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Caderno de Parasitologia 2017 Ja editado

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Introdução à Parasitologia
1. Relações Ecológicas entre os seres vivos
Harmônicas: Quando há benefício mútuo ou ausência de prejuízo mútuo.
Exemplo: Mutualismo = 2 espécies se associam para viver e ambas são beneficiadas.
 	 Comensalismo
Desarmônicas: Quando há prejuízo para algum dos participantes.
Exemplo: Competição;
			 Canibalismo;
			 Predatismo;
			 Parasitismo.
Parasitismo (Relação Desarmônica) surgiu da evolução de uma dessas associações.
Relação ecológica entre 2 seres vivos de espécies diferentes. Nessa relação, o organismo menor (parasito) se sente beneficiado quer seja para ser protegido, quer seja para obter alimento, enquanto o hospedeiro se prejudica.
Ser vivo se associa a outro a fim de obter uma vantagem.
“O parasitismo é um fenômeno inerente à vida.”
“Não há espécie viva em que não se encontra parasitos.”
“Considerando-se a evolução dos mamíferos e admitindo-se o conceito amplo de parasitismo, o feto pode ser considerado parasito, pelo menos temporário, da mãe que o matem em gestação.”
Evolução/Coevolução (Milhares de anos) “Melhoria na relação Parasito - Hospedeiro?” = Não é interessante para o parasito matar o hospedeiro, pois isso pode levar também à morte do parasito. Equilíbrio da relação.
PARASITOLOGIA é a ciência que estuda a associação entre os seres vivos, na qual existe UNILATERALIDADE DE BENEFÍCIOS.
Doença Parasitária:
É um “acidente” que decorre do desequilíbrio na relação parasito-hospedeiro.
Para haver doença parasitária há necessidade da existência de alguns fatores que permeiam a relação de parasitismo:
Inerentes ao parasito: espécies, número de exemplares que atingiram o hospedeiro (Carga Parasitária); virulência da cepa do parasito (capacidade de infectar, causar danos no hospedeiro); tamanho; fatores genéticos.
Inerentes ao hospedeiro: idade, estado nutricional e imune; hábitos; uso de medicamentos; fatores genéticos.
OBS: Teoria do Iceberg (Grande parte da história natural fica submersa) = Na maioria das doenças parasitárias, a proporção de indivíduos infectados ASSINTOMÁTICOS (Doença Subclínica) pode ser bem maior do que a proporção de indivíduos SINTOMÁTICOS (Doença Clínica). Entre os sintomáticos (doentes), a maior proporção é a de manifestações clínicas moderadas. Os indivíduos ASSINTOMÁTICOS possuem alta transmissibilidade.
2. Conceitos	
Classificação das Parasitoses:
ANTROPONOSE: Doença exclusiva de humanos (Gripe, Filariose bancroftiana, Necatorose).
ENZOOSE: Doença exclusiva de animais (Brucelose).
Pode ter humano como hospedeiro acidental (Antropozoonose). 
ZOONOSE: Doença ou infecção naturalmente transmitida entre animais vertebrados e humanos (Doença de Chagas, Toxoplasmose).
OBS: ANFIXENOSE: Doença que circula indiferentemente entre humanos e animais, isto é, ambos funcionam como hospedeiro do agente. Exemplo: Doença de Chagas, na qual o Trypanossoma cruzi pode circular nos seguintes tipos de ciclo:
Ciclo Silvestre: gambá – triatomíneo – gambá;
Ciclo Peridoméstico: ratos, cão – triatomíneo – ratos, cão;
Ciclo Doméstico: humanos – triatomíneos – humanos; cão, gato – triatomíneos – cão, gato.
Agente etiológico (Parasito): É o agente causador ou responsável pela origem da doença (vírus, fungo, bactéria, protozoário, helminto).
Parasito:
Facultativo: Pode viver parasitando, ou não (vida livre);
Obrigatório: Incapaz de viver fora do hospedeiro.
Ciclo:
Heteroxênico: Possui hospedeiro definitivo e intermediário;
Monoxênico: Possuiu apenas hospedeiro intermediário.
Hospedeiro:
Definitivo: Apresenta o parasito em fase de maturidade ou em fase de atividade sexual;
Intermediário: Apresenta o parasito em fase larvária ou assexuada.
Vetor:
Biológico: É quando o parasita se multiplica ou se desenvolve no vetor. Exemplo: T. cruzi no T. infestans; S. mansoni no Biomphalaria glabrata.
Mecânico: É quando o parasita NÃO se multiplica NEM se desenvolve no vetor. Apenas TRANSPORTA o parasita.
Inanimado ou fômite: Quando o parasito é transportado por objetos (seringa, talher, copo). 
Habitat: É o ecossistema, local ou órgão onde determinada espécie ou população vive.
Período de Incubação: É o período que vai da infecção até o aparecimento dos primeiros sintomas clínicos.
Período Pré-Patente: É o período que vai da infecção até o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente infeccioso, ou seja, até o aparecimento das primeiras formas evolutivas do parasito que possam identificadas em algum exame.
Profilaxia: Conjunto de medidas que visam a prevenção, erradicação ou controle de doenças ou fatos prejudiciais aos seres vivos. Essas medidas são baseadas na epidemiologia de cada doença.
Infestação (Ectoparasita): É o alojamento, desenvolvimento e reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou vestes. (Agente Infectante)
Infecção (Endoparasita): Penetração e desenvolvimento, ou multiplicação, de um agente infeccioso dentro do organismo de humanos ou animais. 
Contaminação: É a presença de um agente infeccioso na superfície do corpo, roupas, brinquedos, água, leite, alimentos, etc.
3. Regras de Nomenclatura Zoológica
2 gêneros ou espécies de animais diferentes NÃO podem ter o mesmo nome;
Os nomes científicos devem ser LATINIZADOS e destacados do texto (Itálico ou Sublinhado);
A nomenclatura das espécies deve ser LATINA e BINOMINAL, a primeira palavra representa o gênero (deve ser escrita com a primeira letra maiúscula) e a segunda palavra deve ser escrita com letra minúscula;
A primeira vez que se referir à espécie de um parasito seu nome deve ser escrito por completo. Já na segunda ou mais vezes pode-se abreviar essa nomenclatura.
Patogenia = mecanismo que causa a lesão 
Entomologia
	Filo
	Classe
	Ordem
	Subordem
	Família
	Espécie
	Arthropoda
	Insecta
	Diptera
	Brachycera
(Muscomorpha)
	Muscidae
	Musca domestica
	
	
	
	
	
	Stomoxys calcitrans
	
	
	
	
	
	Glossina morsitrans
	
	
	
	
	Calliphoridae
	Cochliomya hominivorax
	
	
	
	
	
	Chrysomya sp
	
	
	
	
	Sarcophagidae
	
	
	
	
	
	Oestridae
	Dermatobia hominis
	
	
	
	Nematocera
	Culicidae
	Anopheles sp
	
	
	
	
	
	Aedes sp
	
	
	
	
	
	Culex quinquefasciatus
	
	
	Siphonaptera
	
	Pulicidae
	Pulex irritans
	
	
	
	
	
	Xenopsylla cheopis
	
	
	
	
	
	Ctenocephalides sp
	
	
	
	
	Tunidae
	Tunga irritans
	
	
	Phthiraptera
	Anoplura
	Pediculidae
	Pediculus captis
	
	
	
	
	
	Pediculus humanus
	
	
	
	
	Pthiridae
	Pthirus pubis
	
	Arachida
	Acari
	Sarcoptiformes
	Sarcoptidae
	Sarcoptes scabiei
	
	
	
	Ixodides
	Ixodidae
	Amblyomma cajennense
Filo Arthropoda 
Apêndices (patas) articulares (movimentação) e exoesqueleto de quitina
Classe Insecta
Corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. 6 patas
Ordem Díptera
1 par de asas funcionais (Moscas e Mosquitos)
Subordem Brachycera
Infraordem Muscomorpha
Moscas verdadeiras. Antenas curtas
Famílias 
Muscidae
Calliphoridae
Sarcophagidae
Oestridae
Ciclo Biológico: Holometábulo (Metamorfose completa)
Larva (L1-3)
Ovos
Pupa
Mosca adulta
L1 L3 - Aproximadamente 7 dias.
Berne = Larva da Mosca
Larva até virar Pupa libera seu exoesqueleto e forma outro.
Larva basicamente só se alimenta (acumula nutrientes).
Pupa não se alimenta e é formada pelo tegumento de L3 (retrai, enrijece e escurece).
Mosca adulta (Ambiente terrestre) é atraída por odores fétidos (matéria orgânica). Vive ~ 30 dias.
Fatores que interferem no ciclo biológico:
Temperatura (↓T˚C ↑duração do ciclo, por isso no VERÃO forma uma grande quantidade de moscas - ↑ T˚C ↑Metabolismo do inseto ↑Velocidade do ciclo.)
Umidade
Alimento 
Importância Ecológica das Moscas.
Polinizadoras, decompositoras de matéria orgânica (atuação da larva), alimento para outros animais, predadoras de larvas e de pupas de borboletas e besouros (Controle Biológico).
Importunação de Humanos e Animais: Deambulação e hematofagia.
SINANTROPIA: capacidade de algumasmoscas de frequentarem vários ambientes (rural, urbano e silvestre) Veiculação de patógenos. 
Agentes das Miíases.
1. Família Muscidae (corpo acinzentado escuro)
a) Espécie Musca domestica 
Importância parasitológica: Veiculação de patógenos a Humanos e Animais (↑sinantropia), através de:
Mecânica: patas e cerdas
Regurgitação alimentar (saliva contaminada)
Deposição de fezes
Morfologia:
1 par de Palpos (localizado lateral à Labela): é um órgão sensorial);
Parasitologia 
14
Stefânia Chaves
1 par de olhos; 
1 par de antenas;
1 par de asas;
3 pares de patas; 
4 faixas longitudinais negras no dorso do tórax;
Abdome amarelado lateralmente;
Labela = Aparelho bucal (Probóscida) lambedor.
Cosmopolita (Grande distribuição no mundo).
↑Sinantropia e ↑Endofilia (Habita locais em que o humano vive).
Ciclo: Aproximadamente 10 a 40 dias. 
Densidades populacionais dependentes das condições sanitárias.
Amônia: atraente para fêmeas.
Ovos postos em massa (75-150) sobre matéria orgânica fermentável (ex.: lixo, fezes), por isso saneamento básico e a limpeza do local é fundamental para combater as moscas. ~500 a 800 ovos/moscas.
Uma lata de lixo terá ~20 mil larvas em ~7dias.
Alimentam-se de substâncias animais e vegetais (açúcares): amolecimento (saliva) e absorção. Primeiro regurgita a saliva para amolecer o alimento e depois absorve.
Adultos voam até 3km/dia (facilita disseminação) em busca ou competição por alimento, busca por parceiro sexual e por competição por espaço. 
b) Espécie Glossina morsitrans (Mosca Tsé-Tsé)
Importância parasitológica: Espoliação sanguínea (Hematofagia) e Veiculação de patógenos.
Importante espécie hematófoga e vetora na África.
Causa incômodo pela picada (causa dermatite, vermelhidão e dor devido à picada na pele do indivíduo) e transmite Trypanossoma bucei – agente causador da Tripanossomíase Americana (Doença do sono).
1ª fase da doença atinge os Linfonodos e a 2ª fase no SNC (Meningocefalite).
O protozoário vai para dentro do intestino da mosca, sofre replicação e ao picar um novo indivíduo essa mosca faz a regurgitação, transmitindo o patógeno para ele. 
Vetora biológica do Trypanossoma brucei.
c) Espécie Stomoxys calcitrans (Mosca dos estábulos)
Importância parasitológica: Espoliação Sanguínea (Bovino, suíno, equino, cão e homem) – Hematofagia.
Morfologia: 
4 faixas longitudinais negras no tórax;
Abdome manchado;
Aparelho bucal picador-sugador: probóscida rígida adaptada para hematofagia.
1 par de olhos; 
1 par de antenas;
1 par de asas;
3 pares de patas; 
Criadouros: onde tem muito acúmulo de fezes.
Cada mosca suga mais de 30 vezes/dia. Picadas dolorosas: grandes feridas / porta de entrada para patógenos.
200 a 10mil moscas/animal (~500 moscas/animal: perda diária de 60mL de sangue por dia = 140kg/ano).
Prejuízos econômicos de milhões de dólares/ano no Brasil.
Miíases
Doenças causadas por moscas na fase larval.
Infestação de vertebrados vivos por larvas de moscas que, pelo menos por certo período do ciclo biológico, se alimentam de tecidos vivos ou mortos do hospedeiro vivo, de substâncias corporais líquidas ou do alimento por ele ingerido.
As larvas causadoras de miíases completam o seu ciclo ou parte dele dentro ou sobre o corpo do hospedeiro vertebrado.
Classificação das miíases:
Quanto ao local de ocorrência da miíase: cutânea; cavitária (nariz, boca, seios paranasais); ocular; anal; vaginal, etc. 
Quanto às características da lesões: 
Furuncular: uma larva por lesão do tipo nodular. Ex: Oestridae (D. hominis) - Berne 
Traumática: dezenas de larvas em feridas previamente abertas. Ex: Sarcophagidae, Calliphoridae (C. hominivorax, Chrysomya sp.) - Bicheira 
Quanto às características biológicas da mosca:
Obrigatória (Primária): larvas se desenvolvem somente sobre ou dentro do tecido vivo (de vertebrados vivos). 
Facultativa (Secundária): larvas se desenvolvem em tecidos necrosados (de hospedeiros vivos = parasitismo), mas podem se desenvolver em matéria orgânica em decomposição (animais mortos, vegetais, fezes = vida livre).
Pseudomiíase (Acidental): larvas ingeridas com os alimentos passam pelo trato digestivo, sem se desenvolver, mas podendo ocasionar distúrbios. Algumas queixas dos pacientes: diarreia pastosa, mas sem sangue; dor abdominal e cefálica; náuseas e febre.
Principais moscas causadoras de miíases: 
Famílias: Sryphidae (Mosca verde metálica)
 Tephritadae (“Bicho de goiaba”) – Pseudomiíase 
 Piophilidae (“Mosca do queijo”) – Miíase acidental 
OBS: Casa marzu significa literalmente queijo podre em Sardá e é conhecido como queijo de verme. As larvas de Piophila casei são introduzidas no queijo pecorino (de ovelha), assim, promovem um nível avançado de fermentação, quebrando lipídeos. Textura muito macia e com lágrima.
OBS: Relato de caso 1 “Miíase acidental por Ornidia obesa em humanos”.
2. Família Calliphoridae (Moscas metalizadas)
a) Espécie Cochliomya hominivorax (Mosca varejeira)
Importância parasitológica: Causa miíase obrigatória (primária). 
Mais importante causadora de miiiase primária desde sul dos EUA até a Argentina 
Morfologia:
3 faixas negras longitudinais no tórax;
Cor azul/verde metálico;
Aparelho bucal lambedor: Labela.
Uma única cópula, postura de ~10-300 ovos em aberturas naturais do corpo (nasal, vulva, anus) ou nas bordas de feridas ou incisão cirúrgica = miíase traumática (precisa de uma lesão na pele para a penetrava da larva).
As larvas penetram profundamente nos tecidos e são vorazes.
Os adultos têm Labelas e alimentam-se de néctar, sucos de frutas, secreções de feridas.
Dispersão por voo: até 50 km/semana.
Larva madura (branco amarelado).
OBS: Relato de caso 2 “Miíase Vulvar: Relato de Caso”. 
b) Espécie Chrysomya sp.
Importância parasitológica: causa Miíase Facultativa (Secundária).
Morfologia:
Metálicas (verde-brilhante, amarelado ou azulado);
2 faixas transversais escuras no mesonoto (no tórax);
3 faixas transversais negras no abdome;
Aparelho bucal lambedor.
1976 – estabelecimento de 3 espécies no país: C. putoria, C. megacephala, C. albiceps.
São agentes de Miíase Facultativa em mamíferos nas Américas (na fase larval).
Alto grau de sinantropia.
Alimentam-se principalmente de fezes de animais e humanos vetores potenciais de patógenos intestinais para o homem (Importância Parasitológica).
A larva dessa mosca é seletiva e come apenas tecido necrosado, sendo utilizada em Terapia Larval. Como ela ingere o tecido ela também ingere a bactéria, estimulando a cicatrização.
3. Família Sarcophagidae 
Importância Parasitológica: Miíase Facultativa (fase larval)
 Disseminação de Patógenos (adulto)
Morfologia: 
Cor acinzentada;
3 faixas longitudinais negras no tórax;
Abdome axadrezado;
Aparelho bucal lambedor – Labela.
Larvíparas = Não põe ovo Colocam larvas diretamente (Larvas 1 3) (Adulto – Larva – Pupa).
Larva adulta ~10 dias e branco amarelada.
Depositam larvas em cadáveres, matéria orgânica vegetal em decomposição ou fezes, mas preferem feridas necrosadas (alimentação voraz). 
4. Família Oestridae
Espécie Dermatobia hominis (Mosca Berneira = Berne)
Morfologia: 
Moscas robustas (olho grande);
Corpo Piloso;
Aparelho Bucal Atrofiado;
Tórax cinza metálico; 
Abdome azul metálico.
Importância parasitológica: Causa Miíase Obrigatória.
Mosca adulta vive em ambientes florestais
Adultos efêmeros (vivem por ~10 dias: acasalamento e oviposição – 400 a 800 ovos em ~10 dias).
Larvas (Berne) em forma de gota e com espinho (L1-L2-L3 = a larva demora cerca de 40 dias para ficar madura). Porção anterior (mais grossa) com ganchos orais e porção posterior (mais estreita) com espiráculos respiratórios (se mantemo-nos fora da pele). Os ganchos orais são espinhos que mantém a larva presa ao tecido, causando prurido e dor.
O Berne é morto por asfixia. 
Miíase furuncular: larva penetra sem necessidade de lesão previa.
Eclosão de larvas: penetra em pele sã ou picada – se alimentamde secreções purulentas e material necrótico. Adulto não se alimenta. 
Inseto forético (~50 espécies) geralmente hematófago. Incubação dos ovos ~6dias.
Controle das Infestações por Moscas e Profilaxia de Miíases
Avaliar: Local de infestação
Tipo de ser vivo infestado 
Espécie de mosca e fase de desenvolvimento que está
Tamanho da infestação
Resistência, Custos
1. Cuidados Individuais no Ambiente Doméstico: Telar portas e janelas (verão)
 Repelentes 
 Higiene pessoal e dos alimentos 
2. Inseticidas
3. Armadilhas variadas: Iscas atraentes
 Colantes 
 Luminosa com grade para eletrocussão 
 De túnel (Para bois)
4. Modificação dos possíveis criadouros: Não acumular fezes esterqueiras 
 Destino adequado do lixo
Tratamento das Miíases 
Retirada mecânica das larvas precocemente, pois as lavras causam prurido intenso, vermelhidão, edema e dor.
Limpar as feridas 
Spray veterinário: mata as larvas e estimula a cicatrização da ferida. 
Complicação das miíases em geral: destruição de tecidos cutâneos e cavitários. Podem ocorrer intensas inflamações e infecções, uma vez que o orifício aberto serve de porta de entrada para larvas de outras moscas e/ou bactérias. 
Filo Arthropoda
Classe Insecta
Ordem Phthiraptera
Subordem Anoplura
“os piolhos sugadores e os chatos” (piolhos segadores de mamíferos)
Achados paleontológicos: insetos adultos e ovos em cabelos de múmias egípcias e indígenas pré colombianas do Peru ~9000 anos.
“Pentes finos” ~3500 anos.
As infecções por piolhos são resultados de negligência que afeta sobretudo as classes menos favorecidas.
65% das espécies de mamíferos existentes são parasitados por piolhos (canídeos, bovinos, suínos, ovinos, equinos, roedores, giravas, cervos, etc).
Existem ~532 espécies de piolhos de 49 gêneros.
Brasil: ~33 espécies.
OBS: piolho de Humano só da em humano.
Morfologia geral dos piolhos Anoplura:
Alta especificidade quanto ao hospedeiro (partes restritas do corpo);
Áptero (sem asas);
Corpo achatado dorsoventralmente (~3mm);
Pernas fortes com uma garra tarsal recurvada;
Aparelho bucal picador-sugador;
Lêndeas cor branco-amarelo: < 1mm (lêndeas = ovo do piolho).
Ciclo biológico:
Paurometábolo (metamorfose incompleta) = mesmo hábito alimentar e habitat (condições bem estáveis o que justifica ter piolhos no mundo inteiro);
Todo o desenvolvimento do piolho ocorre sobre o corpo do hospedeiro (~25dias);
Hematófogos obrigatórios;
Longevidade do adulto: ~1 mês;
~2 repastos/dia;
A capacidade reprodutiva varia com a espécie: 4 a 10 ovos/dia.
1. Família Pediculidae
a) Espécie Pediculus capitis (Piolho da cabeça)
Pediculose do couro cabeludo: piolhos, dermatite e prurido. 
Cosmopolita (ampla distribuição mundial).
Morfologia 
~3,0 mm de comprimento;
1 par de antenas;
3 pares de patas com garras no tórax;
Aparelho bucal picador-sugador;
Diâmetro do abdome 2x maior que o diâmetro do tórax;
Espiráculos respiratórios no abdome.
Ovos são aderidos aos fios próximos ao couro cabeludo.
Lêndeas (ovos) a distância >0,7 cm da raiz do cabelo estão mortas ou eclodidas (ao se afastar do couro cabeludo o calor diminui, o que dificulta o desenvolvimento do ovo do piolho).
Pediculose do couro cabeludo:
Faixa etária mais infestada: infância (1 a 5 anos e aos 8 anos);
Períodos com maiores índices de infestação: agosto;
BH: prevalência de 5% a 10% para a população de BH;
Preferência por fios mais espessos e implantação mais densamente implantado no couro cabeludo;
Higiene corporal não elimina as chances de pediculose, mas diminui a incidência. Além disso, o formol usado no cabelo por algumas mulheres adultas diminui os índices de pediculose;
Transmissão: contato direto ou comitês contaminados.
b) Espécie Pediculus humanus (Piolho do corpo, muquirana)
Pediculose do corpo 
3,5 mm de comprimento 
Põe ovos presos as fibras das roupas
Maiores prevalências em regiões de clima frio e temperado (menos troca de roupas), na população adulta e na faixa marginalizada da sociedade (prostitutas, mendigos), vida gregária (prisioneiros). 
Principal forma de transmissão: compartilhamento de roupas.
OBS: Relato de caso 3 “Infestação por Pediculus humanus (Anoplura: Pediculidae) no Município de São Paulo, SP, Brasil”.
c) Espécie Pthirus pubis (“Piolho do púbis” ou “chato”)
Ptiríase ou Pediculose do púbis.
Cosmopolita.
~1,5 mm. Tórax e abdome fundidos em peça única, mais larga ao nível do tórax.
Mais frequente na região do púbis e períneo, mas pode ocorrer nos pêlos axilares, barba, cílios e sobrancelhas (cabeça). 
Transmissão: contato sexual, mas existem formas secundárias também. 
Importância parasitologia dos piolhos
Ectoparasitos hematófagos: pediculoses
Os sinais e sintomas das pediculose se devem a injeção de saliva durante a hematofagia;
Dermatite: a saliva induz formação de pequenos lesões com pápulas e intenso prurido;
Complicações da pediculose: 
Prurido escoriações Podem se infectar (infecções estafilocócicas secundárias), alopecia;
Alta carga parasitária + dieta deficiente na infância + más condições sociais Favorece a Anemia (Rara).
Vetores de patógenos: P. humanus
Tifo exantemático (Rickettsia prowazeki) – viáveis nas fases do inseto ~69 dias. Ocorre em regiões de altas altitudes da África, América Central e do Sul (Andes), regiões frias e altas da Ásia.
Febre recorrente (Borrelia recurrentis) – Etiópia, Sudão, Focos na América Central e do Sul.
Tifo: febre com calafrios, cefaleia, dores no corpo e prostração; gangrena das extremidades, edema e insuficiência renal. A doença dura 2 a 3 semanas, com letalidade entre 10% a 40% dos casos. Há casos assintomático. 
Transmissão de piolhos
Formas primárias de transmissão e formas secundárias de transmissão (sobrevida do inseto é curta fora do hospedeiro) P. capitis, P. humanus, P. pubis:
Coabitação em locais apertados, transporte coletivo, abraços e brincadeiras infantis, selfie facilitam a transmissão 
A transmissão indireta via pentes, escovas, chapéus, toucas, fronhas é limitado, pois a sobrevivência do inseto é curta fora do hospedeiro.
Transmissão de patógenos pelo esmagamento de piolhos entre os dedos ou dentes. 
Tratamento das infestações e controle
Pediculose do corpo – o alvo são as vestes e as roupas de cama.
Mergulhar as roupas infestadas das famílias em água fria com formol ou Lysoform por 3h. Repetir a cada 3 dias por 2 semanas;
Aquecer as roupas infestadas por 1h a 70oC para matar os P. humanus;
Inseticida – Malathion, Lindane, BHC, DDT, sabonete a base de benzoato de benzila.
Pediculose do couro cabeludo 
Métodos naturais de controle
Catação manual;
Pentear frequentemente com pente fino (injúria as lêndeas);
Raspagem da cabeça;
Solução salina (exosmose das lêndeas);
Secador de cabelos (dessecação das lêndeas);
Ivermectina via oral para controle de pediculose nas sobrancelhas.
Controle químico: considerações quanto ao uso de medicamentos inseticidas para o tratamento (formulações, dose, idade, lesões)
Benzoato de benzila (Escabiol, pruridol); Organoclorados (Lindane); Compostos sulforados (Tetmosol); Piretroides sintéticos mais usados atualmente - deltametrina (deltacid)...;
Há casos de resistência a alguns inseticidas. Repetir o tratamento contra ninfas recém eclodidas 3x com intervalo ~7 dias;
Ivermectina locão 0,5%; álcool benzílico 5%;
Sistêmico: Ivermectina (contra Adultos e ninfas).
Filo Arthropoda
Classe Insecta
Ordem Siphonaptera
“Pulgas e bichos de pé”
Morfologia:
Insetos sem asas (Ápteros);
Antenas curtas (3segmentos);
Aparelho Bucal tipo picador-sugador (solenofagia);
Corpo achatado lateralmente e castanho-escuros;
Pernas bem adaptadas para o salto;
Segmentos distintos e imbricados ;
Abdome (10 segmentos imbricados)
Escleritos bem quitinizados.
Cerdas localizadas na cabeça atras das antenas = Ctenídeo.
Ciclo biológico: holometábolo = Metamorfose completa (~25 dias)
Fase adulta - ectoparasita de aves e mamíferos;
A fase larval (L1-3) é de vida livre: detritosorgânicos, fecais ou restos de fezes secas de pulgas adultas. 
Xenopsylla cheopis: ~300-400 ovos durante a vida 
Longevidade do adulto é variável: 30-500 dias 
Xenopsylla (pulga dos ratos) – 100 dias;
Ctenocephalides (pulga de cachorro e gato) – 200 dias;
Pulex (pulga de humanos) – 500 dias.
Importância parasitologia das pulgas 
Como ectoparasita:
Ação espoliadora: Hematofagia (machos e fêmeas adultas): sugam 2-3 vezes/dia ~15 min/repasto;
Provocam irritação da pele (picada e ejeção de saliva): dermatite e alergias;
Causam lesões cutâneas (Tunga);
Anemia somente quando em altas infestações, em animais pequenos. 
OBS: Pulgas não podem causar ANEMIAS em humanos, pois são: ectoparitas temporarios; ↓capacidade reprodutiva; ↑probabilidade de mudar de hospedeiro; carga parasitária baixa; criadouro é solo (não é todo o ciclo que se dá sobre o hospedeiro).
Como vetores de patógenos:
Doenças bacterianas: veiculação mecânica de patógenos: tétano (Clostridium tetani) e de gangrenas (Clostridium perfrigens);
Veiculação biológica: peste bubônica (Yersinia pestis);
Detecção de DNA de Leishmania em Ctenocephalides de cães naturalmente infectada (Brasil, México e EUA).
Como hospedeiros intermediários:
Cestoda: Hymenolepis e Dypilidium caninum – vermes que parasitam cães e gatos. Contaminam através da ingestão de pulgas por esses animais.
Principais espécies de pulgas de interesse
Há mais de 2000 espécies de pulgas;
60 espécies descritas no Brasil;
20 espécies podem picar o humano é apenas algumas são de interesse médico. 
1. Família Pulicidae 
a) Espécie Pulex irritans 
A pulga do homem ou das casas;
Cosmopolita;
Altamente adaptada ao domicílio humano (casas velhas, cinemas) onde chega a ser abundante;
Antropofagia; pode alimenta-se no cão, raramente em outros animais;
Vive na poeira do chão, onde ocorre o ciclo de vida livre (fases imaturas). Só procura o hospedeiro para alimentar-se;
A saliva produz dermatite local, com halo eritematoso e forte prurido, podendo perturbar o sono. 
Normalmente não transmite doenças (eventualmente Y. Pestis).
b) Espécie Ctenocephalides sp. 
Pulgas de cães e gatos: encontrados indistintamente nestes hospedeiros. Picam humanos e gatos.
C. canis 
Mais encontrada onde a temperatura e a umidade são mais elevadas (NE). Transmissor de helmintos, pela ingestão ou esmagamento da pulga. 
Tem a região frontal bastante encurvada e o 1o dente do ctenídio genal bem menor que o 2o.
C. felis 
Predomina em climas subtropicais, com SE. É a espécie mais prevalente. Proliferam dentro das casas e sobre os animais. 
Tem a cabeça mais alongada, com perfil menos arqueado, e os dois primeiros dentes do ctenídio genal são quase iguais.
c) Espécie Xenopsylla cheopis 
É a pulga mais encontrada em ratos domésticos no Brasil 
Encontra-se em regiões tropicais e em algumas regiões temperadas (ex: EUA e Europa)
Pode picar o homem e é a principal transmissora de Yersinia pestis, bacilo causador da peste bubônica.
A infecção reduz a longevidade da pulga de ~100 dias para 3 a 11 dias. 
Bloqueio do proventrículo = Mais picadas;
A transmissão da peste bubônica:
A transmissão da Y. pestis pode ser feita mecanicamente pelas peças bucais, por qualquer pulga que tenha sugado um rato infectado. As bactérias são levadas pelos vasos linfáticos do homem até os linfonodos regionais (inguinais e axilares) que inflamam, formando bubões;
Reservatórios da peste: 
Y. pestis é um bacilo extremante patogênico para ratos, cobaias, coelhos, macacos e homens;
Geralmente a doença em humanos ocorre após surto da doença em ratos e números ratos mortos podem servir de alarme para surtos em humanos;
Rattus rattus (rato de telhado)
Rattus norvegicus (rato do esgoto)
Mus musculus (camundongos)
	
	Pullex
	Xenopsylla
	Ctenocephalides
	Região pós-antenal
	1 única cerda
	Várias cerdas enfileiradas (formando um V)
	
	Mesopleur
	Lisa
	Dividida ao meio por uma SUTURA
	Dívida aos meio por uma SUTURA
	Espermateca (Fêmea)
	Corpo (globoso) PIGMENTADO e cauda TRANSPARENTE
	2/3 hipergmentados
1/3 despigmentado
	Corpo globoso e cauda DESPIGMENTADA
d) Espécie Tunga penetrans e Tungíase
Pulga da areia, pulga do porco ou bicho do pé
Morfologia 
É a menor das pulgas (~1mm de comprimento);
Mandíbulas longas, largas e serrilhas;
Machos e fêmeas são hematófogos;
Apenas as fêmeas penetram na pele, depois de fecundadas, onde alimentam-se de líquido tissular e sangue até encherem-se de ovos.
Ciclo de vida 
A pulga fêmea penetra quase completamente na pele, deixando apenas a extremidade abdominal exposta ao ar.
Ao fim de ~7 dias, o abdome fica repleto de ovos.(Neosoma = Fêmea iniciando a hipertrofia).
~100-200 ovos são expelidos/vez ~3000 em 15 dias. 
A fêmea murcha é expulsa pela reação inflamatória em torno da pele. 
Tungíase
Localizações mais frequentes: planta dos pés, dedos e entre eles e sob as unhas. 
Sinais e sintomas mais comuns: prurido, edema e eritema (inflamação).
Complicações: dificultar ou impedir a locomoção; infecções secundárias nas feridas abertas (Clostridium tetani, Clostridium perfrigens), perdas de anexos da pele ou partes dos dedos. 
Tratamento: Antissepsia local, esterilizar a agulha, fazer dilacerações e retirar o neosoma intacto, nova assepsia local e curativo. Antibiótico se necessário. 
OBS: Relato de caso 4 - Tungíase 
Controle da população de pulga
Métodos químicos 
Coleiras impregnadas de inseticidas, xampu, sabão para animais domésticos;
Borrifação de inseridas no domicílio e peridomicilio (cantos, frestas de assoalho, carpetes e tapetes, panos, nas camas e locais de circulação dos animais.
Métodos mecânicos: 
Nos animais: catação manual, lavar, escovar, impedir contato do animal doméstico com outros externos;
No interior das habitações: varrição, incinerado do lixo, uso de aspirador de pó, lavagem do piso e carpete, lavagem da cama dos animais.
No peridomicílio: varrição do canil, evitar veiculação de estéreo para adubo, bem como o manejo da vegetação e solo. 
Nas áreas urbanas, as medidas preventivas são: combate sistêmico aos roedores: Antiratização (afastar os ratos das habitações humanas e das fontes de alimento); Desratização (rodenticidas tóxicos e anticoagulantes). 
Filo Arthropoda
Classe Arachnida
Ordem: Scorpiones. peçonhentos – inoculam veneno
Araneida. peçonhentos – inoculam veneno
Ordem Acari
8 patas, corpo organizado em uma única peça única com uma falsa cabeça com um par de palpos (deslocamento, fixação no substrato onde está o alimento), um par de quelíceras (peças bucais serrilhadas do assoalho alimentar e salivar - apêndices articulares), hipóstomo (teto do canal alimentar e salivar). O resto do corpo chamado Idiossima, no caso das famílias Sacorptidae (causador da Escabiose) e Ixodidae (carrapatos que se alimentam em cavalos, bovinos... animais de grande porte).
Família Sarcoptidae Espécie Sarcoptes scabiei
Familia Ixodides Espécie Amblyomma cajenense
A primeira causador da Scabiose (Dermatite), possui estrias no tegumento e escamas em forma triangular, corpo ovular, vive na epiderme, vai escavando formando um túnel logo abaixo da camada córnea, nesse processo se alimenta de linfa e põe os ovós nas galerias, além disso, provoca dermatite , ou seja, escamação da epiderme, pele eritematoso, prurido, pode provocar escoriações o que facilita a entrada de bactérias, favorecendo o estabelecimento de infecções bacterianas secundárias. Sarna Norueguesa – indivíduos imunossuprimidos. Transmissão é feita por contato direto (pele com pele, roupas e outros fômites). Diagnóstico: anamnese (perguntas, observar que os locais mais afetados é na região interdigital. Tratamento: para a família toda, mergulhar a roupa em solução de lisoforme, ferver a roupa ou colocar em sacos plásticos por cerca de uma semana, Benzoato de Benzila (muitos casos de resistência), cremes a base de inseticidas (permetrina – tipo de pretroide). Controle da Transmissão: evitar compartilhamento de roupas, evitar contato compessoas contaminadas ou em tratamento. 
Artigo sobre Escabiose. 
A segunda espécie, também conhecida como carrapato estrela, possui o corpo um pouco parecido com a primeira, possui cerca de 3 a 4 mm. Seu corpo tem aspecto globoso. Fase de vida do ciclo de vida: ovo (posto na vegetação) – Larva (6 Patas) – Ninfa – Adulto. A fase de Ninfa que mais parasita. 
OBS: variações do Acari 
Artigos 
Mosquitos – trabalho 
Plasticidade Genética – se adapta a condições diferentes. 
Resistência do ovo – dispersão de ovos e dos vírus. 
Transmissão de vírus de forma horizontal entre os mosquitos.

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