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SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 1/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 1 I. AUTORES • Denise Ellen Francelino Cordeiro • Carolina de Alencar Ohi Garcia • Raimundo Homero de Carvalho Neto • Jordana Parente Paiva • Francisco Edson de Lucena Feitosa II. INTRODUÇÃO » DEFINIÇÃO: implantação do ovo fecundado fora da cavidade uterina (ovários, tubas uterinas, cicatriz de cesárea, colo uterino e cavidade abdominal). » INCIDÊNCIA: 1,5 a 2,0% das gestações. III. LOCALIZAÇÃO » Outras localizações (ovários, cavidade abdominal, cicatriz de cesárea e colo): 2%. IV. FATORES DE RISCO » Alto Risco � Gestação Ectópica Prévia (chance 15% maior de novo episódio); � Salpingite/DIP: alteração estrutural e funcional das tubas; � Cirurgia Tubária Prévia; � Laqueadura Tubária: risco maior quando a LT é realizada após os 30 anos de idade, a técnica com bisturi elétrico mostrou-se com maior risco do que a da salpingectomia; � DIU. TUBAS UTERINAS: 98% Ampola (80%) Istmo (12%) Fimbrias (6%) Interstício (2%) SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 2/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 2 » Médio e Baixo Riscos � Infertilidade; � Tabagismo; � Idade avançada. � 50% das pacientes com Gestação Ectópica não apresentam qualquer fator de risco no momento do exame. V. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS » Achados clínicos comuns em gestações iniciais: náuseas/vômitos, síncope, taquicardia, massa pélvica. » Sugerem gravidade: tenesmo, taquicardia acentuada, sudorese intensa, Blumberg presente, hipotensão. VI. ULTRASSONOGRAFIA » Visualização do saco gestacional com 4-5 semanas; » Vesícula vitelina com 5-6 semanas; » Batimentos cardiofetais com 6 semanas de gestação; » Achados inespecíficos: presença de massa anexial, presença de anel tubário, líquido livre em fundo- de-saco. • Dosagem de Beta HCG » Zona Discriminatória: a menor dosagem de Beta HCG para a visualização de uma gestação intra- útero (Beta HCG > 2.000 IU/L). » Curva de crescimento do Beta HCG normal: Aumento de pelo menos 50% do valor em 48h (na maioria das vezes, duplica nesse tempo). A TRÍADE CLÍNICA Clássica dor abdominal (98%) Sangramento transvaginal (56%) Atraso menstrual (74%) SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 3/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 3 » Gravidez Ectópica: 79% - curva de crescimento alterada; 21% - curva de crescimento normal. » Por esse motivo, a ultrassonografia sempre é necessária como avaliação adicional a dosagem de Beta HCG. VII. ABORDAGEM INICIAL » ANAMNESE E EXAME: dor abdominal, sangramento transvaginal e dosagem de Beta HCG positivo. » Avaliação do estado hemodinâmico: puncionar um bom acesso venoso, hidratar, colher exames laboratoriais (tipagem sanguínea, hematócrito, hemoglobina e Beta HCG) e providenciar reserva sanguínea. » Pacientes com instabilidade hemodinâmica devem ser submetidos imediatamente a tratamento cirúrgico, mesmo sem a confirmação diagnóstica. Caso não seja possível o diagnóstico definitivo, o que chamamos de “Gestação Oculta”, o seguinte algoritmo deve ser seguido: SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 4/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 4 VIII.TRATAMENTO • Tratamento Cirúrgico: » Indicações: � Instabilidade Hemodinâmica (sinais de ruptura); � Beta HCG > 5.000 unidades internacionais/L; � Presença de atividade cardíaca fetal; � Massa anexial > 4 cm; � Falha no tratamento medicamentoso; � Contra-indicação ao uso de Metotrexate; � Pacientes que desejam realizar esterilização tubárea ou com indicação de FIV. » Apenas UMA dessas indicações precisa estar presente para a realização de cirurgia. » Abordagem: Laparoscopia tem menor tempo cirúrgico, perda sanguínea e tempo de internação com relação à laparotomia, mas esta não deve ser postergada caso haja indicação de tratamento cirúrgico. Salpingectomia Salpingostomia Sangramento incontrolável; Doença em tuba contralateral; GE prévia na mesma tuba; Desejo de gestação futura; Lesão extensa; Acompanhamento com βHCG; Massa > 5cm; Tratamento com FIV; SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 5/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 5 » Em caso de salpingostomia, realizar Beta HCG após 1 semana: nível < 5% do pré-operatório indica resolução completa; nível > 5% do pré-operatório necessita de metotrexate adjuvante em dose única (50mg/m2 IM). • Tratamento Medicamentoso (Metotrexate): » Condições (Todas devem estar presentes, porém não são preditores de sucesso no tratamento): � Beta HCG < 5.000 mUI/mL; � Ausência de batimentos cardíacos fetais; � Massa Anexial < 4cm; � Estabilidade Hemodinâmica; � Possibilidade de acompanhamento posterior; » Contra-Indicações: � Anormalidades hematológica, renal ou hepática; � Instabilidade Hemodinâmica; � Imunodeficiência, úlcera gástrica, doença pulmonar ativa; � Gestação Heterotópica Viável; � Amamentação. SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 6/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 6 • O esquema de múltiplas doses pode ser interrompido antes de 4 doses caso haja queda do Beta HCG maior que 15% em 48 horas. • Em gestação oculta com Beta HCG < 2.000 mUI/mL em queda ou ectópica com Beta HCG < 175 mUI/mL, pode-se ter uma conduta expectante com dosagem semanal de Beta HCG. • As pacientes que tiverem indicação ao tratamento medicamentoso devem realizar exames previamente ao início do tratamento (hemograma completo, transaminases, função renal, tipagem sanguínea e coombs), assim como durante o tratamento. • Efeitos Colaterais: irritação gástrica, distensão e dor abdominal, náusea, vômitos, estomatites, tontura, neutropenia, alopecia reversível, pneumonite, elevação do HCG até o quarto dia de uso, sangramento genital. • Deve-se evitar gestação nos três meses posteriores ao final do tratamento medicamentoso, pelo risco de teratogenicidade. SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE Tipo do Documento: Protocolo Clínico PRO.OBS.013 Página 7/7 Título do Documento: GESTAÇÃO ECTÓPICA Emissão: 01/03/2015 Revisão Nº: 03 – 05/09/2017 7 ATENÇÃO: As pacientes com suspeita de gravidez ectópica ou abdome agudo, devem ser internadas no Centro Obstétrico, sendo a resolução de responsabilidade da equipe de plantão. Caso a equipe de cirurgia ginecológica esteja disponível durante a semana e o caso possa ser resolvido por Videolaparoscopia, as equipes podem resolver conjuntamente. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. TULANDI, T.; Ectopic pregnancy: clinical manifestations and diagnosis. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/ectopic-pregnancy-clinical-manifestations-and- diagnosis?source=search_result&search=ectopica&selectedTitle=1%7E150. Acesso em 13 de outubro, 2016. 2. TULANDI, T.; Ectopic pregnancy: expectant management. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/ectopic-pregnancy-expectant- management?source=search_result&search=ectopica&selectedTitle=5%7E150.Acesso em 13 de outubro, 2016. 3. TULANDI, T.; Ectopic pregnancy: incidence, risk factors, and pathology. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/ectopic-pregnancy-incidence-risk-factors-and- pathology?source=search_result&search=ectopica&selectedTitle=3%7E150. Acesso em 13 de outubro de 2016. 4. TULANDI, T.; Ectopic pregnancy: surgical treatment. Disponível em: http://www.uptodate.com/contents/ectopic-pregnancy-surgical treatment/source=search_result&search=ectopica&selectedTitle=4%7E150. Acesso em 13 de outubro, 2016.
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