Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Estudos hidrológicos Tatiana Oliveira BARRAGENS Estudos hidrológicos Ciclo Hidrológico Simplificado BARRAGENS Estudos hidrológicos 1. Hidrologia da bacia hidrográfica - Alteração da vazão de um curso d’água sofre variações com o tempo: seca nos períodos de estiagens (riacho intermitente). - Abastecimento em riacho intermitente: sua descarga anual deve superar com folga o consumo anual de água - construção de barragem. - Folga: destina-se a contrabalançar as perdas representadas tanto pelo volume de água que se evapora e se infiltra na bacia hidráulica, como pelos vazamentos que ocorrem na barragem. - Reservatório de acumulação: deve reter nos períodos chuvosos o excesso de água, para liberá-lo quando a vazão do curso d’água se torna incapaz de atender a demanda. BARRAGENS Estudos hidrológicos 2. Cálculo da Capacidade do Reservatório de acumulação - Dados referentes a cada mês do ano: a) Descarga no curso d’ág ua na seção prevista para a barragem; b) Perdas por evaporação, infiltração e vazamento na área da bacia hidráulica; c) Consumo de água. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Cada mês do ano de maior estiagem: subtraem-se da vazão do curso d’água as perdas – obtenção da vazão disponível para aquela seção, que pode ser maior ou menor que a demanda ou consumo que se pretende obter. a) Vazão disponível maior que a demanda: não há necessidade de construção do reservatório – não há necessidade de acumulação. b) Vazão disponível menor que a demanda: o curso d’água não tem condições de abastecer o objetivo sem o recurso de construção do reservatório. - Para o estudo da capacidade do reservatório utiliza-se: a) Os anos seguidos de maior estiagem na bacia hidrográfica considerada; b) Os anos seguidos cuja média seja aproximadamente igual à média de todos os anos com dados de chuva disponível. BARRAGENS Estudos hidrológicos BARRAGENS Estudos hidrológicos 3. Descarga de projeto na seção da barragem - Hipótese ideal de planejamento em longo prazo: considera-se que os valores da vazão mensal do curso d’água no local da barragem seriam obtidos através de observações e medições realizadas na seção em estudo por um período de vinte a trinta anos. - Objetivos: a) Determinar o valor médio anual ou deflúvio médio anual, resultado do escoamento das bacias hidrográficas (diretamente associado a capacidade do reservatório). b) Determinar as cheias geradas pelo processo de escoamento nas bacias de drenagem (diretamente associado ao dimensionamento do vertedouro) BARRAGENS Estudos hidrológicos 4. Estudo dos Deflúvios ou Volume Médio Afluente Anual: - Objetivo: determinar o potencial hidrológico da área de drenagem, expressa em tempo de deflúvio médio anual, para fins de determinação da cota da soleira do sangradouro (vertedouro) e, consequentemente, acumulação do reservatório. BARRAGENS Estudos hidrológicos 5. Método Empírico do EngenheiroFranciscoAguiar (1937): - As vazões consideradas para o projeto seriam aquelas que apresentassem durante um período de estiagem as descargas mensais mais baixas. - Essa medidas de vazão podem ser determinadas a partir dos valores das alturas de chuvas observadas na bacia hidrográfica ou em bacias hidrográficas próximas de características semelhantes. - Admite-se que os deflúvios mensais sejam proporcionais às precipitações, o que pressupõe a constância do rendimento da bacia hidrográfica, que seria igual, em qualquer mês, ao valor médio anual, ou seja: BARRAGENS Estudos hidrológicos 𝑉𝑎𝑓= 𝑅% × H × U × A (m3) Onde: Vaf ou Va = Volume médio afluente anual (m3) R% = Rendimento da bacia hidrográfica H = média pluviométrica na bacia hidrográfica ou altura anual de chuva (m) U = coeficiente de escoamento da bacia hidrográfica / coeficiente de correção do tipo de bacia A = área da bacia hidrográfica (m²) BARRAGENS Estudos hidrológicos - Coeficiente de rendimento R: é o resultado da divisão da quantidade de chuva que se escoa numa seção de um curso d’água pela quantidade da água de chuva precipitada na respectiva bacia contribuinte durante o mesmo período de tempo, geralmente um mês ou um ano. BARRAGENS Estudos hidrológicos Método do engenheiro Aguiar: - Aguiar desenvolveu seu método de dimensionamento de capacidades requeridas por reservatórios superficiais em 1937. - Tinha convicção de que capacidade a ser atribuída a um reservatório seria fortemente influenciada pela variabilidade dos deflúvios e argumentou que “no caso de todos os anos da série escolhida apresentarem a mesma altura de chuva, H, a precipitação média absoluta seria ainda igual a He, portanto, não haveria necessidade de armazenar água de um ano para outro”. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Consiste nas seguintes etapas de cálculo: a) Ordenar as séries de chuvas anuais em forma crescente; b) Separar a série ordenada em duas partes iguais; as maiores precipitações formam a série de máximas e as menores formam a série de mínimas. c) Calcular a média das chuvas da série de máximas (Hmax); d) Calcular a média das chuvas da série de mínimas (Hmin); e) Fazer a capacidade do reservatório igual ao volume escoado estimado aplicando- se a fórmula polinomial de chuva x deflúvio ao valor de Hmax; f) Calcular o volume regularizado pelo reservatório aplicando-se a fórmula polinomial a Hmin. OBS: O método de Aguiar, acima referido, teve pouca aplicação no Nordeste. Os técnicos do DNOCS optaram por aplicar a fórmula empírica do 2Va. BARRAGENS Estudos hidrológicos A fórmula empírica do 2Va (Usada muito tempo no DNOCS) - Fórmula simples usada para determinar a capacidade dos reservatórios do Nordeste. - Método: a) Selecionar a precipitação média no local de construção da barragem; b) Estimar o deflúvio médio anual pela fórmula polinomial de Aguiar. c) Fazer a capacidade igual a 2Va. BARRAGENS Estudos hidrológicos 6. Bacia Hidrográfica: - Barragem e sangradouro: o dimensionamento deve compatibilizar a capacidade do reservatório com o volume escoado no rio. - Subdimensionamento de barragem: não se aproveita toda a água disponível, perdendo-se parte pela sangria - vazão escoada maior e uma maior largura do sangradouro → custo maior de construção. - Super-dimensionamento da barragem: maior custo de construção e grandes áreas inundadas desnecessariamente – pode ocorrer a salinização (o reservatório raramente atingirá a cota de sangria - prejuízos a jusante da bacia). - MOLLE, F. e CADIER, E. - Manual de Pequenos Açudes(1992): pesquisa com 57 pequenos açudes mostrou que 88% do total tinham seus sangradouros sub-dimensionados BARRAGENS Estudos hidrológicos - Bacia hidrográfica de drenagem ou bacia de contribuição: toda a área que contribui para o escoamento do reservatório. - Principais características em bacia hidrográfica para avaliação preliminar: a) Superfície total da bacia; b) Relevo e declividade; c) Tipo de solo; d) Estado de conservação da superfície (ou grau de erosão); e) Tipo de vegetação; f) Geologia e escoamento subterrâneos; g) Comprimento do riacho principal; h) Densidade de riachos , expresso em km de riacho por área. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Determinação da superfície da bacia hidrográfica (S): a) Mapa topográfico na escala de 1:25.000 e 1:100.000; b) Fotografias aéreas; c) Imagens de satélite; d) Qualquer documento, estudo ou mapa que melhore os estudos da bacia de contribuição; e) Bacia hidrográfica com superfície inferior a 5 km²: usa-se fotografias aéreas ou mapas topográficos mais detalhados – Escalas de 1:20.000 ou 1:10.000. f) Bacia for muito pequena: a delimitação nos mapas e fotos deverá ser confirmada em campo - redução de riscos de erro na determinação de sua área. g) Todos os casos: é muito arriscado e ilusório tentar delimitar e avaliar superfície de bacias que sejam no mapa inferiores a 1cm² - realiza-se levantamentos de campo. BARRAGENS Estudos hidrológicos Bacia Hidrográfica Com Rede de Drenagem e Seçãodo Barramento BARRAGENS Estudos hidrológicos 6.1. Determinação do Rendimento da Bacia Hidrográfica - Quando não se dispõe de dados estatísticos do Coeficiente de Rendimento da bacia (R): estimativas do valor médio anual pode ser estimado com fórmulas empíricas: Onde: H – Altura média de chuva compreendida entre 500 e 1000mm; R – Rendimento da bacia hidrográfica em % . (Fórmula do Eng. Aguiar) BARRAGENS Estudos hidrológicos Para volumes de chuvas fora do intervalo: R= 28,53 H -112,95 H² + 301,91 H² – 118,74 H² Onde: R – Rendimento anual em mm.; H – Altura anual de chuvas em m. Para aplicação do resultado na fórmula do volume afluente fazer: BARRAGENS Estudos hidrológicos O coeficiente d e correlação da bacia (U) Coeficiente de Uniformidade da Bacia Hidrográfica BARRAGENS Estudos hidrológicos BARRAGENS Estudos hidrológicos 6.2. Dimensionamento da Capacidade do Reservatório: - Capacidade do reservatório (Cr): o que a bacia de contribuição pode aludir a partir do Volume Afluente Anual. - Para pequenos açudes: considera-se a capacidade Cr como sendo o dobro do volume afluente anual, ou seja: Cr = 2Va Onde: Cr – Capacidade disponibilizada pela bacia, em m³; Va – Volume afluente anual. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Metodologia: eventualidade do reservatório ser suficiente para suprir um ano de seca, ou seja, a bacia poderá ficar 12 meses sem realimentação pluviométrica (ano seco). - Método do balanço hídrico: determinação da capacidade do reservatório pelo cálculo de volumes afluentes com alturas de chuva de diferentes intensidades – usado para região do semi-árido em que usa parâmetros de evaporação e do déficit susceptível às retiradas e de chuvas. 7. Perdas d’água represada - Mais comuns: evaporação e infiltração na bacia hidráulica e pelos vazamentos ao longo da bacia e da própria barragem. - Evaporação mensal: fornecida por dados estatísticos levantados mediante observações em equipamentos - Tanques Evaporímetros. - Perda mensal de água por evaporação: multiplica-se o valor da evaporação mensal (mm) pela área da bacia hidráulica - adota-se 5% da área da bacia de contribuição (dados estatísticos indicam de 3 a 11%). Perdas por evaporação = (evaporação mensal, mm) x (área da bacia hidráulica). Ou Valor aproximado = (evaporação mensal) x (5% da área da bacia hidrográfica) BARRAGENS Estudos hidrológicos BARRAGENS Estudos hidrológicos 8. Água necessária para o consumo - População limite do projeto. - Pequenas comunidade: considera-se que a população dobre a cada 20 anos. - Pode-se considerar dados da variação mensal de consumo: caso sejam disponíveis. - Outros métodos para cálculo da vazão afluente da bacia hidrográfica: a) Método Gráfico de “Rippl”: utiliza uma série histórica de valores das precipitações e avalia com maior rigor as perdas e déficits ocorridos naquele período. b) Método da SUDENE-ORSTORM: dimensionamento de pequenos açudes; c) Método “Tank Model”: desenvolvido por professores e pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande. BARRAGENS Estudos hidrológicos 9. Altura da Barragem - Estudo topográfico: planta da bacia hidráulica com curvas de nível (m/m) e o eixo da barragem → determina-se as áreas para cada curva de nível até atingir com folga a possível cota de sangria do vertedouro. - Áreas das curvas: monta-se uma planilha de cotas e áreas → capacidade total de acumulação da bacia hidráulica, a) Ordenadas: as distâncias verticais de cada curva de nível; b) Abscissas inferior: os volumes do mapa de cubação da bacia hidráulica → obtenção da curva C1. c) Abscissas superior: marcados da direita para esquerda, tem-se as áreas da bacia de acumulação (volumes armazenados na tabela de cubação da bacia). BARRAGENS Estudos hidrológicos Cotas Volumes Áreas C1 BARRAGENS Estudos hidrológicos - Descobre-se a capacidade “Cr” do reservatório. - Porão do açude: 20% da capacidade do reservatório - reserva intangível do reservatório, que não pode ser inferior a uma altura de 3 m da cota de menor profundidade. * Serve para proteção contra a poluição do açude durante os períodos de estiagem, considerando as perdas por infiltração e evaporação. * Evita a criação de agentes epidêmicos, como larvas, mosquitos, etc. * Possibilita à preservação de peixes. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Passos: 1: Entra-se no eixo das abscissas inferior e determina-se a cota da altura H da barragem 2: Limitada inferiormente pela curva de nível e superiormente pela cota da soleira do sangradouro. 3: Desse ponto prolonga-se uma linha paralela ao eixo das abscissas até encontrar a curva cotas x área inundada da barragem para aquela cota considerada, ou seja, definirá a área da bacia hidráulica. - A área abrangida pela curva de nível representa justamente a área da bacia hidráulica. BARRAGENS Estudos hidrológicos Da direita para esquerda BARRAGENS Estudos hidrológicos - Se algum trecho do contorno da bacia hidrográfica estiver em cota inferior a calculada para a soleira do sangradouro, ocorrerá transbordamento da água represada para uma outra bacia hidrográfica. - Soluções: a) construção de barragem auxiliar b) a transferência do eixo da barragem principal para um local mais a jusante c) uma nova barragem de regularização complementar d) um dique no divisor de água e) mais indicado e tecnicamente correto: implantação do sangradouro nesse ponto do divisor favorecendo a forma de sangria e minimizando alguns componentes utilizados nos sangradouros convencionais como perfis vertedouros e muros de proteção. BARRAGENS Estudos hidrológicos Modelo de Cubação da Bacia Hidraúlica - Alguns autores: a) Potencial Hidrológico: é o produto do deflúvio (𝑉𝑎𝑓) pelo fator de acumulação mais adequado para a região. b) Potencial Topográfico: relacionado à topografia da bacia (Curva CotaxVolume); corresponde ao volume da cota máxima atingida pelo levantamento. OBS:A capacidade do reservatório deverá ser o menor dos dois potenciais. - O volume do reservatório (K) ou capacidade é o produto do deflúvio médio anual (𝑉𝑎𝑓) pelo fator de acumulação (fk) (Campos, 1986). 𝐾 = 𝑉𝑎𝑓× 𝑓𝑘 BARRAGENS Estudos hidrológicos Deflúvio: escoamento superficial da água, cerca de 1/6 da precipitação (chuva). Exemplo: Calcule𝑉𝑎𝑓 (deflúvio médio anual) e𝑓𝑘 (fator de acumulação) doAçude Cedro (baciapequena, íngreme erochosa) K = 125.694.000 m3 (volume do reservatório) A = 224 Km2 (área do reservatório) H= 750 mm → 0,75m U = 1,3 (Tabela) BARRAGENS Estudos hidrológicos K = 125.694.000 m3 (volume do reservatório) A = 224 Km2 (área do reservatório) H = 750 mm → 0,75m U = 1,3 (Tabela) 55.000 55.000 = 8,955% − 400750+ 230.000 = − 400H + 230.000 7502H 2 R = = 6,45 19,5 x106 fk = OBS: fk ideal para o semi-árido nordestino deve ser menor do que 3,5. BARRAGENS Estudos hidrológicos 𝑉𝑎𝑓= 𝑅% × H × U × A 𝑉𝑎𝑓= 0,08950,751,3 22410 6 =19,5106 m3 Valores em metros 125.694.000 Exemplo: Qual deverá ser a capacidade do reservatório (CS) para o local em estudo (Cota x Volume) nas seguintes condições: a) (valor médio dos deflúvios anuais) = 30 hm3 (Admitir fk = 2,5 para a região) b) = 100 hm3 Cota (m) Área(m²) Semi-soma dasáreas DN(m) Volume parcial (m³) Volume Acumulado (m³) 12 0 0 0 0 0 15 20.000 10.000 3 30.000 30.000 20 100.000 60.000 5 300.000 330.000 25 600.000 350.000 5 1.750.000 2.080.000 30 1.300.000 950.000 5 4.750.000 6.830.000 35 2.400.000 1.850.000 5 9.250.000 16.080.000 40 4.000.000 3.200.000 5 16.000.000 32.080.000 45 15.000.000 9.500.000 5 47.500.000 79.580.000 50 22.000.000 18.500.000 5 92.500.000 172.080.000 BARRAGENS Estudos hidrológicos DN: diferença de nível - Potencial Topográfico ≈ 170 hm3 (172.080.000m³) → Cota = 50m - Potencial Hidrológico: a) = 30 hm3 → K= fk x = 2,5 x 30 x 109 → K= 75 hm3 → Cota = 45m Neste caso prevalece o PotencialHidrológico b) = 100 hm3 → K= 2,5 x 100 x 109 → K= 250 hm3 →Cota =55m Neste caso prevalece o PotencialTopográfico BARRAGENS Estudos hidrológicos BARRAGENS Estudos hidrológicos 10. Cálculo da Descarga Máxima de Enchente - Cheias máximas: afeta a segurança das barragens e traz modificações prejudiciais no regime natural das cheias. - Objetivo: definir a cheia de projeto para dimensionar o vertedouro, obras de desvio e cheia crítica para verificação contra galgamento. - Depende de muitas variáveis que são avaliadas por métodos diferentes: empíricos, diretos, estatísticos , correlação hidrológica, etc. BARRAGENS Estudos hidrológicos -Conceitos Básicos: a) Cheia Afluente: é a vazão que chega a barragem devido as chuvas e escoamento (acumulação). b) Cheia Efluente: é a vazão que passapelo vertedouro. c) Amortecimento de cheias: é a capacidade que o reservatório tem de amortecer uma cheia afluente (∆V). Depende da forma do reservatório. d) Tempo de Recorrência: intervalo médio de tempo (geralmente em anos) em que pode ocorrer ou ser superado um dado evento, ou seja, é o inverso da probabilidade de um evento ser igualado ou ultrapassado: TR = 1/p. -Obrasde Desvio: 50 anos (CheiaAfluente) - Vertedouro: 1.000 anos (Cheia Efluente) - Galgamento : 10.000 (Cheia Efluente) BARRAGENS Estudos hidrológicos BARRAGEM QEFLUENTE QAFLUENTE BARRAGENS Estudos hidrológicos e) Hidrogramas (afluente e efluente): típicos de uma cheia passando por um reservatório que permitem a observação do efeito do armazenamento no pico da cheia. f) Hipótese Admitida: no início da precipitação o N.A. do reservatório coincide com cota da soleira do sangradouro. BARRAGENS Estudos hidrológicos BARRAGENS Estudos hidrológicos DIMENSIONAMENTO: - Bacias hidrográficas entre 1.000 e 5.000 km²: sugere-se a aplicação de várias metodologias, determinando-se valor intermediário compatível com a realidade da região. - Bacias hidrográficas de superfície superior a 500 km², usa-se a fórmula de Aguiar para o cálculo da vazão de cheia: BARRAGENS Estudos hidrológicos Qs = vazão de cheia (m³/s) S = área da bacia hidrográfica, em Km²; L = comprimento do riacho em Km; K,C = coeficientes que dependem do tipo de bacia. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Pequenas bacias, principalmente as situadas na região Nordeste, utiliza-se a fórmula de Ryves para o cálculo da descarga máxima de projeto: (m³/s) C – coeficiente que depende da natureza da bacia hidrográfica; A – área de contribuição, em Km² - Pequenas bacias com até 100 hectares ou 1km², pode usar o Método Racional, admitindo-se para o cálculo da descarga de projeto que a chuva cai uniformemente distribuída em toda a bacia. A descarga de pico é dada por: (m³/s) C – Coeficiente de “Runoff” ou de escoamento I – Intensidade de chuva, em cm/h; A – Área de contribuição, em hectares. BARRAGENS Estudos hidrológicos Coeficientes Hidrométricos da Bacia BARRAGENS Estudos hidrológicos - Intensidade da chuva no tempo de recorrência estabelecido: é necessário conhecer a duração da chuva, que é considerado igual ao tempo de concentração dado pela fórmula: C – Coeficiente de “Runoff” S – Declividade longitudinal, em % L – Extensão da linha de fundo, em m BARRAGENS Estudos hidrológicos Coeficientes De “Runoff” para uso no Método Racional (*) Para taludes suaves ou solo permeável, usar valores mais baixos. Para taludes íngremes ou solo impermeável utilizar os valores mais altos. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Pequenos açudes e para aplicação no Semi-árido nordestino: Metodologia da SUDENE/ORSTOM – Manual do pequeno açude, por François Molle e Eric Cadier. a) Para área da bacia hidrográfica menor que 5 km² b) Para área da bacia hidrográfica maior que 5 km² A = área da bacia hidrográfica em km²; Qx = vazão máxima admissível no sangradouro (vazão de pico do projeto), que corresponde à vazão de pico excepcional que pode acontecer em média, a cada 100 ou 200 anos; Fc = fator de correção que considera a forma da bacia, a forma da rede de drenagem, o relevo, nível de degradação do solo e a região climática da bacia . BARRAGENS Estudos hidrológicos 11. Cálculo da Largura do Sangradouro - Dimensionamento: define-se sua largura (L), a altura de sua lâmina máxima admissível (H) e a forma do vertedouro. - Sangria das maiores cheias: o sangradouro deve apresentar grande comprimento e grande altura para suportar a vazão. Porém isto acarreta dois inconvenientes: a) Uma grande altura de lâmina vertida implica numa diferença de nível bem maior entre a cota de sangria e do coroamento. Deve-se construir uma barragem mais alta e mais onerosa. b) Sangradouro muito largo tem limitações pelas condições topográficas das ombreiras, provocando elevados cortes e muros de proteção de maiores dimensões. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Para os sangradouros de soleira espessa, temos: L – Largura do vertedouro, em metros; H – lâmina de sangria, em metros; Qs – descarga máxima de enchente, em m³/s; m – coeficiente igual a 0,385; g – aceleração da gravidade, em m/s² - Para os sangradouros de soleira delgada, temos: L – Largura do vertedouro, em metros; H – lâmina de sangria, em metros; Qs – descarga máxima de enchente, em m³/s BARRAGENS Estudos hidrológicos - O método da SUDENE/ORSTORM para dimensionamento de sangradouros de seção retangular é dado por: L – Largura do vertedouro, em metros; Qs = descarga máxima de enchente, em m³/s H – lâmina de sangria, em metros; C - coeficiente que depende do perfil longitudinal do sangradouro, variando de 1,4 a 1,95 conforme o tipo de perfil: • C = 1,95 para vertedouro de parede alta com perfil arredondado do lado de jusante, tipo perfil CREAGER, para acompanhar o fl uxo d’água. • C = 1,5, para vertedouro de soleira com arestas agudas e paredes espessa em relação a sua altura. • C = 1,4 para soleira espessa sem vertedouro , caso de sangradouro com canal extravasor. BARRAGENS Estudos hidrológicos Formas Variáveis de Soleiras e Canal Extravasor BARRAGENS Estudos hidrológicos 12. Cálculo da Folga - Folga (revanche ou “freeboard”): é a distância vertical, entre o topo do aterro e o nível das águas no reservatório. - Considera-se 2 tipos de folga: a folga normal e a folga mínima. a) Folga normal: ao nível de retenção normal das águas no reservatório. b) Folga mínima: ao nível máximo das águas, correspondente à máxima cheia prevista para fins de projeto. - Folga mínima: é a altura que a água alcança no talude de montante da barragem, pelo efeito das ondas formadas no reservatório, foi obtida com o emprego das fórmulas de Mallet e Pacquant. BARRAGENS Estudos hidrológicos - Cálculo da folga: formula empírica compilada de expressões de Mallet e Pacquant, referentes a variáveis como velocidade e altura das ondas e do ‘Fetch’ do espelho d’água. / h = altura das ondas, em metros; F = " Fetch" da barragem, em Km. - Velocidade da onda v = 1,5 + 0,66 h / v = velocidade da onda, em m/s; h = altura das ondas, em m - Folga mínima / BARRAGENS Estudos hidrológicos - “Fetch”: é o maior comprimento perpendicular ao talude de montante até atingir a margem do lado, menor que 18 km: / f = Folga mínima, em metros; F = “Fetch” da barragem, em km
Compartilhar