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ALEITAMENTO MATERNO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CAMPUS CERES
	CURSO: BACHARELADO EM ENFERMAGEM – 6º PERÍDO 
	DISCIPLINA: ENF. EM PEDIATRIA E NEONATOLOGIA ll
	PROFESSORA: SHIRLEY KELLEN FERREIRA
	ACADÊMICO: DENILSON RODRIGUES VIEIRA
ALEITAMENTO MATERNO
FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO 
A glândula mamária passa por fases de crescimento no útero, na puberdade e especialmente durante a gravidez e a lactação, quando finalmente completa seu apogeu de desenvolvimento. As mamas estão localizadas no tórax, entre o segundo e o sexto espaços intercostais, e seu tamanho não está relacionado à sua capacidade funcional, pois é a quantidade de teci- do adiposo que lhe confere forma e dimensão. Uma ampla variedade de tamanhos e formas pode estar associada a determinantes genéticos e ambientais.
O início da lactação se dá com a produção de leite, que ocorre nos alvéolos das glândulas mamárias. O leite sai dos alvéolos e caminha até o mamilo através dos ductos lactíferos. O estrogênio associado aos hormônios da tireoide, os corticosteroides adrenais e a insulina fazem com que haja o desenvolvimento das mamas. Este desenvolvimento vai ser acentuado através da ação da progesterona, que também produz a proliferação dos ductos.
Durante a gravidez, há a necessidade de uma proliferação dos alvéolos e dos ductos para a lactação. Isto ocorre devido à ação dos hormônios progesterona e estrogênio. A prolactina aumenta homogeneamente durante a gravidez, e é aumentado após o parto e durante a lactação. A prolactina é inibida pela presença do estrogênio e da progesterona, ao final do trabalho de parto há queda no nível desses hormônios possibilitando o aumento da prolactina e, assim, o início da produção do leite. 
Os reflexos da produção e da ejeção de leite ocorrem em resposta à sucção da mama, pois os sinais nervosos enviados pela via neuronal aferente te até́ o hipotálamo determina liberação de prolactina (pela hipófise anterior) e ocitocina (pela hipófise posterior). A maior parte do leite é produzida durante a mamada, enquanto o bebê suga. 
O reflexo de produção de leite ou da prolactina, além de depender da sucção mamilar, está sob controle inibitório da dopamina produzida pelo hipotálamo. Os níveis de prolactina são maiores à noite. A ocitocina é responsável pela ejeção do leite, estimulando a contração das células mioepiteliais e permitindo sua passagem pelos ductos. A liberação pulsátil de ocitocina ocorre com a estimulação mamilar, assim como também é condicionada ao choro, cheiro ou pensamento sobre o bebê, podendo ser inibida por estres- se, ansiedade, dor e falta de confiança.
Gradativamente, os nutrientes vão sendo retirados do sangue materno e processados dentro da célula ou, então, passam diretamente para a luz alveolar, independentemente dos sistemas regulatórios maternos. Desse modo, mesmo que a ingestão materna seja insuficiente, seu leite pode con- ter nutrientes em concentrações adequadas. Foram identificadas pelo me- nos cinco vias para a síntese de leite:
Exocitose de proteínas, cálcio e lactose;
Síntese e transferência de gordura via glóbulo de gordura; 
Secreção de íons e água através da membrana apical;
Transferência de imunoglobulinas do espaço extracelular;
Passagem paracelular de componentes plasmáticos e leucócitos.
TIPOS DE ALEITAMENTO MATERNO
Aleitamento materno exclusivo – somente leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos
Aleitamento materno predominante – além do leite materno, água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões) e sucos de frutas.
Aleitamento materno complementado – além do leite materno	, qualquer alimento sólido ou semi-sólido com a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo. Nessa categoria a criança pode receber, além do leite materno, outro tipo de leite, mas este não é considerado alimento complementar.
Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos de leite.
TÉCNICAS DE AMAMENTAÇÃO
Roupas da mãe e do bebê adequadas, sem restrição de movimentos. Recomenda-se que as mamas estejam completamente expostas, sempre que possível, e o bebê vestido de maneira que os braços fiquem livres;
Mãe confortavelmente posicionada, relaxada, bem apoiada, não curvada. O apoio dos pés acima do nível do chão é aconselhável (uma banqueta pode ser útil);
O corpo do bebê deve ficar bem próximo ao da mãe, “barriga com barriga”;
O corpo e a cabeça do bebê devem estar alinhados (pescoço não torcido);
O braço inferior do bebê deve estar posicionado de maneira que não fique entre o corpo do bebê e o corpo da mãe;
O corpo do bebê deve estar curvado sobre a mãe, com as nádegas firmemente apoiadas;
O pescoço do bebê deve estar levemente estendido;
A mãe deve segurar a mama de maneira que a aréola fique livre- posição de “C”. A mãe deve ser orientada a não colocar os dedos em forma de tesoura, pois desta maneira pode-se criar um obstáculo entre a boca do bebê e a aréola;
A cabeça do bebê deve estar no mesmo nível da mama, com a boca abaixo do nível do mamilo;
A mãe deve esperar o bebê abrir bem a boca e abaixar a língua antes de colocá-lo no peito;
O bebê deve abocanhar, além do mamilo, parte da aréola (aproximadamente 2cm além do mamilo). É importante lembrar que o bebê retira o leite comprimindo os seios lactíferos com as gengivas e a língua;
O queixo do bebê deve tocar a mama;
As narinas do bebê devem estar livres;
O bebê deve manter a boca bem aberta colada na mama, sem apertar os lábios;
Os lábios do bebê devem estar curvados para fora, formando um lacre. Para visualizar o lábio inferior do bebê muitas vezes é necessário pressionar a mama com as mãos;
A língua do bebê deve encontrar-se sobre a gengiva inferior. Algumas vezes a língua é visível; no entanto, na maioria das vezes, é necessário abaixar suavemente o lábio inferior para visualizar a língua;
A língua do bebê deve estar curvada para cima nas bordas laterais;
O bebê deve manter-se fixado à mama, sem escorregar ou largar o mamilo;
As mandíbulas do bebê devem estar se movimentando;
A deglutição deve ser visível e/ou audível;
DURAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO
Quanto mais seu bebê mamar, mais leite você terá. Não coloque horário ou tempo certo para cada mamada; seu bebê sabe quando e quanto necessita mamar. Deixe o bebê mamar até esvaziar uma mama, antes de passar para a outra. Caso não esvazie um peito numa mamada, retorne ao mesmo peito na mamada seguinte. Amamente o bebê sempre que ele quiser, não dê chá, água, mingau ou outro leite. Nos primeiros seis meses ele só precisa do leite materno.
IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO 
Evita mortes infantis: Graças aos inúmeros fatores existentes no leite materno que protegem contra infecções, ocorrem menos mortes entre as crianças amamentadas.
Evita diarreia: Há fortes evidências de que o leite materno protege contra a diarreia, principalmente em crianças mais pobres. É importante destacar que essa proteção pode diminuir quando o aleitamento materno deixa de ser exclusivo.
Evita infecção respiratória: A proteção do leite materno contra infecções respiratórias foi demonstrada em vários estudos realizados em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Assim como ocorre com a diarreia, a proteção é maior quando a amamentação é exclusiva nos primeiros seis meses. Além disso, a amamentação diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória.
Diminui o risco de alergias: Estudos mostram que a amamentação exclusiva nos primeiros meses de vida diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos de alergias, incluindo asma e sibilos recorrente.
Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes 
Reduz a chance de obesidade: A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre obesidade em crianças maiores de 3 anos e tipo de alimentação no início da vida constatou menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças que haviam sido amamentadas.
Melhor nutrição:Por ser da mesma espécie, o leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimento e o desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de ser mais bem digerido, quando comparado com leites de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais da criança nos primeiros seis meses e continua sendo uma importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida, especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas.
Direitos trabalhistas: 
• Licença-maternidade de 120 (cento e vinte) dias para gestantes com carteira de trabalho assinada. 
• Não ser demitida enquanto estiver grávida e até cinco meses após o parto, a não ser por “justa causa”. 
• Mudar de função ou setor em seu trabalho, caso ele apresente riscos ou problemas para sua saúde ou a saúde do bebê. Para isso, apresente à sua chefia um atestado médico comprovando que você precisa mudar de função ou setor. 
• Receber DECLARAÇÃO DE COMPARECIMENTO sempre que for às consultas de pré-natal ou fizer algum exame. Apresentando esta declaração à sua chefia, você terá a falta justificada no trabalho. 
• Até o bebê completar seis meses, você tem o direito de ser dispensada do trabalho todos os dias, por dois períodos de meia hora ou um período de uma hora, para amamentar. Combine com seu empregador o melhor jeito de aproveitar esse tempo. 
• Licença de cinco dias para o pai logo após o nascimento do bebê. Além disso, tem os direitos sociais:
 • Guichês e caixas especiais ou prioridade nas filas para atendimento em instituições públicas e privadas (bancos, supermercados, lojas).
 • Assento prioritário para gestantes e mulheres com crianças de colo em ônibus e metrô. Peça licença e ocupe o lugar que é seu. Não viaje em pé! No ônibus você pode sair pela porta da frente.
 • Se a sua família é beneficiária do Programa Bolsa Família, você tem direito ao benefício variável extra na gravidez e após o nascimento do bebê. Para conseguir este benefício, busque informações no Centro de Referência em Assistência Social (CRAS) de seu município. 
Entrega em adoção: • A Lei nº 12.010/2009 garante a você o direito de receber atendimento psicossocial gratuito se desejar, precisar ou decidir entregar a criança em adoção. Procure a Vara da Infância e Juventude de sua cidade. 
Se você for estudante, também tem seus direitos garantidos:
 • A Lei nº 6.202/1975 garante à estudante grávida o direito à licença-maternidade sem prejuízo do período escolar. 
• A partir do oitavo mês de gestação a gestante estudante poderá cumprir os compromissos escolares em casa – Decreto-Lei nº 1.044/1969.
 • O início e o fim do período de afastamento serão determinados por atestado médico a ser apresentado à direção da escola. 
• Em qualquer caso, é assegurado às estudantes grávidas o direito à prestação dos exames finais.
 Caso seja adolescente, você tem o direito, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, de ser atendida com sigilo, privacidade, autonomia, e receber informações sobre saúde sexual e reprodutiva. Também pode ser atendida sozinha, se preferir.
 Direitos nos serviços de saúde:
 • Ser atendida com respeito e dignidade pelas equipes de saúde, sem discriminação de cor, raça, orientação sexual, religião, idade ou condição social.
• Ser chamada pelo nome que preferir e saber o nome do profissional que a atende. • Aguardar o atendimento sentada, em lugar arejado, tendo à sua disposição água para beber e banheiros limpos.
AMAMENTAÇÃO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS
Nova gravidez: É possível manter a amamentação em uma nova gravidez se for o desejo da mulher e se a gravidez for normal. Contudo, não é raro as crianças interromperem a amamentação espontaneamente quando a mãe engravida. O desmame pode ocorrer pela diminuição da produção de leite, alteração no gosto do leite (mais salgado, por maior conteúdo
de sódio e cloreto), perda do espaço destinado ao colo com o avanço da gravidez ou aumento
da sensibilidade dos mamilos durante a gravidez. Na ameaça de parto prematuro é indicado interromper a lactação. Se a mãe optar por continuar amamentando o filho mais velho após o nascimento do bebê, é importante orientá-la que ela deve dar prioridade à criança mais nova no que diz respeito à amamentação.
Gemelaridade: Com o advento da inseminação artificial, o nascimento de múltiplas crianças se tornou mais frequente. Se por um lado o nascimento de gêmeos é uma dádiva, por outro é um grande desafio, que pode ser mais bem enfrentado se a família, em especial a mãe, receber ajuda, inclusive dos profissionais de saúde. Estes devem estar preparados para aconselhar as famílias nas diversas situações envolvendo gêmeos, incluindo o aleitamento materno. Além de todos os benefícios já amplamente reconhecidos do aleitamento materno, a amamentação de crianças gemelares tem vantagens adicionais tais como: maior economia, haja vista o gasto com outros leites ser o dobro (ou mais) caso as crianças não sejam amamentadas; facilitar os cuidados de gêmeos, já que o aleitamento materno previne doenças, as quais exigem cuidados intensificados; auxiliar no atendimento das necessidades dos bebês com relação à atenção e ao afeto da mãe, pois por mais boa vontade que ela tenha, ela não tem condições de atender duas ou mais crianças da mesma maneira que atenderia uma só; e contribuir para o reconhecimento das necessidades individuais de cada gêmeo, acelerando o processo de enxergar cada criança como um indivíduo.
Crianças com más formações orofaciais: É importante que as crianças com más formações orais sejam amamentadas porque o aleitamento materno diminui as infecções do ouvido médio e reduz a inflamação da mucosa nasal causada por refluxo do leite, comum nessas crianças. A amamentação também promove o equilíbrio da musculatura orofacial, favorecendo o adequado desenvolvimento das estruturas do sistema motor-oral, que estão afetadas nessas crianças.
Crianças portadoras de distúrbios neurológicos: Crianças que sofreram asfixia perinatal grave, portadoras de síndromes genéticas, com diversos tipos de infecções congênitas e com más formações do sistema nervoso central podem ter distúrbios neurológicos. Frequentemente elas têm incoordenação motora-oral, dificuldades na deglutição e na sucção, na coordenação de ambas com a respiração, refluxo gastroesofágico, além de eventualmente não aceitarem a alimentação, com risco de se desnutrirem.
Refluxo gastroesofágico: Uma das manifestações gastrointestinais mais comuns na infância é o refluxo gastroesofágico. Muitas vezes essa condição se resolve espontaneamente com a maturação do mecanismo de funcionamento do esfíncter esofágico inferior, nos primeiros meses de vida. Nas crianças amamentadas no peito, os efeitos do refluxo gastroesofágico costumam ser mais brandos do que nas alimentadas com leite não humano, devido à posição supina do bebê para mamar e aos vigorosos movimentos peristálticos da língua durante a sucção.
Mãe com necessidades especiais: Em algumas ocasiões o profissional de saúde pode se deparar com mães com necessidades especiais como, por exemplo, limitações físicas, auditivas ou visuais que dificultem certas técnicas de amamentação. Essas situações exigem maior habilidade em relação à comunicação em saúde e maior suporte por parte da família e dos profissionais em relação às eventuais dificuldades inerentes ao manejo do aleitamento. O apoio do serviço de saúde também nessas circunstâncias concorre para o aumento do vínculo entre os profissionais e a dupla mãe-bebê e a família, bem como consolidam direitos humanos de forma inclusiva.
PROBLEMAS COM A MAMA PUERPERAL 
Sabe-se que quando as mães são orientadas corretamente nos serviços de saúde amamentam melhor e por mais tempo, pois embora este ato seja natural, nem sempre é fácil. As ações educativas podem ocorrer durante a gestação, no puerpério, e nos demais momentos em que se tiver contato com a mulher e seus familiares, nos diversos espaços sociais, como nas escolas durante a infância e adolescência, na consulta pré-natal e de puericultura, nasmaternidades, e ainda nas suas próprias casas através das visitas domiciliares.
Os transtornos mais comuns da mama puerperal são:
Edema pré-apojadura: situação que pode acontecer no 2º ou 3º dia pós-parto em que a mama fica completamente inchada e dura, antes da descida do leite propriamente dita. A maioria das pessoas confundem com excesso de leite.
Ingurgitamento mamário pós apojadura: nas primeiras duas semanas pós-parto pode haver um excesso de leite, mais oferta do que demanda. Essa situação gera um represamento de leite indesejável, perigoso e doloroso.
Fissuras e escoriações mamilares: situações extremamente dolorosas que ocorrem por má pega e umidade excessiva nesse local.
Ducto obstruído: os ductos são canais que levam o leite dos alvéolos até as ampolas, onde fica pronto para ser sugado. Por acúmulo de leite associado à própria posição anatômica de alguns deles, pode haver um bloqueio do fluxo nesse local, com imediatos sinais inflamatórios.
Mastite: processo infeccioso agudo da mama lactante em consequência de acúmulo de leite, inflamação não infecciosa (ducto obstruído) ou mastite infecciosa por traumas mamilares com contaminação externa.
Abcesso mamário: consequência de uma mastite maltratada.
Mamilo invertido: o mamilo não é o fator principal na pega porque, em realidade, o bebê deve abocanhar a aréola. Entretanto vemos que o mamilo que é protuso, não importa o quanto, facilita o aprendizado da boa pega.
Candidíase: a infecção por esse fungo no mamilo e aréola é bastante dolorosa e requer tratamento imediato, inclusive da boca do bebê.
CONSIDERAÇÕES SOBRE O USO DE MEDICAMENTOS E AMAMENTAÇÃO
Quando uma mulher está amamentando e necessita ingerir algum tipo de medicamento é muito comum que o profissional de saúde indique a interrupção da amamentação, no entanto, poucas drogas a contraindicam absolutamente. Em geral, há um preciosismo e cautela excessiva por parte desses profissionais, que acabem aconselhando desnecessariamente a mãe a desmamar seu bebê.
O profissional não deve se basear apenas na precaução para indicar o desmame e não devem avaliar apenas a bula dos medicamentos (apenas 2% dos medicamentos italianos possuíam indicações claras de sua utilização segura na amamentação e o grupo de trabalho leva em consideração que a maioria das bulas restringe o uso na gravidez e lactação, sem distinguir entre os dois momentos ou considerar as evidências atuais).
O médico pode buscar as evidências antes de contraindicar o aleitamento materno, já que, em geral, não é uma orientação que necessite de urgência para ser fornecida. As contraindicações imediatas da amamentação devem se limitar apenas aos casos de medicamentos antineolplásicos, drogas ilícitas ou substâncias ingeridas com intenção de provocar danos a si.
Deve ser analisado o risco do uso da medicação em relação ao risco de desmame e alimentação artificial.
A transferência da droga para o leite materno e, portanto, seus possíveis efeitos no bebê, dependerá das características da medicação e da capacidade de metabolização da mãe e de seu bebê, por isso o profissional deve ter cautela na indicação de desmame. Os riscos apresentam redução após 2 meses de vida. Também há redução de riscos quando o aleitamento não é exclusivo e quando há início da alimentação complementar. Há risco potencialmente maior quando o bebê é amamentado exclusivamente ou quando seu metabolismo é imaturo (prematuros ou menores de 2 meses)
Para reduzir o efeito da medicação, a mãe pode ingerir a droga logo após a mamada.
Se o medicamento é contraindicado durante a lactação, a mãe pode extrair seu leite e descartá-lo durante o tratamento para manter a lactação e, após sua conclusão, poderá retomar a amamentação ou então poderá armazenar seu leite e ter um estoque no período do tratamento, para que ofereça seu próprio leite ao bebê.
O receio de possíveis efeitos cognitivos negativos resultantes do uso prolongado de alguns medicamentos não é motivo para indicar o desmame, pois, estudos recentes revelam que não há diferença entre resultados cognitivos de bebês amamentados cujas mães utilizam medicamentos anticonvulsivantes e bebês alimentados por fórmula (assim como ocorre com outras drogas), porém há necessidade de monitoramento da criança.
O uso de vários medicamentos pode ter efeitos negativos devido às interações medicamentosas, no entanto, não há evidências de riscos em mulheres que utilizam mais de um medicamento em doses adequadas, por isso há necessidade de mais estudos.
Ao aconselhar sobre medicamentos e amamentação, os profissionais devem utilizar fontes seguras de informação (LactMed, Bartick, Akus são as mais confiáveis).
USO COMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO Desta categoria fazem parte os fármacos cujo uso é potencialmente seguro durante a lactação, haja vista não haver relatos de efeitos farmacológicos significativos para o lactente. USO CRITERIOSO DURANTE A AMAMENTAÇÃO Nesta categoria estão os medicamentos cujo uso no período da lactação depende da avaliação do risco/benefício. Quando utilizados, exigem monitorização clínica e/ou laboratorial do lactente, devendo ser utilizados durante o menor tempo e na menor dose possível. Novos medicamentos cuja segurança durante a amamentação ainda não foi devidamente documentada encontram-se nesta categoria. USO CONTRAINDICADO DURANTE A AMAMENTAÇÃO Esta categoria compreende as drogas que exigem a interrupção da amamentação, pelas evidências ou risco significativo de efeitos colaterais importantes no lactente. 
AMAMENTAÇÃO E DROGATIÇÃO 
A maioria das drogas e das drogas de rua podem passar do córrego do sangue da matriz da amamentação no leite materno e alcançar o bebê. Todas as agências e organizações recomendam que uma matriz que esteja amamentando deve evitar estas drogas.
As drogas que são especialmente prejudiciais incluem: 
cocaína
heroína
phencyclidine (PCP)
anfetaminas
marijuana etc.
Além do que dano ao sistema nervoso central do bebê, estes agentes podem igualmente alterar os sentidos, o julgamento e a percepção da matriz e impedir de sua capacidade para tomar do bebê. Isto pode conduzir aos acidentes e o ferimento ou mesmo a morte do bebê. Recomendam que as matrizes que cumprem os seguintes critérios devem ser permitidas amamentar. Os critérios incluem: -
Abstinência para o uso de drogas ilícitos por 90 dias antes da entrega
Presente com uma tela negativa da droga na entrega
Vontade de participar e continuar em um programa de tratamento do abuso de substâncias
Receptores do cuidado pré-natal adequado e consistente
Não tenha nenhum outro fator que necessitar a prevenção da amamentação como a infecção com VIH etc.
MITOS E VERDADES 
Existem várias crenças populares acerca da amamentação, que nem sempre correspondem à verdade, pelo menos por aquilo que pode ser comprovado cientificamente. Por isso, na Semana Mundial do Aleitamento Materno, separamos 10 mitos e verdades da amamentação, com algumas das dúvidas mais comuns sobre o tema. 
1 Quanto mais o bebê mamar, mais leite a mãe produzirá
Verdade. O estímulo é fundamental para a produção de leite materno. Quando o bebê começa a sugar, emite uma espécie de mensagem para o cérebro da mãe, que libera os hormônios responsáveis pela produção e condução do leite. O estímulo é tão importante que mesmo ordenhas manuais ou com bombas também ajudam na produção de mais leite. 
2 A criança deve mamar a cada duas ou três horas
Mito. Não há uma regra, e a periodicidade varia conforme o bebê. A única recomendação é que a mãe ofereça o leite em “livre demanda”, ou seja, toda vez em que o bebê sentir fome. Algumas crianças, com o passar das semanas, vão criando seu próprio horário e é comum quererem mamar a cada duas ou três horas, mas é importante que a mãe não restrinja a amamentação caso o bebê prefira mamar em um intervalo maior ou menor de tempo. 
3 É preciso revezar os dois seios para amamentar
Mito. O ideal é que a mãe não interrompa, deixando o bebê mamar à vontade no primeiro seio. Isso é importante porque somentedepois de alguns minutos o bebê consegue atingir o leite posterior, uma porção rica em açúcar e gordura que ajuda a criança a se saciar mais rápido e a ganhar peso. Se ele não chega a essa parte, acaba sentindo fome mais rapidamente e tende a acordar várias vezes ao longo do dia para mamar de novo. Caso ele se sacie com somente um seio, pode ser feita a retirada do leite da outra mama, para evitar a dor, e fazer a doação desse material.
4 Algumas mães produzem um leite mais fraco
Mito. Cada mãe produz o leite adequado para as necessidades de seu bebê. Então, se a criança mama regularmente e está ganhando peso, a mãe pode ficar tranquila. O que acontece é uma confusão, já que o leite materno é menos encorpado e mais claro que o leite de vaca, mas isso não impede que seja rico em nutrientes.
5 Mamadeira e chupeta interferem no aleitamento
Verdade. Os bicos de chupetas e mamadeiras aumentam o risco de desmame, principalmente se dados precocemente. Além disso, pode ocorrer de o bebê rejeitar o seio materno por ter se acostumado a outro bico. Mesmo depois do desmame, a recomendação é que não se utilizem chupetas e mamadeiras, pois esses produtos prejudicam o desenvolvimento da arcada dentária e o processo de deglutição. O ideal é, conforme a criança for largando o seio materno, fazer a transição para um copo com bico.
6 Consumir certos alimentos, como cerveja preta ou canjica, aumentam a produção de leite
Mito. Não existem evidências científicas que comprovem que o consumo de determinado alimento ou bebida aumente a produção de leite. Segundo especialistas, com relação à cerveja ou qualquer outra bebida alcoólica, o consumo pode, na verdade, prejudicar a amamentação.
7 As fórmulas atuais são quase como o leite materno
Mito. As fórmulas que existem no mercado não contêm os anticorpos, células vivas, enzimas, ou hormônios presentes no leite materno. Contêm sim, muito mais alumínio, magnésio, ferro e proteína, o que ajuda o bebê a crescer bem, mas sem muitas propriedades e benefícios gerados à saúde do bebê, pela amamentação. 
8 Estresse e ansiedade prejudicam a produção de leite
Verdade. Quando qualquer indivíduo é exposto a uma situação de estresse, ocorre a liberação de adrenalina no organismo. Na mulher que está amamentando, há grande quantidade de prolactina (hormônio responsável pela produção de leite) circulante. Quando a adrenalina está em alta, a prolactina fica em baixa, e vice-versa. No entanto, essa "diminuição" momentânea causada pelo estresse é reversível. Ou seja, a produção de leite é regularizada quando a mulher fica tranquila. 
9 O tipo de parto interfere na amamentação
Mito. Tanto mulheres que fizeram cesariana, quanto as que tiveram parto normal podem amamentar. O que pode influenciar, no caso de mães que estão sentindo muita dor – devido a problemas de cicatrização, por exemplo –, é que há uma demora maior na descida do leite para os seios. Mas, na maioria dos casos, entre o terceiro e quarto dia após o parto, a mulher já tem leite suficiente para amamentar o bebê normalmente.
10 É um ótimo anticoncepcional
Nem mito, nem verdade. A amamentação aumenta a produção de prolactina, hormônio que inibe a ovulação. Mas vale uma ressalva: o efeito anticoncepcional só vale nos casos em que o bebê mama regularmente – sempre a cada duas ou três horas, todos os dias, inclusive de madrugada. Quando a criança começa a espaçar os horários, a mãe precisa voltar a tomar anticoncepcionais. Hoje, há produtos compatíveis com a amamentação, que podem ser receitados pelo ginecologista.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias / Ministério da Saúde, Secretaria da Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2010.
Brasil. Ministério da Saúde. Caderneta da Gestante. 3º Edição. Brasilia-DF. 2010

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