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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA LABORATÓRIO DE CONVERSÃO DE ENERGIA Laboratório de Conversão de Energia Jéssica Rodrigues de Souza – 201233940033 Juliane Regina Bento Gomes – 201233940006 Marlon Jonhs Costa Padilha – 201233940021 Rodrigo Marques Neto -201233940016 Wirlan Gomes Lima – 201233940018 Tucuruí/PA 2015 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE TUCURUÍ FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA LABORATÓRIO DE CONVERSÃO DE ENERGIA Laboratório de Conversão de Energia Relatório apresentado como requisito para obtenção de aprovação na disciplina de Laboratório de Conversão de Energia, na Universidade Federal do Pará – Campus Universitário de Tucuruí. Prof. Msc. Andrey Vieira Tucuruí/PA 2015 Sumário 1. Resumo ................................................................................................... 4 2. Medição Monofásica e Trifásica .............................................................. 5 3. Relação de Transformação do Transformador Monofásico .................. 21 4. Fator de Potência, Rendimento e Regulação do Transformador Monofásico ........................................................................................... 29 5. Ensaios a Vazio e de Curto-Circuito do Transformador Monofásico .... 35 6. Característica Magnética de Geradores CC com Excitação Independente .............................................................................................................. 43 7. Relação de Espiras Entre Campos Série-Shunt em Máquinas CC ....... 49 8. Controle de Velocidade do Motor CC Shunt .......................................... 52 9. Determinação da Resistência do Estator do MIT .................................. 59 10. Ensaio a Vazio e com Rotor Bloqueado do MIT .................................... 62 11. Determinação da Resistência do Rotor do MIT ..................................... 79 12. Referências ........................................................................................... 82 4 1. Resumo: Este caderno de relatórios apresenta os resultados obtidos durante a realização dos ensaios no Laboratório de Conversão de Energia, apresentando de forma concisa dados e exercícios solicitados no caderno de experimentos. 5 2. Medição Monofásica e Trifásica 2.1. Introdução: Voltímetro: O voltímetro é um instrumento de medida da amplitude da tensão elétrica. É dotado de duas pontas de prova de acesso ao exterior (Figura 2.1.1.), através das quais se podem medir a tensão aos terminais de uma fonte de tensão constante, entre dois quaisquer pontos de um circuito elétrico, ou ainda entre qualquer ponto e a referência. A ligação de um voltímetro ao circuito é de tipo paralelo. O mesmo é dizer que durante a medição o instrumento constitui um caminho paralelo ao elemento ou circuito a diagnosticar. No entanto, um voltímetro ideal procede à medição da tensão sem absorver qualquer corrente elétrica (apresenta, por isso, uma resistência elétrica de entrada infinita), característica que garante a não interferência do aparelho no funcionamento do circuito. No passado, todos os voltímetros eram de tipo analógico. Nos aparelhos deste tipo, a amplitude da tensão é indicada através da posição de um ponteiro sobre uma escala graduada, cuja seleção condiz com a amplitude prevista para a tensão. Atualmente existe uma grande variedade de voltímetros analógicos e digitais, sendo em geral uma das múltiplas funções disponibilizadas pelo multímetro. Figura 2.1.1 – Voltímetro 6 Amperímetro: O amperímetro é um instrumento de medida da amplitude da corrente elétrica. Como se indica na Figura 2.1.2, e ao contrário do processo de medição da tensão, a medição de uma corrente elétrica obriga a que o instrumento seja percorrido pela grandeza a diagnosticar. Um amperímetro ideal caracteriza-se pela capacidade de medir a corrente sem incorrer em qualquer queda de tensão entre os seus dois terminais. Figura 2.1.2 – Amperímetro Wattímetro: O wattímetro é um instrumento que permite medir a potência elétrica fornecida ou dissipada por um elemento. O wattímetro implementa o produto das grandezas tensão e corrente elétrica no elemento, razão pela qual a sua ligação ao circuito é feita simultaneamente em série e em paralelo (Figura 2.1.3). Assim, dois dos terminais são ligados em paralelo com o elemento, efetuando a medição da tensão, e os dois restantes são interpostos no caminho da corrente. Tal como o voltímetro e o amperímetro, o wattímetro ideal mede a tensão sem desvio de qualquer fluxo de corrente, e mede a corrente sem introduzir qualquer queda de tensão aos seus terminais. 7 Figura 2.1.3 – Wattímetro Associação em Série: Dois componentes de um circuito encontram-se associados em série quando um dos seus terminais é comum e ambos são percorridos pela mesma corrente eléctrica. No circuito representado na Figura 2.1.4.a. os elementos R1 e R2 encontram-se associados em série, não sucedendo o mesmo com as resistências R1 e R2 do circuito representado em 2.1.4.b. Figura 2.1.4 – Associação de resistências Associação em Paralelo: Dois componentes de um circuito encontram-se associados em paralelo quando os nós aos quais se encontram ligados são comuns e, portanto, a tensão aos terminais é idêntica. No circuito eléctrico representado na Figura 2.1.5.a, os componentes R1 e R2 encontram-se associados em paralelo, o mesmo já não sucedendo com as resistências R1 e R2 em 2.1.5.b. 8 Figura 2.1.5 – Associação de resistências Ligação em Estrela ou Y: Uma carga trifásica é um conjunto de 3 cargas monofásicas, isto é, 3 impedâncias. Cada uma das impedâncias é designada por fase da carga. Se estas 3 impedâncias forem iguais, designa-se por carga equilibrada; será uma carga desequilibrada , caso contrário. As cargas desequilibradas serão analisadas na secção Cargas Desequilibradas. Figura 2.1.6 – Cargas monofásicas Uma das formas de ligar as 3 impedâncias é, à semelhança do que se fez para a fonte, ligar cada fase da carga a uma fase da fonte, tal como se esquematiza na Figura 2.1.7. Este tipo de ligação designa-se por ligação estrela. Figura 2.1.7 – Carga trifásica ligada em estrela Circulando em cada uma das malhas que inclui uma fase do gerador, uma fase da carga e se fecha pelo condutor de neutro, verifica-se que, a cada fase da carga, Vf, (isto é, a cada uma das impedâncias da carga) fica aplicada a tensão da fase do gerador, isto é, uma tensão simples, VL, (uma tensão entre o condutor de fase e o neutro). As amplitudes complexas das correntes (em valor eficaz) que circulam na carga são: jef j j ef e Z U Ze eU Z U I 0 1 1 9 3 23 2 2 2 j jeef j j ef e Z U Ze eU Z U I 3 4 3 4 3 3 j jeef j j ef e Z U Ze eU Z U I Onde, por simplicidade, se admitiu que )(1tu tem uma fase inicial nula. Este conjunto de 3 correntes, tem a mesma amplitude e estão desfasadas entre si de 3 2 , pelo que constituem um sistema trifásico equilibrado de correntes. Assim sendo, a corrente no condutor de neutro será nula, pois, aplicando a Lei dos Nós a qualquer um dos 2 nós do circuito, se obtém: 0321 NIIII O diagrama vetorial das correntes e tensões nas fases de uma carga equilibrada ligada em estrela encontra-se representado na Figura 2.1.8. Figura 2.1.8 – Diagrama vetorial de tensões e correntes nas fases de uma carga equilibrada ligada em estrela Nesta situação de equilíbrio, o condutor de neutro pode ser retirado, mantendo-se as tensões nas fases da carga iguais às tensões nas fases do gerador. No caso de uma carga ligada em estrela, as correntes na linha de transmissão, LI , (correntes entre o gerador e a carga) são iguais às correntes nas fases da carga, FI , (isto é, as correntes que atravessam cada uma das impedâncias da carga). 10 Ligação em Triangulo ou Delta(𝝙): As 3 cargas monofásicas referidas na secção anterior podem também ser ligadas sequencialmente, formando um triângulo, como se esquematiza na Figura 2.1.9. Figura 2.1.9 – Carga Trifásica ligada em triangulo ou Delta Para alimentar esta carga com a fonte de tensão trifásica, liga-se cada um dos condutores de fase da fonte, aos vértices do triângulo formado pela carga, tal como se esquematiza na figura seguinte. Figura 2.1.10 – Fonte de Tensão Trifásica a Alimentar uma Carga Trifásica Ligada em Triangulo Neste tipo de ligação, o condutor de neutro fica desligado. A tensão de cada fase da carga, FU (isto é, a tensão aplicada a cada uma das impedâncias da carga) é uma tensão composta, CU , (tensão entre duas fases da fonte) cujo valor eficaz é efU3 . Carga ligada em triângulo fL VV Nestas condições, e considerando, por simplicidade gráfica, que a tensão composta 12U tem uma fase inicial nula, isto é 0 12 3 j ef eUU , as amplitudes complexas (em valor eficaz) das correntes que vão percorrer cada uma das fases da carga, são: 11 jef j j ef e Z U Ze eU Z U I 33 0 12 12 3 2 33 3 2 23 23 j jeef j j ef e Z U Ze eU Z U I 3 4 33 1 3 4 3 31 j jeef j j ef e Z U Ze eU Z U I Este conjunto de correntes forma um sistema trifásico equilibrado, desfasado do sistema de tensões compostas que está aplicado às fases da carga. Relativamente à carga ligada em estrela, cada fase da carga suporta agora uma tensão 3 vezes superior (tensão composta) pelo que, a amplitude a corrente que a percorre é, também, 3 vezes superior. O diagrama vetorial das tensões e correntes nas fases da carga encontra-se representado na figura 2.1.11. Figura 2.1.11 – Diagrama vetorial das tensões e correntes nas fases de uma carga ligada em triangulo Relativamente às correntes que percorrem as linhas de transmissão, a sua determinação tem de ser efetuada com recurso à Lei dos Nós. Lei dos nós no nó 1 31121 iii Lei dos nós no nó 2 12232 iii 12 Lei dos nós no nó 3 23313 iii Em termos de amplitudes complexas em valor eficaz, obtém-se: 61 3 j ef e Z U I 63 2 32 j jeef e Z U I 63 4 32 j jeef e Z U I Este conjunto de correntes na linha, LI , forma um sistema equilibrado, atrasado 6 do sistema de correntes das fases da carga, FI . Também a amplitude destas correntes na linha é 3 vezes superiores à amplitude das correntes que percorrem as fases da carga. Carga em estrela FL II . 2.2. Objetivos: Aprender a utilizar os equipamentos de medição: voltímetro, amperímetro e wattímetro. Realizar as ligações em estrela e em delta. Verificar as relações de tensão e corrente em circuitos em estrela e em delta. Verificar a potência consumida. 2.3. Instrumentos e Equipamentos: Fontes de Tensão; Wattímetro (amperímetro e voltímetro); Cabos; Lâmpadas (3 unidades); Cabos; 2.4. Ensaio Medição Monofásica e Trifásica: Procedimento I: Montou-se o circuito na configuração abaixo. Colocou-se o voltímetro em paralelo na entrada do circuito, o wattímetro em serie com a fase e em 13 paralelo com a rede, enquanto o amperímetro em serie com a lâmpada (carga), aferindo-se a tensão, potência e a corrente, respectivamente. Anotaram-se os valores na Tabela 2.5.1. Figura 2.4.1 Procedimento II: Montou-se o circuito com três lâmpadas em série na configuração abaixo. Permanecendo com os equipamentos de medidas ligados da mesma forma do procedimento I, com apoio de mais um voltímetro, mediram-se as quedas de tensões em cada lâmpada, acrescentada uma por cada vez, no circuito. Anotaram-se os valores na Tabela 2.5.3. Figura 2.4.2 Procedimento III: Montou-se o circuito com três lâmpadas em paralelo na configuração abaixo. Permanecendo com os equipamentos de medidas ligados da mesma forma do procedimento I, com apoio de mais um amperímetro, mediram-se as correntes em cada lâmpada acrescentada uma de cada vez no circuito. Anotaram-se os valores na Tabela 2.5.5. 14 Figura 2.4.3 Procedimento IV: Montou-se o circuito trifásico com as três lâmpadas ligadas em estrela e os equipamentos de medições conforme mostrado na figura. Aferiram-se a tensão de linha, corrente de linha e a tensão de fase, respectivamente. Anotaram-se os resultados na Tabela 2.5.7. Figura 2.4.4 Procedimento V: Montou-se o circuito trifásico com as três lâmpadas ligadas em delta e os equipamentos de medições conforme mostrado na figura. Aferiram-se a tensão de linha, corrente de linha e a tensão de fase, respectivamente. Anotaram-se os resultados na Tabela 2.5.9. 15 Figura 2.4.5 2.5. Resultados: Procedimento I: Experimental: 153,846 26.0 220 I V R Tabela 2.5.1 – Dados coletados Valores Medidos Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Resistencia (Ω) 220 0,26 52,8 846,15 Teórico: VV 220 WPLâmpada 60 A V P I 2727,0 220 60 7473,806 2727,0 220 I V R Tabela 2.5.2 – Dados Teóricos Valores Teóricos Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Resistencia (Ω) 220 0,2727 60 806,7473 Procedimento II: Experimental: Lâmpada 1: 16 1538,846 26.0 220 I V R otalt Lâmpadas 1 e 2: 41,1289 17,0 2,108 17,0 11121 I V I V Rtotal Lâmpada 1, 2 e 3: 1750 12,0 70 12,0 69 12,0 71321 I V I V I V Rtotal Tabela 2.5.3 – Dados coletados Quant. Lâmp. Valores Medidos Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Tensão (V)lâmpada Resistencia (Ω) 1 220 0,26 52,8 220 XX XX 846,152 2 220 0,17 21,4 111 108,2 XX 1289,41 3 220 0,12 15,01 71 69 70 1750 Teórico: Lâmpada 1: VV 220 VP 60 2727,0 220 60 V P I 7473,806 2727.0 220 I V R otalt Lâmpadas 1 e 2: Como as lâmpadas estão em série e possuem a mesma potência, a queda de tensão emcada lâmpada é igual à fonte dividida por dois: V V V 110 2 220 2 2,1 W PP PP Ptotal 30 6060 6060 21 21 1363,0 220 30 V P I total 4946,1613 13635,0 110 13635,0 110 21 RRRtotal Lâmpada 1, 2 e 3: Como as lâmpadas estão em série e possuem a mesma potência, a queda de tensão em cada lâmpada é igual à fonte dividida por três: 17 V V V 33,73 3 220 3 3,2,1 W PPP Ptotal 20 60 1 60 1 60 1 1 111 1 321 0909,0 220 20 V P I total 1320,2420321 RRRRtotal Tabela 2.5.4 – Dados Teóricos Quant. Lâmp. Valores Teóricos Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Tensão (V)lâmpada Resistencia (Ω) 1 220 0,2727 60 220 XX XX 806,7476 2 220 0,1363 30 110 110 XX 1613,4946 3 220 0,0909 20 73,33 73,33 73,33 2420,1320 Procedimento III Experimental: Lâmpada 1: 1538,846 26.0 220 I V R otalt Lâmpadas 1 e 2: 34,458 24,0 220 24,0 220 24,0 220 24,0 220 21 21 21 21 I V I V I V I V RR RR Rtotal Lâmpadas 1, 2 e 3: 56,305 24,0 220 1 24,0 220 1 24,0 220 1 1 111 1 321 I V I V I V Rtotal Tabela 2.5.5 – Dados coletados Quant. Lâmp. Valores Medidos Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Corrente (I)lâmpada Resistencia (Ω) 1 220 0,26 52,8 0,26 XX XX 846,1538 2 220 0,52 96,4 0,24 0,24 XX 458,34 3 220 0,81 170 0,24 0,24 0,24 305,56 18 Teórico: Como as lâmpadas estão em paralelo a queda de tensão em cima das mesmas será igual a tensão da fonte. VVVVV 220321 Lâmpada 1: 2727,0 220 60 V P I 7473,806 2727.0 220 I V R otalt Lâmpadas 1 e 2: WPPPtotal 120606021 5454,0 220 120 V P I totaltotal A I I total 2727,0 2 5454,0 2 2,1 6736,403 2727,0 220 2727,0 220 2727,0 220 2727,0 220 21 21 21 21 I V I V I V I V RR RR Rtotal Lâmpadas 1, 2 e 3: WPPPPtotal 180606060321 8181,0 220 180 V P I totaltotal A I I total 2727,0 3 8181,0 3 3,2,1 9157,268 2727,0 220 1 2727,0 220 1 2727,0 220 1 1 3 1 2 1 1 1 1 I V I V I V Rtotal Tabela 2.5.6 – Dados coletados Quant. Lâmp. Valores Teóricos Tensão (V) Corrente (A) Potencia (W) Corrente (I)lâmpada Resistencia (Ω) 1 220 0,2727 60 0,2727 XX XX 806,7476 2 220 0,5454 120 0,2727 0,2727 XX 403,3736 3 220 0,8181 180 0,2727 0,2727 0,2727 268,9157 Procedimento IV Experimental: 19 Tabela 2.5.7 – Dados coletados Valores Medidos Circuito 3ɸ Tensão Linha (V) Tensão fase (V) Corrente Linha (A) Corrente Fase (A) Relação satisfeita Estrela 220 127,5 0,17 0,17 Sim Teórico: W PP PP Ptotal 30 6060 6060 1 21 A V P II linha total faselinha 1363,0 220 30 VVlinha 220 V V V linhafase 017,127 3 220 3 Tabela 2.5.8 – Dados Teóricos Valores Teóricos Circuito 3ɸ Tensão Linha (V) Tensão fase (V) Corrente Linha (A) Corrente Fase (A) Relação satisfeita Estrela 220 127,017 0,1363 0,1363 Sim Procedimento VI Experimental: Tabela 2.5.9 – Dados coletados Valores Medidos Circuito 3ɸ Tensão Linha (V) Tensão fase (V) Corrente Linha (A) Corrente Fase (A) Relação satisfeita Delta 220 220 0,44 0,24 Sim Teórico: WP 60 A V P I fase fase 2727,0 220 60 AII faselinha 5723,02727,033 VVV faselinha 220 Tabela 2.5.10 – Dados Teóricos Valores Teóricos Circuito 3ɸ Tensão Linha (V) Tensão fase (V) Corrente Linha (A) Corrente Fase (A) Relação satisfeita Delta 220 220 0,44 0,24 Sim 20 2.6. Conclusão: No procedimento I foi observada a forma correta de ligação dos instrumentos de medição, voltímetro ligado em paralelo, amperímetro ligado em série e o wattímetro ligado em série-paralelo com a carga. Apurando os resultados, na qual foi comparado com os resultados teóricos notou-se uma pequena diferença entre os valores medidos e os calculados, mas isso se dá por alguns motivos, entre eles erro humano ou equipamento, a própria resistência interna dos equipamentos e dos condutores e outros, resultando assim essa diferença percebida. No procedimento II referente à associação de série das lâmpadas, foi comprovada que a corrente permanece constante e a tensão se dividiu, ocasionando a diminuição da luminosidade das lâmpadas. Quando o circuito foi montado só com uma lâmpada, observou o perfeito funcionamento da mesma. Quando acrescentada a segunda lâmpada, já se notou o enfraquecimento da luminosidade. Já no circuito montado com as três lâmpadas, a luminosidade ficou quase imperceptível. Comprovando a queda de tensão em cada lâmpada. Esse tipo de associação não é muito usual, pois quando há uma queima em qualquer lâmpada as outras apagam devido à abertura do percurso da corrente. No procedimento III, a carga (lâmpada) associada em paralelo provou a teoria na qual a tensão permanece constante (a mesma da fonte) e a corrente se dividi. Resultando assim em uma boa luminosidade e um bom aproveitamento do sistema, sendo por isso o sistema mais usual de carga ligada em paralelo em relação à fonte. No procedimento IV e V foram comprovadas as relações de corrente e tensão no sistema trifásico, na ligação em estrela a corrente de linha )( LI e a corrente de fase )( FI é a mesma, enquanto a tensão de linha LV é 3 tensão de fase fV . Já na ligação triângulo a tensão de linha LV permanece igual à tensão de fase fV e a corrente de linha LI é 3 corrente de fase )( FI . Em todos os procedimentos foram notados o comportamento das potências, nas ligações em série e estrela a potencia total nbba total PPP P 1 ... 11 1 é encontrada como associação de resistores em paralelo, enquanto nas ligações em paralelos e triângulos a potencia total nbbatotal PPPP ... é encontrada como associado de resistores em série. 21 3. Relação de Transformação do Transformador Monofásico 3.1. Introdução: O transformador é um dispositivo magnético que tira proveito do fenômeno da indutância mútua, geralmente é um dispositivo de quatro terminais formado por duas (ou mais bobinas) acopladas magneticamente. O transformador (TR) é um equipamento que recebe energia elétrica com uma tensão e uma corrente e fornece essa energia, a menos das perdas, em outra tensão e outra corrente. A frequência elétrica se mantém inalterada. A estrutura do TR é constituída por chapas de aço, isoladas por uma resina, justapostas e pressionadas. Envolvendo a estrutura de aço se encontram os enrolamentos do primário e do secundário, conforme mostrado na fig.3.1.1. O enrolamento do primário tem np espirase o do secundário ns espiras. O primário é ligado à rede elétrica. Figura 3.1.1 Transformador é um dispositivo destinado a transmitir energia elétrica ou potência elétrica de um circuito à outro, transformando tensões, correntes e ou de modificar os valores das Impedância elétrica de um circuito elétrico, conforme mostrada na figura abaixo. 22 Figura 3.1.2 Trata-se de um dispositivo de corrente alternada que opera baseado nos princípios eletromagnéticos da Lei de Faraday e da Lei de Lenz. O transformador consiste de duas ou mais bobinas ou enrolamentos e um "caminho", ou circuito magnético, que "acopla" essas bobinas. Há uma variedade de transformadores com diferentes tipos de circuito, mas todos operam sobre o mesmo princípio de indução eletromagnética. No caso dos transformadores de dois enrolamentos, é comum denominá-los como enrolamentos primários e secundários existem transformadores de três enrolamentos sendo que o terceiro é chamado de terciário. Existe também um tipo de transformador denominado Autotransformador, no qual o enrolamento secundário possui uma conexão elétrica com o enrolamento do primário. Transformadores de potência são destinados primariamente à transformação da tensão e das correntes operando com altos valores de potência, de forma a elevar o valor da tensão e consequentemente reduzir o valor da corrente. Este procedimento é utilizado, pois ao se reduzir os valores das correntes reduzem-se as perdas por efeito Joule nos condutores. O transformador é constituído de um núcleo de material ferromagnético, como aço, a fim de produzir um caminho de baixa relutância 23 para o fluxo gerado. Geralmente o núcleo de aço dos transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes parasitas ou de corrente de Foucault no próprio núcleo, já que essas correntes contribuem para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule. Em geral utiliza- se aço-silício com o intuito de se aumentar a resistividade e diminuir ainda mais essas correntes parasitas. 3.2. Objetivos: Determinar a relação ou razão de transformação do transformador monofásico. 3.3. Instrumentos e Equipamentos: Amperímetros (2 unidades); Voltímetro (2 unidades); Ôhmímetro; Transformador Monofásico; Fonte de Tensão (varivolt monofásico); Carga resistiva (reostato); Cabos; 3.4. Ensaio de Relação de Transformação do Transformador Monofásico: Procedimento I: Montou-se o circuito do transformador na configuração abaixo, ligando as bobinas do primário e do secundário em paralelo (ligação primário: 1a-1c- 1e-1g; 1b-1d-1f-1h - ligação secundário: 2a-2c-2e-2g; 2b-2d-2f-2h). Ajustou-se a tensão do varivolt conforme a Tabela 3.5.1. Com auxilio de equipamento de medição, aferiu-se a tensão e a corrente do lado primário e secundário do transformador, anotando-se a tensão secundaria na Tabela 3.5.1. 24 Figura 3.3.1 - Transformador sem carga Procedimento II: Montou-se o circuito da Figura 3.3.2 (transformador com carga), a carga selecionada de 80Ω. Ajustou-se a tensão do varivolt conforme a Tabela 3.4.2. Com o auxilio de equipamento de medição, aferiu-se a tensão e a corrente do lado primário e secundário do transformador, anotando-se a corrente do primário e a tensão e a corrente do secundário na Tabela 3.5.2. Figura 3.3.2 - Transformador com carga 3.5. Resultados: Procedimento I: Tabela 3.5.1 – Dados coletados Tensão do primário (V) Tensão do secundário (V) 15 7,2 30 14,6 45 22,3 60 29,5 75 37 90 44,4 100 49,5 110 54,5 25 Procedimento II: Tabela 3.5.2 – Dados coletados Primário Secundário Tensão (V) Corrente (A) Tensão (V) Corrente (A) 15 0,049 7,2 0,087 30 0,094 14,4 0,175 45 0,147 21,7 0,240 60 0,197 29 0,330 75 0,210 36,2 0,420 90 0,250 43,4 0,510 100 0,280 48,3 0,570 110 0,310 53,4 0,630 3.6. Exercícios: 1) Descreva o funcionamento do transformador: O princípio básico de funcionamento de um transformador é o fenômeno conhecido como indução eletromagnética. Uma bobina, quando percorrida por uma corrente elétrica alternada, dará origem a campo magnético variável, em função da variação da corrente, assim abaixando ou elevando a tensão do lado secundário, mas permanecendo constante a potencia e a frequência, sendo ajustada a corrente do lado secundário para obter uma potencia secundaria perto ou igual a potencia do lado primário. 2) Por que o transformador não funciona se alimentado com tensão contínua? Se a fonte de alimentação do transformador for de corrente contínua, não haverá uma transformação de tensão constante entre as bobinas, pois o fluxo magnético gerado pela corrente contínua não é variável ao longo do tempo. 3) Construa o gráfico Vp X Vs com e sem carga: 26 Figura 3.6.1 sem carga Figura 3.6.2 Com Carga 4) Construa o gráfico Ip x Vs, com carga: Matlab clear x=[ 0.049 0.094 0.147 0.197 0.210 0.250 0.280 0.310]; y=[0.087 0.175 0.240 0.330 0.420 0.510 0.570 0.630]; figure plot(x,y) grid title('Ip x Is com carga'),xlabel('Tensão do primário'),ylabel('Tensão no secundário'); 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 Vp x Vs sem carga Tensão do primário Te ns ão no se cu nd ári o 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 Vp x Vs com carga Tensão do primário Te ns ão no se cu nd ári o 27 5) Calcule a razão de transformação tendo como base os dois gráficos: 027,2 37 75 2 1 V V 6) Por que o núcleo dos transformadores deve ser laminado? Geralmente o núcleo de aço dos transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes parasitas ou de corrente de Foucault no próprio núcleo, já que essas correntes contribuem para o surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule. 7) Qual é a relação entre a curva de Histerese e o material da construção do núcleo dos transformadores? O fenômeno observado no material magnético é a histerese. A característica dos materiais ferromagnéticos, que faz com que eles maximizem o acoplamento entre os enrolamentos e reduzam a corrente de excitação necessária para o funcionamento do transformador. A densidade do fluxo magnético que pode ser criado por um eletroímã depende dos números de espiras de enrolamentos, assim como da intensidade da corrente circulante. Isso significa que a densidade do fluxo depende da força magnetizante ou da intensidade do material usado como núcleo, estas curvas de histerese são de extrema importância quando se pretende utilizar um material para o núcleo de um componente como um transformador. 0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 Ip x Is com carga Tensão do primário Te ns ão no se cu nd ári o 28 3.7. Conclusão: No experimento realizado comprovou-se que o transformador se tratava de um abaixador de tensão, pois esse tipo de transformador realiza o rebaixamento da tensão elétrica presente no enrolamento primário do transformador, somente se torna possível este processo de transformação em função do transformador possuir um número de espiras inferior no enrolamento secundário, fazendo com que a indução magnética seja menor,causando respectivamente a redução da tensão elétrica. Pode-se observar este tipo de transformador quando se aplicou uma tensão de 15V no lado primário, se obteve uma tensão de 7,2V no lado secundário, logo também conclui-se que o transformador monofásico obedece a ordem de 2:1. Nesse experimento realizou-se 2 procedimentos, na qual o primeiro foi alimentar o transformador sem carga e o segundo procedimento foi alimentar o transformador com uma carga selecionada de 80Ω, observando os valores medidos de tensão e corrente dos procedimentos realizados e notado uma pequena diferença das tensões secundarias devido se trata de um transformador real, comprovando- se assim com os resultados obtidos na medição o embasamento teórico estudado sobre transformador. 29 4. Fator de Potência, Rendimento e Regulação do Transformador Monofásico 4.1. Introdução: Fator de Potência: Quando uma tensão senoidal é aplicada em uma carga resistiva, como apresentado na figura 4.1.1, a corrente que circula pela carga acompanha as variações da tensão. Portanto tensão e corrente estão em fase. No entanto, a maioria dos circuitos alimentados pela corrente alternada disponível em uma rede não se comporta como uma resistência pura. Tais circuitos possuem características indutivas ou capacitivas. É o que ocorre, por exemplo, com motores e transformadores que operam baseados em campos magnéticos criados por bobinas. Nesses circuitos, a corrente não acompanha as variações da tensão de forma instantânea, mas apresenta um retardo ou adiantamento. Veja a figura 4.1.2. O resultado dessa defasagem é uma diferença entre a potência ativa, e a potência aparente. A diferença entre as duas é a potência reativa. Se representarmos a potência reativa, a potência real e a potência aparente, tem-se um ângulo (φ) que é utilizado para indicar o fator de potência. O fator de potência (FP), varia entre 0 e 1. Esse fator é positivo se o circuito alimentado possuir características indutivas e negativo se apresentar características capacitivas. O melhor aproveitamento em um circuito de corrente alternada ocorre quando o ângulo de defasagem é 0 e portanto seu cosseno é 1. Nesse caso, 100% da energia aplicada é convertida em trabalho. Na prática, entretanto, dificilmente isso ocorre com os equipamentos de instalação industrial. Assim, a portaria 1569/BNAEE estabelece que as indústrias devem possuir o fator de potência de suas instalações controlado, ficando dentro dos limites de 0,92 para cargas indutivas e capacitivas. Figura 4.1.1 Figura 4.1.2 30 Eficiência ou Rendimento: A eficiência de um transformador é igual à razão entre a potência de saída do enrolamento do secundário e a potência de entrada no enrolamento do primário. Um transformador ideal tem 100% de eficiência porque ele libera toda a energia que recebe. Devido às perdas no núcleo e no cobre, a eficiência do melhor transformador na prática é menor que 100%. Os equipamentos são projetados para operar com alta eficiência. Felizmente, as perdas nos transformadores são pequenas e para transformadores bem projetados a eficiência pode chegar a 99%. A eficiência de um transformador pode ser expressa da seguinte forma: entrada saída P P Ou PerdasP P entrada saída Em que as perdas são obtidas nos ensaios a vazio e de curto-circuito. Regulação: É definida como sendo a variação na magnitude da tensão do secundário do transformador desde a situação sem carga até a plena carga. A RT pode ser expressa como: 100(%) arg arg ac acvazio V VV RT Em aplicações de sistemas de potência, a regulação é uma figura de mérito de um transformador: um valor baixo indica que as variações de carga do secundário do transformador não afetam de forma significativa o valor de tensão fornecida à carga. 4.2. Objetivos: Determinar fator de potência, rendimento e a regulação do transformador monofásico. 4.3. Instrumentos e Equipamentos: Amperímetro (2 unidades); Voltímetro (2 unidades); Ôhmímetro; Transformador monofásico; 31 Fonte de tensão (varivolt monofásico); Carga resistiva (reostato); Cabos; 4.4. Ensaio de Fator de Potência, Rendimento e Regulação do Transformador Monofásico: Primeiramente anotaram-se os dados referentes a placa do transformador monofásico utilizado no experimento mostrados a seguir: Transformador didático monofásico Linha Educare. 1KVA, relação de espiras de 1:1, todas as bobinas configuradas para 110 Vef. A relação de espiras utilizada no experimento foi de 2:1. Após a verificação dos dados da placa, foi efetivada a montagem do circuito apresentado no roteiro do laboratório, com a seguinte configuração do transformador: bobinas do primário e do secundário ligadas em paralelo da seguinte forma: 1a-1c-1e-1g; 1b-1d-1f-1h ligação referente ao primário 2a-2c-2e-2g; 2b-2d-2f-2h; ligação referente ao secundário Verificaram-se os equipamentos para garantir que se encontravam compatíveis com a tensão de operação no primário de 110 V e para a tensão de saída do transformador. Energizou-se o circuito ajustando a tensão no varivolt para 110 V, em seguida anotou-se na tabela 4.4.1 o valor da tensão no secundário Vs, quando Is = 0 A. Tabela 4.4.1 Secundário Is (A) Vs (V) 0 114,0 Ajustou-se o reostato para os três valores solicitados na tabela 4.4.2. Foi realizada a leitura do valor da resistência com o auxílio do Ôhmímetro (reostato desconectado do circuito). Após os ajustes os valores de tensão, corrente e potência aferidos pelo voltímetro, amperímetro e wattímetro respectivamente, foram anotados na tabela 4.4.2. 32 Tabela 4.4.2 Primário Secundário Carga ( ) Vp (V) Ip (A) Pp (W) Vs (V) Is (A) Ps (W) RL1 = 60 110 2,07 221,2 109 1,98 206,5 RL2 = 80 110 1,60 167,8 111 1,34 154,5 RL3 = 100 110 1,32 135,6 111 1,04 121,4 4.5. Resultados: Foi solicitado no roteiro o cálculo do fator de potência para cada carga utilizando os valores do primário: Para RL1 = 60 : 97,0 07.2110 2.221 FP FP IV P FP PP P Para RL2 = 80 : 95.0 60.1110 8.167 FP FP IV P FP PP P Para RL3 = 100 : 93.0 32.1110 6.135 FP FP IV P FP PP P Foi solicitado também o cálculo do rendimento para cada carga: Para RL1 = 60 : 33 933,0 2.221 5.206 entrada saída P P Para RL2 = 80 : 92,0 8.167 5.154 entrada saída P P Para RL3 = 100 : 895,0 6.135 4,121 entrada saída P P Foi solicitado também o cálculo da regulação para cada carga: Para RL1 = 60 : %58,4(%) 100 109 109114 (%) 100(%) arg arg RT RT V VV RT ac acvazio Para RL2 = 80 : %7,2(%) 100 111 111114 (%) 100(%) arg arg RT RT V VV RT ac acvazio Para RL3 = 100 : 34 %7,2(%) 100 111 111114 (%)100(%) arg arg RT RT V VV RT ac acvazio 4.6. Conclusão: A primeira análise foi em relação aos valores obtidos para os fatores de potência para as cargas de 60 , 80 e 100 , que foram, respectivamente, 0,97, 0,95 e 0,93. Sabe-se que para um sistema que apresenta carga resistiva o fator de potência deve ser igual a 1, pois a corrente e a tensão que circulam estão em fase, mas, por não ser um sistema ideal (por apresentar perdas e má calibragem do equipamento), os fatores de potência calculados foram muito próximos a 1. A segunda análise feita foi em relação ao rendimento para as cargas de 60 , 80 e 100 , que foram, respectivamente, 0,933, 0,92 e 0,895. Em porcentagem 93%, 92% e 89%. Sabe-se que as perdas nos transformadores são relativamente pequenas e quando bem projetados seu rendimento pode chegar a 99%. Pode-se, a partir desse conhecimento, observar que, quanto menor a carga, maior o rendimento, pois essa oferece menos perdas resistivas em relação às cargas maiores. A terceira análise deu-se a partir da regulação obtida para as cargas de 60 , 80 e 100 , que foram respectivamente, 4,58%, 2,7% e 2,7% sendo esses valores considerados baixos, pode-se concluir que as variações de carga que o secundário sofreu não interferiram de forma significativa na tensão que foi fornecida a carga. A partir das afirmações feitas acima é possível concluir que o ensaio ocorreu como esperado. 35 5. Ensaios a Vazio e de Curto-Circuito do Transformador Monofásico 5.1. Introdução: O transformador é uma máquina elétrica estática alimentada por corrente alternada (AC) que permite variar a tensão de saída assim como a sua corrente. Existindo por isso três tipos de transformadores o redutor, o elevador e o isolador (este último não altera a tensão e corrente de saída, apenas separa dois circuitos elétricos). O principio básico de funcionamento do transformador é o fenômeno conhecido como indução eletromagnética: quando um circuito é submetido a um campo magnético variável, aparece nele uma corrente cuja intensidade é proporcional ás variações do fluxo magnético. Os transformadores contêm dois enrolamentos, o primário e o secundário que geralmente estão envolvidos em um núcleo magnético. Uma corrente alternada aplicada ao primário produz um campo magnético proporcional à intensidade dessa corrente e ao número de espiras do enrolamento. Através do núcleo ferromagnético, as linhas de campo magnético quase não encontram resistências para se estabelecerem, concentrando-se aí um grande campo eletromagnético. Esse campo chega então ao enrolamento do secundário, “convertendo-se” novamente em energia elétrica. Ocorre, então, a indução eletromagnética: no secundário surge uma corrente elétrica, que varia de acordo com a corrente do primário e com a razão entre os números de espiras dos dois enrolamentos. Aqui trabalhou-se com o transformador monofásico, que constitui a forma mais simples que se conhece de transformação de energia, sendo ela normalmente valores de tensão tanto para valores mais altos como para valores mais baixos, dependendo do esquema de ligação o mesmo. E devido a sua não idealidade surge as perdas, pelo efeito joule, correntes parasitas, magnetização do núcleo e dispersão de fluxo, e com isso um circuito equivalente que pode ser determinado a partir de dois ensaios, que serão descritos abaixo. ENSAIO A VAZIO: O ensaio a vazio de um transformador caracteriza-se pelo fato da aplicação do valor nominal de tensão em um dos lados do mesmo, sendo que o outro lado mantém-se em “aberto”, ou seja sem carga conectada. Normalmente opta-se pela aplicação da tensão nominal do lado da baixa tensão por razões de praticidade, pois sempre é mais cômodo ou de melhor acesso tensões em níveis menores. 36 ENSAIO EM CURTO CIRCUITO: Consiste da aplicação da tensão em um dos lados do transformador (normalmente TS), até que seja atingido o valor da corrente nominal do lado onde esta sendo efetuado o ensaio. Esta corrente não deve ultrapassar a 10% da corrente nominal do lado ensaiado. 5.2. Objetivos: Determinar as perdas no ferro e no cobre. Obter os parâmetros do circuito equivalente do transformador. 5.3. Instrumentos e Equipamentos: Amperímetro; Voltímetro Wattímetro; Transformador Monofásico; Fonte de Tensão (Varivolt); Cabos; 37 5.4. Ensaios a Vazio e de Curto-Circuito do Transformador Monofásico: Todo o experimento foi apenas observado, uma vez, que o laboratório possui apenas um transformador monofásico. Assim, anotou-se os dados de placa do transformador, e logo em seguida observou-se a montagem do circuito feita com a ajuda de um técnico. Verificou-se a ligação dos instrumentos, em especial o wattímetro. E também verificou-se o terminal secundário, uma vez que o mesmo deveria estar aberto, já que tratava-se de um ensaio a vazio. Energizou-se o circuito ajustando a tensão do varivolt para 110 V (tensão nominal do transformador), em seguida anotou-se as informações pedidas na Tabela 5.4.1.Com os resultados obtidos determinou-se a potência aparente absorvida pelo primeiro e anotou-se na tabela 5.4.2, e a partir desses resultados determinou-se os parâmetros listados na tabela 5.4.3. Em seguida desligou-se a fonte, verificou-se novamente a ligação dos instrumentos em especial do wattímetro. Verificou-se se o terminal secundário estava em curto, já que tratava-se de um ensaio de Curto-Circuito. Aumentou- se gradativamente a tensão aplicada ao primário através do varivolt até que a corrente indicada no amperímetro estivesse igual à corrente nominal do transformador de 9,5 A. Anotou-se na Tabela 5.4.4 os valores de tensão, corrente e potência lidos pelos instrumentos. Anotaram-se os resultados na Tabela 5.4.5. E finalmente determinou-se o circuito equivalente 5.5. Resultados: Dados de placa: Transformador Monofásico Relação de espiras 2:1 Tensão nominal 110V Corrente nominal 9,5 A Ensaio a Vazio: Tabela 5.5.1 – Valores medidos pelos instrumentos Primário 𝑽𝒐 𝑰𝒐 𝑷𝒐 = 𝑷𝒇𝒆𝒓𝒓𝒐 110 V 0.36 A 17.1 W Potência absorvida no primário 𝑆0 = 𝑉0 ∗ 𝐼0 𝑆0 = 110 ∗ 0.36 38 𝑆0 = 39,6 𝑉𝐴 Tabela 5.5.2 – Potência aparente absorvida pelo primário 𝑺𝟎 𝟑𝟗. 𝟔 Parâmetros de magnetização do transformador Fator de potência; cos 𝜑 = 𝑃0 𝑉0 ∗ 𝐼0 cos 𝜑 = 17,1 110 ∗ 0.36 cos 𝜑 = 0.432 Corrente através da resistência de magnetização do ferro; 𝐼𝑅𝑀𝐴𝐺 = I0 ∗ cos 𝜑 𝐼𝑅𝑀𝐴𝐺 = 0,36 ∗ 0.432 𝐼𝑅𝑀𝐴𝐺 = 0,155 𝐴 Corrente através da reatância de magnetização; 𝐼𝑀𝐴𝐺 = I0 ∗ sin 𝜑 Sabendo que sin 𝜑 = √1 − (cos 𝜑)2 sin 𝜑 = √1 − 0,4322 sin 𝜑 = 0,902 Tem-se: 𝐼𝑀𝐴𝐺 = 0,36 ∗ 0,902 𝐼𝑀𝐴𝐺 = 0,325 𝐴 Impedância do circuito magnético; 𝑍𝑀𝐴𝐺 = 𝑉0 𝐼0 𝑍𝑀𝐴𝐺 = 110 0,36 𝑍𝑀𝐴𝐺 = 305,56 Ω Resistência do circuito magnético; 39 𝑅𝑀𝐴𝐺 = 𝑉0 𝐼𝑅𝑀𝐴𝐺 𝑅𝑀𝐴𝐺 = 110 0,155 𝑅𝑀𝐴𝐺 = 709,677 Ω Reatância do circuito magnético; 𝑋𝑀𝐴𝐺 = 𝑉0 𝐼𝑀𝐴𝐺 𝑋𝑀𝐴𝐺 = 110 0,325 𝑋𝑀𝐴𝐺 = 338,46 Ω Potência reativa; 𝑄𝑉𝐴𝑅 = 𝑉0 2 𝑋𝑀𝐴𝐺 𝑄𝑉𝐴𝑅= 110² 338,46 𝑄𝑉𝐴𝑅 = 35,75 𝑉𝐴𝑅 Tabela 5.5.3 – Parâmetros de magnetização do transformador 𝑰𝑴𝑨𝑮 𝑰𝑹𝑴𝑨𝑮 𝒁𝑴𝑨𝑮 𝑹𝑴𝑨𝑮 𝑿𝑴𝑨𝑮 𝐜𝐨𝐬 𝝋 𝑸𝑽𝑨𝑹 0,325 A 0,155 A 305,56 Ω 709,68 Ω 338,51 Ω 0,432 35,74 VAR Ensaio de Curto-Circuito Tabela 5.5.4 – Valores medidos pelos instrumentos. Primário 𝑽𝒄𝒖𝒓𝒕𝒐−𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒊𝒕𝒐 𝑰𝒏𝒐𝒎𝒊𝒏𝒂𝒍 = 𝑰𝒄𝒖𝒓𝒕𝒐−𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒊𝒕𝒐 𝑷𝒄𝒖𝒓𝒕𝒐−𝒄𝒊𝒓𝒄𝒖𝒊𝒕𝒐 = 𝑷𝒄𝒖 4,6 V 9,4 A 40,3 W 𝑅𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜−𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑅𝑐𝑐 = 𝑃𝑐𝑐 (𝐼𝑐𝑐)2 𝑅𝑐𝑐 = 40,3 9,42 𝑅𝑐𝑐 = 0,456 Ω 40 𝑍𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜−𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑍𝑐𝑐 = 𝑉𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐 𝑍𝑐𝑐 = 4.6 9,4 𝑍𝑐𝑐 = 0,489 Ω 𝑋𝑐𝑢𝑟𝑡𝑜−𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑋𝑐𝑐 = √𝑍𝑐𝑐 2 − 𝑅𝑐𝑐 2 𝑋𝑐𝑐 = √0,4892 − 0,4562 𝑋𝑐𝑐 = 0,176 Ω Fator de potência cos 𝜑′ cos 𝜑′ = 𝑉𝑐𝑐 𝐼𝑐𝑐 cos𝜑′ = 4,6 9,4 cos 𝜑′ = 0,489 Resistências Sabendo que 𝑅1 = 𝑅2 ∗ (𝑁𝑃 𝑁𝑆⁄ ) 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅1 + 𝑅2 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅2 ∗ (𝑁𝑃 𝑁𝑆⁄ ) + 𝑅2 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅2 ∗ [(𝑁𝑃 𝑁𝑆⁄ ) + 1] 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅2 ∗ [(2 1⁄ ) + 1] 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅2 ∗ 3 𝑹𝟐 = 𝑹𝒄𝒄 𝟑⁄ 𝑅2 = 0,456 𝟑⁄ 𝑅2 = 0,152 Ω Assim 𝑅𝑐𝑐 = 𝑅1 + 𝑅2 𝑅1 = 𝑅𝑐𝑐 − 𝑅2 𝑅1 = 0,456 − 0,152 𝑅1 = 0,304 Ω Reatâncias Sabendo que 41 𝑋1 = 𝑋2 ∗ (𝑁𝑃 𝑁𝑆⁄ ) 𝑋𝑐𝑐 = 𝑋1 + 𝑋2 𝑋𝑐𝑐 = 𝑋2 ∗ (𝑁𝑃 𝑁𝑆⁄ ) + 𝑋2 𝑋𝑐𝑐 = 𝑋2 ∗ [(𝑁𝑃 𝑁𝑆⁄ ) + 1] 𝑅𝑐𝑐 = 𝑋2 ∗ [(2 1⁄ ) + 1] 𝑋𝑐𝑐 = 𝑋2 ∗ 3 𝑿𝟐 = 𝑿𝒄𝒄 𝟑⁄ 𝑋2 = 0,178 𝟑⁄ 𝑋2 = 0,059 Ω Assim 𝑋𝑐𝑐 = 𝑋1 + 𝑋2 𝑋1 = 𝑋𝑐𝑐 − 𝑋2 𝑋1 = 0,176 − 0,059 𝑋1 = 0,117 Ω Tabela 5.5.5 – Dados do circuito equivalente 𝑹𝑪𝑪 𝒁𝑪𝑪 𝑿𝑪𝑪 𝐜𝐨𝐬 𝝋 𝑹𝟏 𝑹𝟐 𝑿𝟏 𝑿𝟐 0,456 Ω 0,489 Ω 0,176 Ω 0,93 Ω 0,304 Ω 0,152 Ω 0,177 Ω 0,059 Ω Circuito equivalente 42 5.6. Conclusão: Como já foi descrito realizaram-se dois ensaios. Ao realizar o ensaio a vazio determinou-se os parâmetros de magnetização do circuito, entre ele a resistência (𝑅𝑚) e a reatância no núcleo (𝑋𝑚), que representam as perdas devido as correntes parasitas, e a dispersão do fluxo magnético, respectivamente. Já no ensaio de curto-circuito determinou-se as resistências (𝑅1, 𝑅2) e as reatâncias (𝑋1, 𝑋2), que representam as perdas devido ao efeito joule e as perdas magnéticas no ferro, respectivamente. Sendo essas perdas consequências da não idealidade do transformador, já que seus fios (espiras) possuem resistência, e a permissividade (𝜇) do material do núcleo não é muito grande. De acordo com o embasamento teórico, a reatância e a resistência no núcleo devem ser muito grandes, de forma que esse se comporte como um circuito aberto, e que as reatâncias e resistências nos fios devem ser muito pequenas de forma que se comportem como curto-circuito, se aproximando assim ao máximo do circuito equivalente de um transformador ideal onde as perdas são nulas. Ao relacionar teoria e prática inferiu-se que todos os resultados foram satisfatórios uma vez que na prática a teoria foi obedecida. 43 6. Característica Magnética de Geradores CC com Excitação Independente 6.1. Introdução: Os geradores CC são máquinas CC usadas como geradores. Não há nenhuma diferença real entre um gerador e um motor, exceto pelo sentido do fluxo de potência. Há cinco tipos principais de geradores CC, classificados de acordo com o modo de produção do fluxo de campo: 1. Gerador de excitação independente. No gerador de excitação independente, o fluxo de campo é obtido de uma fonte de potência separada do próprio gerador. 2. Gerador em derivação. No gerador em derivação, o fluxo de campo é obtido pela ligação do circuito de campo diretamente aos terminais do gerador. 3. Gerador série. No gerador série, o fluxo de campo é obtido ligando o circuito de campo em série com a armadura do gerador. 4. Gerador composto cumulativo. No gerador composto cumulativo, estão presentes ambos os campos em derivação e em série, e seus efeitos são aditivos. 5. Gerador composto diferencial. No gerador composto diferencial, estão presentes ambos os campos em derivação e em série, mas seus efeitos são subtrativos. Os diversos tipos de geradores CC diferem entre si nas características de terminal (tensão versus corrente) e, portanto, nas aplicações às quais são adequados. Os geradores CC são comparados entre si por suas tensões, potências nominais, eficiências e regulações de tensão. São bem raros nos sistemas modernos de potência. Mesmo os sistemas de potência CC, como os dos automóveis, usam agora geradores CC mais retificadores para produzir potência CC. Entretanto, nos últimos anos, eles tiveram um ressurgimento limitado como fontes de potência para torres isoladas de telefones celulares. O circuito equivalente de um gerador CC está mostrado abaixo, assim como uma versão simplificada do mesmo. Eles se assemelham aos circuitos equivalentes de um motor CC, exceto pelo fato de que o sentido da corrente e das perdas nas escovas é invertido. 44 Descreve-se de forma simplificada o Gerador de excitação independente, já que o experimento foi realizado com ele. GERADOR DE EXCITAÇÃO INDEPENDENTE Um gerador de excitação independente é um gerador cuja corrente de campo é suprida por uma fonte de tensão CC externa separada. O circuito equivalente dessa máquina está mostrado abaixo. Nesse circuito, a tensão 𝑉𝑇 representa a tensão real medida nos terminais do gerador e a corrente 𝐼𝐿 representa a corrente que circula nas linhas conectadas aos terminais. A tensão gerada interna é 𝐸𝐴 e a corrente de armadura é 𝐼𝐴. Está claro que em um gerador de excitação independente a corrente de armadura é igual à corrente de linha: 𝐼𝐴 = 𝐼𝐿 A excitação da máquina em separado e ainda largamente utilizada em geradores de baixa tensão, quando se requer um grande rendimento em geradores de alta tensão (acima de 600 V) ou para que se obtenha uma boa classe de regulação. Com uma máquina primária imprimindo uma velocidade constante ao gerador CC a vazio, e o circuito de campo sendo excitado com uma corrente continua é obtida uma f.e.m induzida na armadura. 𝐸𝑔 = 𝐾∅𝑁 Onde: ∅: E o fluxo; K: E uma constante construtiva da máquina (depende apenas dos parâmetros “p”, “z” e “a”); N: E a rotação. No caso da máquina possuir uma velocidade constante, a equação (1) assume a forma: 𝐸𝑔 = 𝐾’∅ Volts e 𝐾’ = 𝐾𝑁 Para uma corrente de excitação nula, a equação determina que não há f.e.m. induzida na armadura do gerador. Todavia, analisando-se este caso em laboratório, verifica-se que o voltímetro registra certo valor de tensão correspondente a tensão residual existente no ferro da máquina. A figura abaixo mostra a curva que representa o comportamento da tensão gerada nos terminais da armadura, em função da corrente de excitaçãoIf, para um gerador sem carga. A ordenada OA equivale à tensão remanescente na máquina quando a corrente de campo é nula. Imprimindo-se uma excitação no circuito de campo gerador, de tal modo que a corrente assuma um valor pequeno (mais diferente de zero), obtém-se a parte da curva limitada pelos pontos “A” ate “B”, que se apresenta da maneira não linear. A porção de “B” ate “C” e linear, dado 45 que a f.e.m. e proporcional a f.e.m no entreferro produzida pela corrente de campo (𝐼𝑓) e à medida que esta corrente aumenta obtem-se valoresde f.e.m. consideráveis, tornando-se desprezível aquela contribuição de fluxo remanescente. Contudo, para incrementos sucessivos nesta corrente de campo, a curva novamente atinge uma característica não linear e isto se explica pelo fato de que o ferro da máquina aproxima-se da saturação (Parte da curva demarcada pelos pontos “C” e “D”). Em seguida, diminui-se o valor da corrente de excitação, gradativamente; a correspondente f.e.m gerada na armadura acha-se representada pela curva “DEFG”. Nota-se, perfeitamente, que para um mesmo valor de corrente de excitação (ou de campo), a tensão induzida na armadura do gerador assume valores maiores do que aqueles obtidos quando a corrente aumenta, justificado pelo fenômeno da “histerese”, próprio dos materiais ferromagnéticos. 6.2. Objetivos: Levantamento da curva de magnetização de um gerador c.c a vazio excitado independentemente 6.3. Instrumentos e Equipamentos: Amperímetro (2 unidades); Voltímetro (2 unidades); Tacômetro; Varikeld (Variador CC) { 𝑉𝑎𝑟𝑖𝑣𝑜𝑙 𝑃𝑜𝑛𝑡𝑒 𝑅𝑒𝑡𝑖𝑓𝑖𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑎 ; Máquina Síncrona trifásica (máquina primária); Máquina CC; Fonte de Tensão CC (variável); 46 Reostato; Cabos. 6.4. Ensaio Característica Magnética de Geradores CC com Excitação Independente: Todo o experimento foi apenas observado, uma vez, que o laboratório possui apenas um Gerador CC. Assim, anotou-se os dados de placa do Gerador, e logo em seguida observou-se a montagem do circuito feita com a ajuda de um técnico. Para o levantamento da curva de magnetização a vazio usou-se o esquema mostrado da figura abaixo, que permitiu a determinação da f.e.m induzida na armadura de um gerador CC a vazio, excitado através de seu enrolamento de campo. Cientes do objetivo deste experimento identificou-se cada componente do circuito padrão através dos dados de placa e número de série do equipamento. Executou-se a montagem do circuito padrão. Em seguida conectou-se o motor síncrono, identificou-se os terminais da máquina síncrona e as suas diferentes conexões, observou-se atentamente a placa. Fez-se a ligação trifásica para 220 𝑉𝐶𝐴, delta (terminais L1,L2 e L3 da fonte).Conectou-se o enrolamento de campo do motor síncrono em série com reostato de campo e com a fonte de tensão CC (ajuste de 12 𝑉𝐶𝐶), conforme mostrado na figura. Observou-se que a chave estava aberta. Fez-se o ajuste do reostato para 35Ω, aplicou-se 220 𝑉𝐶𝐴no motor síncrono. Verificou-se a velocidade com o tacômetro, e obteve-se 1638 rpm, que não era a velocidade de sincronismo, por isso aumentou-se a corrente de campo do motor síncrono até a máquina chegar a uma velocidade de sincronismo de 1800 rpm, anotou- se também o valor da corrente(𝐴2) que foi 1,4 A. Como o circuito de campo gerador devia ser alimentado com uma excitação contínua, utilizou-se o variador CC. Como a máquina possui fluxo magnético residual para excitação nula, mediu-se a tensão equivalente nos terminais da armadura do gerador, antes que qualquer voltagem fosse aplicada no circuito de campo. Através do variador CC, começou-se a imprimir a excitação no circuito de campo do gerador. Leu-se o valor da corrente de campo e a correspondente tensão gerada nos terminais da armadura. Anotou-se estes dados na tabela. 47 Continuou-se a variar a excitação até que se atingiu o valor nominal da corrente de campo de 0,20 A. Fez-se a corrente de campo decrescer de seu valor nominal até zero, gradativamente, anotou-se a tensão gerada na armadura (Eg) na tabela. 6.5. Resultados: Tabela 6.5.1 – Valores de Eg obtidos a partir da variação de If. 𝑪𝒖𝒓𝒗𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐 𝑨𝒔𝒄𝒆𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆 If (A) 0 0,01 0,05 0,08 0,10 0,12 0,15 0,20 Eg(Volt) 0,16 0,30 0,64 0,82 0,98 1,13 1,32 1,52 𝑪𝒖𝒓𝒗𝒂𝒔 𝒅𝒆 𝑴𝒂𝒈𝒏𝒆𝒕𝒊𝒛𝒂çã𝒐 𝑫𝒆𝒔𝒄𝒆𝒏𝒅𝒆𝒏𝒕𝒆 If (A) 0,20 0,15 0,12 0,10 0,08 0,05 0,01 0 Eg(Volt) 1,53 1,40 1,26 1,13 0,99 0,74 0,44 0,13 Curva de magnetização do Gerador: clearall clc If = [0 0.01 0.05 0.08 0.1 0.12 0.15 0.2 0.2 0.15 0.12 0.1 0.08 0.05 0.01 0]; 0 0.02 0.04 0.06 0.08 0.1 0.12 0.14 0.16 0.18 0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 1.6 Curva de Magnetização Corrente de Excitação - If Te ns ão G er ad a - E g 48 Eg = [0.16 0.3 0.64 0.82 0.98 1.13 1.32 1.52 1.53 1.4 1.26 1.13 0.99 0.74 0.4 0.13]; figure plot(If,Eg) grid title('Curva de Magnetização'),xlabel('Corrente de Excitação - If'),ylabel('Tensão Gerada - Eg') 6.6. Conclusão: Assim, após a realização do experimento e com base nos valores coletados com o mesmo, pôde-se verificar a curva de magnetização do gerador de corrente contínua e os resultados, por sua vez, obtidos constituíram tamanha satisfação, visto que se obteve o mesmo gráfico mostrado no roteiro, uma vez que teoricamente esse gráfico partiria da origem, já que a mesma diz que quando não há corrente de excitação não há tensão gerada na armadura. E com a prática observou-se que há um certo valor de tensão correspondente a tensão residual existente no ferro da máquina, observou-se também que inicialmente a relação entre corrente e tensão é linear, o que deixa de acontecer em um determinado momento. E devido a essa não linearidade só é possível representar a curva de magnetização através da histerese que está restritamente ligada ao tipo de material, pode-se ter informações importantes através dessa curva, como o momento de saturação do material que é quando ele deixa de ser linear, e o fato de determinar-se a qualidade do material já que quando os laços de histerese são altos e estreitos tem-se um material com poucas perdas. 49 7. Relação de Espiras entre Campos Série-Shunt em Máquinas CC 7.1. Introdução: No estudo da corrente alternada observamos algumas vantagens da CA em relação a CC. A maior vantagem da CA está relacionada com a facilidade de se elevar ou abaixar a tensão em um circuito, enquanto que em CC utilizaríamos circuitos eletrônicos de alto custo e de mão de obra mais especializada para os serviços de manutenção. Vimos também que para se transmitir energia elétrica a longas distancias e preferível faze-la em alta tensão, pois assim diminuímos consideravelmente a corrente nos cabos de transmissão de energia elétrica, diminuindo as perdas que e proporcional ao quadrado da corrente nos mesmos. O princípio de funcionamento do transformador, baseia-se no princípio da indução eletromagnética. Suponha duas bobinas com as da figura 7.1.1. Quando uma corrente elétrica alternada circular pela bobina 1 da figura, esta produzira um campo magnético variável que cortara as espiras da bobina 2, fazendo com que apareça um f.e.m. induzida em seus terminais, de acordo com a Lei de Lenz. Esta ação de gerar uma f.e.m. e também conhecida como a ação de transformador. Por meio desta ação a bobina 1 (primário) transfere energia elétrica para a bobina 2 (secundário) devido a um campo magnético variável, pois se o mesmo não variasse não teríamos o fenômeno da indução eletromagnética. Figura 7.1 – Transformador – Campo shunt (bobina1) e Campo série (bobina2) Quando uma tensão variável V1 é aplicada aos terminais do campo shunt (Bobina1 – paralelo), um fluxo Ф deve ser estabelecido no entreferro tal que a f.c.e.m E1 iguale a tensão imposta, quando a resistência do enrolamento é desprezível. Assim: 1 1 1 d V E N dt 50 O fluxo no entreferro também seconcatena com o lado do campo série (Bobina2) e produz aí uma f.e.m induzida E2, igual a tensão nos terminais do campo série V2, dada por: 2 2 2 d V E N dt Relação entre as equações acima, resulta: 1 1 2 2 V N V N 7.2. Objetivos: Determinação da relação de espiras entre campos séries e paralelo através de excitações independentes de campo de um gerador de corrente contínua. 7.3. Instrumentos e Equipamentos: 02 Voltímetro; 01 Varivolt; Máquina CC. 7.4. Ensaio da Relação de Espiras entre Campos Série-Shunt em Máquinas CC: Identificou-se os componentes do circuito através do número de placa e do número de série. Configurou-se o circuito conforme a figura1 e aplicou-se uma tensão alternada no campo shunt e mediu-se a tensão no campo série. Em seguida realizou-se esse mesmo experimento com outras duas tensões e anotaram-se os resultados na tabela 7.4.1. 7.5. Resultados: Tabela 7.4.1 – Dados a serem coletados Procedimento Tensão Aplicada Tensão Medida Relação 1 50V 0,53V 94.339 2 75V 0,82V 91.463 3 100V 1,11V 90.09 51 1 1 2 2 2 75 91.463 0.82 N V N V 1 1 1 2 2 50 94.339 0.53 N V N V 1 1 3 2 2 100 90.09 1.11 N V N V A relação média é: 91,96média 7.6. Conclusão: O campo Shunt e o campo série discutido nesse trabalho tem um comportamento análogo ao transformador. A relação de espiras existe devido ao fenômeno de mútua indução entre os dois circuitos eletricamente isolados, mas magneticamente acoplados. A relação de espiras não é ideal, existem perdas semelhante ao transformador. A excitação de corrente contínua no campo série é responsável pela transformação (Elevação ou diminuição) dos sinais, corrente, tensão, entre outros. 52 ( ) ( ) a a cc a a e a cc a a e E k n E V I R R E V I R R n k k 8. Controle de Velocidade do Motor CC Shunt 8.1. Introdução: Uma das vantagens mais importantes do que as máquinas de corrente contínua para as máquinas de corrente alternada na indústria é a capacidade do controle da velocidade da máquina de corrente continua é muito superior e fácil em comparação com máquinas de corrente alternada. O controle de velocidade do Motor CC Shunt com excitação independente pode ser dividido basicamente em: Controle pela tensão aplicada na armadura (V) Controle por adição de resistência na armadura (Ra) Controle pela tensão aplicada no campo (∅) Os métodos tanto de controle pela tensão aplicada na armadura quanto o de controle por adição de resistência na armadura às adaptações sejam feitas no lado da armação da máquina de corrente continua já o terceiro método requer um ajuste no lado do campo da máquina de corrente continua. Portanto, o controle da velocidade da máquina de corrente continua são classificados como método de controle da armadura e do método de controle de campo. No método de controle da armadura a velocidade da máquina de corrente continua diminui à medida que a tensão de aplicação será reduzida, por outro lado, no método de controlo de campo enfraquece o fluxo por polo da máquina de corrente continua e as velocidades acima de velocidades nominais são atingidos. Todos esses tipos de excitação para o controle do Motor CC podem ser obtidos a partir da equação para a tensão de armadura induzida e da lei de Kirchhoff da tensão para o circuito da armadura. Logo, Onde, 𝑛 = Velocidade do Motor; 𝐸𝑎 = Tensão de armadura 𝑉𝑐𝑐 = Tensão aplicada ao motor 53 ∅ = Fluxo de polos 𝑅𝑎 = Resistência de armadura 𝑅𝑒= Resistência Externa Ajustável 𝐼𝑎 = Corrente de armadura 8.1.1. Controle pela tensão aplicada na armadura Neste método de controlo da velocidade é proporcionada uma fonte de tensão variável para fornecer a energia para o circuito do induzido. Tensão para o circuito de campo deve ser diferente do da fonte de tensão variável fornecida para a armadura. Por este método desvantagens, tais como a regulação de tensão baixa e baixa eficiência em caso de resistência à tensão método é evitado, no entanto, este método é mais caro em comparação com o outro. A fonte de tensão pode ser regulado a partir de um gerador de tensão ajustável ou de um retificador ajustável. Mantém-se a tensão e a corrente no campo constantes, portanto dessa forma o fluxo magnético produzido no campo também é constante. Portanto nessa configuração pode-se variar a tensão aplicada na armadura (Va) e por consequência a rotação da máquina, seguindo uma relação direta entre a tensão da armadura e a rotação da máquina. Figura 8.1.1 - Controle pela tensão de Armadura 8.1.2. Controle por adição de resistência na armadura No método de controle da resistência de armadura uma resistência variável está ligada em série com o circuito da armadura. Quando a resistência do reostato é aumentada, a corrente que flui através do circuito e reduzem a queda de tensão em que a armadura é menor em comparação com a tensão de linha. . 54 No controle de velocidade realizado por adição de resistência na armadura também se obtém uma variação na velocidade do motor. Para conseguir esta variação coloca-se em série um reostato com a armadura do motor e através desta variação do valor da resistência fornecida pelo reostato consegue-se assim que a velocidade da máquina reduza em proporcional à tensão aplicada variando a velocidade do motor. Nesse método existe uma perda considerável de energia devido a potência dissipada no reostato adicional. Este método é utilizado apenas em aplicações onde é necessária variação de velocidade de curta duração e não contínuo. Isto é devido à maior resistência e elevado perda de potência durante o funcionamento no reostato. Ex: máquinas de impressão, guindastes, guincho. Figura 8.1.2 - Controle pela adição de Resistência na armadura 8.1.3. Controle pela tensão aplicada no campo Em máquinas DC enfraquecimento do campo da máquina de corrente continua aumenta a velocidade da máquina de corrente continua e fortalecimento do campo causará a redução da velocidade da máquina. Assim, pelo enfraquecimento do campo da velocidade da máquina acima da velocidade nominal pode ser alcançada. Velocidades acima da velocidade nominal pode ser obtida por: Fornecendo uma resistência variável em série com o circuito de campo de modo que a variação do valor da resistência resulta em aumento ou diminuição no campo da máquina resultando no controlo de velocidade. Por variação da relutância do circuito magnético do motor. Variando a tensão aplicada ao circuito de campo do motor de corrente contínua, mantendo a tensão fornecida para a constante de circuito do induzido. 55 Figura 8.1.3 - Controle pelo campo 8.2. Objetivos: Verificar através de experimentos uma forma de controle de velocidade para motores de corrente contínua. 8.3. Instrumentos e Equipamentos: 02 Voltímetro; 02 Aperímetro 01 Varivolt; 01 Ponte Retificadora; Reostato Cabos Máquina CC. 8.4. Ensaio de Controle de Velocidade do Motor CC Shunt: Inicialmente identificou-se os componentes do circuito através do número de placa e do número de série. Configurou-se o circuito conforme afigura 8.1.1 com o motor a vazio para realizar o primeiro ensaio de controle de velocidade do motor. Nesse ensaio implementou-se o método de controle de velocidade pela tensão aplicada na armadura, e para cada valor de tensão indicada no roteiro anotaram-se os valores de tensão, correntes e velocidade. Em seguida configurou-se o circuito conforme a figura 8.1.2 para realizar o 56 mesmo experimento com o método de controle de velocidade por adição de uma resistência variável na armadura. Para os valores de resistência estabelecida anotaram-se os valores dos parâmetros do circuito, correntes, tensão e velocidade. Posteriormente configurou-se o circuito da figura 8.1.3 para executar o experimento com o método de controle de velocidade pela tensão aplicada no campo, ajuste do fluxo de polo. Para cada valor de resistência anotaram-se os valores de correntes, tensão e velocidade. 8.5. Resultados: Tabela 8.5.1 – Dados obtidos pelo método de controle pela tensão na armadura VCC (%) Nominal Ia (A) IC (A) Ea (V) RPM 0 0 0 0 0 20 2.4 2.4 20.2 560 40 1.53 1.57 22.1 982 60 1.1 1.18 30.9 1128 80 0.9 1.01 39.7 1224 100 0.81 0.96 44.4 1317 Tabela 8.5.2 – Dados obtidos pelo método de controle pela resistência da armadura Re (%) Nominal Ia (A) IC (A) Ea (V) RPM 0 0,85 1,07 45,7 1576 20 0,8 0,98 45,1 1354 40 2,94 2,91 48,9 982 60 2 2 41,4 0 80 1,55 1,51 35,6 0 100 1,24 1,24 30,6 0 57 Tabela 8.5.3 – Dados obtidos pelo método de controle pela tensão aplicada ao campo VCC (%) Nominal Ia (A) IC (A) Ea (V) RPM 0 0,85 1,07 45,7 1575 20 0,81 1,02 39,7 1372 40 0,79 1 34,7 1167 60 0,77 0,98 31,1 984,3 80 0,75 0,95 27,6 799,9 100 0,73 0,93 24,8 648 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 20 40 80 100 Rpm Ea (V) Ic (mA) Ia (A) Re (Ω) 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 0 20 40 80 100 Rpm Ea (V) Ic (mA) Ia (A) Re (Ω) 58 8.6. Conclusão: Para o motor CC Shunt existem três maneiras de controlar a velocidade do mesmo. A primeira é aplicando tensão na armadura do motor, outra é por adição de uma resistência na armadura e a última é pelo controle de tensão no campo. No primeiro método quando aumenta a tensão a velocidade se intensifica. Para o segundo ensaio quando aumenta a resistência de armadura a velocidade tende a se anular. E para o último método quando a resistência aumenta a velocidade diminui suavemente. 59 9. Determinação da Resistência do Estator do MIT 9.1. Objetivos: Obtenção do valor da resistência de cada fase do enrolamento do estator. 9.2. Instrumentos e Equipamentos: 1 Ohmímetro; 1 Motor de Indução Trifásico (MIT); 9.3. Ensaio de Determinação da Resistência do Estator do MIT: Com a utilização de um ohmímetro, aferiu-se R1 (resistência de uma das fases do estator) ligado tanto em delta como em estrela, igualmente a Figura 9.3.1 e Figura 9.3.2, respectivamente. Em seguida, determinou-se o valor de R1 para a temperatura 75°C, utilizando a equação abaixo e o coeficiente de temperatura para o cobre de 234,5. i f if RR 1 1 Figura 9.3.1 – Medição da Resistência Rs na ligação ∆ Figura 9.3.2 – Medição da Resistência Rs na ligação Y 60 9.4. Resultados: Os valores medidos das resistências R1’s são: Delta: R1lido = 6 Ω. 9 23 2 3 2 3 1 1 11 R R RR lido Estrela: R1lido = 16,6 Ω. 3,8 6,16 2 1 2 1 1 1 11 R R RR lido Resistência do estator do MIT corrigida a 75°C. Delta: R1 = 9 Ω. 734,10 255,234 755,234 9 1 1 f i f if R RR Estrela: R1 = 8,3 Ω. 899,9 255,234 755,234 3,8 1 1 f i f if R RR 61 9.5. Conclusão O circuito equivalente de um motor de indução é uma ferramenta muito útil para determinar a resposta do motor às mudanças de carga. Entretanto, se o modelo é para ser usado com uma máquina real, será necessário determinar quais são os valores dos elementos de circuito que participarão do modelo. Esses elementos são Rs, Rr, Xs, Xr e Xm (Resistência do estator, Resistência do rotor, Reatância do estator, Reatância do rotor e Reatância de magnetização). Dos demais parâmetros acima, a determinação da resistência do estator (experimento em questão) é a mais simples de realizar, pois pode ser aferida com a utilização de um ohmímetro em dois dos terminais do motor, obtendo assim, o valor da resistência, e dependendo do tipo de ligação, fazer a conversão dessa resistência lida para obter-se a resistência aproximada de cada fase. Como o motor estava com a ligação delta (∆) em seus terminais, a resistência aproximada em cada fase é 3/2 da resistência lida no ohmímetro. Conclui-se também que, para determinar essa mesma resistência, pode-se fazer um simples ensaio DC, o que consiste em aplicar uma tensão DC nos enrolamentos desse motor e com a leitura da corrente utilizando um amperímetro (como a mesma é contínua, a reatância será zero) e através da Lei de Ohm, encontrar a resistência e fazer a conversão dessa resistência dependendo o tipo de ligação feita nos terminais desse motor para obter a mesma de cada fase. Além disso, faz-se necessário levar em consideração a temperatura que o motor atinge em operação, pois a resistência varia proporcionalmente a temperatura que a mesma é exposta. Logo, é preciso fazer o ajuste desse parâmetro para que ao ser representado em um circuito demonstrativo desse motor, os valores sejam os mais próximos possíveis do real. 62 10. Ensaio a Vazio e com Rotor Bloqueado do MIT 10.1. Introdução: O circuito equivalente do MIT é normalmente representado por fase e referido ao estator, como mostra a figura 10.1.1 através deste circuito equivalente, pode-se identificar o fluxo de potência e as perdas do motor (perdas resistivas ou por efeito Joule, caracterizada pelo aquecimento dos enrolamentos do estator e do rotor; perdas magnéticas ou perdas no ferro devido à histerese magnética e às correntes parasitas; perdas mecânicas que correspondem ás perdas devido ao atrito nos mancais de rolamento e à ventilação do motor; perdas suplementares ou adicionais). Figura 10.1.1 Xm: Reatância que considera a magnetização do núcleo; Rm: Resistência que considera a perda no núcleo; Im: Corrente devido à magnetização e perdas do núcleo; Rs e Rr: Resistências do estator e do rotor respectivamente; Xs eXr: Reatâncias do estator e do rotor respectivamente; V1: Tensão de fase aplicada no motor; A descrição do motor através do seu circuito equivalente ajuda a prever o comportamento do mesmo em diversas situações operativas em regime permanente, conduzindo a análise da operação e facilitando o cálculo do desempenho. Da figura 10.1.1, percebe-se que o valor do s Rr pode ser separado em duas parcelas: )1( s
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