizar o nome de 
casado (art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 8.560/1992). Em razão do princípio da segurança jurídica e da 
necessidade de preservação dos atos jurídicos até então praticados, o nome de casada não deve ser suprimido 
dos assentamentos, procedendo-se, tão somente, a averbação da alteração requerida após o divórcio. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1279952-MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 3/2/2015 (Info 555). 
É possível alterar o registro de nascimento para nele fazer constar o nome de solteira da genitora, excluindo 
o patronímico do ex-padrasto. STJ. 4ª Turma. REsp 1072402-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
4/12/2012. 
Em regra, o nome é imutável. É o chamado princípio da imutabilidade relativa do nome civil. A regra da 
inalterabilidade relativa do nome civil preconiza que o nome (prenome e sobrenome), estabelecido por ocasião 
do nascimento, reveste-se de definitividade, admitindo-se sua modificação, excepcionalmente, nas hipóteses 
expressamente previstas em lei ou reconhecidas como excepcionais por decisão judicial (art. 57 da Lei nº 
6.015/75), exigindo-se, para tanto, justo motivo e ausência de prejuízo a terceiros. STJ. 4ª Turma. REsp 
1138103/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 06/09/2011. 
 
Direito à Imagem (art. 20, CC): O direito à imagem é tridimensional: imagem-retrato, imagem-atributo e 
imagem-voz. 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem 
pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da 
imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, 
se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção 
o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. 
 
#SELIGANASÚMULA: 
Súmula 403-STJ: Independe de prova do prejuízo a indenização pela publicação não autorizada da imagem de 
pessoa com fins econômicos ou empresariais. 
 
Direito à Vida Privada (art. 21, CC): 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as 
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 
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#AJUDAMARCINHO:Para que seja publicada uma biografia NÃO é necessária autorização prévia do indivíduo biografado, das demais 
pessoas retratadas, nem de seus familiares. Essa autorização prévia seria uma forma de censura, não sendo 
compatível com a liberdade de expressão consagrada pela CF/88. Caso o biografado ou qualquer outra pessoa 
retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela publicação, ele terá direito à reparação, 
que poderá ser feita não apenas por meio de indenização pecuniária, como também por outras formas, tais 
como a publicação de ressalva, de nova edição com correção, de direito de resposta etc. 
STF. Plenário. ADI 4815/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 10/6/2015 (Info 789). 
Segundo o STJ, em regra, os provedores de busca da internet (ex: Google) não têm responsabilidade pelos 
resultados de busca apresentados. Em outras palavras, não se pode atribuir a eles a função de censor, 
obrigando que eles filtrem os resultados das buscas, considerado que eles apenas espelham o conteúdo que 
existe na internet. A pessoa prejudicada deverá direcionar sua pretensão contra os provedores de conteúdo (ex: 
sites de notícia), responsáveis pela disponibilização do conteúdo indevido na internet. Há, todavia, 
circunstâncias excepcionalíssimas em que é necessária a intervenção pontual do Poder Judiciário para fazer 
cessar o vínculo criado, nos bancos de dados dos provedores de busca, entre dados pessoais e resultados da 
busca, que não guardam relevância para interesse público à informação, seja pelo conteúdo eminentemente 
privado, seja pelo decurso do tempo. Nessas situações excepcionais, o direito à intimidade e ao esquecimento, 
bem como a proteção aos dados pessoais deverá preponderar, a fim de permitir que as pessoas envolvidas 
sigam suas vidas com razoável anonimato, não sendo o fato desabonador corriqueiramente rememorado e 
perenizado por sistemas automatizados de busca. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.660.168-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 
08/05/2018 (Info 628). 
 
3. Pessoas jurídicas. Desconsideração da personalidade jurídica. Domicilio. Bens. Bens de família. 
 
→ DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA: 
 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir 
no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens 
particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
 
Teoria MAIOR Teoria MENOR 
O Direito Civil brasileiro adotou a chamada teoria 
maior da desconsideração. Isso porque o art. 50 
exige, além da insolvência, que se prove o desvio de 
finalidade (teoria maior subjetiva) ou a confusão 
patrimonial (teoria maior objetiva). 
No Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, 
adotou-se a teoria menor da desconsideração. Isso 
porque, para que haja a desconsideração da 
personalidade jurídica nas relações jurídicas 
envolvendo consumo ou responsabilidade civil 
ambiental, basta provar a insolvência da pessoa 
jurídica. 
Deve-se provar: 
1) insolvência; 
2) abuso da personalidade (desvio de finalidade ou 
confusão patrimonial). 
Deve-se provar apenas a insolvência. 
Art. 4º da Lei nº 9.605/98 (Lei Ambiental). 
Art. 28, § 5º do CDC. 
 
DESCONSIDERAÇÃO DIRETA x INDIRETA: 
Pessoal, atentem à seguinte diferença: 
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• Desconsideração direta (regular): bens dos sócios ou administradores respondem por dívidas da pessoa 
jurídica. 
• Desconsideração indireta (inversa ou invertida): bens da pessoa jurídica respondem por dívidas dos sócios e 
administradores. Atualmente é prevista expressamente no CPC (art. 133). 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Nas causas em que a relação jurídica for cível-empresarial, a desconsideração da personalidade da pessoa 
jurídica será regulada pelo art. 50 do Código Civil. A inexistência ou não localização de bens da pessoa jurídica 
não é condição para a desconsideração da personalidade jurídica. O que se exige é a demonstração da prática 
de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial (art. 50 do CC). Assim, o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica pode ser instaurado mesmo nos casos em que não for comprovada a inexistência de bens 
do devedor. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1729554/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 08/05/2018 
 
→ BENS DE FAMÍLIA: 
 
#SELIGANASSÚMULAS: 
Súmula 549-STJ: É válida a penhora de bem de família pertencente a fiador de contrato de locação. 
Súmula 449-STJ: A vaga de garagem que possui matrícula própria no registro de imóveis não constitui bem de 
família para efeito de penhora. 
Súmula 364-STJ: O conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a 
pessoas solteiras, separadas e viúvas. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Não é penhorável o bem de família do fiador no caso de contratos de locação comercial. Em outras palavras, 
não é possível a penhora de bem de família do fiador em contexto de locação comercial. STF. 1ª Turma. RE 
605709/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, red. p/ ac. Min. Rosa Weber, julgado em 12/6/2018 (Info 906). 
O bem de família é IMPENHORÁVEL quando for dado em garantia real de dívida por um dos sócios da pessoa 
jurídica, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à entidade familiar. O bem de 
família é PENHORÁVEL quando os únicos sócios da empresa devedora são os titulares do imóvel hipotecado, 
sendo ônus dos proprietários a demonstração de que não se beneficiaram dos valores auferidos. Assim, é 
possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os 
únicos sócios da pessoa jurídica devedora. STJ. 2ª Seção. EAREsp 848498-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, 
julgado em 25/04/2018 (Info 627). 
A impenhorabilidade do bem-de-família não pode ser arguida, em ação anulatória da arrematação, após o 
encerramento da execução. STJ. 2ª Seção. AR 4.525/SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 13/12/2017. 
Não é possível alegar a impenhorabilidade do bem de família após concluída a arrematação. STJ. 4ª Turma. 
AgInt no AREsp 196.236/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 03/04/2018. 
A regra de impenhorabilidade do bem de família trazida pela Lei nº 8.009/90 deve ser examinada à luz do 
princípio da boa-fé objetiva, que, além de incidir em todas as relações jurídicas, constitui diretriz interpretativa 
para as normas do sistema jurídico pátrio. Assim, se ficou caracterizada fraude à execução na alienação do 
único imóvel dos executados, em evidente abuso de direito e má-fé, afasta-se a norma protetiva do bem de 
família, que não pode conviver, tolerar e premiar a atuação dos devedores em desconformidade com a boa-
fé objetiva. STJ. 3ª Turma. REsp 1575243/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/03/2018. 
A impenhorabilidade de bem de família pode ser arguida em qualquer tempo ou fase do processo, desde que 
não tenha havido pronunciamento judicial anterior. STJ. 3ª Turma. AgRg no REsp 1373654/RS, Rel. Min. Ricardo 
Villas Bôas Cueva, julgado em 06/03/2018. 
Opera-se a preclusão consumativa quanto à discussão acerca da penhorabilidade ou impenhorabilidade do 
bem de família quando houver decisão definitiva anterior acerca do tema, mesmo em se tratando de matéria 
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de ordem pública. STJ. 3ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1039028/SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado 
em 09/11/2017. 
A impenhorabilidadede bem de família pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição. No entanto, 
uma vez decidido o tema, não pode ser reeditado, pois acobertado pela preclusão. STJ. 3ª Turma. AgInt no 
REsp 1518503/PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/09/2017. 
Em regra, o bem de família não pode ser penhorado (art. 1º da Lei nº 8.009/90). O inciso V do art. 3º diz, contudo, 
que o bem de família pode ser penhorado se o imóvel foi oferecido em hipoteca como garantia real pelo casal 
ou pela entidade familiar. A hipoteca é uma espécie de direito real de garantia, disciplinada nos arts. 1.473 a 
1.505 do Código Civil. Se a parte que deu o bem em hipoteca não cumprir a sua obrigação, o credor poderá 
executar a hipoteca, hipótese na qual o imóvel dado em garantia será alienado e o valor obtido utilizado para 
pagar o débito. Assim, em regra, é possível a penhora do imóvel que tiver sido oferecido como garantia real 
pelo casal ou pela entidade familiar. O STJ, contudo, ao interpretar esse inciso, faz a seguinte observação: a 
penhora do bem de família somente será admitida se o imóvel foi dado em garantia de uma dívida que 
beneficiou o casal ou entidade familiar. Desse modo, a exceção prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90 não 
se aplica aos casos em que a hipoteca é dada como garantia de empréstimo contraído em favor de terceiro, 
somente quando garante empréstimo tomado diretamente em favor do próprio devedor. STJ. 4ª Turma. AgInt 
nos EDcl no AREsp 665.233/SC, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 06/02/2018 
 
4. Fatos jurídicos. Negócios Jurídicos. Forma do negócio jurídico. Condição, termo e encargo. Representação. 
5. Defeitos do negócio jurídico: erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e estado de perigo. 
 
→ DEFEITOS DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 
VÍCIO DE CONSENTIMENTO: o defeito está na formação da vontade (vontade interna) e o prejudicado 
é um dos contratantes. Ex.: Erro, Dolo, Coação, Lesão ou Estado de Perigo. 
 
VÍCIO SOCIAL: o defeito está na manifestação da vontade (vontade externa) e o prejudicado é sempre 
um terceiro. Ex.: fraude contra credores e simulação. 
 
1. ERRO: 
 
O erro é um engano fático, uma falsa noção, em relação a uma pessoa, ao objeto do negócio ou a um 
direito, que acomete a vontade de uma das partes que celebrou o negócio jurídico. De acordo com o art. 138 
do atual Código Civil, os negócios jurídicos celebrados com erro são anuláveis, desde que o erro seja substancial. 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial 
que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio. 
 
Por outro lado, o erro acidental diz respeito aos elementos secundários, e não essenciais do negócio 
jurídico. Em razão disso, não gera a anulabilidade do negócio, não atingindo o plano de sua validade. 
 
2. DOLO: 
 
Causa de anulabilidade do negócio jurídico e consiste no artifício ou ardil para enganar alguém, com 
intuito de benefício próprio. É um erro provocado. 
 
Nos termos do art. 145, o negócio praticado com dolo é anulável, no caso de ser este a sua causa. Esse 
dolo, causa do negócio jurídico, é conceituado como dolo essencial, substancial ou principal (dolus causam). Em 
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tais casos, uma das partes do negócio utiliza artifícios maliciosos, para levar a outra a praticar um ato que não 
praticaria normalmente, visando a obter vantagem, geralmente com vistas ao enriquecimento sem causa. 
 
Já o dolo acidental, que não é causa para o negócio, não pode gerar a sua anulabilidade, mas somente 
a satisfação das perdas e danos a favor do prejudicado. De acordo com o art. 146 do CC, haverá dolo acidental 
quando o negócio seria praticado pela parte, embora de outro modo. Assim, quando se tem o dolo acidental, o 
negócio seria celebrado de qualquer forma, presente ou não o artifício malicioso. 
 
#NÃOCONFUNDA: 
 DOLO – RESPONSABILIDADE CIVIL DOLO – VÍCIO DO NEGÓCIO 
Não está relacionado com um negócio jurídico, 
não gerando qualquer anulabilidade. 
Está relacionado com um negócio jurídico, sendo 
a única causa da sua celebração (dolo essencial). 
Se eventualmente atingir um negócio, gera 
somente o dever de pagar perdas e danos, 
devendo ser tratado como dolo acidental (art. 
146 do CC). 
Sendo o dolo essencial ao ato, causará a sua 
anulabilidade, nos termos do art. 171, II, do CC, 
desde que proposta ação no prazo de 4 anos de 
celebração do negócio, pelo interessado (art. 
178, II, do CC). 
 
Vejamos algumas classificações do dolo elaboradas pela doutrina: 
 Dolo negativo (ou omissivo) consiste em uma omissão dolosa de informação ou silêncio intencional 
que prejudica a outra parte do negócio. Traduz quebra do dever de informação e violação à boa fé 
objetiva (art. 147, CC). Gera a invalidade do negócio jurídico. 
 Dolo Bilateral (ou recíproco): Já no dolo bilateral, previsto no art. 150, nenhuma parte pode alegar dolo 
da outra para anular o negócio. 
 
3. COAÇÃO: 
 
A coação traduz violência. Consiste em uma ameaça ou violência psicológica. Não se confundem com 
a coação física (vis absoluta), causadora da inexistência do próprio negócio. 
 
4. ESTADO DE PERIGO: 
 
É causa de anulação do negócio jurídico, quando o agente, diante de uma situação de perigo de dano 
conhecido pela outra parte, assume uma obrigação excessivamente onerosa, em franco desrespeito ao 
princípio da função social. Exemplo: o cheque caução como condição para atendimento emergencial em 
hospitais é exemplo da teoria do estado de perigo para justificar a invalidade do ato praticado. 
 
Requisitos: ESTADO DE PERIGO = Situação de perigo conhecido da outra parte (elemento subjetivo) 
+ onerosidade excessiva (elemento objetivo). 
 
5. LESÃO: 
 
Segundo Flávio Tartuce, trata-se de uma das mais festejadas inovações do Código Civil de 2002, criada 
para se evitar o enriquecimento sem causa, fundado em negócio totalmente desproporcional, utilizado para 
massacrar patrimonialmente uma das partes. 
 
Requisitos: LESÃO = premente necessidade ou inexperiência (elemento subjetivo) + onerosidade 
excessiva (elemento objetivo). 
 
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#ESQUEMATIZANDO: 
LESÃO (ART. 157, CC) ESTADO DE PERIGO (ART. 156, CC) 
Elemento subjetivo: premente necessidade ou 
Inexperiência. 
Elemento subjetivo: perigo que acomete o 
próprio negociante, pessoa de sua família ou 
amigo íntimo, sendo esse perigo de 
conhecimento do outro negociante. 
Elemento objetivo: prestação manifestamente 
desproporcional. 
Elemento objetivo: obrigação excessivamente 
onerosa. 
Não exige dolo de aproveitamento Exige dolo de aproveitamento 
Aplica-se a revisão negocial pela regra expressa 
do art. 157, § 2.º, do CC, hipótese de 
subsunção. 
Há entendimento doutrinário de aplicação 
analógica do art. 157, § 2.º, do CC, visando a 
conservação negocial. Adotada essa tese, há 
hipótese de integração, não de subsunção. 
 
5. SIMULAÇÃO: 
 
Vício social do negócio jurídico. O negócio interno não é o mesmo do negócio manifestado. 
 
 Simulação absoluta: na aparência há determinado negócio, mas na essência não há negócio algum, o 
que gera a nulidade do ato praticado. 
 Simulação relativa: na aparência há determinado negócio (simulado), mas na essência há outro negócio 
(dissimulado). Prevê o art. 167, CC, que nulo é o negócio simulado e válido o dissimulado, se apresentar 
os mínimos requisitos de validade. 
 
#DEOLHONOSENUNCIADOS:Enunciado 152, III, Jornada de Direito Civil: Toda simulação, inclusive, a inocente (que não causa prejuízo), é 
invalidante. 
Enunciado 578 CJF: Sendo a simulação causa de nulidade do negócio jurídico, sua alegação prescinde de ação 
própria. 
 
6. FRAUDE CONTRA CREDORES: 
 
É um vício social do negócio jurídico. Para fins de prova objetiva, os negócios praticados em fraude 
contra credores são anuláveis (art. 171, CC). 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: (...) 
II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. 
 
A ação anulatória é chamada de pauliana (origem romana) ou ação revocatória. 
 
#FOCONASÚMULA: 
Súmula 195-STJ: Em embargos de terceiro não se anula ato jurídico, por fraude contra credores. 
OBS: Nesse caso, será necessária a propositura de ação pauliana (ou revocatória). 
 
PRESSUPOSTOS DA FRAUDE CONTRA CREDORES 
No caso de alienação onerosa: 
Conluio fraudulento (consilium fraudis) + evento 
danoso (eventus damni). 
Na alienação gratuita ou remissão de dívida: 
Basta o evento danoso (eventus damni). 
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#SELIGANATABELA: 
FRAUDE CONTRA CREDORES FRAUDE À EXECUÇÃO 
Instituto de direito civil Instituto de direito processual civil 
Vício social do negócio jurídico Matéria de responsabilidade patrimonial 
Necessidade de propositura de ação pauliana ou 
revocatória. 
Não há necessidade de propositura da ação 
pauliana, podendo ser a fraude reconhecida 
mediante simples requerimento da parte. 
O devedor tem várias obrigações assumidas 
perante credores e aliena de forma gratuita ou 
onerosa os seus bens, visando prejudicar tais 
credores.. 
O executado já citado em ação de execução ou 
condenatória aliena bens. Ainda, aliena bem 
constrito, com o registro da demanda ou de 
hipoteca judiciária na matrícula do imóvel, nos 
termos do art. 792, incisos I, II e III, do Novo CPC. 
Necessária a presença de dois elementos, em 
regra: 
a) Consilium fraudis – conluio fraudulento entre 
devedor e adquirente do bem; 
b) Eventus damni – prejuízo ao credor. 
 
Obs: No caso de disposição gratuita (doação, 
remissão de dívidas) basta a presença do 
elemento objetivo - prejuízo ao credor (eventus 
daminis). 
Em regra, bastava a presença de prejuízo ao 
autor/exequente. Como esse prejuízo também 
atingiria o Poder Judiciário, sempre se entendeu pela 
presunção absoluta do conluio fraudulento. 
Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça passou a 
entender que a má-fé não pode ser presumida. Foi 
editada a Súmula 375 do STJ, 
prevendo que o reconhecimento da fraude à execução 
depende do registro da penhora do bem alienado ou 
da prova de má-fé do terceiro adquirente. A súmula 
aproximou o instituto da fraude à execução da fraude 
contra credores. Essa aproximação foi confirmada pela 
Lei 13.097/2015 e pelo Novo CPC (art. 792). 
A sentença da ação anulatória tem natureza 
constitutiva negativa, gerando a anulabilidade 
do negócio jurídico celebrado (plano da 
validade). 
O reconhecimento da fraude à execução tem 
natureza declaratória, gerando a ineficácia do 
ato celebrado (plano da eficácia). 
 
6. Invalidade do Negócio Jurídico. Nulidade. Simulação. Efeitos da nulidade e da anulabilidade. 
 
→ TEORIA DAS NULIDADES DO NEGÓCIO JURÍDICO: 
 
NULIDADE ABSOLUTA (NULIDADE) NULIDADE RELATIVA (ANULABILIDADE) 
HIPÓTESES: 
a) Negócio celebrado por absolutamente Incapaz 
(art. 3.º do CC), sem a devida representação. 
b) Objeto ilícito, impossível, indeterminado ou 
indeterminável. 
c) Motivo a ambas as partes for ilícito. 
d) Desrespeito à forma ou preterida alguma 
solenidade. 
e) Objetivo do negócio de fraude à lei imperativa. 
HIPÓTESES: 
a) Negócio celebrado por relativamente Incapaz (art. 
4.º do CC), sem a devida assistência. 
b) Quando houver vício acometendo o negócio 
jurídico: erro, dolo, coação moral/psicológica, 
estado de perigo, lesão e fraude contra credores. 
c) Lei prevê a anulabilidade. 
 
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f) Lei prevê a nulidade absoluta (nulidade textual) 
ou proíbe o ato sem cominar sanção (nulidade 
virtual). 
g) Negócio simulado, incluída a reserva mental. 
h) Presença de coação física (vis absoluta). 
EFEITOS E PROCEDIMENTOS: 
- Nulidade absoluta (nulidade). 
- Ação declaratória de nulidade, imprescritível. 
- Não pode ser suprida nem sanada, inclusive pelo 
juiz. Exceção: conversão do negócio jurídico (art. 
170 do CC). 
- O Ministério Público pode intervir na ação de 
nulidade absoluta, inclusive promovendo a 
demanda. 
- Cabe decretação de ofício pelo juiz. 
- Sentença da ação declaratória tem efeitos erga 
omnes (contra todos) e ex tunc (retroativos). 
EFEITOS E PROCEDIMENTOS: 
- Nulidade relativa (anulabilidade). 
- Ação anulatória, com previsão de prazos decadenciais 
(4 ou 2 anos – art. 178 e 179, CC). 
- Pode ser suprida, sanada, inclusive pelas partes 
(convalidação livre). 
- O Ministério Público não pode intervir ou propor ação 
anulatória, somente os interessados. 
- Não cabe decretação de ofício pelo juiz. 
- Sentença da ação anulatória tem efeitos inter partes 
(entre as partes). Quanto ao debate de serem tais 
efeitos ex nunc (não retroativos) ou ex tunc 
(retroativos), há uma tendência atual de seguir a última 
posição. 
 
7. Ato lícito e ato ilícito. Abuso de direito. Teoria da aparência. Prescrição e decadência. Da prova. 
 
→ PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA: 
 
A prescrição e a decadência possuem os mesmos elementos: inércia do sujeito em exercer o direito 
(fator subjetivo) e decurso do tempo fixado em lei (fator objetivo), circunstância que provoca confusões entre 
os institutos. Apesar disso, não se confundem. 
 
A prescrição é a perda da pretensão de reparação do direito violado em virtude da inércia do seu 
titular, no prazo previsto em lei. Desse modo, o prazo prescricional é o prazo para exercício da pretensão. Os 
prazos prescricionais estão SEMPRE previstos na lei, e, no Código Civil, estão em 2 únicos artigos (arts. 205 e 
206). Não havendo prazo prescricional específico para o exercício de determinada pretensão, aplica-se a cláusula 
geral (10 ANOS - art. 205, CC/02). 
 
Por outro lado, sempre que houver prazo para o exercício de um direito potestativo, esse será 
decadencial. Contudo, não se esqueçam de que há direitos potestativos que não têm prazo para o seu 
exercício, de modo que não estarão sujeitos à extinção pelo não exercício. Ex.: direito de divórcio. Além disso, 
diferentemente do prazo prescricional, que é sempre legal, o prazo decadencial para o exercício do direito 
potestativo, pode ser legal ou convencional. 
 
#DICADACOACH #RESUMEAÍ 
- Prazos prescricionais não podem ser alterados pela vontade das partes (art. 192, CC), permitindo-se apenas a 
alteração dos prazos decadenciais convencionais. 
- A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte interessada (art. 193, CC), assim como 
a decadência convencional (art. 211, CC). 
- A decadência legal pode ser reconhecida de ofício (art. 210, CC). 
 
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PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA 
Ações condenatórias (direitos a uma prestação): 
prescrição extingue o direito à pretensão. 
Ações constitutivas (direitos potestativos): perde-se 
o própriodireito material, por falta do uso desse 
direito. 
Aglutinados nos arts. 205 e 206 do CC/02. Espalhados pelo Código Civil 
Deriva apenas da lei. 
Pode ter origem legal ou convencional (contrato, 
testamento). 
Pode ser suspenso, impedido ou interrompido. 
Corre contra todos, não admitindo as causas de 
interrupção, suspensão ou de impedimento 
(exceção: absolutamente incapazes - art. 198, I, CC) 
Admite renúncia (depois de consumada), podendo 
ser expressa ou tácita. 
Não admite a renúncia da decadência legal 
(estabelecida na lei), mas se admite a renúncia da 
decadência convencional (convencionada entre as 
partes). 
Pode ser reconhecida de ofício. 
Decadência legal: o juiz pode conhecer de ofício. 
Decadência convencional: NÃO pode ser 
reconhecida de ofício. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Nas controvérsias relacionadas à responsabilidade contratual, aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que 
prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando se tratar de responsabilidade extracontratual, aplica-se o 
disposto no art. 206, § 3º, V, do CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de prazo prescricional, o termo 
“reparação civil” deve ser interpretado de forma restritiva, abrangendo apenas os casos de indenização 
decorrente de responsabilidade civil extracontratual. 
• Responsabilidade civil extracontratual: 3 anos. 
• Responsabilidade contratual: 10 anos. 
STJ. 2ª Seção. EREsp 1280825/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 27/06/2018. 
 
8. Obrigações. Obrigações de dar, fazer e não fazer. Obrigações alternativas. Obrigações divisíveis e 
indivisíveis. Obrigações Solidárias. 
 
→ OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS: 
 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, 
cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
 
Na obrigação solidária ativa, qualquer um dos credores pode exigir a obrigação por inteiro. Já na 
obrigação solidária passiva, a dívida pode ser paga por qualquer um dos devedores. 
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
 
A solidariedade contratual não pode ser presumida, devendo resultar da lei (solidariedade legal) ou 
da vontade das partes (solidariedade convencional). 
 
Da Solidariedade Ativa (arts. 267 a 274): 
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Na solidariedade ativa, cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro (art. 267, do CC). Em complemento, enquanto alguns dos credores solidários não 
demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar (art. 268, do CC). 
O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago (art. 269, 
do CC). 
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber 
a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível (art. 
270, do CC). 
Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste (permanece), para todos os efeitos, a 
solidariedade (art. 271, do CC). 
#OLHAOGANCHO: De acordo com o art. 263, do CC/2002, a obrigação indivisível perde esse caráter quando 
da sua conversão em perdas e danos, o que não ocorre com a obrigação solidária ativa, que permanece com 
o dever do sujeito passivo obrigacional de pagar a quem quer que seja. 
O credor que tiver remitido (perdoado) a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte 
que lhes caiba (art. 272, do CC). 
Como novidade na atual codificação material, preceitua o art. 273 que “a um dos credores solidários não pode 
o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros”. As exceções pessoais são defesas de mérito 
existentes somente contra determinados sujeitos, como aquelas relacionadas com os vícios da vontade (erro, 
dolo, coação, estado de perigo e lesão) e as incapacidades em geral, como é o caso da falta de legitimação. 
Na obrigação solidária ativa, o devedor não poderá opor essas defesas contra os demais credores diante da 
sua natureza personalíssima. 
Segundo o art. 274, do CC (redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015), “O julgamento contrário a um dos 
credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção 
pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles”. 
 
Da Solidariedade Passiva (arts. 275 a 285): 
Na obrigação solidária passiva, o credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, 
parcial ou totalmente, a dívida comum. Se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores 
continuam obrigados solidariamente pelo resto (art. 275, caput, do CC). Não importará renúncia da 
solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores (art. 275, parágrafo 
único, do CC). 
Como ocorre com a solidariedade ativa, o art. 276, do CC, traz regra específica envolvendo a morte de um 
dos devedores solidários. No caso de falecimento de um destes, cessa a solidariedade em relação aos 
sucessores do de cujus, eis que os herdeiros somente serão responsáveis até os limites da herança e de seus 
quinhões correspondentes. A regra não se aplica se a obrigação for indivisível. Outra exceção é feita pelo 
comando, eis que todos os herdeiros reunidos são considerados um único devedor em relação aos demais 
devedores 
Tanto o pagamento parcial realizado por um dos devedores como o perdão da dívida (remissão) por ele obtida 
não têm o efeito de atingir os demais devedores na integralidade da dívida (art. 277, do CC). No máximo, caso 
ocorra o pagamento direto ou indireto, os demais devedores serão beneficiados de forma reflexa, havendo 
desconto em relação à quota paga ou perdoada. 
Dispõe o art. 278, do CC, que “qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos 
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes”. Por 
regra, o que for pactuado entre o credor e um dos devedores solidários não poderá agravar a situação dos 
demais, seja por cláusula contratual, seja por condição inserida na obrigação, seja ainda por aditivo negocial. 
Deve ser respeitado o princípio da relatividade dos efeitos contratuais, eis que o negócio firmado gera efeitos 
inter partes, em regra. 
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Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de 
pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. 
Na solidariedade passiva, o devedor demandado poderá opor contra o credor as defesas que lhe forem 
pessoais e aquelas comuns a todos, tais como pagamento parcial ou total e a prescrição da dívida (art. 281 
do CC). Mas esse devedor demandado não poderá opor as exceções pessoais a que outro codevedor tem 
direito, eis que estas são personalíssimas, como se pode aduzir pelo próprio nome da defesa em questão. 
Exemplificando: qualquer um dos devedores poderá alegar a prescrição da dívida, ou o seu pagamento total 
ou parcial, direto ou indireto, pois as hipóteses são de exceções comuns. Por outra via, os vícios do 
consentimento (erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), somente podem ser suscitados pelo devedor 
que os sofreu. 
O Código Civil de 2002 continua admitindo a renúncia à solidariedade, de forma parcial (a favor de um 
devedor) ou total (a favor de todos os codevedores), no seu art. 282, caput (“O credor pode renunciar à 
solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores”). A expressão renúncia à solidariedadepode ser utilizada como sinônima de exoneração da solidariedade. Enuncia o parágrafo único do dispositivo 
que “Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais”. 
O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos codevedores a sua quota, 
dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes 
de todos os codevedores (art. 283, do CC). Entretanto, se a dívida solidária interessar exclusivamente a um 
dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que a pagar (art. 285, do CC). 
 
12. Inadimplemento das obrigações. Mora. Perdas e danos. Juros legais e cláusula penal. 13. Arras. 
Transferência de obrigações: cessão de crédito, assunção de dívida, cessão de contrato. 
 
Início da fluência de juros moratórios e correção monetária em caso de danos morais e materiais2 
 
DANOS MATERIAIS 
Juros MORATÓRIOS 
 
Responsabilidade extracontratual: os juros fluem a 
partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC e Súmula 
54 do STJ). 
 
Responsabilidade contratual: 
1) Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir 
do VENCIMENTO. 
2) Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados a 
partir da CITAÇÃO. 
CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
Incide correção monetária a partir da data do efetivo 
PREJUÍZO (Súmula 43 do STJ). 
 
DANOS MORAIS 
Juros MORATÓRIOS 
 
CORREÇÃO MONETÁRIA 
 
 
2 CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Sentença que não define o termo inicial dos juros moratórios decorrentes de 
inadimplemento contratual. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
<https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/e836d813fd184325132fca8edcdfb40e>. Acesso em: 
26/10/2018 
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Responsabilidade extracontratual: os juros fluem a 
partir do EVENTO DANOSO (art. 398 do CC e Súmula 
54 do STJ). 
 
Responsabilidade contratual: 
1) Obrigação líquida (mora ex re): contados a partir 
do VENCIMENTO. 
2) Obrigação ilíquida (mora ex persona): contados a 
partir da CITAÇÃO. 
A correção monetária do valor da indenização do 
dano moral incide desde a data do ARBITRAMENTO 
(Súmula 362 do STJ). 
 
 #DEOLHONAJURIS: 
A fixação da taxa dos juros moratórios, a partir da entrada em vigor do art. 406 do Código Civil de 2002, deve 
ser com base na taxa Selic, sem cumulação de correção monetária. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1403005/MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 06/04/2017. 
No caso de dívida composta de capital e juros, a imputação de pagamento (art. 354 do CC) insuficiente para a 
quitação da totalidade dos juros vencidos não acarreta a capitalização do que restou desses juros. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1518005-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 13/10/2015 (Info 572). 
Na hipótese de inexecução do contrato, revela-se inadmissível a cumulação das arras com a cláusula penal 
compensatória, sob pena de ofensa ao princípio do non bis in idem. Ex: João celebrou contrato de promessa 
de compra e venda com uma incorporadora imobiliária para aquisição de um apartamento. João comprometeu-
se a pagar 80 parcelas de R$ 3 mil e, em troca, receberia um apartamento. No início do contrato, João foi 
obrigado a pagar R$ 20 mil a título de arras. No contrato, havia uma cláusula penal compensatória prevendo 
que, em caso de inadimplemento por parte de João, a incorporadora poderia reter 10% das prestações que 
foram pagas por ele. Trata-se de cláusula penal compensatória. Suponhamos que, após pagar 30 parcelas, João 
tenha parado de pagar as prestações. Neste caso, João perderá apenas as arras, mas não será obrigado a pagar 
também a cláusula penal compensatória. Não é possível a cumulação da perda das arras com a imposição da 
cláusula penal compensatória. Logo, decretada a rescisão do contrato, fica a incorporadora autorizada a 
apenas reter o valor das arras, sem direito à cláusula penal. STJ. 3ª Turma.REsp 1617652-DF, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 26/09/2017 (Info 613). 
Em um contrato no qual foi estipulada uma CLÁUSULA PENAL, caso haja o inadimplemento, é possível que o 
credor exija o valor desta cláusula penal e mais as perdas e danos? 
• Se for cláusula penal MORATÓRIA: SIM. 
• Se for cláusula penal COMPENSATÓRIA: NÃO. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1335617-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/3/2014 (Info 540). 
A cláusula penal moratória não é estipulada para compensar o inadimplemento nem para substituir o 
adimplemento. Assim, a cominação contratual de uma multa para o caso de mora não interfere com a 
responsabilidade civil. Logo, não há óbice a que se exija a cláusula penal moratória juntamente com o valor 
referente aos lucros cessantes. No caso de mora, existindo cláusula penal moratória, concede-se ao credor a 
faculdade de requerer, cumulativamente: a) o cumprimento da obrigação; b) a multa contratualmente 
estipulada; e ainda c) indenização correspondente às perdas e danos decorrentes da mora. Exemplo: o 
promitente comprador, no caso de atraso na entrega do imóvel adquirido, tem direito a exigir, além do 
cumprimento da obrigação e do pagamento do valor da cláusula penal moratória prevista no contrato, a 
indenização correspondente aos lucros cessantes pela não fruição do imóvel durante o período da mora. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1355554-RJ, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 6/12/2012 (Info 513). 
 
14. Contratos. Classificação dos contratos. Contratos de adesão. Contrato aleatório. Contrato com pessoa a 
declarar. Contrato preliminar. 15. Formação dos contratos. Contratos por tempo determinado e 
indeterminado. Efeitos dos contratos. Estipulação em favor de terceiros. 16. Cláusulas gerais. Conceitos legais 
indeterminados. Conceitos determinados pela função. Interpretação dos contratos. 18. Compra e venda. 
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Cláusulas especiais. Promessa de compra e venda. Troca ou permuta. Contrato estimatório. Doação. 19. 
Locação de coisas. Locação de imóveis urbanos. Comodato. Mútuo. Prestação de serviço. Empreitada. 
Depósito. Mandato. Comissão. Corretagem. Transporte. Fiança. Transação. 20. Seguro. Disposições gerais. 
Seguro de dano e seguro de pessoa. Contratos referentes a planos e seguros privados de assistência à saúde. 
21. Atos unilaterais. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa. Promessa de recompensa. Gestão de 
negócios. 
 
Contrato de transporte: 
Súmula 151-STF: Prescreve em um ano a ação do segurador sub-rogado para haver indenização por extravio ou 
perda de carga transportada por navio. 
Súmula 145-STJ: No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente 
responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave. 
Súmula 187-STF: A responsabilidade contratual do transportador, pelo acidente com o passageiro, não é elidida 
por culpa de terceiro, contra o qual tem ação regressiva 
 
Contrato de seguro: 
Súmula 616-STJ: A indenização securitária é devida quando ausente a comunicação prévia do segurado acerca 
do atraso no pagamento do prêmio, por constituir requisito essencial para a suspensão ou resolução do contrato 
de seguro. 
Súmula 610-STJ: O suicídio não é coberto nos dois primeiros anos de vigência do contrato de seguro de vida, 
ressalvado o direito do beneficiário à devolução do montante da reserva técnica formada. 
Súmula 609-STJ: A recusa de cobertura securitária, sob a alegação de doença preexistente, é ilícita se não houve 
a exigência de exames médicos prévios à contratação ou a demonstração de má-fédo segurado. 
Súmula 537-STJ: Em ação de reparação de danos, a seguradora denunciada, se aceitar a denunciação ou 
contestar o pedido do autor, pode ser condenada, direta e solidariamente junto com o segurado, ao pagamento 
da indenização devida à vítima, nos limites contratados na apólice. 
Súmula 529-STJ: No seguro de responsabilidade civil facultativo, não cabe o ajuizamento de ação pelo terceiro 
prejudicado direta e exclusivamente em face da seguradora do apontado causador do dano. 
Súmula 465-STJ: Ressalvada a hipótese de efetivo agravamento do risco, a seguradora não se exime do dever de 
indenizar em razão da transferência do veículo sem a sua prévia comunicação. 
 
Alienação Fiduciária: 
Súmula 293-STJ: A cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de 
arrendamento mercantil. 
Súmula 564-STJ: No caso de reintegração de posse em arrendamento mercantil financeiro, quando a soma da 
importância antecipada a título de valor residual garantido (VRG) com o valor da venda do bem ultrapassar o 
total do VRG previsto contratualmente, o arrendatário terá direito de receber a respectiva diferença, cabendo, 
porém, se estipulado no contrato, o prévio desconto de outras despesas ou encargos pactuados. 
Súmula 369-STJ: No contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, 
é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora. 
Súmula 92-STJ:A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no certificado de registro 
do veículo automotor. 
 
Fiança: 
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu. 
 
Consórcio: 
Súmula 538-STJ: As administradoras de consórcio têm liberdade para estabelecer a respectiva taxa de 
administração, ainda que fixada em percentual superior a dez por cento. 
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Compromisso de compra e venda: 
Súmula 84-STJ: É admissível a oposição de embargos de terceiro fundados em alegação de posse advinda do 
compromisso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido do registro. 
Súmula 239-STJ: O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra 
e venda no cartório de imóveis. 
 
17. Vícios redibitórios. Evicção. Extinção dos contratos: resolução, rescisão e resilição. 
 
→ VÍCIOS REDIBITÓRIOS (Arts. 441 a 446, CC): 
 
Conceito: vícios redibitórios são os defeitos que desvalorizam a coisa ou a tornam imprópria para uso. 
 
Exemplo: Indivíduo compra um imóvel de um particular, que não é profissional nessa atividade de venda de 
imóveis, por R$ 300.000,00, e este apresente um sério problema de encanamento. Como não há relação de 
consumo, o caso envolve um vício redibitório, aplicando-se o Código Civil. Sendo assim, o adquirente terá a seu 
favor as opções e prazos previstos no art. 445, do CC. 
 
#NÃOCONFUNDIR: Vício Redibitório X Erro 
No caso de vício redibitório o problema atinge o objeto do contrato, ou seja, a coisa. No erro o vício é do 
consentimento, atingindo a vontade, pois a pessoa se engana sozinha em relação a um elemento do negócio 
celebrado (arts. 138 a 144 do CC). 
 
Vício redibitório – plano da eficácia do contrato (resolução ou abatimento no preço) 
Erro – plano da validade (anulabilidade do contrato). 
 
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, 
que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor. 
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas. 
 
Em relação aos contratos aleatórios, admite-se a alegação de vício redibitório quanto aos seus 
elementos comutativos, predeterminados. 
 
#DEOLHONOENUNCIADO: 
Enunciado n. 583, VII Jornada de Direito Civil: “O art. 441 do Código Civil deve ser interpretado no sentido de 
abranger também os contratos aleatórios, desde que não abranja os elementos aleatórios do contrato” 
 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no 
preço. 
 
O adquirente prejudicado pelo vício redibitório pode fazer uso das ações edilícias, por meio da quais 
poderá: 
 
1) Pleitear abatimento proporcional no preço, por meio de ação quanti minoris ou ação estimatória. 
2) Requerer a resolução do contrato (devolvendo a coisa e recebendo de volta a quantia em dinheiro que 
desembolsou), sem prejuízo de perdas e danos, por meio de ação redibitória. Para pleitear as perdas e 
danos, deverá comprovar a má-fé do alienante, ou seja, que o mesmo tinha conhecimento dos vícios 
redibitórios (art. 443 do CC). Todavia, a ação redibitória, com a devolução do valor pago e o 
ressarcimento das despesas contratuais, cabe mesmo se o alienante não tinha conhecimento do vício. 
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Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer 
por vício oculto, já existente ao tempo da tradição. 
 
Ou seja: a responsabilidade do alienante permanece ainda que a coisa pereça em poder do adquirente 
em virtude do vício oculto já existente no momento da entrega. 
 
Como as ações edilícias são constitutivas negativas, os prazos previstos no art. 445, do CC, para tais 
demandas são decadenciais. 
 
1) Nas hipóteses de vício que pode ser percebido imediatamente (art. 445, caput, do CC) – O adquirente 
decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for 
móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva. Porém, se já estava na posse do bem, o 
prazo conta-se da alienação da coisa, reduzido à metade (15 dias para móvel e seis meses para imóvel). 
Como exemplo da última regra, tem-se o caso de um locatário que adquire o bem, havendo uma 
tradição ficta (traditio brevi manu – possuía em nome alheio, agora possui em nome próprio). 
2) Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde (art. 445, § 1º, do CC) – O prazo 
contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se 
tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis. 
 
#ATENÇÃO: 
Enunciado n. 174, da III Jornada de Direito Civil: “Em se tratando de vício oculto, o adquirente tem os prazos do 
caput do art. 445 para obter redibição ou abatimento de preço, desde que os vícios se revelem nos prazos 
estabelecidos no parágrafo primeiro, fluindo, entretanto, a partir do conhecimento do defeito”. 
 
Segundo o teor do referido enunciado, nos casos de vícios ocultos, o adquirente terá contra si os prazos 
de 30 dias para móveis e 1 ano para imóveis (art. 445, caput, do CC), desde que os vícios surjam nos prazos de 
180 dias para móveis e 1 ano para imóveis (art. 445, § 1.º, do CC), a contar da aquisição desses bens. Embora 
não seja pacífico, há julgados do STJ e de Tribunais Estaduais aplicando tal entendimento. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
“Recurso especial. Vício redibitório. Bem móvel. Prazo decadencial. Art. 445 do Código Civil. 1. O prazo 
decadencial para o exercício da pretensão redibitória ou de abatimento do preço de bem móvel é de 30 dias 
(art. 445 do CC). Caso o vício, por sua natureza, somente possa ser conhecido mais tarde, o § 1.º do art. 445 
estabelece, em se tratando de coisa móvel, o prazo máximo de 180 dias para que se revele, correndo o prazo 
decadencial de 30 dias a partir de sua ciência. 2. Recurso especial a que se nega provimento” (STJ, REsp 
1.095.882/SP, 4.ª Turma, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j. 09.12.2014,DJe 19.12.2014). 
 
Art. 445, § 2º. Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos 
em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não 
houver regras disciplinando a matéria. 
 
No caso de vendas de animais, os prazos de garantia quanto aos vícios redibitórios serão aqueles 
previstos na legislação ordinária especial. Essa lei especial pode ser o CDC, caso estejam presentes os elementos 
da relação de consumo. Na falta de previsão legal, devem ser aplicados os usos e costumes locais. Por sua vez, 
na falta de usos é que incidem os prazos constantes do § 1º, do art. 445, CC. 
 
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Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente 
deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de 
decadência. 
 
Na vigência de prazo de garantia (decadência convencional) não correrão os prazos legais (decadência 
legal), mas, diante do dever anexo de informação, inerente à boa-fé objetiva, o adquirente deverá denunciar o 
vício no prazo de trinta dias contados do seu descobrimento, sob pena de decadência. Essa decadência está 
ligada à perda do direito de garantia contratual e não ao direito de ingressar com as ações edilícias. Sendo assim, 
findo o prazo de garantia convencional ou não exercendo o adquirente o direito no prazo de 30 dias fixado no 
art. 446, do CC, iniciam-se os prazos legais previstos no art. 445. 
 
→ EVICÇÃO (Arts. 447 a 457, CC): 
 
Conceito: a evicção é a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo 
que a atribui a um terceiro. Quanto aos efeitos da perda, a evicção pode ser total ou parcial. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
Para que o evicto possa exercer os direitos resultantes da evicção, na hipótese em que a perda da coisa adquirida 
tenha sido determinada por decisão judicial, não é necessário o trânsito em julgado da referida decisão. O 
direito que o evicto tem de cobrar indenização pela perda da coisa evicta independe, para ser exercitado, de ele 
ter denunciado a lide ao alienante na ação em que terceiro reivindicara a coisa. STJ. 4ª Turma. REsp 1332112-
GO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 21/3/2013 (Info 519). 
 
São partes da evicção (elementos subjetivos): 
 Alienante – aquele que transfere a coisa viciada, de forma onerosa; 
 Evicto ou adquirente – aquele que perde a coisa adquirida; 
 Evictor ou terceiro – tem a decisão judicial ou a apreensão administrativa a seu favor. 
 
#ESQUEMATIZANDO3: 
 
 
#SELIGA: Com a revogação do art. 456, do CC, pela Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/15), reforçou-
se o entendimento segundo o qual a denunciação à lide não é o meio obrigatório para que o evicto possa exercer 
o direito que da evicção lhe resulta. Nesse sentido: 
 
3 Ilustração retirada do livro Manual de Direito Civil do Professor Flávio Tartuce. 
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Enunciado nº 434, V Jornada de Direito Civil (2011): “A ausência de denunciação da lide ao alienante, na evicção, 
não impede o exercício de pretensão reparatória por meio de via autônoma” 
 
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição 
se tenha realizado em hasta pública. 
 
#ATENÇÃO: Segundo o art. 199, inciso III, do Código Civil, não corre a prescrição pendendo a ação de evicção. 
 
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção. 
 
Com relação à exclusão da responsabilidade, esta pode ocorrer desde que feita de forma expressa 
(cláusula de non praestaenda evictione ou cláusula de irresponsabilidade pela evicção), não se presumindo 
em hipótese alguma. Todavia, mesmo excluída a responsabilidade pela evicção, se esta ocorrer, o alienante 
responde pelo preço da coisa. Isso se o evicto não sabia do risco da evicção ou, informado do risco, não o 
assumiu: 
 
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a 
receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu. 
 
Não havendo a referida cláusula de exclusão da garantia pela evicção, a responsabilidade do alienante 
será plena. Em casos tais, levando-se em conta o art. 450 do CC, poderá o evicto prejudicado pleitear do 
alienante, nos casos de evicção total: 
 
1) A restituição integral do preço pago. Para tanto, se deve levar em conta o valor da coisa à época em 
que se perdeu, evitando-se o enriquecimento sem causa (art. 450, parágrafo único, do CC). 
2) A indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir ao evictor ou terceiro. 
3) A indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção 
(danos emergentes, despesas de escritura e registro e lucros cessantes, nos termos dos arts. 402 a 404 
do CC; além de danos imateriais ou morais). 
4) As custas judiciais e os honorários advocatícios do advogado por ele constituído. 
5) Indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis não abonadas ao evicto pelo evictor (art. 453 do 
CC). Porém, se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o 
valor destas deverá ser levado em conta na restituição devida (art. 454 do CC). 
 
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto 
havendo dolo do adquirente. 
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-
las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante. 
 
Dessa forma, não poderá o adquirente haver a coisa deteriorada para si sabendo do vício e depois se 
insurgir, pleiteando o que consta do art. 450 do CC. Mas, se o evicto tiver auferido vantagens das deteriorações 
e não tiver sido condenado a pagar tais valores ao evictor, o valor dessas vantagens deverá ser deduzido da 
quantia pleiteada do alienante (art. 452 do CC). 
 
Em havendo evicção parcial, duas são as regras previstas no art. 455, do CC: 
1) Se a evicção for parcial, mas considerável, poderá o adquirente optar entre a rescisão do contrato ou a 
restituição da parte do preço correspondente ao desfalque. 
2) Sendo parcial a evicção, mas não considerável, poderá o evicto somente pleitear indenização 
correspondente à parte perdida (perdas e danos). 
https://drive.google.com/file/d/1DhsX1RQMcnGRPur4vhP9qeb-SX6d2RK_/view?usp=sharing
elaine.rodrigues.nunes2@gmail.com
NÃO FAÇA A PROVA SEM SABER | TJ/SP 
CiclosR3 
25 
 
 
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa. 
 
22. Responsabilidade civil. Requisitos. Responsabilidade por fato de outrem. Responsabilidade sem culpa. 23. 
Responsabilidade pela perda de uma chance. Dano moral. Dano estético. Indenização do dano material e do 
dano moral. Liquidação de danos. 
 
#DEOLHONAJURIS: 
O art. 932, do CC, prevê que os pais são responsáveis pela reparação civil em relação aos atos praticados por 
seus filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia. O art. 932, I do CC, ao se referir à 
autoridade e companhia dos pais em relação aos filhos, quis explicitar o poder familiar (a autoridade parental 
não se esgota na guarda), compreendendo um plexo de deveres,

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