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Areópago (Texto)

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Do Direto grego antigo 
A história da Grécia se revela importante para o Direito contemporâneo, devido às inovações e criações que contribuíram para uma constante evolução. Encontra-se na retórica grega um importante instrumento de persuasão jurídica. É visto que, o surgimento da escrita foi o responsável pela criação das codificações e das leis que também eram utilizadas como um meio de convencimento nas cidades.
O sistema jurídico da Grécia antiga é uma das principais fontes históricas dos direitos da Europa Ocidental, todavia, os gregos não foram grandes juristas, pois não havia direito grego de fato, mas direito das cidades gregas, contidos em leis e costumes, mas cabe frisar que as leis começaram a ser escritas somente no século IV a.C .
A lei torna-se construção humana, nada tendo de divina. Assim, o direito se torna laico, ou seja, desnudado de aspectos religiosos, apesar de numerosas as polis gregas, duas cidades apresentam-se como as mais intrigantes no tocante ao Direito: Esparta por seu direito costumeiro e Atenas por sua sofisticação com leis escritas.
Divisão do direito grego
Na visão de Michael Gagarin, o Direito Grego era dividido da seguinte maneira: Direito Criminal ou Penal; Direito de Família; Direito Público e Direito Processual.
O direito criminal cuidava dos homicídios, sanções penais, roubos, furtos, enfim, tudo que fosse enquadrado como infração penal àquela época.
O direito de família era constituído de lições sobre adoção, casamento, filiação, sucessão e tudo aquilo que envolvesse pátrio poder e família.
O direito público tratava as questões políticas, econômicas e religiosas.
E o direito processual disciplinava as espécies de procedimentos para salvaguardar os direitos, além de fornecer as regras dos tribunais.
Areópago 
O Areópago foi a primeira casa de justiça da Grécia, no início composto por cinquenta e um juízes com competência para julgar todos os delitos; surgiu no governo de Sólon, sua maior função era julgar os crimes de sangue premeditados e os incêndios dolosos.
As suas competências sofreram duas mudanças, a primeira no momento da instalação do Tribunal dos Heliastas que acabou absolvendo boa parte da matéria jurisdicional do Areópago e a segunda veio a acontecer durante a administração de Efialtes em 461 a.C.
Depois de tais alterações o Areópago era formado pelos arcontes que haviam cessado funções e que nele possuíam cadeira vitalícia; responsáveis em casos que envolvem cidadãos de Atenas na esfera penal em crimes como homicídios, envenenamento e incêndio doloso e também investigavam crimes graves contra o Estado. 
Arnaldo Godoy resume o Areópago:
“Os membros do Areópago eram sorteados numa lista de quinhentos candidatos, pertencentes às duas primeiras classes sociais (pentacosimedimnos e cavaleiros). O órgão era aristocrático. Seus membros eram vitalícios. O Areópago entrou em decadência a partir de 462 a.C, com as reformas de Efialtes, refletindo avanço da democracia em detrimento do regime aristocrático. Aristóteles conta que Efialtes era cidadão incorruptível. Homem justo, tornara-se líder popular e passara a atacar o Conselho do Areópago. Teria eliminado membros do Conselho.”[1: GODOY, ARNALDO SAMPAIO DE MORAES. DIREITO GREGO & HISTORIOGRAFIA JURÍDICA. CURITIBA: JURUÁ, 2009, P. 221]
Licurgo, legislador espartano, chamava o Areópago de “a forma superior da Grécia” e Lísia, o grande orador e advogado, destacava que “esse tribunal é tão superior a todos os outros que mesmo os homens condenados por ele concordam que seus veredictos são justos”.
Curiosidades
A tradição fornece a Atena à criação do Areópago. Reza a lenda que a deusa Atena criou o tribunal para julgar Orestes, irmão de Ifigênia e filho de Agamêmnon e de Clitmnestra. Vingando a morte do pai, Orestes, assassinou a mãe e seu amante. A deusa criou o tribunal para julgá-lo.
Por volta de 50 d.C., filósofos epicureus e estoicos que discutiam com o apóstolo Paulo o levaram ao Areópago para que lhes contassem a respeito de sua nova doutrina. Ali ele proferiu seu famoso Discurso no Areópago, que é exposto na bíblia sagrada no livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 17.
Heliaia
O tribunal de Heliastas era um tribunal de justiça aberto a todos do povo, esta corte de justiça demonstra que o povo grego tinha soberania em matéria judiciária. Como as reuniões eram feitas sempre em campo aberto tendo o sol como testemunha, resolveram colocar o nome de tribunal dos Heliastas em homenagem ao astro rei, Hélios, sol.
O Tribunal de Heliastas utilizava um número consideravelmente grande de jurados, em torno de 500 a 6.000, o número alto de jurados servia como proteção a fraudes, uma vez que era difícil subornar 500 indivíduos, primeiro porque sempre há de ter um honesto entre dezenas e depois porque ninguém teria condições financeiras subornar tamanha quantidade de pessoas.
As decisões proferidas por este tribunal não permitiam recurso algum. O entendimento era de que se tratava de um exame feito pelo povo através da soberania popular, pois passou pelo crivo de pelo menos quinhentos cidadãos investidos no papel.
O tribunal popular julgava questões públicas e privadas, não possuindo regras de jurisdição ou competência. Como dito anteriormente as suas decisões eram irrecorríveis, fulminando assim, o segundo grau de jurisdição, o procedimento do júri era simples: a defesa usava seu tempo para argumentar e tentar se isentar tudo que fora acusada, a acusação em seguida formulava todas as questões anteriormente suscitadas e algumas novas se porventura tivesse. Na sequência os jurados efetuavam seus votos (bolinha branca era a favor da absolvição e a preta a favor da condenação) e três destes eram selecionados para a contagem dos votos.

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