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Parasitologia – Aula 3 Prof.ª Me. JULIANA CONTI VIANA Reino Protista Filo Sarcomastigophora Subfilos: - Mastigophora: (=possuir ou trazer flagelo) Classes: Phytomastigophorea (possuem cloroplastos – autotróficos) Zoomastigophorea (heterotróficos, flagelados de interesse médico) Ordem: Kinetoplastida Família: Trypanosomatidae Gênero: Leishmania - Sarcodina ou Rhizopoda - Opalinata Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Vetor: fêmea do mosquito-palha (birigui, cangalha, tatuquira). Pertence à ordem Diptera, Família Psychodidae, Subfamília Phlebotominae, Gênero Plhebotomus e Lutzomia. Paramastígota Promastígota Promastígota metacíclica amastígota macrófago Amastígota Promástígota A transmissão ocorre pela picada da fêmea de flebotomíneo infectada durante o repasto sanguíneo. Não há transmissão pessoa a pessoa. (saliva) Promastígota metacíclica Promastígota Paramastígota Amastígota Morfologia - Amastígota - Forma oval, esférica ou fusiforme; - São encontrados no citoplasma: um núcleo grande e arredondado, um cinetoplasto em forma de um pequeno bastonete e vacúolos; - Não há flagelo livre, e a sua porção intracitoplasmática raramente é observada; - Quando examinadas ao microscópio eletrônico de transmissão, o envoltório é formado por uma unidade de membrana sob a qual temos microtúbulos dispostos em conformação regular e equidistante Morfologia - Paramastígota - Formas pequenas e arredondadas ou ovais; - Flagelo curto, na região anterior do corpo e sua extremidade pode estar aderida à superfície cuticular da porção anterior do trato digestivo do vetor através de hemidesmossomos; - Núcleo na posição mediana; - Cinetoplasto paralelo e ligeiramente posterior ao núcleo; Morfologia - Promastígota - Forma flagelada, com uma flagelo livre e longo; - Núcleo arredondado ou oval situado na região central ou ligeiramente anterior; - Cinetoplasto em forma de bastão, localizado na porção mediana entre a extremidade anterior e o núcleo; - Variedade grande de medidas; - Flagelos sempre de tamanho igual ou superior ao maior diâmetro do corpo; - Encontrada no trato digestivo do hospedeiro invertebrado e irá emergir na porção anterior no corpo do parasito (probócide) – picada. Promastígotas metacíclicas - São as formas infectantes para os hospedeiros vertebrados; - Diâmetro do corpo nos menores limites apresentados pelas promastígotas; - Flagelo muito longo, cerca de duas vezes o comprimento do corpo; - Possuem mobilidade intensa e são encontrados livres nas porções anteriores do trato digestivo do inseto; - Nunca foram encontrados em divisão. Sinais clínicos Quadro cutâneo: inicia-se pelo aparecimento de pequena lesão eritemato-papulosa no local da picada do vetor, posteriormente há formação de um nódulo que pode atingir 1cm de diâmetro e aproximadamente 4 semanas de evolução, com o aparecimento de uma crosta central. A perda desta crosta dá origem a uma úlcera, que evolui formando úlcera leishmaniótica clássica, de formato arrendondado, com bordas elevadas e infiltradas. A lesão inicial pode ser única ou múltipla, dependendo do número de picadas infectantes. A mucosa mais freqüentemente acometida é a da região nasal, os principais sinais e sintomas são epistaxe (sangramento nasal), eliminação de crostas e obstrução nasal. Existem duas formas extremas: a ulcerativa e a não-ulcerativa e as formas intermediárias. Além das lesões nasais, podem ocorrer lesões em lábios, língua, palato, orofaringe e laringe. Profilaxia (leishmaniose visceral) Usar repelentes; roupas de mangas longas; telas nas janelas; mosquiteiro nas camas; Não utilizar agulhas utilizadas por terceiros; Armazenar adequadamente o lixo orgânico (a fim de evitar a ação do mosquito); O controle dos vetores; Tratamento das pessoas doentes; Tratamento dos cães ou eutanásia; Existem repelentes especiais para cães, evitando que sejam picados pelos Lutzomia. Profilaxia Medidas educativas: as atividades de educação em saúde devem estar inseridas em todos os serviços que desenvolvem ações de controle de leishmaniose, com envolvimento efetivo das diversas equipes profissionais e institucionais visado um trabalho conjunto. Em áreas de risco, tem sido sugerida uma faixa de segurança de 200 a 300 metros entre as residências e a floresta. Uma faixa desta natureza tem que ser bem planejada para evitar problemas decorrentes do desequilíbrio ambiental. Profilaxia Medidas de combate ao vetor (controle químico): as medidas de controle químico com inseticidas de ação residual só terão utilidade quando a transmissão se der em ambiente domiciliar e com ocorrência de 2 ou mais casos no local em período pequeno, 6 meses ou menos. Vacinas – em testes - ainda precisamos desenvolver uma vacina segura, eficaz e estável - tanto para humanos como para cães - não atingem 100% de eficácia. Quanto aos cães contaminados, muitos veterinários indicam a eutanásia, sem frisar que existe tratamento para o cão, embora com ressalvas. Este não os cura, mas promove melhor qualidade e tempo de vida. No entanto, não são todos os animais que podem passar por tais procedimentos, uma vez que os fármacos utilizados são significantemente fortes, podendo colocar em risco a vida do indivíduo. Assim, o tratamento é indicado àqueles que não alcançaram a velhice e cujo rim não se encontra comprometido; desde que o dono se responsabilize pela continuidade do tratamento (caro e longo) e promoção de cuidados específicos, orientados pelo médico veterinário. Dentre tais procedimentos, dois muito importantes são a utilização semanal de inseticidas na residência, e o uso de repelentes no cão, que impedem o contato de tais animais com os mosquitos transmissores da doença. Assim, nota-se a grande e nobre responsabilidade que o dono de um cão portador de leishmaniose tem perante seu animal e a sociedade. Leishmania Tegumentar Americana (LTA) Doença de caráter zoonótico (transmitida entre animais e humanos). Acomete humanos e diversas espécies de animais silvestres e domésticos. Diversas manifestações clínicas. Considerada uma enfermidade polimórfica da pele e das mucosas. As principais manifestações podem ser classificadas de acordo com seus aspectos clínicos, patológicos e imunológicos: A forma cutânea localizada é caracterizada por lesões ulcerosas, indolores únicas ou múltiplas; A forma cutaneomucosa é caracterizada por lesões mucosas agressivas que afetam as regiões nasofaríngeas; A forma disseminada apresenta múltiplas úlceras cutâneas por disseminação hematogênica ou linfática; A forma difusa apresenta lesões nodulares não ulceradas Leishmania Tegumentar Americana (LTA) Disseminação de lesões cutâneas não ulceradas Lesões cutâneomucosas Lesão cutânea única Leishmania Tegumentar Americana (LTA) Hospedeiro invertebrado: insetos da ordem Dipterae, família Psychodidae, subfamília Phlebotominae, gênero Lutzomia. (Fêmeas!) Hospedeiros vertebrados: grande variedade de mamíferos como roedores, edentados(tatu, tamanduá, preguiça), marsupiais (gambá), canídeos, primatas, incluindo o homem. (Brasil: reservatórios por todo o país) Agente etiológico: várias espécies de Leishmania No Brasil são comuns: Leishmania braziliensis Leishmania guyanensis Leishmania lainsoni Leishmania shawi Leishmania naiffi Leishmania amazonensis Leishmania Tegumentar do Velho Mundo É uma doença antiga. Ocorre desde o Senegal, na África, na Índia e Mongólia, sul da França e Namíbia. Os tradicionais centros de distribuição de especiarias no passado, que originaram os nomes vernaculares de botão-do-oriente, botão-de-bagdá, botão-de-alepo, etc, têm reduzida incidência da doença atualmenteou estão isentos. Entretanto a doença ocorre em outras áreas onde há atividade humana, refletindo-se em diferentes taxas de incidência. Alguns brasileiros que trabalharam na construção de rodovias e áreas de irrigação no Oriente contraíram infecção que foi diagnosticada no Brasil. Este fato pode levar, teoricamente, à introdução de espécies alopátricas de Leishmania no Novo Mundo. Leishmania Tegumentar do Velho Mundo Agente etiológico: Leishmania tropica Leishmania major Leishimania aethiopica Leishmania Tegumentar do Velho Mundo Leishmania tropica – ag. etiológico da leishmaniose cutânea antroponótica ou urbana. Produz úlceras crônicas e indolores na pele, que podem demorar um ano ou mais para cicatrizar espontaneamente. Período de incubação: 2 a 8 meses. Depois de curado, paciente imune. Em poucos casos não ocorre a cura total, pequenas lesões crescem sobre ou próximo à cicatriz – leishmaniose recidivante. Reservatório: ser humano. Cães são encontrados contaminados, mas a importância do cão como reservatório permanece duvidosa. Leishmania Tegumentar do Velho Mundo Leishmania major – ag. etiológico da leishmaniose cutânea zoonótica ou rural. Formação de úlceras indolores, quando as lesões não se complicam. As lesões evoluem rapidamente para uma úlcera úmida, e com frequências são múltiplas, especialmente em imigrantes não imunes. Período de incubação inferior a 4 meses. Reservatórios: roedores de hábitos diurnos. Também são encontrados cães infectados. Leishmania Tegumentar do Velho Mundo Leishimania aethiopica – produz lesões cutâneas simples e, com menos frequência, leishmaniose oronasal. No entanto pode produzir a leishmaniose cutânea difusa (LCD). A maior parte das lesões é de evolução lenta, a úlcera é tardia ou inexistente. Na forma LCD, há formação de pápulas ou nódulos múltiplos que se disseminam pela pele, especialmente na face e áreas expostas dos membros, que muitas vezes podem se assemelhar à hanseníase. Não há ulceração e não afetam mucosas. A úlcera não cicatriza espontaneamente e tende a haver recaídas depois do tratamento. Leishmania visceral americana ou calazar ou Úlcera de Bauru Doença crônica, grave, de alta letalidade se não tratada, e apresenta aspectos clínicos e epidemiológicos diversos e característicos, para cada região onde ocorre. Existem fármacos disponíveis e eficazes, mas segundo a OMS, é responsável pela morte de milhares de pessoas em todo o mundo (cerca de 60000 por ano), principalmente crianças. Terceira enfermidade transmitida por vetores mais relevante da atualidade. Leishmania visceral americana Ocorre em 70 países dos 4 continentes (em desenvolvimento). Estima-se uma incidência anual de 500.000 novos casos. Destes casos, 90% estão concentrados na Índia, Bangladesh, Nepal, Sudão e Brasil. Leishmania visceral americana Fatores de risco para o desenvolvimento da doença: Desnutrição, uso de fármacos imunossupressores, de drogas ilícitas e a coinfecção com HIV. Conflitos políticos, as correntes migratórias na África e as grandes mudanças na economia mundial são determinantes do aumento da pobreza e miséria das populações, contribuem para a emergência, reemergência e urbanização da Leishmaniose visceral. Em consequência, as condições ambientais da transmissão têm determinado alterações nas características epidemiológicas clássicas da doença, comprometendo o esforço dos órgãos de saúde de muitos países, para o seu efetivo controle. Leishmania visceral americana Agente etiológico Parasitos do complexo L. donovani: Leishmania donovani Leishmania infantum Leishmania visceral americana Importância: Doença infecciosa sistêmica, de evolução crônica, caracterizada por febre irregular de intensidade média e de longa duração, esplenomegalia (+baço) , hepatomegalia (+ fígado), acompanhada de sinais de anemia(-ferro, hemoglobina ou hemácias), leucopenia (- leucócitos), trombocitopenia (- plaquetas), hipergamaglobulinemia (+Ig) e (-albumina). Também é comum a linfadenopatia (afeta nódulos linfáticos). Sintomas como emagrecimento, edema e o estado de debilidade progressiva contribuem para o óbito. Leishmania visceral americana Importante: Transmissão: forma principal – picada da fêmea de Lutzomya longipalsis. A doença pode dissipar-se na ausência do típico vetor, uma vez que pode ser transmitida pelo compartilhamento de seringas e agulhas por usuários de drogas. Leishmania visceral americana Forma Assintomática Indivíduos podem apresentar sintomatologias pouco específicas, que se manifestam por febre baixa recorrente, tosse seca, diarreia, sudorese, prostração e apresentar cura espontânea ou manter o parasito sem nenhuma evolução clínica por toda a vida. A maior parcela da população afetada em áreas endêmicas. Mas o equilíbrio apresentado por estes indivíduos pode ser quebrado pela desnutrição ou por um estado imunodepressivo. Leishmania visceral americana Forma Aguda Corresponde ao período inicial da doença. Febre alta, palidez de mucosas e hepatoesplenomegalia discretas. A evolução, em geral, não ultrapassa dois meses. Muitas vezes: tosse e diarreia E por vezes é confundida com outras parasitoses e outras doenças febris agudas. Leishmania visceral americana Forma Sintomática Crônica ou Calazar Clássico Evolução prolongada, chamada período de estado, caracterizada por febre irregular e associada ao contínuo agravamento dos sintomas. Emagrecimento progressivo e conduz o paciente para a desnutrição. Hepatoesplenomegalia, associada à ascite (acúmulo de líquido seroso no peritônio) determinam um aumento no abdome. Comuns: edema generalizado, dispneia, cefaleia, dores musculares, perturbações digestivas, epístaxes (hemorragias nasais), e retardo da puberdade. O calazar é uma doença debilitante e imunossupressiva, assim, infecções bacterianas são importantes na determinação do óbito. Pesquisa em sala de aula: Trichomonas: classificação taxonômica, morfologia, ciclo biológico (local da infecção e transmissão), noções gerais sobre os sintomas e profilaxia. Entamoeba: classificação taxonômica, morfologia, ciclo biológico, noções gerais sobre os sinais clínicos e profilaxia Família: Trichomonadidae Subfamília: Trichomonadinae
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