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CADERNO EDUCATIVO DE LEGISLAÇÃO EM SST: ABORDANDO AS NR 5, 7, 9, 15, 16 E O FAP/NTEP Salvador 2012 CADERNO EDUCATIVO DE LEGISLAÇÃO EM SST: ABORDANDO AS NR 5, 7, 9, 15, 16 E O FAP/NTEP Salvador 2012 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI Robson Braga de Andrade Presidente SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA SESI Conselho Nacional Jair Meneguelli Presidente SESI - Departamento Nacional Robson Braga de Andrade Diretor Renato Caporali Diretor Superintendente FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA José de Freitas Mascarenhas Presidente SESI – Departamento Regional da Bahia José de Freitas Mascarenhas Diretor Regional José Wagner Sancho Fernandes Superintendente CADERNO EDUCATIVO DE LEGISLAÇÃO EM SST: ABORDANDO AS NR 5, 7, 9, 15, 16 E O FAP/NTEP Salvador 2012 ©2012 SESI – Departamento Nacional. SESI/DN Unidade de Qualidade de Vida – UQV Ficha Catalográfica Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. S491c Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional. Caderno educativo de legislação em SST: abordando as NR 5, 7, 9, 15, 16 e o FAP/INTEP / Serviço Social da Indústria. Departamento Regional da Bahia – Brasília : SESI/DN, 2012. 255 p. : il. ISBN 978-85-7710-317-1 1. Saúde 2. Segurança no trabalho 3. Legislação 4. Brasil. I. Título CDU: 363.11 SESI Serviço Social da Indústria Departamento Nacional SESI Serviço Social da Indústria Departamento Nacional Sede Setor Bancário Norte Quadra 1 – Bloco C Edifício Roberto Simonsen 70040-903 – Brasília – DF Tel.: (61) 3317-9001 Fax: (61) 3317-9190 http://www.sesi.org.br SESI/DN Unidade de Qualidade de Vida – UQV Fabrizio Machado Pereira Gerente-Executivo Sylvia Regina Trindade Yano Coordenação Ana Garcia Cuadriello Sylvia Regina Trindade Yano Vilma Francisco de Oliveira Equipe Técnica DIRETORIA DE COMUNICAÇÃO – DIR- COM Carlos Alberto Barreiros Diretor de Comunicação Gerência Executiva de Publicidade e Pro- paganda – GEXPP Carla Cristine Gonçalves de Souza Gerente Executiva SESI/DR – BAHIA Gerência de Qualidade de Vida - GQV Amélio Miranda Junior Gerente Kari McMillan Campos Gestora do Projeto Gestão do Site Pró-SST Lara Villas-Boas Fernandes Coordenadora do Subprojeto Legislação em SST Andréa Maria Gouveia Barbosa Fabrício Vieira da Silva Juliana Gomes Messias Katyana Aragão Menescal Lícia Maria B. Nascimento Maria Fernanda Torres Lins Revisão Técnica Fernanda Brito da Silva Marcia Maria Castro do Lago Sergio Ricardo Santos da Silva Revisão Didática e Pedagógica Arlete Castro Revisão de texto José Arlindo Lima da Silva Júnior Técnico-Administrativo Biblioteca Sede / Sistema FIEB Normalização ___________________________________ Eliane Cardoso Sales (Santé Consultoria e Serviços em Saúde Ltda-ME) Bethânia Cardoso (Semear Ambiental Ltda) Fernando Vasconcelos (Setma Segurança do Trabalho Ltda) Paulo Roberto de Veloso Reis (STI Consul- toria Ltda) Elaboração de Conteúdo AG Editora Projeto Gráfico e Diagramação 7 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 1 ENTENDENDO O PPRA (NR 9) 1.1 ASPECTO LEGAL 1.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e da Implementação do Ppra 1.2 ELABORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E FUNCIONAMENTO DO PPRA 1.2.1 Estrutura do PPRA - Elaboração 1.2.2 Desenvolvimento e Funcionamento do PPRA 1.2.2.1 Antecipação e Reconhecimentos dos Perigos/ Fatores de Risco 1.2.2.2 Estabelecimento de Prioridades e Metas de Avaliação e Controle 1.2.2.3 Avaliação dos Riscos e da Exposição dos Trabalhadores 1.2.2.4 Implantação de Medidas de Controle e Avaliação de sua Eficácia 1.2.2.5 Monitoramento da Exposição aos Riscos 1.2.2.6 Registro e Divulgação de Dados 1.3 RESPONSABILIDADES 1.3.1 Responsável pela Elaboração do PPRA 1.3.2 Responsabilidades do Empregador 1.3.3 Responsabilidades dos Trabalhadores 1.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PPRA 2 ENTENDENDO O PCMSO (NR7) 2.1 ASPECTO LEGAL 2.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e Implementação do PCMSO 2.2 A RELAÇÃO DO PCMSO COM O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) 2.3 RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS 2.3.1 Compete ao Empregador 2.4 DESENVOLVIMENTO DO PCMSO 2.4.1 Tipos de Exames Ocupacionais Obrigatórios 2.4.2 Periodicidade da Realização do Exame Periódico 2.4.3 Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) 2.4.4 Período de Arquivamento dos Dados do PCMSO 2.4.5 Relatório Anual do PCMSO 2.5 ESTRUTURA DO PCMSO 2.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PCMSO 3 ENTENDENDO A INSALUBRIDADE (NR 15)’’ 3.1 ASPECTO LEGAL 3.2 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE – BASE DE CÁLCULO 3.3 ATIVIDADES E/OU OPERAÇÕES INSALUBRES 3.3.1 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Ruído 3.3.1.1 Ruído Contínuo ou Intermitente 3.3.1.2 Ruído de Impacto 3.3.2 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Temperatu- ras Extremas 3.3.2.1 Calor 3.3.2.2 Frio 3.3.3 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Radiações 3.3.3.1 Radiações Ionizantes 3.3.3.2 Radiações Não Ionizantes 3.3.4 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Atividades sob Condições Hiperbáricas 3.3.5 Caracterização de Insalubridade para Exposição à Vibração 3.3.6 Caracterização de Insalubridade para Exposição à Umidade 3.3.7 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Agentes Químicos 3.3.7.1 Avaliação Qualitativa 3.3.7.2 Avaliação Quantitativa 3.3.8 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Poeiras Minerais 3.3.9 Caracterização de Insalubridade para Exposição a Agentes Biológicos 3.4 CESSAÇÃO DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 3.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A INSALUBRIDADE 4 ENTENDENDO A PERICULOSIDADE (NR 16) 4.1 ASPECTO LEGAL 4.2 ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS 4.2.1 Atividades e Operações Perigosas com Explosivos 4.2.2 Atividades e Operações Perigosas com Inflamáveis (Líquidos e Gases) 4.2.3 Atividades e Operações Perigosas com Radiações Ionizantes ou Substâncias Radioativas 4.2.4 Atividades e Operações Perigosas com Eletricidade 4.3 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 4.3.1 Base de Cálculo 4.3.1 Proporcional ao Tempo de Exposição 4.3.3 Acumulação de Adicionais 4.3.4 Aposentadoria Especial 4.4 CESSAÇÃO DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE 4.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A PERICULOSIDADE 5 ENTENDENDO A CIPA (NR 5) 5.1 ASPECTO LEGAL 5.1.1 Obrigatoriedade para Implementação da CIPA 5.2 CONSTITUIÇÃO DA CIPA 5.2.1 Requisitos para Dimensionamento da CIPA 5.2.2 Processo Eleitoral 5.2.2.1 Etapas do Processo Eleitoral 5.2.2.2 Anulação da Eleição 5.2.3 Treinamento 5.3 ATRIBUIÇÕES E FUNCIONAMENTO DA CIPA 5.3.1 Atribuições da CIPA 5.3.2 Funcionamento da CIPA 5.3.2.1 Reuniões 5.3.2.1 Decisões da CIPA 5.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS 5.4.1 Estabilidade dos Membros da CIPA 5.4.2 Mandato e Perda do Mandato dos Membros da CIPA 5.4.3 Afastamento Definitivo do Presidente 5.4.4 Afastamento Definitivo do Vice-Presidente 5.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE A CIPA 6 ENTENDENDO O FAP/NTEP 6.1 ENTENDENDO O NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁ- RIO - NTEP 6.1.1 Embasamento Legal do NTEP 6.1.2 As implicações Legais e Econômicas do NTEP para as Empre- sas 6.1.3 Como a Empresa tomará ciência do NTEP e de que forma po- derá recorrer? 6.1.4 Contestação do NTEP 6.2 ENTENDENDO O FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO (FAP) 6.2.1 Embasamento Legal do FAP 6.2.2.1 Fontes dos Dados para Calcular o FAP 6.2.2.2 Cálculo do FAP 6.2.2.3 Geração do FAP por Empresa 6.2.2.4 Cálculo da Taxa de Rotatividade para a Aplicação do FAP 6.2.2.5 Periodicidade e Divulgação dos Resultados do FAP 6.2.2.6 Exemplo de como calcular o FAP (TODESCHINI; COUTO, 2009) 6.2.2.7 Cálculos do Percentil para cada Índice Total 6.2.2.8 Cálculos do Índice Consolidado (IC) 6.2.2.9 Obtenção do FAP 6.2.2.10 RAT Ajustado 6.3 O QUE AS EMPRESAS DEVEM FAZER PARA OBTER O BÔNUS? 6.4 CONTESTAÇÃO DO FAP (SESI/DN, 2011) REFERÊNCIASANEXOS 11 APRESENTAÇÃO O Caderno Educativo de Legislação em Segurança e Saúde no Trabalho (SST) é um dos produtos desenvolvidos no Subprojeto Legislação em SST, parte integrante do Pro- jeto Gestão Compartilhada do Site Pró-SST, uma iniciativa do Serviço Social da Indús- tria, Departamento Regional da Bahia (SESI – DR/BA) e Departamento Nacional, visan- do ampliar o acesso das empresas industriais ao conhecimento na área, sobretudo, por meio de uma gestão eficiente dos recursos disponíveis no site de informação em SST - Pró-SST e do desenvolvimento de novos produtos gratuitos a serem disponibilizados. Uma pesquisa realizada em 2005 pelo SESI Bahia, com empresários da região, apontou como demandas, a necessidade de informações sobre legislação em SST atualizadas e em linguagem clara e acessível. Acreditando que esta necessidade seja similar em todo o Brasil, sobretudo nas empresas de menor porte, esta publicação vem responder a uma necessidade concreta do setor industrial. Este caderno apresenta cinco das principais normas do Ministério do Trabalho e Em- prego, utilizadas pelas indústrias, e um capítulo sobre o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP), tema de grande interesse das empresas industriais, visto que a partir deste novo requisito legal, a forma com que as organizações conduzem a gestão de SST impactará diretamente nos custos relacio- nados à carga tributária. Os capítulos abaixo relacionados compõem este caderno e também o conteúdo de seis cursos à distância, que estão disponíveis gratuitamente no site Pró-SST, no endereço: www.sesi.org.br/pro-sst. • Entendendo o PPRA (NR 9) • Entendendo o PCMSO (NR 7) • Entendendo a Insalubridade (NR 15) • Entendendo a Periculosidade (NR 16) • Entendendo a CIPA (NR 05) • Entendendo o FAP/ NTEP Desejamos, com mais estes produtos, contribuir com as empresas industriais na pro- moção de ambientes de trabalho seguros e saudáveis, em prol da competitividade e da qualidade de vida. 13 1 ENTENDENDO O PPRA (NR 9) O SESI, através do seu Programa Indústria Saudável, tem como referencial o concei- to de Ambiente de Trabalho Saudável definido pela Organização Mundial de Saúde: “Ambiente de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e os empregado- res colaboram no uso de um processo de melhoria contínua para proteger e promover a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os trabalhadores e a sustentabilidade do local de trabalho” (OMS, 2011). É neste contexto que a prática do Modelo SESI em Segurança e Saúde no Trabalho deve estar inserida. Neste modelo proposto pelo SESI existem os Serviços Articula- dos como o PPRA e PCMSO integrados. Neste momento, abordaremos o PPRA. O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) tem por objetivo proteger o trabalhador dos perigos/fatores de risco existentes no ambiente de trabalho, que têm potencial para causar dano à sua saúde e à sua integridade física. Através das etapas de antecipação e reconhecimento dos perigos/fatores de riscos, avaliação dos riscos e determinação de medidas de controles adequadas que visam eliminar, reduzir e controlar tais perigos. Este programa deve estar estruturado em um documento escrito e suas ações devem ser implementadas pela empresa. Apesar de ser uma exigência legal e já ter passado mais de uma década de sua vigência, ainda existem diversas dúvidas referentes ao PPRA e sua aplicabilidade, tais como: O que é? Para que serve? Quais os benefícios para a empresa e os trabalhadores? Quem pode elaborá-lo? Como identificar se o PPRA está atendendo os requisitos da legislação? Qual a relação que este programa tem com o PCMSO? Todas as empresas têm que elaborar e implementar o PPRA? Estas e outras perguntas serão respondidas neste capítulo. Pretende-se ainda neste capítulo: • Apresentar, em uma linguagem clara, a importância do PPRA para as empresas e os trabalhadores. • Capacitar os profissionais que não são da área de Segurança e Saúde no traba- lho (SST) a identificar se um PPRA atende, no mínimo, os requisitos previstos na legislação brasileira. • Orientar empregadores e seus prepostos, além dos seus trabalhadores, quanto à implantação adequada do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais na em- presa. 14 1.1. ASPECTO LEGAL A redação da norma regulamentadora nº 09 (NR 9) aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, cujo título é Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) foi dada pela Portaria nº 25, de 29 de dezembro de 1994. Esta NR estabelece os parâmetros mínimos e as diretrizes gerais a serem observados na elaboração e execução do PPRA, podendo os mesmos ser ampliados mediante negociação coleti- va de trabalho (BRASIL, 1994). 1.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e Implementação do PPRA A NR 9 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Pro- grama de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores. Importante!Importante!Importante! Independente do número de empregados registrados e do tipo de atividade econômica, todas as empresas e instituições devem elaborar e implementar o PPRA. Do ponto de vista legal, segundo o item 1.6 da NR 1 da Portaria nº 3.214 de 8 de junho de 1978, consideram-se: a. Empregador - empresa individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da ativi- dade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equi- param-se ao empregador os profi ssionais liberais, as instituições de benefi cência, as associações recreativas ou outras instituições sem fi ns lucrativos que admitem trabalhadores como empregados. b. Empregado - a pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a em- pregador, sob a dependência deste e mediante salário. 15 1.2 ELABORAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E FUNCIONAMENTO DO PPRA 1.2.1 Estrutura do PPRA – Elaboração Segundo a NR 9, o PPRA deverá estar descrito no documento-base, contendo a es- trutura defi nida no fl uxograma 01. No planejamento anual é necessário estabelecer metas, priorizando aquelas ações que previnam riscos de maior para menor gravidade, tudo isso deverá estar previsto em cronograma com estabelecimento de curto, médio e longo prazo. Este cronogra- ma deverá indicar claramente os prazos para o desenvolvimento das etapas e cumpri- mento das metas do PPRA, bem como os responsáveis para implementar cada ação. O PPRA é parte integrante do conjunto mais amplo das iniciativas da empresa, no campo da preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR, em especial com o Programa de Controle Fluxograma 01 – Estrutura mínima do PPRA 16 Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO previsto na Norma Regulamentadora nº 07. Sendo assim, é importante que os planos de ação do PPRA e do PCMSO sejam ela- borados e implementados de forma integrada. Cada empresa deve defi nir sua estratégia e metodologia para alcançar os objetivos e as metas previstos no planejamento anual. A metodologia é a explicação detalhada e exata de todas as ações desenvolvidas no caminho para elaborar o documento. É a explicação do tipo de instrumentos utilizados (inspeção visual de campo, entrevista, questionário etc.), forma de identifi cação dos perigos/fatores de risco, método de avaliação qualitativa/quantitativa de riscos, formas de tabulação e tratamento dos dados, enfi m, tudo aquilo que se utilizou para elaborar o PPRA. Quanto à forma do registro, a empresa deve defi nir como este documento (PPRA) vai ser registrado, em meio eletrônico ou em meio físico (relatórios impressos) (GIO- VANNI, 2001, p. 266). Todos os registros devem ser mantidos por um período mínimo de20 (vinte) anos, conforme estabelecido na NR 9. Quanto à manutenção dos dados, a empresa deve criar mecanismos para acompa- nhar a implementação do programa, visando cumprir o planejado e tornar o ambiente de trabalho mais seguro e saudável. A manutenção dos dados é muito importante para a empresa ter consolidado um histórico da situação de SST, o que auxiliará bastante no caso de futuras autuações do Ministério do Trabalho. A empresa deve estabelecer no documento-base como será feita a divulgação dos perigos/fatores de risco reconhecidos e identifi cados no PPRA para os trabalhadores, bem como as medidas de controle adequadas. Esta divulgação pode ser realizada por meio de palestras, reuniões, encontros ou outros mecanismos que a empresa enten- der, porém é necessário registrar todas as ações. Importante!Importante!Importante! O PPRA e suas alterações deverão estar disponíveis, em local de fácil acesso, para apresentação às autoridades competentes, caso solicitado. 17 Quanto à periodicidade e à forma de avaliação do desenvolvimento do PPRA, a empresa deve informar no documento-base como vai acompanhar e avaliar as ações contidas no planejamento. Por exemplo, por meio de reunião mensal, por meio de indicadores. Uma análise global do programa deve ser realizada sempre que neces- sário ou/e pelo menos uma vez ao ano, para avaliar o seu desenvolvimento e realizar ajustes, no intuito de estabelecer novas metas e prioridades. O PPRA pode e deve ser revisado em um prazo menor que 12 meses, ou quando houver motivos que possam interferir nas condições de exposição do trabalhador aos perigos/fatores de risco existentes, seja aumentando-os ou diminuindo-os. (Ex.: ins- talações de novas máquinas, novos produtos incorporados no processo, enclausura- mento de uma máquina, instalação de um sistema de ventilação etc.). Segue modelo de Planejamento Anual com estabelecimento de metas, prioridades e cronograma: Quadro 1. Modelo de Planejamento Anual Prioridade: 01 Meta Indicador Cronograma St at us Ja n Fe v M ar A br M ai Ju n Ju l A go Se t O ut N ov D ez Adequar as máquinas e os equipamentos observando o disposto na NR 12. Atender 100% até dez/2010. Atividades Colocar proteção nas partes móveis da máquina X. P P P P P Após a implantação, realizar treina- mento com todos os trabalhadores envolvidos. P P Fonte: SESI, 2004 Legenda: P – Previsto Importante!Importante!Importante! Implemente as ações do PPRA, assim você protege o trabalhador, melhora o ambiente de trabalho e evita autuações fi scais. Legalmente, o documento-base do PPRA deve contemplar no mínimo a estrutura acima especifi cada, mas nada impede que a empresa agregue mais informações que julgar importantes ao documento. Comentário: 18 1.2.2 Desenvolvimento e Funcionamento do PPRA De acordo com a NR 9, o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais deverá incluir as etapas definidas no fluxograma 02. A seguir, veremos cada uma destas etapas detalhadamente. Fluxograma 02 – Etapa que compõe o desenvolvimento do PPRA 19 1.2.2.1 Antecipação e Reconhecimentos dos Perigos/ Fatores de Risco Esta fase é uma das mais importantes do PPRA, isto porque é necessário identifi car de forma detalhada todos os perigos/fatores de risco com potencial para causar danos ao trabalhador. Mas o que é perigo/fator de risco? E danos? O Modelo SESI segue a defi nição de perigo/fator de risco como sendo “Fonte, si- tuação ou ato com potencial para provocar danos humanos em termos de lesão ou doença, ou uma combinação destas.” E danos, como a “consequência de um perigo em termos de lesão ou doença, ou uma combinação destes”. Importante!Importante!Importante! A relação perigo x dano é a mesma de causa e efeito. Exemplo: Perigo = Ruído (causa) → Dano = Perda auditiva induzida por ruído (PAIR) (efeito) Cada perigo/fator de risco é classifi cado conforme a sua natureza, sendo considera- dos pela NR 9 os seguintes agentes: • Agentes físicos - as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas ex- tremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Estes agentes, a depender de sua intensidade, do tempo de exposição e da forma de contato, podem causar dano ao trabalhador. EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR Na fi gura 01 está apresentada uma ilustração da atividade de furar madeira. Um dos agentes identifi cados nesta atividade é o Agente físico e um dos perigos correlacionados à utilização do equipamento (furadeira) é a vibração que ocorre nas mãos e nos braços. Figura 01. Ilustração da atividade de furar madeira. Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012a. 20 • Agentes químicos - a norma classifi ca como as substâncias, compostos ou produ- tos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Estes agentes, em função de sua natureza, concentração, tempo de exposição e forma de contato, podem causar dano ao trabalhador. EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR Na fi gura 02 está apresentada uma ilustração da atividade de pintura. Um dos agentes iden- tifi cados nesta atividade é o Agente químico e um dos perigos correlacionados à realização desta atividade são os vapores de tinta à base de solventes. Figura 02. Ilustração da atividade de pintura. Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012b. • Agentes biológicos - são os microorganismos tais como: as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros (BRASIL, 1994). Estes agentes, em função da concentração, sua natureza, forma de contato e tempo de exposição, podem também desencadear dano à saúde do trabalhador. EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR Na fi gura 03 está apresentada uma ilustração da atividade de descarte de material hospitalar. Um dos agentes identifi cados nesta atividade é o Agente biológico e um dos perigos correla- cionados são as Bactérias/vírus. Figura 03. Ilustração da atividade de descarte de material hospitalar. Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012c. 21 Existem outros perigos cuja natureza não está definida na NR 9, mas que o SESI en- tende como sendo de fundamental importância estar contidos no PPRA, que são os agentes mecânicos ou de acidentes e os fatores ergonômicos. • Agentes mecânicos ou de acidentes - situações de perigos/fatores de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes e, consequentemente, causar dano ao trabalhador, como: queda de pessoas, queda de materiais, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas inadequadas ou defeituosas, escorre- gões, eletricidade, incêndio ou explosão, animais peçonhentos etc. EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR Na figura 04 está apresentada uma ilustração da atividade de demolição da edificação. Um dos agentes identificados nesta atividade são os Agentes mecânicos ou de acidentes e um dos perigos correlacionados é a Queda de ma- teriais. Figura 04. Ilustração da atividade de demolição de edificação. Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012d. • Fatores ergonômicos - são aqueles relacionados com fatores psicológicos e fisio- lógicos inerentes à execução das atividades profissionais. Como exemplo: esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura extrema, controle rígido de produtividade, imposição de ritmo excessivo, jornadasde trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade etc. EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR Na figura 05 está apresentada uma ilustração da atividade de carregamento de carga manu- al. Um dos agentes identificados nesta ativida- de são os Agentes fatores ergonômicos e um dos perigos correlacionados é o transporte manual de peso. Figura 05. Ilustração da atividade de carregamento de carga manual. Fonte: Microsoft Corporation, São Paulo, 2012e. 22 Os agentes apresentados deverão ser utilizados na identifi cação de perigos/fatores de risco. Mas o que é identifi cação de perigos/fatores de risco? A identifi cação de perigos/fatores de risco é o processo de antecipação e/ou re- conhecimento de um perigo existente ou que venha a existir no ambiente de trabalho e de defi nição de suas características. A fase de antecipação é adotada quando a atividade ainda não aconteceu. Ela de- verá envolver a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho ou de modifi cação dos já existentes e visa introduzir medidas de proteção para a redução ou eliminação dos perigos/fatores de risco antes de expor os trabalha- dores. Um exemplo muito utilizado de antecipação é a atividade de construção de um edifício, onde todos os perigos são identifi cados ainda em fase de projeto. Nota A empresa pode optar por reconhecer no seu PPRA apenas os perigos/fatores de risco estabelecidos pela NR 9 (agentes químicos, físicos e biológicos), mas é importante que tenha um programa que contemple os outros perigos/fatores de risco (acidentes/ mecânicos e fatores ergonômicos). Desta forma, ela terá condições de gerenciar todos os perigos/fatores de risco existentes no ambiente de trabalho que podem causar dano à saúde e à integridade física do trabalhador, transformando-o em um local mais seguro e saudável. Mas como reconhecer os perigos / fatores de risco no ambiente de trabalho? A NR 9 estabelece algumas etapas para a realização do reconhecimento dos perigos/ fatores de risco. Estas estão defi nidas no fl uxograma 03. 23 Fluxograma 03 – Etapas de reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho 24 Para melhor entendimento dos itens apresentados no fluxograma 03, será realizado o detalhamento de cada item e a exemplificação do perigo/fator de risco: eletricidade do cenário de limpeza, em destaque, na figura 06. EXEMPLIFICANDO PARA FIXAR Figura 06. Ilustração de um ambiente de trabalho com vários perigos/fatores de risco, tendo foco na atividade de limpeza, em destaque. • Item “a” – Identificação de perigos/ fatores de risco. Com conhecimento prévio dos tipos de agentes, conceitos e tipos de perigo/ fator de risco, através da observação visual e dos outros sentidos (audição e olfato) é possível identificar os perigos existentes no ambiente de trabalho. Conforme exemplo em destaque na figura 06, tem-se: Quadro 2. Tabela de agente e identificação de perigos/fatores de risco 1 - Agente/Tipo 2 - Perigo/Fator de Risco Acidente Eletricidade • Item “b” – Determinação e localização das possíveis fontes geradoras. 25 Neste item, busca-se identifi car o local e a fonte geradora com potencial para causar o dano. A localização pode ser entendida como o meio físico onde se encontra a fonte gera- dora (produção, almoxarifado, máquina X, processo Y). A fonte geradora é o que gera o evento: tipo de processo ou máquinas/equipamen- tos. Deve-se inserir o tipo de máquina, equipamento, ferramenta ou o processo, exis- tentes no setor, que são as fontes geradoras dos perigos. Conforme exemplo em destaque na fi gura 06, associados aos perigos da tabela 01 tem-se: Quadro 3. Localização e fonte geradora dos riscos 3 - Localização 4 - Fonte Geradora Escritório Fiação exposta energizada e o trabalhador sem proteção. • Item “c” – Identifi cação das possíveis trajetórias e dos meios de propaga- ção dos agentes ambientais de trabalho. Neste item, buscam-se informações de como o agente ambiental chega até o traba- lhador. Exemplos: − Ruído – a trajetória é o ar, a propagação são as ondas sonoras. − Acetona (em forma de vapor) – a trajetória é o ar, a propagação ocorre atra- vés da evaporação/vapor. − Acetona (em forma líquida) – a trajetória e o meio de propagação são o contato com a pele. Continuando na construção da tabela, tem-se: Importante!Importante!Importante! À medida que os profi ssionais adquirem experiência, o processo de identifi cação de perigos/ fatores de risco se torna mais detalhado e assertivo. 26 Quadro 4. Tabela de trajetória e meio de propagação 5 - Trajetória e Meio de Propagação A trajetória/meio de propagação para a eletricidade é o contato. • Item “d” – Identificação das funções e determinação do número de traba- lhadores expostos. Neste item, buscam-se identificar a função, as atividades e quantos trabalhadores existem expostos aos mesmos perigos/fatores de risco. Continuando na construção da tabela, tem-se: Quadro 5. Identificação do número de trabalhadores por função, expostos aos perigos/ fatores de risco 6 - Função 7 - Atividade 8 - Descrição das Atividades 9 - Nº de Trabalhadores Serviços Gerais Encerar piso Passar produtos no piso; Encerar o piso com auxílio de uma enceradeira. 01 • Item “e” – Caracterização das atividades e do tipo de exposição. Neste item, buscam-se descrever detalhes das atividades. Exemplos: − Se a exposição aos perigos/fatores de risco ocorre de forma eventual, per- manente ou intermitente − Se a atividade é realizada sentada, de pé ou alternada. − Se o tipo da atividade é pesada, moderada ou leve. Continuando na construção da tabela, tem-se: Quadro 6. Caracterização da Atividade 10 - Caracterização da Atividade 11 - Tipo de Exposição aos perigos/fatores de risco A atividade é realizada de pé, tipo de atividade moderada (Trabalha movimen- tando-se) Permanente • Item “f” – Obtenção de dados existentes na empresa, indicativos de possí- 27 vel comprometimento da saúde decorrente do trabalho. Esta é uma ferramenta importante, utilizada para obter informações referentes aos acidentes e doenças relacionados ao trabalho. Podendo ser realizada uma entrevista com os trabalhadores, Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e Comissão In- terna de Prevenção de Acidentes (CIPA), além de avaliações quantitativas realizadas anteriormente, bem como a verifi cação das estatísticas de acidentes, incidentes e absenteísmo. Na fi gura 6, a obtenção destes dados poderia ser realizada por meio de entrevista com o trabalhador da área de serviços gerais e com o responsável do SESMT e da CIPA. Nota Quando o levantamento para reconhecer e identifi car os perigos / fatores de risco no ambiente de trabalho é feito de forma superfi cial, informações importantes podem deixar de ser obtidas. Por exemplo: como identifi car se em uma empresa há trabalhadores com doença ocupacional? Neste caso, para poder ter conhecimento dessa questão, só será possível caso estejam envolvidos outros profi ssionais, como o médico do trabalho, por exemplo. Portanto, o profi ssional que estiver elaborando o PPRA deve fi car atento a este item e desenvolver o trabalho de forma detalhada e responsável. • Item “g” – Os possíveis danos à saúde relacionados aos riscos identifi ca- dos, disponíveis na literatura técnica. Neste item, buscam-se reconhecer os danos que os perigos/fatores de risco identifi ca- dos podem causar ao trabalhador, sempre buscando essas informações na literatura técnica. Continuando na construção da tabela, tem-se: Quadro 7. Danos à saúde do trabalhador 12 - * Dano Choque elétrico; queimadura; parada cardíaca; morte. • Item “h” – Descrição das medidas de controle já existentes 28 Este item obriga a descrever as medidasde controle que já existem no ambiente de trabalho, que visam reduzir ou eliminar os perigos/fatores de risco identifi cados com potencial de causar danos, sendo elas: Controles de engenharia (proteções co- letivas); Sinalização, alerta ou controles administrativos; Equipamentos de Proteção Individual (EPI) etc. Continuando na construção da tabela e seguindo a ordem numérica, tem-se: Quadro 8. Medidas de controle existentes 13 - Descrição das medidas de controle existentes Inexistente Para melhor visualização, os dados das tabelas 1 a 7 foram compilados na tabela 8. Reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho, tendo como base a atividade de limpeza, em destaque. O PPRA que não contemplar todos os perigos/ fatores de risco presentes nas ativi- Saiba Mais! O livreto da TLVs/IBEs da ACGIH e o Manual de procedimentos para os serviços de saúde – Doenças relacionadas ao trabalho, do Ministério da Saúde, são exemplos de literaturas técnicas que podem ser utilizadas para reconhecer os danos associados aos perigos/fatores de risco. Quadro 9. Reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho 1 - Agente / Tipo 2 - Perigo / Fator de Risco 3 - Locali- zação 4 - Fonte Ge- radora 5 - Trajetória e Meio de Propagação 6 - Função 7 - Atividade 8 - Descrição das Atividades 9 - Nº de Trabalha- dores 10 - Caracteriza- ção da Atividade 11 - Tipo de Exposição aos perigos/fatores de riscos 12 - Dano 13 - Des- crição das medidas de controle existentes Acidente Eletricidade Escritório Fiação exposta (sem proteção) energizada e o trabalha-dor sem proteção Contato Serviços Gerais Encerar piso Passar produtos no piso; Encerar o piso com auxílio de uma encera- dei-ra. 01 A atividade é realiza de pé, tipo de atividade moderada (Tra- balha movimen- tando-se) Permanente Choque elétrico; queimadu-ra; parada cardía- ca; morte Inexistente Fiação exposta (sem proteção) energizada em contato com a água 29 Quadro 9. Reconhecimento de perigos/fatores de risco no ambiente de trabalho 1 - Agente / Tipo 2 - Perigo / Fator de Risco 3 - Locali- zação 4 - Fonte Ge- radora 5 - Trajetória e Meio de Propagação 6 - Função 7 - Atividade 8 - Descrição das Atividades 9 - Nº de Trabalha- dores 10 - Caracteriza- ção da Atividade 11 - Tipo de Exposição aos perigos/fatores de riscos 12 - Dano 13 - Des- crição das medidas de controle existentes Acidente Eletricidade Escritório Fiação exposta (sem proteção) energizada e o trabalha-dor sem proteção Contato Serviços Gerais Encerar piso Passar produtos no piso; Encerar o piso com auxílio de uma encera- dei-ra. 01 A atividade é realiza de pé, tipo de atividade moderada (Tra- balha movimen- tando-se) Permanente Choque elétrico; queimadu-ra; parada cardía- ca; morte Inexistente Fiação exposta (sem proteção) energizada em contato com a água Importante!Importante!Importante! O levantamento de perigos/fatores de risco deve ser bem criterioso, por esta razão, é importante: entrevistar o máximo de trabalhadores envolvidos no processo; avaliar documentação pertinente à segurança e à saúde no trabalho; identifi car todos os riscos de cada atividade avaliada, bem como identifi car as medidas de proteção existentes. 30 dades desenvolvidas e no ambiente de trabalho, terá consequências consideráveis, sendo elas: • Falha na elaboração do PCMSO, pois deixarão de ser prescritos exames espe- cíficos relacionados aos perigos/ fatores de risco a que os trabalhadores estão expostos (para saber mais, consulte o capítulo 2). • Falha na implementação de medidas de proteção, como poderá implementar uma medida para eliminar e/ou reduzir o perigo se o mesmo nem foi identificado; • Geração de doenças e/ou acidentes. • Redução da qualidade de vida do trabalhador. • Não constituir um histórico laborativo da exposição dos trabalhadores aos perigos/ fatores de risco. • Não atender às exigências da NR 9, deixando a empresa passiva a ser autuada pelos órgãos competentes em Segurança e Saúde no Trabalho. • Não servir como instrumento de defesa em causas trabalhistas, considerando que o ônus da prova é sempre da empresa (Brasil, 1988; Brasil, 2002). Até o momento foi tratada a primeira etapa do item desenvolvimento do PPRA - Ante- cipação e reconhecimento dos perigos/fatores de risco; seguem as próximas etapas. 1.2.2.2 Estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle Como no levantamento de perigos/fatores de risco são identificados diversos perigos com potenciais diferentes, a empresa deve criar mecanismos para priorizar as medi- das e ações daqueles perigos/fatores de risco com maior potencial de dano para me- nor e estabelecer metas de avaliação com objetivo de eliminar, minimizar ou controlar os riscos existentes no ambiente de trabalho. 1.2.2.3 Avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores Ao identificar os perigos/fatores de risco existentes no ambiente do trabalho, será necessário realizar a avaliação dos riscos; através desta, é possível determinar se o risco é aceitável ou não. Mas o que é risco? 31 De acordo com a OSHAS 18.001, risco é a “Combinação da probabilidade de ocor- rência de um evento perigoso ou exposição(ões) com a gravidade da lesão ou doença que podem ser causadas pelo evento ou exposição(ões)”. Importante!Importante!Importante! RISCO = PROBABILIDADE x GRAVIDADE Quando podemos considerar um risco aceitável? Quando o “risco que foi reduzido a um nível que pode ser tolerado pela organização, levando em consideração suas obrigações legais e sua própria política de SST” (BV, 2007). A avaliação de risco é o “processo de avaliação de risco(s) proveniente(s) de peri- go(s), levando em consideração a adequação de qualquer controle existente, e deci- dindo se o risco é ou não aceitável” (BV, 2007). A avaliação de risco é dividida em qua- litativa e quantitativa, cada empresa deve adotar uma metodologia para realizá-las. • Avaliação qualitativa É uma avaliação que visa estabelecer padrões através da observação do ambiente de trabalho, utilizando a visão, audição e olfato. O objetivo principal desta é estabelecer as prioridades para a atuação e a defi nição das estratégias. Exemplo: Para riscos crí- ticos e altos, é necessária a implementação de ações mais imediatas do que para os riscos irrelevantes e baixos. Nesta avaliação são levados em consideração dois fatores: a) Probabilidade de ocorrência do dano - está relacionada com a frequência de exposição do trabalhador (quantas vezes no dia a atividade é realizada) e a intensidade do agente no ambiente, analisam-se também as medidas de prote- ção adotadas. b) Gravidade do dano que o trabalhador pode vir a sofrer em decorrência da exposição ao perigo/ fator de risco. 32 Nota Uma máquina produz ruído, entretanto os trabalhadores do setor não são afetados por esse perigo/ fator de risco, porque a máquina encontra-se enclausurada/ isolada. Nesse caso, o perigo está sob controle devido à proteção coletiva. Considerando que o mesmo é efi caz, a probabilidade de o trabalhador sofrer um dano é baixa. Quando analisamos conjuntamente Probabilidade x Gravidade de um perigo/fator de risco, temos a avaliação qualitativa do risco. Os perigos/ fatores de risco que tive- rem criticidade alta em relação à sua probabilidade e gravidade devem ser priorizados e, por consequência, controlados. Existem diversas metodologias para avaliação e defi nição de prioridades dos riscos. No Anexo A deste caderno encontra-se um modelo adotado pelo SESI, baseado na BS 8800 (Guia para Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde Ocupacionalda Ins- tituição Britânica de Normas). • Avaliação quantitativa A avaliação quantitativa tem por fi nalidade quantifi car a concentração e/ou a intensi- dade dos agentes, químicos e físicos, respectivamente. Além disto, serve para dimen- sionar a exposição dos trabalhadores; subsidiar/ equacionar as medidas de controle; verifi car se o agente tem potencial para causar dano ao trabalhador; comprovar o con- trole da exposição ou a inexistência de perigos/ fatores de risco identifi cados na etapa de reconhecimento; fornecer informações precisas aos médicos para elaboração do PCMSO e comparar com os limites de tolerância estabelecidos pela legislação ou por normas técnicas. Esta avaliação é realizada através da utilização de métodos científi cos, instrumentos e equipamentos destinados à quantifi cação do risco. Após a realização das avaliações quantitativas é necessário analisar os resultados criteriosamente no intuito de determinar se os mesmos estão excedendo os limites legais estabelecidos, conforme apresentado anteriormente no parágrafo Finalidades, além do limite de tolerância também observamos o nível de ação. Mas o que é nível de ação? Nível de ação é o “valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultra- passem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico” (BRASIL, 1994). Na NR 9 o “nível de ação para agentes químicos é a metade dos limites de exposição ocupacional, considerados de acordo com os limites de tolerância previstos na NR 15, ou na ausência destes, a metade dos valores adotados pela ACGIH, ou metade daqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho (desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos). E para o ruído, o nível de ação é a “dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR 15, Anexo I, item 6”, equivale a 80dB(A)” (BRASIL, 1994). Exercício: Qual o valor do nível de ação para a exposição à acetona (agente químico)? Nota O ruído pode gerar perda auditiva, dano grave, mas não tanto quanto a morte. Sendo assim, a gravidade será média, causando um dano irreversível severo, pois uma vez adquirida a perda auditiva, o trabalhador não recupera mais a audição. Nota Os equipamentos de medição devem estar sempre calibrados. Então, solicite o certifi cado de calibração ao profi ssional que for realizar a avaliação quantitativa na sua empresa. 33 e equipamentos destinados à quantifi cação do risco. Após a realização das avaliações quantitativas é necessário analisar os resultados criteriosamente no intuito de determinar se os mesmos estão excedendo os limites legais estabelecidos, conforme apresentado anteriormente no parágrafo Finalidades, além do limite de tolerância também observamos o nível de ação. Mas o que é nível de ação? Nível de ação é o “valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultra- passem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico” (BRASIL, 1994). Na NR 9 o “nível de ação para agentes químicos é a metade dos limites de exposição ocupacional, considerados de acordo com os limites de tolerância previstos na NR 15, ou na ausência destes, a metade dos valores adotados pela ACGIH, ou metade daqueles que venham a ser estabelecidos em negociação coletiva de trabalho (desde que mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos). E para o ruído, o nível de ação é a “dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR 15, Anexo I, item 6”, equivale a 80dB(A)” (BRASIL, 1994). Exercício: Qual o valor do nível de ação para a exposição à acetona (agente químico)? Nota O ruído pode gerar perda auditiva, dano grave, mas não tanto quanto a morte. Sendo assim, a gravidade será média, causando um dano irreversível severo, pois uma vez adquirida a perda auditiva, o trabalhador não recupera mais a audição. Nota Os equipamentos de medição devem estar sempre calibrados. Então, solicite o certifi cado de calibração ao profi ssional que for realizar a avaliação quantitativa na sua empresa. Importante!Importante!Importante! Para agentes químicos → Nível de ação = Limite de exposição/2 Para ruído (agente físico) → Nível de ação = dose de 0,5 (dose superior a 50%), equivale a 80dB(A). Dados complementares: O limite de tolerância da acetona é 780ppm (conforme anexo 11, NR 15). ppm = partes de vapor ou gás por milhão de partes de ar contaminado. Resultado: O nível de ação da acetona equivale à metade do limite de exposição, ou seja, 390ppm. 34 Comentário: O objetivo do nível de ação é evitar que a concentração ou a intensidade dos agentes alcancem o limite de tolerância. É um sinal de alerta e também signifi ca que a empresa deve iniciar ações todas as vezes que a concentração dos agentes químicos ou a intensidade do agente físico ruído atingir o nível de ação. 1.2.2.4 Implantação de medidas de controle e avaliação de sua efi cácia Após o reconhecimento e a avaliação inicial dos perigos, a empresa deve implementar medidas de controle para eliminar, minimizar e/ou controlar os riscos e futuramente avaliar se essas medidas são efi cazes ou não. A NR 9, determina que deverão ser adotadas medidas necessárias e sufi cientes para eliminar, minimizar ou controlar os perigos/ fatores de risco sempre que forem identifi - cadas uma ou mais das situações a seguir: • Quando forem identifi cados perigos/ fatores de risco, na fase de antecipação, com potencial de causar danos à saúde. • Quando forem constatados perigos/ fatores de risco, na fase de reconhecimento, com evidências de causar danos à saúde. • Quando for caracterizado nexo causal, relação entre os danos observados na saú- de e os perigos/ fatores de risco aos quais os trabalhadores fi cam expostos. • Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhado- res ultrapassarem os valores limites defi nidos na NR 15. • Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalhado- res ultrapassarem os valores limites defi nidos na American Conference of Gover- nmental Industrial Higyenists (ACGIH), sendo estes casos utilizados apenas para agentes cujos limites não estão defi nidos na NR 15. • Quando os resultados das avaliações quantitativas da exposição dos trabalha- dores ultrapassarem os valores limites estabelecidos em negociação coletiva de trabalho. Lembramos que para este caso, os limites devem ser mais rigorosos do que os critérios técnico-legais estabelecidos. Verifi que o fl uxograma 04. Situações em que devem ser adotadas medidas de prote- ção, para melhor fi xação. 35 Fluxograma 04 – Situações em que devem ser adotadas medidas de proteção De acordo com a OSHAS 18.001, a empresa deve determinar medidas de controle conforme a hierarquia: eliminação, substituição, controles de engenharia, sinalização/ alerta e/ou controles administrativos, e por fi m, utilização de equipamentos de prote- ção individual (EPI). Para melhor entendimento do que vem a ser cada item, verifi que a tabela 9. 36 Quadro 10. Hierarquia das medidas de controle Hierarquia Exemplos de controles operacionais Eliminação Alterações nos setores e/ou atividades que possibilitem a eliminação dos riscos avaliados. Substituição Substituição de materiais, produtos que previnam ou reduzam os níveis ou a concentração dos agentes no ambiente de trabalho. Controle de Engenharia Proteções coletivas: instalação de barreiras, segregação (iso- lamento) da fonte ou do indivíduo, modifi cações noprocesso produtivo, ex: instalação de sistemas que minimizem o risco. Sinalização, alerta e/ou controles administrativos Instalação de placas, sinais sonoros, instruções de trabalho relacionadas à SST, inspeções e testes em equipamentos, permissão de trabalho, procedimentos, manutenção de equi- pamentos, treinamentos. EPI Utilização adequada de equipamentos de proteção individual que minimizem a exposição dos trabalhadores aos riscos. Conforme o item 9.3.5.2 da NR 9, o desenvolvimento das medidas de proteção coleti- va também deve obedecer a uma hierarquia, sendo ela: 1º) Eliminar ou reduzir a formação/utilização de agentes prejudiciais à saúde. 2º) Prevenir a liberação ou disseminação desses agentes no ambiente de traba- lho. 3º) Reduzir os níveis ou a concentração desses agentes no ambiente de traba- lho. Do ponto de vista técnico, a principal medida de controle deve ser implementada na fonte, aquela que elimina o perigo/fator de risco. A empresa pode adotar, na ordem, “medidas de controle administrativo ou de organi- zação do trabalho e o equipamento de proteção individual (EPI), quando comprovar a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, quando estas não forem sufi ciente e estiverem em fase de estudo, planejamento, implantação, ainda em caráter complementar ou emergencial” (BRASIL, 1994). Saiba Mais! A NR 6 defi ne Equipamento de Proteção Individual (EPI) como “todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. São exemplos de EPI: Protetor auditivo, luva para proteção de agentes químicos, capacete, calçado de segurança etc. O EPI só “poderá ser posto à venda ou para utilização com a indicação do Certifi cado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego” (BRASIL, 2010), ou seja, caso a luva, o respirador, o protetor facial ou o avental não possuam CA, a legislação não os considera como EPI(s). Caso a empresa comprove tecnicamente que a solução adotada será a utilização do EPI, é necessário considerar as normas legais e administrativas em vigor, contendo no mínimo: 1. Seleção do EPI adequado tecnicamente ao perigo/ fator de risco a que o traba- lhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a efi ciência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido, segundo a avaliação do trabalhador usuário. A seleção do EPI deve ser realizada por profi ssionais com co- nhecimento técnico (técnico em Segurança do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho, médico do Trabalho, membros da CIPA etc). Importante! O EPI inadequado ao perigo/fator de risco pode trazer dano irreversível ao trabalhador. Exemplo: O trabalhador está exposto a vapores de amônia e o empregador fornece um respirador/máscara para a proteção de poeira. Nesta situação, o trabalhador sofrerá o dano, pois continua respirando concentração de amônia. Nota É necessário realizar o treinamento dos trabalhadores sobre os procedimentos que assegurem efi ciência das proteções coletivas, bem como suas limitações. A empresa deve registrar a realização do treinamento em documento específi co, e este deve conter a assinatura dos participantes. 37 Saiba Mais! A NR 6 defi ne Equipamento de Proteção Individual (EPI) como “todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos susceptíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho”. São exemplos de EPI: Protetor auditivo, luva para proteção de agentes químicos, capacete, calçado de segurança etc. O EPI só “poderá ser posto à venda ou para utilização com a indicação do Certifi cado de Aprovação (CA), expedido pelo órgão nacional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho, do Ministério do Trabalho e Emprego” (BRASIL, 2010), ou seja, caso a luva, o respirador, o protetor facial ou o avental não possuam CA, a legislação não os considera como EPI(s). Caso a empresa comprove tecnicamente que a solução adotada será a utilização do EPI, é necessário considerar as normas legais e administrativas em vigor, contendo no mínimo: 1. Seleção do EPI adequado tecnicamente ao perigo/ fator de risco a que o traba- lhador está exposto e à atividade exercida, considerando-se a efi ciência necessária para o controle da exposição ao risco e o conforto oferecido, segundo a avaliação do trabalhador usuário. A seleção do EPI deve ser realizada por profi ssionais com co- nhecimento técnico (técnico em Segurança do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho, médico do Trabalho, membros da CIPA etc). Importante!Importante!Importante! O EPI inadequado ao perigo/fator de risco pode trazer dano irreversível ao trabalhador. Exemplo: O trabalhador está exposto a vapores de amônia e o empregador fornece um respirador/máscara para a proteção de poeira. Nesta situação, o trabalhador sofrerá o dano, pois continua respirando concentração de amônia. Nota É necessário realizar o treinamento dos trabalhadores sobre os procedimentos que assegurem efi ciência das proteções coletivas, bem como suas limitações. A empresa deve registrar a realização do treinamento em documento específi co, e este deve conter a assinatura dos participantes. 38 2. Definição de uma tabela de EPI(s) x Função ou atividades, determinada em relação aos perigos/fatores de risco identificados. Verifique a tabela 10. Modelo de tabela de EPI(s) X Função. Quadro 11. Modelo de tabela EPI(s) X Função ATIVIDADE PERIGO/FATOR DE RISCO EPI Operador de Máquina Ruído Protetor auricular Atenuação XX dB(A) * A atenuação (NRRsf) vai depender da intensidade do ruído no ambiente. Ex.: A medição do operador de máquina foi de 100dB(A). O protetor auricular deve atenuar no mí- nimo 16dB(A). 100dB(A) – 16dB(A) = 84dB(A), isto significa que a exposição ficou abaixo do limite de tolerância, equivalente a 85dB(A). Porém sugerimos que seja utilizado um protetor auricular que atenue, no mínimo, o valor que torne a exposição abaixo do nível de ação. 3. Programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização, con- servação, guarda, devolução e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece. O programa deve ser documentado para que todos os trabalhadores rece- bam as orientações. 4. Estabelecimento de procedimentos escritos para controlar o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visan- do a garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas. A empresa deve manter o registro de fornecimento dos EPI, com assinatura dos trabalhadores. Após implementar as medidas de controle é necessário refazer a avaliação de risco para determinar se as soluções adotadas são realmente adequadas, podendo ser rea- lizada nova avaliação quantitativa (para os perigos passiveis de medição), análise dos tipos de incidentes/acidentes que estão ocorrendo na empresa e análise da avaliação biológica, prevista no PCMSO. Cada empresa deve definir a forma de realizar a avaliação da eficácia das medidas de controle. 1.2.2.5 Monitoramento da exposição aos riscos Nota Se a empresa tem uma medição do agente físico ruído, isto significa que a empresa tem apenas uma medição. A partir do momento que, periodicamente, realiza outras medições, ela passa a ter um monitoramento. 39 2. Defi nição de uma tabela de EPI(s) x Função ou atividades, determinada em relação aos perigos/fatores de risco identifi cados. Verifi que a tabela 10. Modelo de tabela de EPI(s) X Função. Quadro 11. Modelo de tabela EPI(s) X Função ATIVIDADE PERIGO/FATOR DE RISCO EPI Operador de Máquina Ruído Protetor auricular AtenuaçãoXX dB(A) * A atenuação (NRRsf) vai depender da intensidade do ruído no ambiente. Ex.: A medição do operador de máquina foi de 100dB(A). O protetor auricular deve atenuar no mí- nimo 16dB(A). 100dB(A) – 16dB(A) = 84dB(A), isto significa que a exposição ficou abaixo do limite de tolerância, equivalente a 85dB(A). Porém sugerimos que seja utilizado um protetor auricular que atenue, no mínimo, o valor que torne a exposição abaixo do nível de ação. 3. Programa de treinamento dos trabalhadores quanto à sua correta utilização, con- servação, guarda, devolução e orientação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece. O programa deve ser documentado para que todos os trabalhadores rece- bam as orientações. 4. Estabelecimento de procedimentos escritos para controlar o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visan- do a garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas. A empresa deve manter o registro de fornecimento dos EPI, com assinatura dos trabalhadores. Após implementar as medidas de controle é necessário refazer a avaliação de risco para determinar se as soluções adotadas são realmente adequadas, podendo ser rea- lizada nova avaliação quantitativa (para os perigos passiveis de medição), análise dos tipos de incidentes/acidentes que estão ocorrendo na empresa e análise da avaliação biológica, prevista no PCMSO. Cada empresa deve defi nir a forma de realizar a avaliação da efi cácia das medidas de controle. 1.2.2.5 Monitoramento da exposição aos riscos Nota Se a empresa tem uma medição do agente físico ruído, isto signifi ca que a empresa tem apenas uma medição. A partir do momento que, periodicamente, realiza outras medições, ela passa a ter um monitoramento. Para o monitoramento da exposição dos trabalhadores e das medidas de controle deve ser realizada uma avaliação sistemática e repetitiva da exposição a um dado perigo/fator de risco, visando à introdução ou modifi cação das medidas de controle, sempre que necessário. Monitorar é realizar diversas medições. O monitoramento é muito importante para as empresas, pois a mesma passa a ter um histórico da exposição do trabalhador e, de acordo com o resultado, pode introduzir ou modifi car medidas de controle, sempre que necessário. Este monitoramento proverá também informações para: o preenchimento do PPP (Perfi l Profi ssiográfi co Previden- ciário), causas trabalhistas, redução FAP, construção e alimentação do PCMSO. 1.2.2.6 Registro e Divulgação de Dados Conforme descrito na NR 9, deverá ser mantido pelo empregador, ou instituição, um registro de dados, estruturado de forma a constituir um histórico técnico e administra- tivo do desenvolvimento do PPRA que deverá ser mantido por um período mínimo de 20 (vinte) anos. O registro de dados deverá estar sempre disponível aos trabalhado- res interessados, ou seus representantes, e para as autoridades competentes. Registrar de maneira organizada os dados é extremamente importante, pois além de manter um histórico da exposição dos seus trabalhadores aos agentes de perigos/ fa- tores de risco e as proteções adotas, são as evidências necessárias para apresentar à Justiça, caso a empresa seja questionada em alguma situação de SST, afi nal, o ônus da prova é da empresa. Quando a empresa não tem registros, fi ca difícil construir uma defesa consistente. Todos os dados relativos ao PPRA devem ser divulgados aos traba- lhadores e aos órgãos competentes sempre que solicitado. 40 Importante!Importante!Importante! Registre sempre, de maneira organizada, os dados relacionados ao PPRA. 1.3 RESPONSABILIDADES 1.3.1 Responsável pela Elaboração do PPRA A NR 9 estabelece que a elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser realizados pelo Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ou por pessoa ou equipe defi nida pelo empregador, que sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR 9. Nota Apesar da norma não deixar claro quais são os profi ssionais ou equipes habilitadas a elaborar o PPRA, o empregador deve realizar uma pesquisa de mercado para contratar profi ssional ou equipe com qualifi cação técnica no intuito de evitar falhas ou inconsistência no documento. 1.3.2 Responsabilidades do Empregador O empregador deve estabelecer, implementar e assegurar o cumprimento do PPRA como atividade permanente da empresa ou instituição, bem como: a. Informar aos trabalhadores, de maneira apropriada e sufi ciente, os perigos/fatores de risco ambientais que possam originar-se nos locais de trabalho, e os meios disponíveis para prevenir ou limitar tais perigos/fatores de risco, para proteger-se dos mesmos. b. Sempre que vários empregadores realizem, simultaneamente, atividades no mes- mo local de trabalho terão o dever de executar ações integradas para aplicar as medidas previstas no PPRA, visando à proteção de todos os trabalhadores expos- 41 tos aos perigos/fatores de risco ambientais gerados. c. Garantir que um ou mais trabalhadores possam interromper de imediato suas ativi- dades, na ocorrência de perigos/fatores de risco ambientais que os coloquem em situação grave e iminente nos locais de trabalho, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para que sejam tomadas as devidas providências. 1.3.3 Responsabilidades dos Trabalhadores Assim como os empregadores possuem responsabilidades, os empregados também as possuem, sendo elas: a. Seguir as orientações recebidas nos treinamentos. b. Colaborar e participar na implantação/execução do PPRA. c. Informar ao seu superior hierárquico direto ocorrências que, a seu julgamento, possam implicar risco à saúde dos trabalhadores. Nota Com todos unidos, cumprindo as responsabilidades contidas no PPRA, o ambiente de trabalho pode se tornar um lugar melhor, seguro e saudável. 1.4. CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O PPRA O PPRA é um programa dinâmico, ou seja, de ação contínua e deve ser constante- mente acompanhado. Um PPRA bem elaborado evidenciará o cuidado da empresa com o seu ambiente de trabalho e dará uma forma para que, gradativamente, os pro- blemas sejam identifi cados, avaliados e resolvidos. Se as ações recomendadas no planejamento não forem implementadas, de nada adiantará um PPRA bem elaborado, pois os perigos/fatores de risco continuarão no ambiente de trabalho. Além de conti- nuar expondo os trabalhadores aos riscos, a empresa fi cará vulnerável a ser autuada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e assumir passivo trabalhista em caso de aci- dente de trabalho ou doença ocupacional. Outro aspecto relevante é junto à Previdên- 42 cia Social, pois, de acordo com a legislação previdenciária, a empresa que apresentar um bom sistema de gestão em Segurança e Saúde no Trabalho – SST é passiva de reduzir o custo com a alíquota do Seguro de Acidente de Trabalho, reduzindo o FAP (mais detalhe sobre o FAP no capítulo 6). Sendo assim, elabore e implemente as ações contidas no PPRA, você melhorará o ambiente de trabalho e preservará a segurança e a saúde no trabalho. 43 2 ENTENDENDO O PCMSO (NR 7) O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO, se configura em uma obrigatoriedade legal a ser cumprida por todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados. Neste capítulo serão discutidas ques- tões referentes aos objetivos do Programa, atribuições dos diversos atores envolvidos com a implantação e implementação do documento, bem como as etapas e ações a serem estruturadas durante o período de vigência do PCMSO. Pretende-se neste capítulo: • Apresentar, em uma linguagem clara, a importância do PCMSO para as empresas e os trabalhadores. • Capacitar os profissionais que não são da área de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) a identificar em um PCMSOaspectos que possam ser avaliados para que se verifique se este atende, no mínimo, aos requisitos da Legislação. • Orientar empregadores e seus prepostos, além dos seus trabalhadores, quanto à implementação adequada do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacio- nal na empresa. 2.0 INTRODUÇÃO Entre os marcos conceituais que norteiam as ações voltadas ao cuidado e à vigilância à saúde dos trabalhadores encontra-se o conceito de Ambiente de Trabalho Saudável, definido pela Organização Mundial de Saúde: “Ambiente de trabalho saudável é aquele em que os trabalhadores e os em- pregadores colaboram no uso de um processo de melhoria contínua para proteger e promover a saúde, a segurança e o bem-estar de todos os traba- lhadores e a sustentabilidade do local de trabalho” (OMS, 2011). Dessa maneira, o Modelo SESI em Segurança e Saúde no Trabalho propõe a articula- ção e integração dos Programas PPRA e PCMSO. Etapas de identificação de riscos, proposições de monitoramento e ações de controle e prevenção devem estar estreita- mente articuladas nestes dois Programas. 44 A Norma Regulamentadora N. 7 estabelece que os principais objetivos do PCMSO estejam voltados a promover e preservar a saúde dos trabalhadores, por meio de um conjunto de ações que favoreçam a prevenção, o rastreamento e o diagnóstico precoce de problemas de saúde relacionados ao trabalho. Este programa deve estar estruturado em um documento escrito e suas ações devem ser implementadas pela empresa. Ao longo do capítulo serão esclarecidas questões importantes relacionadas ao Pro- grama e que, frequentemente, são colocadas no exercício quotidiano das práticas em SST, conforme mostra a Figura 7. Figura 7. Questões que envolvem a elaboração e a execução do PCMSO. 45 2.1 ASPECTO LEGAL A redação mais atual da sétima norma regulamentadora aprovada pela Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978, cujo título é “Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional PCMSO”, foi dada pela Portaria nº 24, de 29 de dezembro de 1994, ten- do sofrido algumas alterações/atualizações até os dias atuais. 2.1.1 Obrigatoriedade da Elaboração e Implementação do PCMSO Como citamos na apresentação deste capítulo, todas as empresas e instituições que tenham pessoas em relação de emprego devem elaborar e implementar o PCMSO, independentemente do número de empregados registrados e do tipo de atividade econômica do estabelecimento. Segundo a NR 7, o PCMSO deverá levar em consideração: • Os principais problemas de saúde incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores. • O caráter de promoção, prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho. • A constatação da existência de casos de doenças profi ssionais ou danos irrever- síveis à saúde dos trabalhadores. 2.2 A RELAÇÃO DO PCMSO COM O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS (PPRA) O PCMSO é parte integrante de um conjunto de ações que as empresas deverão im- plementar no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com todas as normas e programas, em especial, diretamente relacionado com o Programa de Prevenção de Riscos Ocupacionais (capítulo 1 deste caderno), pois é por meio deste 46 programa que se reconhecem e identifi cam todos os perigos/fatores de risco com po- tencial para causar dano à saúde e à integridade física dos trabalhadores. Importante!Importante!Importante! Tanto o PPRA quanto o PCMSO devem possuir planos de ação que devem estar integrados, pois se constituem em programas de gestão dos perigos/fatores de risco e da promoção de saúde dos trabalhadores, e estas ações não podem ocorrer de forma desarticulada Baseado no PPRA, o PCMSO contemplará os perigos/fatores de risco identifi cados como potenciais causadores de danos à saúde e à integridade física dos trabalhado- res e a partir deles, o médico defi nirá quais são as ações de promoção, prevenção e monitoramento que deverão estar contidas no PCMSO, entre elas a realização de exames de auxílio diagnóstico, que possam ajudar a identifi car a possibilidade de existência de dano à saúde do trabalhador, decorrente da exposição a fatores de risco no ambiente de trabalho. Entende-se por perigo ou fator de risco ocupacional aquele elemento que tenha potencial de causar danos à saúde do trabalhador. Como o médico do Trabalho estrutura o conjunto de exames para monitoramen- to da saúde dos trabalhadores? Exemplo 1 – Um trabalhador ou um grupo de trabalhadores que está exposto a um agente físico, como o ruído acima do limite estabelecido pela Legislação, sem a devi- da proteção, com o passar do tempo poderá desenvolver perda auditiva. No PCMSO, entre outras ações, deverá estar defi nido que este(s) trabalhador(es) deverá(ão) ser monitorado(s) periodicamente com um exame denominado audiometria, que identi- fi cará se a saúde auditiva do trabalhador está sendo comprometida por este perigo/ fator de risco. (De acordo com a NR 7, o trabalhador exposto a ruído será submetido a este procedimento no exame admissional, seis meses após a sua admissão, anual- mente e na sua demissão). No caso específi co do ruído, deverão existir outras ações de controle que farão parte do Programa de Conservação Auditiva. Exemplo 2 – Quando se identifi ca em uma empresa a exposição de trabalhadores a produtos químicos que contenham o solvente tolueno, deve constar no PCMSO que os trabalhadores expostos ao agente químico referido deverão ser submetidos a um 47 exame toxicológico, cujo material de análise é a urina, para quantificar o ácido hipú- rico (indicador biológico) que indicará a intensidade da exposição do trabalhador ao tolueno. Se o resultado da análise ficar acima do limite estabelecido por esta norma, significa que o agente químico tolueno está sendo absorvido em maior quantidade pelo organismo do trabalhador, ou seja, sua condição de saúde pode estar sendo comprometida ou agravada. A periodicidade e os tipos de exames complementares de auxílio diagnóstico que serão contemplados no PCMSO dependerão da identificação dos perigos/fatores de risco. Por esta razão, é imprescindível que todos os perigos sejam reconhecidos e identificados, caso contrário, alguns exames de auxílio diagnóstico importantes deixa- rão de ser realizados, comprometendo o acompanhamento/monitoramento da saúde dos trabalhadores. 2.3 RESPONSABILIDADES E COMPETÊNCIAS 2.3.1 Compete ao empregador Segundo a NR 7, compete ao empregador: • Custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos relacionados ao PCMSO. O custeio da implementação do programa (incluindo avaliações clínicas e exames complementares) deve ser totalmente assumido pelo empregador e, quando neces- sário, deverá ser comprovado que não houve nenhum repasse destes custos ao em- pregado. Portanto, é ilegal o repasse ao trabalhador do custo de qualquer procedimento relacionado ao PCMSO, incluindo a realização dos exames de auxílio diagnós- tico. • Garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO, bem como zelar pela sua eficácia. 48 • Indicar, dentre os médicos dos Serviços Especializados em Engenharia de Segu- rança e Medicina do Trabalho – SESMT da empresa (quando houver obrigatorieda- de deste, conforme NR 4) um coordenador responsável pela execução do PCMSO. • Quando não houver obrigatoriedade de constituição de SESMT, a empresa deve indicar um médico do Trabalho para coordenar o PCMSO, podendo ser emprega- do ou não da empresa. Fica a critério da empresa, efetivar ou contratar médico do Trabalho autônomo ou fi liado a cooperativas médicas ou empresas prestadoras de serviços, sindicatos ou associações, entre outras. Em algumas situações não há a obrigatoriedade de médico-coordenador. Nota Conforme item 7.3.1.1 do NR 7, fi cam desobrigadas de indicar médico-coordenador, as empresas de grau de risco 1 e 2, com menos de 25 empregados, e as empresas de grau de risco 3 e 4, com ate 10 empregados. Em caso de negociação coletiva ou determinação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, a obrigatoriedade de indicar médico-coordenador pode ser fl exibilizada. Quando se menciona a NR 4, estamos tratando do Serviço Especializado em Enge- nharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, formado por uma equipe que deve integrar profi ssionais técnicos especializados na área de Segurança e Saú- de no Trabalho, tais como médico do Trabalho, engenheiro de Segurança do Trabalho, enfermeiro do Trabalho, técnico em Segurança no Trabalho, auxiliar de enfermagem do Trabalho. As empresas em geral, que possuam empregados regidos pela Consoli- dação das Leis do Trabalho – CLT, devem manter esses técnicos especializados. Vale ressaltar que a NR 4 estabelece o número de profi ssionais que farão parte da equipe, com base na gradação do risco da atividade principal da empresa e do número total de empregados do estabelecimento. O empregador é um dos principais responsáveis pelo sucesso, ou não, do PCMSO e esse sucesso vai depender de dois aspectos: → Elaboração: Deve ser elaborado um documento contendo todas as ações a serem implementadas. Se o programa estiver inadequadamente elaborado, ou seja, com ausência de ações importantes para prevenir ou detectar precocemen- te alguma doença relacionada a um determinado perigo/fator de risco, este será inefi ciente, pois, trabalhadores poderão ter sua saúde comprometida. 49 → Implementação: Não basta ter um excelente documento contemplando todas as ações necessárias para prevenir, rastrear e diagnosticar qualquer doença re- lacionada ao trabalho se o empregador não implementar as ações estabelecidas pelo programa. Além de todos os prejuízos citados acima, a empresa que não faz uma boa gestão da segurança e saúde dos seus trabalhadores, está ferindo valores éticos em relação à sociedade, que está cada vez mais atenta e exigente quanto às questões de respon- sabilidade social. Vale ressaltar que também deverá haver uma boa gestão das informações referen- tes à saúde dos trabalhadores, pois o ônus da prova é sempre do empregador, ou seja, a responsabilidade pela comprovação de que não há condições de trabalho inadequadas na empresa será do empregador. Nota O médico-coordenador do PCMSO deve ter especialização em Medicina do Trabalho, com Certifi cado de conclusão de curso em nível de pós- graduação ou Certifi cado de Residência Médica em área de concentração em Saúde do Trabalhador, ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha o curso de Medicina, conforme item 4.4 da NR 4, com redação da Portaria DSST n.º 11, de 17-9-90 (BRASIL, 1996). Existe uma prova de título realizada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho – ANAMT, que deve ser realizada após a conclusão dos cursos de especialização ou residência, devendo ser um objetivo dos médicos do Trabalho que se encontram atuando na área. Importante!Importante!Importante! Quando o PCMSO está tecnicamente bem elaborado e bem gerenciado, todos ganham: trabalhadores e empresários; caso contrário, ambos perdem; tanto os trabalhadores, que poderão ter a saúde comprometida, como o empresário, que poderá ter prejuízos quanto à redução da produtividade, aumento de custos médicos, aumento de carga tributária (vide Fator Acidentário de Prevenção), notifi cações e multas decorrentes de ações fi scalizatórias do Ministério do Trabalho, podendo estar também sujeito a ações judiciais indenizatórias, por parte do trabalhador, e ações regressivas, que vêm, recentemente, sendo instituídas pela Previdência Social. 50 Existem pontos importantes sobre a coordenação do PCMSO que serão listados abaixo: → Ficam desobrigadas de indicar médico coordenador as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 25 (vinte e cinco) empregados, e aquelas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, com até 10 (dez) empregados (BRASIL, 1996). → As empresas com mais de 25 (vinte e cinco) empregados e com até 50 (cinquen- ta) empregados, enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico-coordenador em decorrência de nego- ciação coletiva (BRASIL, 1996). → As empresas com mais de 10 (dez) empregados e com até 20 (vinte) empregados, enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o Quadro 1 da NR 4, poderão estar desobrigadas de indicar médico do Trabalho coordenador em decorrência de negoci- ação coletiva, assistida por profissional do órgão regional competente em Segurança e Saúde no Trabalho (BRASIL, 1996). → Por determinação da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego - SRTE, com base no parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em ma- téria de Segurança e Saúde no Trabalho, ou em decorrência de negociação coletiva, as empresas previstas no item 7.3.1.1 da NR 7 poderão ter a obrigatoriedade de in- dicação de médico-coordenador, quando suas condições representarem potencial de risco grave aos trabalhadores (BRASIL, 2011b). Entende-se por parecer técnico conclusivo da autoridade regional competente em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho, aquele emitido por agente de inspeção do trabalho da área de Segurança e Saúde no Trabalho. 2.3.2 Compete ao Médico-Coordenador Segundo a NR 7, compete ao médico-coordenador realizar os exames médicos (ad- missional, periódico, de retorno ao trabalho, de mudança de função, demissional) ou encarregar os mesmos a profissional médico devidamente qualificado, mediante do- cumento formal que ficará arquivado no estabelecimento. Os exames acima mencionados serão compostos por avaliação clínica, abrangendo anamnese (história) ocupacional e exame físico e mental, além de exames de auxílio diagnóstico, realizados de acordo com os termos específicos nesta NR e seus anexos. 51 O médico do Trabalho coordenador do PCMSO pode elaborar e ser responsável pelo PCMSO de várias empresas, fi liais, unidades, frentes de trabalho, inclusive em várias unidades da Federação. Cabe ressaltar que o profi ssional encarregado pelo médico- coordenador de realizar os exames médicos, como pratica ato médico (exame médico) e assina Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, deve estar registrado no Conselho Regional de Medicina - CRM da Unidade da Federação em que atua (BRASIL, 2011b). Importante!Importante!Importante! Não há necessidade de registrar ou cadastrar o médico do Trabalho coordenador do PCMSO, ou empresa prestadora de serviço na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. 2.4 DESENVOLVIMENTO DO PCMSO Um PCMSO deve conter ações diversas de prevenção e promoção da saúde dos trabalhadores a serem implementadas, tais como apresentadas no diagrama abaixo: Observação: A NR 7 dá ênfase à realização dos exames ocupacionais, porém o PCM- SO não deve se restringir apenas a essas atividades. Figura 8. Ações previstas no PCMSO. 52 2.4.1 Tipos de Exames Ocupacionais Obrigatórios Segundo a NR 7, o PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos ocupacionais abaixo listados: Figura 9. Exames ocupacionais inerentes ao PCMSO. Para efeito de cumprimento desta NR, esses exames compreendem: a. Avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional (história ocupacional) e exa- me físico e mental. b. Exames complementares (laboratoriais, radiológicos, toxicológicos), realizados de acordo com os termos específi cos da NR 7 e seus anexos. No momento da realização dos exames ocupacionais (admissionais, periódicos, de mudança de função, de retorno ao trabalho e demissionais),
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