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Literatura Norte-Americana Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Profa. Ms. Adriana Torquete Revisão Técnica: Profa. Ms. Silvana Nogueira da Rocha Revisão Textual: Profa. Ms. Sandra Regina F. Moreira Introdução à Literatura Norte-Americana 5 • Introdução à Literatura Norte-Americana • Período Colonial • Os Puritanos • Iluminismo Americano (American Enlightenment) • Período da Independência • Transcendentalismo • Considerações finais · Apresentar um panorama histórico da chegada dos primeiros colonos ingleses ao continente americano e suas primeiras impressões sobre a nova terra, investigando e discutindo as maneiras pelas quais os Estados Unidos se desenvolveram (histórica, social e artisticamente) de colônia inglesa à maior potência mundial, o que é refletido claramente em sua literatura a partir de seus principais textos e de seus autores mais significativos. Para obter um bom desempenho em seus estudos, explore cada seção da unidade. Na Atividade de Sistematização estão disponibilizados alguns exercícios de autocorreção que visam colocar em prática tudo o que aprendeu na disciplina. Aproveite para identificar os pontos em que precisa prestar mais atenção, ou pedir esclarecimentos ao seu tutor. O Material Complementar traz informações adicionais para que você possa ampliar seus conhecimentos sobre os tópicos apresentados na unidade. Não se esqueça de acessar a Apresentação Narrada, que faz um resumo dos principais tópicos do conteúdo teórico na forma de Power Point e áudio. A Videoaula também deve ser assistida. Acesse o Fórum de Discussão e participe das discussões propostas. Lembre-se da importância de realizar todas as atividades dentro do prazo estabelecido para cada unidade, para evitar acúmulo de conteúdo e problemas ao final do semestre. Caso tenha alguma dificuldade no acesso a algum item da disciplina, não hesite em entrar em contato com seu professor tutor. Bons estudos! Introdução à Literatura Norte-Americana 6 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Contextualização A formação da Literatura norte-americana deu-se, desde seus primórdios, pela busca de uma voz original, autenticamente americana. Hoje em dia, é difícil imaginar que a expressão “literatura americana” tenha sido motivo de chacota para muitos críticos. No entanto, isso ocorreu no século XIX, pois a ideia de separar as obras produzidas nos Estados Unidos da “grande literatura inglesa” parecia absurda. Essa postura da crítica, porém, funcionou como um desafio a ser enfrentado e vencido: escapar dos padrões europeus e construir uma identidade americana por meio de sua literatura. 7 Introdução à Literatura Norte-Americana É apropriado dizer que a literatura norte-americana é a primeira grande literatura que pode ser estudada desde seus primórdios. Sua formação foi marcada pela busca de uma voz original, autenticamente americana. O início dessa busca antecedeu, até mesmo, a chegada dos europeus ao continente, pois se trata da tradição da transmissão oral de histórias, lendas e mitos indígenas pré-colombianos. Infelizmente, pouco disso sobreviveu após o assassinato de milhares de índios. O século XVII foi marcado pelo início da produção de uma literatura americana em inglês, primeiramente na chamada literatura de exploração, na forma de relatos de viagens que revelavam as primeiras impressões dos viajantes europeus. O fato de alguns ensaístas e críticos do século XIX considerarem a expressão “literatura americana” motivo de chacota, pois a ideia de separar as obras produzidas nos Estados Unidos da “grande literatura inglesa” lhes parecia absurda, funcionou como um desafio a ser enfrentado e vencido pelos americanos: escapar dos padrões europeus e construir uma identidade. Importante! As primeiras narrativas que os europeus levaram para a América são “de exploração”, destacando-se o diário do descobridor da América, chamado “Epistola” (1493), em que narra as diferentes peripécias sofridas no cruzamento do Oceano Atlântico até a chegada ao continente americano. Uma das primeiras narrativas de um europeu em solo norte-americano é a do Capitão John Smith (1580–1631), que em 1607 ajudou a fundar a colônia de Jamestown. Seus textos True Relation of Virginia (1608) e Description of New England (1616) são propagandas que tentam persuadir o leitor a se estabelecer no Novo Mundo. Sua narrativa General History of Virginia, New England and the Summer Isles (1624) contém uma das histórias mais conhecidas do Novo Mundo: a maneira como ele foi resgatado das mãos dos índios pela filha do chefe, a bela índia Pocahontas: Two great stones were brought before Powhattan (the Indian “King”). Then as many as could, dragged him (Captain Smith) to the king, put his head on a stone and, with their clubs, were ready to beat out his brains. Pocahontas, the King’s dearest daughter, got his head in her arms, and laid down her own head upon his to save him from death. Because of that, the King was contended that he should live (HIGH, 1986, p. 5-6). To contend: argumentar Aos poucos, as narrativas dos viajantes e exploradores foram substituídas por outras, escritas pelos próprios colonos. Como a Inglaterra acabou controlando toda a América do Norte, as narrativas em língua inglesa se impuseram. Porém, já na segunda metade do século XX, quando a sociedade norte-americana está se tornando explicitamente multicultural, há um desejo de recobrar essa herança cultural mista (VANSPANCKEREN, 1994, p. 5). 8 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Uma dessas narrativas, chamada New England’s Annoyances , pode ser considerada a primeira música folk da América do Norte. É uma paródia dos textos que queriam atrair colonos para o Novo Mundo. Porém, em vez de celebrar as bondades do clima, do solo e da abundância da América, em um tom de exagero, apresenta com humor as muitas dificuldades e desconfortos com que se encontraram os novos colonos. A música foi escrita em 1643, quando a emigração para a Nova Inglaterra havia estagnado, e os colonos estavam experimentando uma época de depressão econômica. Ao mesmo tempo, a música era dirigida aos mesmos colonos da Nova Inglaterra, lembrando-lhes todas as dificuldades atravessadas com sucesso, revelando que eram, realmente, o povo escolhido por Deus. Parte da piada (que os colonos da Nova Inglaterra amavam) era que a música se fazia passar por uma literatura que “promovia” o Novo Mundo. Annoyance: aborrecimento, contratempo, contrariedade, incômodo. Leia agora a canção folk New England’s Annoyances (Os Aborrecimentos da Nova Inglaterra). Algumas palavras estão traduzidas em notas de rodapé para facilitar a sua compreensão. New England’s annoyances, you that would know them, Pray ponder these verses which briefly doth show them. The place where we live is a wilderness wood, Where grass is much wanting that’s fruitful and good. From the end of November till three months are gone, The ground is all frozen as hard as a stone. Our mountains and hills and our valleys below Are commonly covered with ice and with snow. And when the Northwest wind with violence blows, Then every man pulls his cap over his nose. But if any’s so hardy and will it withstand, He forfeits a finger, a foot, or a hand. But when the spring opens, we then take the hoe, And make the ground ready to plant and to sow. Our corn being planted and seed being sown, The worms destroy much before it is grown. But when it is growing, some spoil there is made By birds and by squirrels that pluck up the blade. And when it is come to fall corn in the ear, It is often destroyed by raccoon and by deer. And now do our garments begin to grown thin, And wool is much wanted to card and to spin; Our clothes we brought with us areapt to be torn, They need to be clouted soon after they’re worn. If fresh meat be wanting, to fill up our dish, We have carrots and turnips as much as we wish. Deserto, vastidão, lugar selvagem Aguentar, resistir Confiscar Enxada Depenar, arrancar Guaxinim Remendar, consertar 9 And if there’s a mind for a delicate dish, We return to the clam-banks, and there we catch fish. For pottage and puddings, and custards and pies, Our pumpkins and parsnips are common supplies. We have pumpkins at morning, and pumpkins at noon; If it was not for pumpkins we should be undone. But you whom the Lord intends hither to bring, Forsake not the honey for fear of the sting. But bring both a quiet and contented mind, And all needful blessings you surely will find. Fonte: http://www.jefferson.k12.ky.us/departments/gheens/Curriculum%20Maps/LiteracyElem/GP2RL.5.1,2,4;SS-05-5.1.1StudentEdition.pdf. Acesso em 25 de mar. 2015. Cá, para cá 10 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Período Colonial Os primeiros autores da Literatura Americana foram ingleses que descreveram a exploração e colonização inglesa da América. Na Inglaterra, as pessoas que planejavam se mudar para New England (Nova Inglaterra) ou Virginia liam esses livros como guias. Por exemplo, a obra Description of New England (1616), de John Smith (1580-1631), apresenta relatos fascinantes sobre o Novo Mundo. Essas obras mesclavam fantasia e realidade, podendo também ser lidas como histórias de aventura. As primeiras 13 colônias americanas se situavam na costa do Atlântico e foram divididas em três grupos: New England (Rhode Island, Connecticut, Massachusetts e New Hampshire), Middle Colonies (Delaware, Pennsylvania, New York e New Jersey) e Southern Colonies (Maryland, Virginia, North Carolina, South Carolina e Georgia). Canada Territoires indiens Océan Atlantique Golfe du Mexique Grands Lacs Louisiane M iss iss ip i Ap pa lac he s Massachusetts Delaware Maryland New Jersey Rhode Island Connecticut Caroline du Nord Virginie Georgie Caroline du Sud New York New Hampshire Nouvelle- Ecosse Floride Pennsylvanie Fonte: Wikimedia Commons 11 Os Puritanos Os Puritanos ingleses queriam “purificar” a Igreja oficial da Inglaterra: a Anglicana. Por isso, foram severamente perseguidos em sua terra natal. Devido a essas perseguições, em 1620, vários puritanos, conhecidos como Pilgrims, embarcaram no navio Mayflower rumo à América, onde estabeleceram uma região de colônias conhecida como New England. Houve, desde o início do período colonial, muitas diferenças entre as colônias do sul e do norte. No sul, por exemplo, havia fazendas enormes ou plantations, onde era empregado o trabalho escravo para a produção de tabaco. Os ricos donos das fazendas e suas famílias preferiam livros importados da Inglaterra a produzir uma literatura própria. Fonte: cardcow.com Enquanto isso, os puritanos instalados em New England, ao norte, desde 1620, estavam formando uma sociedade baseada em crenças cristãs, por meio da união e do propósito de compartilhar, o que facilitou o desenvolvimento da cultura e da literatura. O estilo dos textos iniciais era simples e seus temas principais eram religiosos ou relatos das dificuldades e alegrias na nova terra. Os puritanos eram disciplinados e intolerantes em relação à diversão e aos prazeres. No entanto, obtiveram grande êxito econômico devido a essa postura. As relações entre puritanismo e capitalismo são evidentes, visto que ambos se fundamentam na repressão dos instintos, no trabalho árduo e na busca incessante do sucesso. A literatura colonial floresceu principalmente em New England, onde os puritanos fundadores dos primeiros assentamentos na nova terra escreveram diários, cartas, relatos históricos e poesias. No entanto, os sermões eram suas principais composições literárias. Os maiores destaques do período são William Bradford (1590–1657), governador de Plymouth, e a poeta Anne Bradstreet (1612–1672). Fonte: ibrvn.com 12 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Importante! Entre os escritores do Puritanismo, cabe destacar a obra da primeira poetisa norte-americana, Anne Bradstreet (c. 1612–1672), publicada na Inglaterra, onde Bradstreet foi criada e educada, imigrando para a América aos 18 anos. Seus poemas eram sobre temas religiosos, a vida cotidiana, a família (marido e filhos) e também relacionados à natureza. Seus mestres eram os poetas metafísicos ingleses. Sua estratégia retórica principal eram os “conceitos”, a superposição de temas ou objetos díspares e o tom sempre piedoso. Sua poesia nos mostra o coração da mulher puritana no século XVII, como podemos perceber no poema abaixo: To My Dear and Loving Husband If ever there were one, then surely we. If ever man were loved by his wife, then thee; If ever wife was happy in a man, Compare with me, ye women, if you can. I prize thy love more than whole mines of gold Or all the riches that the East does hold. My love is such that rivers cannot quench, Nor ought but love from thee, give recompense. Thy love is such I can no way repay, The heavens reward thee manifold, I pray. Then while we live, in love let’s so persevere. That when we live no more, we may live ever. (BRADSTREET, 1678). Of Plymouth Plantation, de William Bradford, considerada uma das obras puritanas mais importantes do século XVII, foi escrita entre 1620 e 1650 e relata os primeiros anos dos pilgrims na América. Há passagens interessantes nas quais o autor descreve as conflituosas relações dos puritanos com os índios e as dificuldades durante o primeiro inverno, quando metade dos habitantes da colônia morreu. O trecho abaixo relata as primeiras impressões dos puritanos após o desembarque em Plymouth Rock, em 1620: Tendo atravessado o vasto oceano, e um mar de dificuldades nos preparativos [...], viam-se agora sem amigos para os receberem, sem hospedarias para distraírem ou refrescarem os seus corpos batidos pelas intempéries, sem casas e muito menos cidades onde recorrer, onde buscar auxílio. [...] Além disso, que mais podiam ver senão uma paisagem medonha e desolada, povoada de animais selvagens e homens selvagens? Anne Bradstreet, a primeira escritora de New England, escreveu poemas que, embora marcados pela religião, apresentam ao leitor os sentimentos da mulher americana do século XVII. Sua obra Tenth Muse Lately Sprung up in America (1650) traz os primeiros poemas do Novo Mundo. Vós Vosso, vossa Extinguir Ti Reembolsar 13 Seu poema Contemplations é composto por trinta e três estrofes que exploram vários aspectos religiosos e naturais e reflete sobre seu significado espiritual. O título sugere que o poema seja um conjunto de reflexões isoladas, mas há uma coerência interna. Apresentamos abaixo a vigésima estrofe deste poema na qual a poeta declara que a imortalidade da alma humana é superior à beleza e à força da natureza: Shall I then praise the heavens, the trees, the earth, Because their beauty and their strength last longer? Shall I wish there, or never to had birth, Because they’re bigger and their bodies stronger? Nay, they shall darken, perish, fade and die, And when unmade, so ever shall they lie. But man was made for endless immortality. Para ler o poema Contemplations na íntegra, basta acessar o link: http://www.poemhunter.com/poem/contemplations/ Vale ressaltar que o fanatismo religioso marcou consideravelmente a cultura americana. Os castigos sofridos por pecadores denunciados e as caçadas às supostas feiticeiras, muitas delas executadas na cidade de Salém, frequentemente apareciam na literatura da época e, até hoje, autores contemporâneos retomam este triste episódiohistórico. O filme: As Bruxas de Salém, ou The Crucible, é um filme norte- americano de 1996, do gênero drama, dirigido por Nicholas Hytner. É baseado na peça de mesmo nome de Arthur Miller sobre os fatos históricos envolvendo o julgamento das Bruxas de Salém. De acordo com Carolina Nabuco, os puritanos tiveram um papel importante na formação da literatura americana: A Literatura Americana teve o púlpito por berço. Durante mais de um século a civilização a nascer nos Estados Unidos externou-se pela voz dos pregadores [...] Nada, nem nas palavras dos pastores, nem nos princípios que estabeleciam, se revestia de doçura. O nome de Deus, na boca dos pregadores, nada apresentava de suave. (2000, p.19) 14 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Outro puritano que se destacou foi o pastor Cotton Mather (1663-1728), neto do grande pastor John Cotton, e filho de Increase Mather, presidente de Harvard, e também grande líder religioso. Mather escreveu mais de 450 obras, inclusive Magnalia Christi America (1702), cuja parte mais interessante é a descrição dos julgamentos de bruxaria em Salém. O pastor também aparece como personagem em vários romances que retratam as punições puritanas, simbolizando a intolerância dos primeiros colonizadores. Importante! Os puritanos favoreciam a literatura religiosa, cujo objetivo era louvar a Deus e tornar a Bíblia familiar. Eles transitaram por todos os gêneros: sermões religiosos, poesia metafísica, relatos religiosos, diários etc. Os temas dessas narrativas estavam relacionados ao seu dia a dia, mas sempre a partir de uma perspectiva moral e religiosa. A vida era vista como uma prova constante: o fracasso levava à condenação enquanto o sucesso era recompensado com a graça de Deus, manifestada no bem-estar econômico. É por isso que o Puritanismo sempre está associado ao capitalismo americano. Como aponta VanSpanckeren (1994, p. 5), “ambos fundamentam-se na ambição, no trabalho árduo e na busca permanente do sucesso [...]. Riqueza e status não eram almejados por si só, mas como reafirmação de saúde espiritual e promessa de vida eterna”. Para os puritanos, não havia diferença entre o mundo secular e o mundo religioso. Tudo o que acontecia na vida era um sinal da vontade divina. 15 Iluminismo Americano (American Enlightenment) Sob influência do Iluminismo Europeu, no século XVIII, a Idade da Razão Americana foi um momento de questionamento racional e oposição às preocupações religiosas dos séculos anteriores, quando vários autores produziram notáveis escritos políticos, nos quais conceitos como razão, justiça, liberdade e igualdade eram defendidos em nome da “excepcionalidade americana”, ou seja, o país deveria ser um exemplo democrático universal. Fonte: larousse.fr O Iluminismo apoiava atitudes como: a descrença no místico, a confiança no progresso e a garantia da capacidade do homem em resolver todos os problemas humanos. Essa mudança de postura intelectual teve muitas consequências: a filosofia, que antes servia à teologia, passou a ser considerada o agente mais valioso da sabedoria, pois, através da razão, o homem poderia tanto conhecer a si mesmo como conhecer o mundo ao seu redor. 16 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Período da Independência Como consequência direta do Iluminismo Americano, temos o movimento pela independência. Até o final do século XVII, a relação entre as colônias americanas e a Inglaterra foi pacífica, pois as colônias tinham muitas vantagens na participação do Império Britânico, visto que a metrópole investia na produção e comprava as mercadorias. Além disso, tanto o exército como a marinha inglesa protegiam as colônias. Fonte: playbuzz.com Durante o século XVIII, no entanto, essas relações começaram a ficar tensas, pois a Inglaterra aumentou os impostos, proibiu os americanos de venderem seus produtos agrícolas a outros países, além de não admitir que as colônias fizessem seus próprios produtos manufaturados. Tal postura aumentou o conflito entre metrópole e colônia e fortaleceu o movimento pela independência americana. Em 1775, todas as colônias se reuniram num Congresso Nacional, decidindo iniciar, então, uma luta armada entre os americanos e os soldados ingleses. No ano seguinte, o Congresso declarou que as colônias iriam constituir um grupo de estados unidos para lutar por sua independência. A Declaração de Independência Americana foi assinada pelos membros do Congresso em 4 de julho de 1776 e marcou o início dos Estados Unidos da América. A Declaração foi redigida por Thomas Jefferson, um dos líderes do Congresso. No entanto, não bastava declarar a independência; era necessário conquistá-la por meio do embate direto com os ingleses. A Guerra de Independência durou até 1783, quando os americanos, com a ajuda dos franceses, finalmente conquistaram a vitória. 17 Fonte: John Trumbull (1756–1843) Importante! A Declaração da Independência dos Estados Unidos mostra como as treze colônias americanas, fundadas pelos emigrantes europeus que foram para a América se imaginaram como uma nação justa e soberana. “We hold these truths to be self-evident, that all men are created equal, that they are endowed by their Creator with certain unalienable Rights, that among these are Life, Liberty and the pursuit of Happiness”. (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 1776). A Declaração de Independência, graças ao seu belo estilo, é considerada também um grande trabalho literário. Apesar de ter sido escrita durante um período de guerra, o documento é livre de apelos emocionais, apresentando de forma lógica e clara as razões pelas quais as colônias americanas queriam sua independência. Portanto, as verdades expressas na Declaração de Independência têm a ver com os valores do Iluminismo: o direito à vida, à liberdade e, em particular, à busca pela felicidade. Por um lado, esse documento justificava a separação das colônias norte- americanas da Grã-Bretanha, por outro, como revela a expressão “a busca pela felicidade”, expressava um sonho, pois muitos desses colonos tinham deixado a Europa devido às perseguições políticas, sociais e religiosas, e a América se apresentava como um lugar ideal, associado com as grandes narrativas europeias. Esse sonho sobre a nação americana imaginada foi reafirmado na Constituição dos Estados Unidos da América (1776), cujo preâmbulo reza: We, the People of the United States, in order to form a more perfect Union, establish Justice, insure domestic Tranquility, provide for the common defence, promote the general Welfare, and secure the Blessings of Liberty to ourselves and our Posterity, do ordain and establish this Constitution for the United States of America (ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, 1776). Endowed: dotado(s) – Defence: defesa – Welfare: bem-estar Para ler o texto original da Declaração de Independência, acesse: http://www.ushistory.org/declaration/document/ 18 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana O período da Revolução Americana foi marcado pelo jornalismo político em forma de panfletos. Um desses autores de panfletos foi John Adams (1735–1826), que se tornou, em 1797, o segundo presidente dos Estados Unidos. Thomas Paine (1737–1809) foi o maior autor de panfletos políticos durante a Revolução Americana. Nasceu na Inglaterra e, em 1774, se encontrou com Benjamin Franklin em Londres, quando foi convencido a ir para a América. Em 1776, escreveu Common Sense, o panfleto mais importante da história americana, no qual afirma que “há algo muito absurdo em supor que um continente possa ser perpetuamente governado por uma ilha”. Paine também escreveu a obra The Rights of Man (1791) que logo se tornou histórica, devido à contribuição aos movimentos revolucionários em ascensão no mundo. Glossário “Thereis something very absurd in supposing a continent to be perpetually governed by an island”. Importante! Houve vários acontecimentos que influenciaram o desenrolar da Revolução Americana, tais como The Boston Tea Party, Battle of Yorktown, e o First Congress of Philadelphia. Leia o Material Complementar para ampliar seus conhecimentos sobre esses eventos. Benjamin Franklin (1706–1790) Grande destaque do período foi Benjamin Franklin, um dos líderes da Revolução Americana. Ele acreditava que o ato de escrever sempre tinha um propósito prático. Franklin é frequentemente chamado de “o primeiro americano”, por ser considerado o protótipo do homem prático, do businessman. Certamente, ele foi fundamental para a formação da identidade americana, com sua forma de ver a vida imediata, prática e direta. Segundo Carolina Nabuco, Franklin obteve êxitos políticos, financeiros e científicos “foi, na adolescência, tipógrafo, passando de operário a patrão. Inventou o para-raios e os óculos bifocais. Fundou a primeira companhia de seguros, e encontrou uma teoria nova de eletricidade. Tudo isso fez como autodidata.” (2000, p.32) Franklin publicou de 1732 a 1757 a revista anual Poor Richard’s Almanack com informações úteis para fazendeiros e marinheiros. Além disso, havia na revista provérbios que expressavam seu senso de humor e aconselhavam as pessoas, tais como “Times is money”; “Fish and visitors smell in three days”; “Early to bed, early to rise makes a man healthy, wealthy and wise”; “God helps them that help themselves”; “Never leave that till tomorrow which you can do today”. Escreveu sua autobiografia, The Autobiography of Benjamin Franklin, de 1771 a 1790, ano de sua morte. A obra inacabada foi publicada pela primeira vez em 1818, por seu neto. Relata, num estilo simples e agradável, uma vida digna de ser imitada, oferecendo uma lição de esforço e trabalho aos americanos. Fonte: Joseph-Siffrein Duplessis (1725–1802)/Wikimedia Commons 19 George Washington (1732–1799) Fonte: Gilbert Stuart (1755–1828) Outro nome importante foi George Washington, uma das figuras americanas mais distintas e admiradas. O Congresso Nacional, formado em 1775, o indicou para organizar e conduzir o exército americano durante a Guerra de Independência. Foi eleito o primeiro presidente dos Estados Unidos e governou de 1789 a 1797. Thomas Jefferson (1743–1826) Fonte: Rembrandt Peale (1778–1860) Thomas Jefferson exerceu um papel fundamental na luta pela independência das colônias e na formação de uma nova república. Foi o principal autor da Declaração de Independência, juntamente com Benjamin Franklin e John Adams. Em 1801, tornou-se o terceiro presidente dos EUA, governando até 1809. Além disso, exerceu os principais cargos políticos americanos, tais como congressista, governador e embaixador. Jefferson é considerado um dos mais influentes Founding Fathers (Pais Fundadores da nação), conhecido pela promoção dos ideais do republicanismo nos Estados Unidos. 20 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana James Fenimore Cooper (1789–1851) James Fenimore Cooper foi um dos autores mais populares da primeira metade do século XIX. Segundo Carolina Nabuco, Cooper encontrou nas florestas americanas assunto inesgotável de inspiração. [...] Encheu as vilas e os matos com inimigos – índios ou ingleses – vermelhos de pele ou de túnica e mostrou a riqueza da vegetação ao mesmo tempo que descrevia a energia dos homens. (2000, p. 41). Cooper fez dos conflitos entre brancos e índios um tema constante em seu trabalho, descrevendo batalhas e apresentando o índio, ora como herói, explorando o mito do bom selvagem, ora como selvagem nada confiável. Seus romances traziam cenários pitorescos e faziam leitores de várias partes do mundo vibrar com as aventuras narradas, pois foram publicados, simultaneamente, na América, na Europa e, até mesmo, no Oriente. Escreveu The Spy (1821), The Pioneers (1823), The Deerslayer (1841), entre outros romances. The Last of the Mohicans (1826), uma de suas obras mais conhecidas, narra as lutas entre franceses e ingleses, ocorridas em 1757, pelas terras da América do Norte, utilizando índios nativos como soldados. Cooper relata não apenas conflitos armados, mas também conflitos culturais. Por exemplo, no segundo capítulo, a personagem Cora questiona “Nós devemos desconfiar do homem porque seus costumes não são nossos costumes, e sua pele é escura?” Glossário Should we distrust the man because his manners are not our manners, and that his skin is dark? Você pode ler a obra The Last of the Mohicans na íntegra acessando o link: http://www.online-literature.com/cooperj/mohicans/ Importante! Os escritores da colônia se depararam com um mundo novo, uma nova concepção de homem e de sociedade, que pedia novas narrativas. Essa ideia da diferença da cultura norte-americana e, por extensão, da sua literatura foi registrada desde as primeiras décadas do século XIX. Allen (1972, p. 103) cita Fenimore Cooper como o primeiro romancista norte-americano que, em seu livro Notions of the Americans (Noções dos Americanos), aponta o seguinte: “Praticamente nada há aqui, nada que contribua para o enriquecimento do autor, como se encontra em veios tão ricos como os da Europa. Não existem anais para o historiador; nenhuma loucura para o sátiro; nem costumes para o dramaturgo; nem ficções obscuras para o escritor de romances; nem ofensas graves ou pesadas contra o decoro para o moralista; nem quaisquer dos ricos auxílios artificiais da poesia”. Por isso, os escritores norte-americanos vão apontar o seu olhar não para a Europa, mas para o centro de seu continente, desenvolvendo uma nova tradição literária que vai se diferenciar da europeia tanto nos seus temas como na sua forma. 21 Transcendentalismo Ralph Waldo Emerson (1803–1882) Em 1836, Ralph Waldo Emerson fundou o “Transcendental Club”, iniciando um movimento cultural e filosófico chamado Transcendentalismo, cuja doutrina de autoconfiança e individualismo se desenvolveu através da crença na identificação entre a alma individual e Deus. Ou seja, os transcendentalistas viam Deus no homem e na natureza. Eles tentavam encontrar a verdade através da intuição, do sentimento e da autoconfiança, e não da razão. Em Nature (1836), Emerson afirma que na natureza há uma santidade capaz de envergonhar as religiões, e que o homem não deveria ver a natureza como algo a ser usado, pois essa relação transcende a ideia de utilidade. Na obra, declara que nenhum dia em que tenha observado algum fato natural pode ser considerado perdido e, na sequência, descreve, com seu belo estilo, aspectos da natureza americana como a neve e os lagos: It seems as if the day was not wholly profane in which we have given heed to some natural object. The fall of snowflakes in a still air, preserving to each crystal its perfect form; the blowing of sleet over a wide sheet of water, and over plains; the waving rye field […] the reflection of trees and flowers in glassy lakes; the musical steaming odorous south wind, which converts all trees to wind harps; the crackling and spurting of hemlock in the flames, or of pine logs, which yield glory to the walls and faces in the sitting-room, – these are the music and pictures of the most ancient religion. Henry David Thoreau (1817–1862) Seguindo a sugestão de Emerson de que na natureza cresce a árvore do autoconhecimento, Thoreau viveu sozinho por alguns anos na floresta de Walden, expondo sua mente sensível às forças da natureza. Após essa experiência escreveu o famoso ensaio poético Walden (1854), em que explora as fronteiras interiores do autoconhecimento e o ideal da vida completa e autêntica. Thoreau e Emerson foram os escritores americanos que mais bem retrataram a natureza, descrevendoseus pormenores, fruto de muitos anos de observação. Ambos tiveram como influência, em seu culto à natureza, a floresta de Walden. Importante também foi o ensaio de Thoreau chamado Civil Disobedience (1849) em que narra sua experiência na prisão por não pagar impostos em protesto à escravidão no sul do país. Atenção, cuidado, cautela Chuva com neve Campo de centeio Cicuta 22 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Importante! O Movimento Transcendentalista, que foi uma reação ao racionalismo do século XVIII, está associado ao Romantismo americano. Os transcendentalistas acreditavam na unidade entre Deus e o mundo, que se expressava a partir de uma “grande alma” (oversoul). Por sua vez, a alma de cada homem era parte dessa grande alma, manifestada, por exemplo, no contato com a natureza. Assim, quando o poeta estava em uma paisagem sublime, como a americana, por meio de sua “imaginação” (a ferramenta de conhecimento dos românticos), ele transcendia o plano material e entrava no plano espiritual. Nesse momento, sua alma e essa “grande alma” tornavam-se uma só: Deus e o homem se uniam. Como explica VanSpanckeren (1994, p. 27) “a doutrina da autoconfiança e do individualismo norte-americano desenvolveu-se a partir da crença na identificação da alma individual com Deus”. 23 Considerações finais Como você pôde acompanhar ao longo desta unidade, a Literatura norte-americana foi marcada, num primeiro momento, pela presença dos colonizadores ingleses, principalmente pelos puritanos com relatos históricos, diários e severos sermões. Posteriormente, observamos a influência do Iluminismo europeu no Novo Mundo, promovendo um período de questionamento racional conhecido como Iluminismo Americano, quando se destacam importantes figuras como Benjamin Franklin e Thomas Jefferson e tem início a Revolução Americana. Importante! O século XIX é de grande importância na formação da tradição literária norte- americana, já que é o momento em que as narrativas do novo continente, mesmo sendo escritas em língua inglesa, já não são mais associadas à tradição literária da Inglaterra. A língua inglesa falada na América já havia adquirido a cadência e o vocabulário do novo continente, evidenciando a formação de uma nova cultura e, por extensão, de uma nova tradição nacional e literária. Como apontam Ashcroft et al. (1989), a literatura dos Estados Unidos é a primeira literatura pós-colonial a se formar a partir da diferença cultural entre a Europa, cujo mundo era conhecido e estava relacionado a todas as narrativas levadas pelos imigrantes ao novo continente, e as que, ao se afastarem das costas europeias, iam adquirindo novos significados. 24 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Material Complementar Dear student! Caso você queira conhecer um pouco mais a respeito dos assuntos tratados nesta unidade, seguem algumas sugestões de filmes e leituras: Filmes: O Novo Mundo (The New World) é um filme norte-americano de 2005, que narra a aventura histórica da fundação da colônia de Jamestown, Virgínia. Pocahontas (uma jovem mulher nativa americana) e outros de sua tribo presenciam a chegada dos três navios, que fazem parte da Expedição Jamestown, enviada pelos ingleses. A bordo de um dos navios há um homem, mais tarde identificado como capitão John Smith. Inicialmente sentenciado à morte por enforcamento, devido a insinuações de motim, uma vez em terra é perdoado pelo capitão Christopher Newport, o líder da expedição. Enquanto as perspectivas de colonização são inicialmente boas, doenças, má disciplina, poucos suprimentos e tensões com os nativos colocam a expedição em perigo. Smith leva então um pequeno grupo de homens pelo rio à procura de oportunidades de troca, enquanto Newport retorna à Inglaterra para pegar suprimentos. Enquanto estava na missão, Smith é capturado por nativos e levado até seu chefe, Powhatan. Depois de ser interrogado, o capitão é quase executado, mas é poupado quando uma das filhas do chefe (Pocahontas) intervém e salva sua vida. Vivendo entre os nativos como prisioneiro por um longo período, Smith é bem tratado e ganha a amizade e respeito do resto da tribo. Admirando seu novo modo de vida, ele se apaixona perdidamente por Pocahontas, que fica intrigada pelo inglês e seus costumes. Finalmente, Smith retorna a Jamestown e encontra a colônia em turbilhão. Pressionado a aceitar o governo, ele percebe que a paz que ele tinha com os nativos havia sido substituída por privação, morte e as difíceis responsabilidades de seu novo cargo. O número de colonizadores diminui no inverno brutal, e o resto é apenas salvo quando Pocahontas e um grupo de socorro chegam com comida, roupas e suprimentos. Quando chega a primavera, Powhatan percebe que os ingleses não planejam mais sair, ordenando, portanto, um ataque a Jamestown. Rechaçando o ataque, os colonizadores descobrem o banimento de Pocahontas e se organizam para fazer com que a garota seja usada como garantia para que nenhum novo ataque ocorra. Quando Smith se opõe ao plano, é removido do cargo de governador. Depois de Pocahontas ser trazida a Jamestown, ela e Smith renovam sua relação, mas o retorno do Capitão Newport cria complicações, dizendo a Smith que o rei havia oferecido a ele o comando de uma expedição para tentar encontrar uma nova rota para as Índias Orientais. Dividido entre seu amor e uma promissora carreira, ele decide voltar à Inglaterra, mas antes de ir embora, deixa uma carta com instruções para um colonizador de confiança, que mais tarde diz a Pocahontas que Smith havia morrido na travessia. Pocahontas acaba por se casar com John Rolfe, um novo colonizador, que a ajuda a se adaptar ao estilo de vida inglês. Porém, mais tarde descobre que Smith ainda está vivo. 25 Filmes: A obra O Último dos Moicanos (The Last of the Mohicans) foi adaptada para o cinema em 1992. A produção tem como protagonista o ator Daniel Day-Lewis e é bastante fiel à obra de James Fenimore Cooper. Assista a essa versão e observe as diferenças existentes entre a versão cinematográfica e o texto literário. As Bruxas de Salém (The Crucible) é um filme norte-americano de 1996, do gênero drama, dirigido por Nicholas Hytner. É baseado na peça de mesmo nome de Arthur Miller sobre os fatos históricos envolvendo o julgamento das Bruxas de Salém. Sites: Anne Bradstreet – Contemplations. http://www.poemhunter.com/poem/contemplations/ Acesso em 30 de jul. 2011. Benjamin Franklin – Autobiography. http://www.gutenberg.org/cache/epub/148/pg148.html Acesso em 20 de mar. 2015. Declaração de Independência. http://www.infopedia.pt/$declaracao-da-independencia-dos-eua Acesso em 30 de jul. 2011. Declaration of Independence. http://www.ushistory.org/declaration/document/ Acesso em 30 de jul. 2011. Henry David Thoreau – Walden. http://www.online-literature.com/thoreau/walden/ Acesso em 20 de mar. 2015. James Fenimore Cooper – The Last of the Mohicans. http://www.online-literature.com/cooperj/mohicans/ Acesso em 20 de mar. 2015. John Smith – Description of New England. http://digitalcommons.unl.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1003&context=etas&sei-redir=1 Acesso em 25 de mar. 2015. Thomas Paine – Common Sense. http://www.earlyamerica.com/milestone-events/thomas-paines-common-sense/ Acesso em 23 de mar. 2015. Informações adicionais sobre o conteúdo teórico (Acontecimentos importantes que influenciaram a Revolução Americana): Boston Tea Party É a designação dada a uma ação de protesto executada pelos colonos ingleses da América contra o governo britânico, na qual três navios da Companhia Britânica das Índias Orientais, carregados de chá, foram invadidos e seu carregamento lançado às águas do Porto de Boston. O incidente, que ocorreu em 16 de dezembro de 1773, constituiu-se em um evento-chaveno desenrolar da Revolução Americana e permanece como um acontecimento- ícone na História dos Estados Unidos. Os colonos se disfarçaram de índios para invadir os navios da Companhia e atirar a carga de chá ao mar. Disp. em: http://www.history.com/topics/american-revolution/boston-tea-party Acesso em 27 de mar. 2015. 26 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Battle of Yorktown A Batalha de Yorktown se desenvolveu durante a Guerra de Independência dos Estados Unidos da América entre 26 de setembro e 19 de outubro de 1781. Enfrentaram-se os rebeldes americanos e os aliados franceses do Marquês de La Fayette contra os britânicos a mando de Lord Cornwallis. A batalha teve lugar em Yorktown, colônia de Virginia, assediada por várias semanas. De um lado, havia 8.000 britânicos sob o comando de Lord Cornwallis, e de outro, 9.000 rebeldes americanos, voluntários de La Fayette, sob o comando do coronel Armand Tuffin, marquês de La Rouerie e George Washington, assim como 5.000 homens do corpo expedicionário francês do conde Jean Marie Donatien de Vimeur de Rochambeau (11.000 franceses no total). Saiu vitoriosa a tropa norte-americana e a guerra culminou com a rendição incondicional dos britânicos. Disp. em: http://www.seuhistory.com/etiquetas/batalha-de-yorktown Acesso em 27 de mar. 2015. First Congress of Philadelphia No Primeiro Congresso da Filadélfia, em 1774, os representantes das 13 colônias norte-americanas se reuniram para tomar algumas medidas, tais como: intensificar o boicote às mercadorias inglesas; recusar as Leis Intoleráveis (como a obrigação dos colonos em fornecer moradia e alimento para os soldados ingleses); redigir o esboço da petição ao rei Jorge III; planejar um novo Congresso, caso os ingleses se recusassem a acatar suas exigências. Ou seja, queriam o fim das medidas restritivas e maior participação na vida política da colônia. No entanto, o rei Jorge III não aceitou as propostas do Congresso e, para piorar a situação, adotou medidas mais controladoras e restritivas. Disponível em: http://abaciente.blogspot.com.br/2010/09/convocacao-do-primeiro-congresso.html Acesso em 27 de mar. 2015. 27 Referências CUNLIFFE, M. The Literature of the United States. 4.ed. Middlesex: Penguin, 1986. HIGH, P. B. An Outline of American Literature. England: Longman, 2002. NABUCO, C. Retrato dos Estados Unidos a Luz da sua Literatura. 2.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. 28 Unidade: Introdução à Literatura Norte-Americana Anotações
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