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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FRANCIELLI ALOISIO MORATELLI GABRIELE CRISTINE TONETT LUCAS DE OLIVEIRA DA SILVA MARIANA DANTAS TEIXEIRA DA ROCHA NATHANI DINIZ RONALDO VARGAS LOPES THAIS GIACOBBO WILLIAN SCHERNER AMORTECIMENTO DE CHEIAS SINOP- MT 2017 UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO – UNEMAT CAMPUS DE SINOP AMORTECIMENTO DE CHEIAS Trabalho sobre amortecimento de cheias apresentado à disciplina de Hidrologia do curso de Engenharia Civil – UNEMAT, Campus Universitário de Sinop-MT, como pré-requisito para obtenção de nota na disciplina. Professor: Cezar Claudio Granetto SINOP- MT 2017 1 INTRODUÇÃO O amortecimento de enchentes em reservatórios é conhecido também como laminação da onda de cheia em reservatórios. Os reservatórios superficiais desempenham importantes funções, tais como garantir água para o abastecimento humano, industrial e irrigação, geração de energia elétrica, navegação e outras. Dentre estas outras, uma merece destaque: o amortecimento de cheias. A eficiência com que o reservatório amortece as ondas de cheias que a ele aportam, depende do volume do reservatório no momento da cheia. Caso o reservatório não se encontre cheio, a onda não ultrapassará o reservatório, enquanto o seu nível não atingir a cota de soleira do vertedouro. Em geral, os reservatórios de acumulação são construídos para atender a finalidades múltiplas: regularização de vazão e controle de enchentes. No controle de enchentes, o reservatório retém uma parte do volume e amortece a onda de cheia, abatendo o pico de cheia a jusante da barragem. O estudo de amortecimento de enchente é importante para verificar o comportamento do reservatório face a uma onda de cheia, no que diz respeito ao nível d´água máximo atingido. É importante, também, para dimensionar o vertedor de uma barragem, que é construída para suportar a máxima vazão efluente. 2 METODOLOGIA Reservatórios são estruturas que, entre outras finalidades, são eficientes na atenuação dos picos de cheias. Há várias classificações de reservatórios, segundo seus objetivos. No que diz respeito a atenuação de cheias, os reservatórios podem ser classificados em dois tipos: reservatórios de acumulação de cheias e reservatórios de retardamento cheias. O que difere um do outro é tão somente o tipo de dispositivo que controla a liberação da vazão efluente (Linsley e Franzini, 1978). No presente trabalho serão vistos somente os conceitos envolvidos na determinação do volume de contenção de cheias e no dimensionamento de vertedores. 3 RESERVATÓRIO DE AMORTECIMENTO DE CHEIAS É uma estrutura que acumula temporariamente as águas pluviais com a função de amortecer as vazões de cheias e reduzir os riscos de inundações a jusante. Os reservatórios de amortecimento podem ser em linha ou lateral de acordo com seu posicionamento em relação ao canal que contribui para o reservatório. O reservatório em linha é posicionado ao longo do canal. Possui uma estrutura de barramento dotada de um descarregador de fundo e extravasor. A capacidade do descarregador é limitada à capacidade do trecho de canal a jusante. O extravasor funciona como um dispositivo de segurança para vazões superiores à vazão de projeto. O reservatório lateral é implantado ao lado do canal e recebe a vazão excedente por um vertedor lateral. O nível da soleira do vertedor é definido em função do nível máximo admitido no canal e as suas dimensões são determinadas em função da vazão excedente a ser lançada no reservatório. A descarga do reservatório lateral pode ser feita por gravidade, através de válvulas de retenção que se abrem quando o nível do canal baixa. Pode também ser realizada por bombeamento quando o nível do fundo do reservatório estiver abaixo do nível do fundo do canal. Quando mantido seco na estiagem, o reservatório é chamado de reservatório (ou bacia) de detenção. Quando o reservatório mantém um volume permanente de água, é chamado de reservatório (ou bacia) de retenção. 4 DIMENSIONAMENTO DO VOLUME DE CONTENÇÃO DE CHEIA E ÓRGÃO EXTRAVASOR O estudo do amortecimento ou laminação permite determinar o volume necessário para conter uma onda de enchente que aflui em um reservatório. Tal volume pode ser determinado calculando a área compreendida entre os hidrogramas afluente e efluente. A saída da água pode ocorrer através de vertedor no caso de barragens e, nos reservatórios menores como piscinões, através de descarregador de fundo. Naturalmente, a vazão efluente do reservatório vai depender do seu volume e da capacidade de extravasão do vertedor. Na prática, o vertedor é dimensionado em função da vazão máxima permitida a jusante da barragem. Conhecida a vazão máxima, realiza- se a simulação do amortecimento da onda de cheia fixando a altura do vertedor e determinando a sua largura. Considera-se dimensionado quando a vazão efluente máxima for igual a vazão máxima permitida a jusante. Figura 1. – Hidrogramas afluente e efluente amortecido. Dados os hidrogramas afluente e efluente de um reservatório, conforme mostra a Figura 1. O volume retido no reservatório corresponde à área hachurada, que fica compreendida entre os dois hidrogramas. Matematicamente, este volume pode ser determinado pela seguinte equação: 𝑉𝑟𝑒𝑡𝑖𝑑𝑜 = ∑(𝑄𝑒𝑖 − 𝑄𝑠𝑖).△ 𝑡 para Qei ≥ Qsi onde: Qei – vazão afluente ao reservatório no instante i; Qsi – vazão que sai do vertedor no instante i; Dt – intervalo de tempo adotado, em segundos. Conhecido o volume retido, pode-se determinar a altura do nível d’água atingido no reservatório através da curva cota x volume e, conhecida a altura do nível da água do reservatório, pode-se determinar a largura do vertedor no caso de barragens. Da mesma forma, nos reservatórios de acumulação, como os piscinões, pode-se determinar as suas dimensões a partir do nível d’água máximo atingido. 5 CONCLUSÃO O amortecimento de cheias é uma característica fundamental para qualquer reservatório, pois diz respeito à própria segurança da obra e, consequentemente, ao atendimento de suas funções. O reservatório pode atenuar em maior ou menor grau uma onda de cheia, dependendo da topografia do lago formado pelo barramento, conhecida como fator de forma e representada por α. Quanto maior for o valor de α, mais “aberto” será o reservatório – o que se traduz em uma maior área do espelho de água –, assim a onda afluente se espraia sobre a superfície do lago, reduzindo e, ao mesmo tempo, retardando, a sua vazão de pico. Desse modo, o excesso de água proveniente das chuvas é temporariamente retido no reservatório. Assim, aliviam-se as enchentes de jusante. Portanto, a principal característica do amortecimento de cheias diz respeito à redução das vazões máximas ocorridas durante os eventos de cheia, as quais geram prejuízos materiais e sociais. 6 REFERÊNCIAS Linsley, R.K. e Franzini, J.B. (1978) Engenharia de Recursos Hídricos Tradução Pastorino, L.A. McGraw Hill do Brasil.
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