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Resenha Dos Delitos e das Penas

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CELER FACULDADES
BACHARELADO EM DIREITO
DIR 12
DISCIPLINA: TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO
PROFESSOR: JOÃO MARCELO ISOTTON
ACADÊMICA: MARINA CAVALHEIRO DA SILVA JUNG
DOS DELITOS E DAS PENAS
Nessa época vários abusos na legislação penal já eram presentes como, podemos pegar como exemplo, as penas superiores e terríveis que não correspondiam com os males provocados pelos delitos, em tese, praticados, a que eram brutalmente submetidos. E contra esses fatos Cesare Beccaria se manifestou, e suas ideias se baseavam em uma vida mais justa e humana, mesmo em casos delicados como a dos crimes e suas penas.
Dos delitos e das penas nos traz os protestos contra a tortura, as penas infamantes e degradantes, e as desigualdades dos castigos impostos. Nos mostra a inutilidade da pena de morte, que ainda hoje é tão debatida, como meio de punição. Nos mostra também, mais do que nunca, a explicita e brilhante separação de poderes, principalmente entre o legislativo e o judiciário. Tudo isso, com a ideia central de igualdade, justiça e humanidade dentro de um tema caloroso que são os crimes e suas respectivas penas.
A questão enfrentada nessa época é claramente relacionada à ma formulação das leis, que desde aquela época já beneficiam a minoria, deixando a maioria claramente a mercê da fraqueza e da miséria. Beccaria defende que somente com boas leis pode-se transformar essa situação desigual, que enfrentamos ate os dias de hoje.
As penas surgiram como o direito de punir, ou seja, para proteger a sociedade daqueles que transgrediam a expectativa de paz que já se fazia inerente a uma sociedade que pretende viver bem decorrendo a ideia de contrato social. Ocorre que ninguém sacrificaria sua liberdade para visar o interesse público. A grande maioria sentia-se insegura, e para mudar isso, houve a necessidade de sacrificar a liberdade de uns para que o resto goze de mais segurança. Ou seja, aquele que quebrasse o contrato social deveria ser punido com a restrição de sua liberdade para manter a paz social. 
Diante de tudo isso, foram extraídos princípios que existem até hoje. Temos como exemplo o princípio da separação dos poderes, devidamente expressado no livro, de forma que os delitos e as penas, por eles aplicados, somente poderão ser feitos através de lei, e não por ato do Poder Judiciário, por exemplo, estendendo a hoje também ao Poder Executivo. 
Além disso, fala do princípio da proporcionalidade entre o delito e o mal que ele causa com a pena aplicada a esse respectivo crime. Hoje muito discutido tal tema e uma inovação legislativa como a lei antidrogas editada em 2006. Onde abrandou certas penas e recrudesceram outros tipos penais considerados mais maléficos à sociedade. 
No livro existe a menção da tríade entre acusador, acusado e julgador no conceito de equidistância necessária para que haja a justiça. Deixa clara a obra que toda e qualquer atitude que vai contra a justiça ou ao contrato social, vale dizer, bem estar social deverá ser considerada odiosa e, portanto punida, dentro das vertentes e limites já vistos acima.
Os costumes e/ou interpretação das leis, por parte do julgador, é repudiada, pois a lei tem caráter geral e não pode ser interpretada, sob pena de beneficiar uns em detrimentos de outros. Portanto, as leis devem ser claras, de caráter geral na destinação, manter a harmonia social, sob a ideia de contrato social. Se houver o delito, a pena a ele aplicada deve estar, tanto quanto ele, previamente descrita e sua aplicação deverão ser proporcional ao potencial lesivo do ato repudiado. Os poderes não podem se misturar, garantindo assim que não exista arbitrariedade nos julgamentos e na consequente aplicação da lei. O julgamento deve ser claro, com possibilidade de arguição de suspeição de juízes quando assim se faça necessário.
O que fala essas escritas senão dos princípios da legalidade, reserva lega, anterioridade, individualização da pena, separação de poderes, dignidade da pessoa humana, devido processo legal, publicidade... O que há de mais atual que isso? A obra falava disso a séculos atrás. O que não funciona, então? Os homens. O caráter, a corrupção, a visão distorcida pela ganância e a inversão de valores. É isso que não deixa funcionar todo e qualquer sistema.

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