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Página | 0 CÁLCULO FINANCEIRO Página | 1 Sejam Bem vindos! Este material foi concebido e escrito com objectivo de proporcionar ao aluno o entendimento dos princípios e dos fundamentos básicos de Cálculo Financeiro ou Matemática Financeira, e a utilização deles nas variadas operações financeiras de investimento ou financiamento, como por exemplo, um investimento de poupanças em depósitos à prazo ou empréstimos à habitação. Outrossim, os fundamentos básicos ajudam a resolver questões da vida prática como operações de descontos, amortizações de empréstimos, dentre outros. Queremos prôpor uma abordagem e uma organização que possibilitam que o assunto seja interessante, facilitar a aprendizagem, e incentivar a curiosidade. Com ênfase em aplicações e na solução de resolução de problemas, e direccionado para alunos dos cursos de economia e gestão, contabilidade e administração, etc. Este material contribuirá para o desenvolvimento do pensamento estratégico com vista a tomada de decisão. Ao longo do texto iremos utilizar os termos cálculo financeiro ou matemática financeira para significcar a mesma coisa. No entanto, ressaltamos alguns cuidados que vocês deverão ter para obter SUCESSO NESTA DISCIPLINA: 1. Não transfira para a equipa de professores a responsabilidade de fazer com que você aprenda os conteúdos programáticos. Matemática se aprende lendo, relendo, reflectindo e treinando MUITO; 2. Aprenda fazendo, ou seja, refaça os exercícios resolvidos e resolva os complementares e propostos; 3. Aplique o conteúdo ou tema a ser abordado à sua vida diária-teste utilize os conhecimentos em exercícios que o estimulam a escrever a respeito da matemática usando não apenas símbolos, mas também palavras; 4. Revise os conceitos matemáticos básicos, pois embora as planilhas ou folhas de cálculos e calculadoras financeiras facilitem os cálculos associados à Cálculo Financeiro ou Matemática Financeira, para a estruturação do raciocínio lógico – matemáticos, a compreensão da matemática Elementar é fundamental; 5. Utilize uma calculadora científica ou Financeira. Página | 2 Os objectivos que se pretende alcançar dentres muitos são: Abordar o conceito e o papel do valor temporal em finanças; Compreender os conceitos de valor acumulado e valor presente de uma aplicação financeira; Compreender e efectuar operações de descontos em aplicações financeiras; Obter o valor acumulado e o valor presente de uma renda anual normal e uma renda anual antecipada e obter o valor presente de uma perpetuidade. Compreender os conceitos e os sistemas de amortização de empréstimos. Página | 3 1. INTRODUÇÃO AO CÁLCULO FINANCEIRO VALOR TEMPORAL DO DINHEIRO Disciplina de Cálculo Financeiro é bastante fascinante, na medida em que se começa a ter uma noção e responsabilidade do valor temporal ou do preço de um activo importante o “dinheiro”. O valor temporal do dinheiro (VTD) representa o fundamento de análise das finanças. Significa dizer que o dinheiro (1 kwanza, 1 dólar, 1 euro ou outra moeda qualquer) possue valor diferente hoje e no futuro. São apontadas no mínimo três razões. A primeira, dinheiro disponivél hoje pode ser investido, no final de certo periodo rende juros e o capital acumulado será seguramente maior. A segunda, esta ligada com o valor real ou poder de compra do dinheiro que pode mudar em consequência da inflação. Finalmente, a incerteza do valor esperado. Para o desenvolvimento dos modelos em administração financeira, principalmente quando tratamos com economias altamente indexadas, como a nossa, se faz necessário previamente conhecer alguns cálculos financeiros básicos, como instrumento de apoio ao processo de tomada de decisão. Nos estudos de economia, aprende-se que os recursos (fontes) são limitados, e as necessidades infinitas. Entre essas necessidades, encontram-se os recursos financeiros, cada vez mais valorizados e disputados entre as empresas e pessoas. Logo, quem tem dinheiro disponível nem pensa em guardá-lo consigo. Procura alguma maneira de empregá-lo de forma a obter mais dinheiro, seja na aquisição de bens, seja no mercado financeiro e/ou no mercado de capitais, ou, simplesmente, emprestando-o à terceiros por via de intermediarios financeiros -bancos comerciais ou outras instituições de crédito. Tudo isso é feito a partir de um princípio básico: quem empresta dinheiro a alguém espera recebê-lo, depois de certo tempo, acrescido de uma quantia adicional cobrada a título de aluguer do dinheiro. Em sociedades avançadas, esta prática é normal. Entretanto, o mesmo não se pode dizer das sociedades menos desenvolvidas, aonde esses conceitos ainda não são amplamente de domínio de todos. Essa quantia adicional cobrada a título de aluguer do dinheiro emprestado é o que chamamos de juro. A Página | 4 2. Rendimento. Aplicações Possíveis. O estudo da evolução do capital no tempo utiliza raciocínios, métodos e conceitos matemáticos ou cálculos, dali os termos matemática financeira ou cálculo financeiro. Podemos definir rendimento como sendo o resultado da produção de bens e serviços num determinado período de tempo. No caso mais geral, o rendimento apresenta-se sobre a forma de moeda. O rendimento dos agentes económicos possui variadas origens e, de uma forma genérica, pode ser classificado em dois tipos: o rendimento do sector privado e o rendimento do sector público. No sector privado, o rendimento tem normalmente origem em quatro fontes: os salários (rendimento do trabalho), as rendas (rendimento da terra), o juro (rendimento do capital) e o lucro (rendimento resultante da actividade económica das empresas). O rendimento no sector público, denominado rendimento nacional, pode ser considerado como uma medida do fluxo de bens e serviços numa dada economia. O rendimento dos agentes económicos pode ser aplicado de duas formas diferentes: em consumo ou em poupança. As chamadas “operações financeiras” estão intimamente ligadas à aplicação do rendimento em poupança, sendo a base do chamado “investimento financeira” da poupança. A génese do investimento financeiro reside no valor temporal do dinheiro (VTD) – o juro. Assim para analisar um investimento financeiro (quer seja na perspectiva de cedênciade moeda ou na óptica de financiamento) é necessário compreender a ligação que existe entre três elementos fundamentais e indissociáveis capital, tempo e juro. Estando o tempo presente em qualquer operação financeira e, variando o valor de um capital com este factor, existe a necessidade de efectuar a equivalência entre capitais reportados a instante de tempos diferentes. A equivalência entre capitais pode ser efectuada recorrendo a uma equação matemática, denominada equação de equivalência (ou de valor), que pode ser escrita através do conhecimento de dois processos (inversos um do outro): o processo de capitalização e de actualização. Ao longo dos capítulos seguintes serão abordados estes conceitos e será também introduzida a representação esquemática dos problemas de Cálculo Financeiro, muito útil na sua compreensão e resolução. Denomina-se por operação financeira qualquer operação que envolva a aplicação depoupança destinada a investimento onde estejam envolvidos simultaneamente Página | 5 osfactores capital, tempo e taxa de juro. As operações financeiras são assim resultantes daaplicação da poupançaem investimento financeiro. As operações financeiras podem dividir-se em operações de curto, médio ou longoprazo, consoante o seu horizonte temporal seja até um ano, de um a cinco anos ou amais de cinco anos, respectivamente. Numa operação financeira intervêm, pelo menos,duas partes: o mutuário (o que pede emprestado - devedor) e o mutuante (aquele queempresta - credor). As instituições financeirasintervêm com frequência nas operaçõesfinanceiras e importadistinguir a situação em que estas têm subjacente o recebimentode juros – operações activas, e a situação em que estas não têm subjacente o pagamento dejuros – operações passivas. Dali podemos referir a existencia de taxas de juro activas e passivas. A diferença entre elas (as taxas) designar-se por spread. O spread tem recebido outro significado como sendo o acréscimo aplicado pelas instituições bancárias a uma determinada taxa de referência para obter a taxa de juro que será aplicado na operação financeira. 3. Capital, Tempo, e a Taxa de Juro A essência do Cálculo Financeiro reside num único conceito – o valor temporal do dinheiro. É intuitivo que qualquer quantia não tem o mesmo valor consoante fique disponível imediatamente ou apenas daqui a algum tempo. Este facto é justificado pela chamada “preferência pela liquidez”, descrita pelo economista John Maynard Keynes. Segundo aquele economista a preferência pela liquidez rigide no facto dedesejar-se estar na posse de activos líquidos, e facilmente podermos escolher a forma de aplicá-los (seja em consumoou em poupança). Logo, está ali mais uma vez o conceito do tempo, como sendo de extrema importância em qualquer análise que envolva capitais e, portanto, é necessário atribuir-lhe um valor. Esse valor denomina-se juro. Definição do juro: é o dinheiro pago ou o valor gerado pelo uso do dinheiro emprestado ou como sendo a remuneração recebida (ou paga) em troca do empréstimo de algum recurso financeiro ou de um factor produtivo empregue em actividades produtivas durante um certo período de tempo de capitalização, mas que só Página | 6 está disponível no momento do seu vencimento (habitualmente o fim do período de capitalização)–geralmente de um ano. Quando você possui um recurso financeiro que excede as suas necessidades rotineiras, você pode, em geral, adquirir alguns bens anormais ao seu dia a dia (tais como bens imóveis, veículos, viagens etc.), pode também aplicá-los (ou mesmo emprestá-los). Se você empresta seus recursos financeiros, então, você abriu mão, temporariamente, da disponibilidade deles e em troca desta disponibilidade você receberá uma recompensa - o juro. Portanto, o juro será função do prazo da utilização, do valor do recurso utlizado e do risco envolvido na transação. J = f (c,n,i) Podemos assim identificar alguns factores que determinam a existência do juro. Definição de Capital ou principal: o valor monetário que originou o investimento. Ainda entende-se por capital, qualquer valor expresso em moeda e disponível em determinada época, que um indivíduo tem disponível e concorda em ceder a outrem, temporariamente. Aquele que cede é chamado de investidor e aquele que recebe é chamado tomador. Para o investidor o juro é a remuneração do investimento; enquanto que para o tomadoro juro é o custo do capital obtido por empréstimo. Tempo: toda transacção financeira deve necessariamente prever quando (datas de início e do termino da operação) e por quanto tempo (duração da operação) se dará a cessação (o empréstimo) do capital. Inflação – diminuição poder de compra da moeda. Com o tempo, como o custo de bens e serviçosa aumentar, o valor de uma unidade monetária vai cair porque uma pessoa não será capaz de comprar tanto com essa unidade monetária como ele / ela já fazia. Risco - incerteza do investimento – a possibilidade de não corresponder às expectativas. Utilidade – custo de oportunidade (tradeoff) de consumo. Oportunidade–os recurso são limitados. Ao aceitar o investimento perde-se oportunidade de ganhos em outras alternativas, logo é preciso que o primeiro ofereça retorno satisfatório. Página | 7 Este prazo deve estar expresso em determinada unidade de tempo (que pode ser: dia, mês, bimestre, trimestre, semestre, ano, etc.). O prazo é o tempo que decorre desde o início até o final de uma dada operação financeira. Considera-se que na prática, o prazo pode ser a partir de duas convenções: • Prazo exacto: é aquele que leva em conta o chamado ano civil, no qual os dias são contados pelo calendário, isto é, o mês pode ter 28 dias (fev.), 29 dias (fev., em anos bissextos, como em 2004, 2008, 2012, e etc.), 30 dias (abr., jun., e etc.) ou 31 dias (jan., mar., e etc.); assim o ano pode ter 365 dias ou 366 dias. • Prazo comercial (ou aproximado): é o que leva em conta o chamado ano comercial, isto é, aquele em que o mês (qualquer que seja ele), é considerado como tendo 30 dias e o ano (qualquer que sejaele), tem 360 dias. Taxa de Juro A taxa de juro será a razão entre os juros que serão cobrados no fim do periodo e o capital inicialmente empreque. Já que a taxa de juro em uma unidade de tempo, é o juro expresso como percentagem do capital, então se pode dizer que a taxa de juro é igual ao juro dividido pelo capital: C J i As taxas de juros refere-se sempre à um dado período financeiro, elas podem ser diarias, mensais, trimestrais, semestrais, anuais, etc. Existem duas maneiras de apresentação das taxas de juros: a taxa na forma percentual e a taxa na forma unitária. • Forma percentual Umarazãocentesimal pode ser indicada na forma percentual, anotando-se o antecedente (numerador) da razão centesimal seguido do símbolo % (lê-se por cento). Ou seja,100 unidades do capital, no período referido como unidade de tempo. São exemplos: i = 30% a.m (lê-se: 30 por cento ao mês) i = 0.5% a.d (lê-se: meio por cento ao dia) Página | 8 • Forma unitária Uma razão (ou centesimal) representa o juro de uma (1) unidade do capital, no período tomado como unidade de tempo. São exemplos: i = 0.3 a.m i = 0.005 a.d Nas fórmulas a serem utilizadas no presente curso, a taxa a ser adoptada será a unitária. Juro Comercial e Juro Exacto Nas operações financeiras em que o prazo é contabilizado em dias, o juro obtido recebe uma denominação especial, dependendo do tipo de prazo que se considera. Juro exacto: é aquele que se obtém contando-se o número de dias pelo critério exacto, isto é, aquele que considera os dias do mês conforme foram concebidos no calendário. Juro comercial: é aquele que se obtém contando-se o número de dias pelo critério do prazo comercial, isto é, considera-se em todos os meses 30 dias e os anos 360 dias. Este último é utilizado nas instituições financeiras. Simbologia a utilizar. Para este curso a simbologia a utilisar será a seguinte para cada um dos elementos ou variável de cálculo: C = capital; J = juro; n = o tempo; i = taxa de juro; Fórmulas derivadas Como ja referido a acima na definição sobre o juro, apresentamos aqui formulas algumas que são derivadas para o cálculo de juros em função dos prazo apresentados serem dias e meses. As variáveis, n e i são grandezas referidas à mesma unidade de tempo – homegeneização. Geralmente, a taxa de juro é referida ao ano. Entretanto nas operações de juro simples o período é o dia ou mês. Então teremos o seguinte na fórmula fundamental do juro simples. Página| 9 Prazo expresso em dias e ano comercial ou ano cívil a) inCJ .. Se a taxa de juro i é referida ao ano, e n é referida a dias, para converter esta fracção teremos 360 n . A fórmula do juro será 360 . 360 . Cni ji n Cj Prazo expresso em meses b) inCJ .. Regra de Ouro e Princípios Do exposto acima resulta a regra de ouro docálculo financeiro: “Para comparar ou operar com capitais é necessário que estes estejam reportados aomesmo período de tempo”. Isto é: dados os capitais C e C’, pode fazer-se C + C’, ou C – C’, ouC > C’, ou C = C’, etc., se é só se eles estiverem referidos ao mesmo momento. É pois incorrecto afirmar que 100 unidades monetárias recebidos hoje mais 100 unidades monetárias recebidos daqui a um mês são 200 unidades monetárias. Apresentamos em seguida três princípios, que gerem as relações entre as variáveis Capital, Tempo e (taxas de) juro e que são os seguintes: 1ª Princípio: A presença de capital e a presença de tempo e a ausência de juro é uma impossibilidade em Cálculo Financeiro. A ausência de capital ou ausência de tempo e presença de juro é outra impossibilidade. Isto é: o juro zero pode ocorrer se e só se o capital for zero e/ou o prazo for zero. Para c =0, n=0, i=0, temos j=0, então, não estamos diante de uma operação financeira. 2ª Princípio: Qualquer operação matemática sobre dois ou mais capitais requer a sua homogeneização no tempo. Isto quer dizer que as variáveis devem estar reportadas ao mesmo tempo ou prazo. Por exemplo. Uma operação em que o periodo está em meses e Página | 10 taxa de juro referida em anos, deve se converter ou transformar a taxa em meses ou os meses no prazo equivalente a anos 1 . 3ª Princípio: O juro em cada período de capitalização é igual ao capital do início do período multiplicado pela taxa de juro. Isto é: sendo Jk o juro do período k, Ck-1 o stock de capital no iníciodo mesmo período, ou seja, no momento k-1, ik a taxa de juro emvigor no mesmo período teremos: Jk = ik x Ck-1(com k = 1, 2, 3, …) Temos pois que, qualquer capital aplicado durante um determinado período de tempo (períodode capitalização), a uma dada taxa de juro, gera uma remuneração (juro), que é o produto dessecapital pela taxa de juro em vigor nesse período. Todas as operações envolvendo capitais devem observar estes princípios. As práticas correntes como o empréstimo de dinheiro sem juros, comum entre amigos ou familiares,são considerados um erro e uma impossibilidade em termos de Cálculo Financeiro. 4. VALOR ACUMULADO E ACTUAL DE UM CAPITAL. Vimos que o valor de um capital varia ao longo do tempo em que é cedido. Então para definirmos o seu valor precisamos referenciar-nos a um instante de tempo. Porconvenção utiliza-se normalmente o momento actual como o momento de referência. Ao valor desse capital nesse momento de referência dá-se o nome de valor actual. Noentanto, o momento de referência pode não ser o momento do vencimento desse capital e portanto haverá um momento posterior ao momento de referência. Ao valor desse capital nesse momento posterior dá-se o nome de valor acumulado. Tendo em contaque o desconto é o processo inverso da capitalização, podemos afirmar que o valor descontado de um capital acumulado é o seu valor actual. Como exemplo, considere- 1 Entretanto, deve-se prestar atençaõ ao enunciado e principalmente sobre o periodo de capitalização. Página | 11 seum capital, C0 (aplicado no momento de referência 0), que produz juro, j, quandoaplicado durante um período de tempo, n. No final desse período, n, teremos: jCS o em que Sé o valor acumulado de C0 durante o período n. Inversamente, teremos que C0 é o valor actual (ou descontado) do capital S, ou seja: jSCo Pode então afirmar-se que o valor actual de um capital será sempre o seu valor nomomento de referência e que, para momentos posteriores ao de referência teremosvalores acumulados e, para momentos anteriores ao de referência, teremos valoresdescontados. Estes conceitos podem ser resumidos na tabela seguinte: 5. DIAGRAMA TEMPORAL (ou RECTA DO TEMPO). O primeiro passo na resolução de um problema de Cálculo Financeiro deve ser a suarepresentação esquemática. A representação mais divulgada é a chamada representaçãodo problema num diagrama temporal (também chamado “recta do tempo”). Aconfiguração de um diagrama temporal é a seguinte: Figura 1: Diagrama Temporal Como foi visto anteriormente, em problemas de Cálculo Financeiro, um momento é umponto no tempo onde ocorre o vencimento de um capital. A representação acimasignifica que o capital C0 ocorre no (ou, como habitualmente se diz, está reportado aoou tem vencimento no) momento 0; O capital C1 está reportado ao momento 1, etc. O intervalo de tempo entre dois momentos consecutivos denomina-se Página | 12 por período. Assim, no diagrama temporal existem sempre n períodos e n+1 momento. Os sinais ± sãoutilizados consoante os capitais representem uma entrada de capitais (inflows) ou saídasde capital (outflows) na perspectiva de uma das partes (do mutuário ou mutuante). Como exemplo considere-se a situação de representação, na óptica do depositante, de um depósito de 1.000 unidades monetárias que, três anos depois, dá lugar ao levantamento de 1.331 unidades monetárias. Figura 2: Operação Financeira na óptica do mutuante Na óptica do depositante (mutuante), no momento 0 há um outflow de 1.000 u.m., e nomomento 3 um inflow de 1.331 u.m. Na óptica do mutuário, a situação é precisamente ao contrário, i.e., no momento 0 há um inflow de capital e no momento três existe um outflow de capital. A representação de capitais desta forma (com os sinais + e -) apresenta-se com duas vantagens, a primeira permitir “visualizar” melhor o problema, sendo em muitos casos um auxiliar precioso na elaboração da equação de equivalência; e finalmente a representação é também fundamental para a resolução deste tipo de problemas atravês de calculadoras financeiras. 6. Regimes de Capitalização Comecemos esta abordagem de forma simples e directa. Existem fundamentalmente, dois regimes de capitalização: o regime de juro simples e o regime de juro composto. Podemos desde logo preceber a palavra comum que nos interessa a “juro”. O processo de acréscimo que o capital disponivél sofre ao longo dos períodos de tempo dá-seo nome de capitalização, i.e., a capitalização é o processo que leva à formação de juros. O juro é a mãe de todos os problemas. A formação de juros verifica-se pela frequência com que em cada operação financeira se processa o juro designa-se por“ período de capitalização”. Importa referir que Página | 13 existem diferentes regimes de capitalização, cujo processo degeração de juro é diferente. Os dois regimes de capitalização diferem essencialmentepelo o que acontece no final de um período de capitalização. Nesse instante podemocorrer duas coisas: a) O juro sai do processo de capitalização, isto é, não vai gerar juro no(s) período(s) seguinte(s). Esta situação é denominada de Regime de Juro Simples. Neste regime, encontramos dois sub-regimes – o Regime de Juro Simples “Puro” e o Regime de Juro “Dito” Simples. Este último na verdade deixa algumas dúvidas a sua real aplicabilidade. b) O juro é incorporado no capital com que se vai iniciar o período de tempo seguindo, vindo ele próprio a gerar juro no período seguinte, ou seja, capitaliza.A este fenómeno, juro de juro, dá-se o nome de anatocismo. Nestas condições, estamos napresença do chamado Regime de Juro Composto. c) Os regimes mistos: entre o regime de juro simples e o regime de juro composto a vida prática consagrou outros regimes. i. reintegração parcial dos juros e ou ii. novas entradas de capitais e redução de capital. Convenções: Na ausência de outra informação, assume-se que as capitalizações são efectuadas de acordo com o periodo a que está referida a taxa de juro. Na ausência de outra informação, sempre que relevante assume-se a utilização da base de cálculo o ano comercial (360). Fonte: Rogério Matias, Página | 14 6.1. Taxas de Juros: Breve Referência No mercado financeiro e nas operações bancárias e comerciais, a palavra taxa é empregada de váriasformas, ou seja, vários conceitos são abordados em várias situações. Mostraremos as aplicabilidades dastaxas de juros do ponto de vista da matemática financeira os principais conceitos teóricos relativos às taxas, equivalência de taxas em juros simples e compostos, e as taxas nominais – taxas onde o período de capitalização difere do período do tempo, visando compreendê-las, identificá-las e diferenciá-las. 6.1.1. Taxas nominais e Taxas efectivas Na abordagem das taxas importa referir à diferença existente entre taxas nominais e efectivas nos dois tipos regime de capitalização. É de fundamental importância o conhecimento e a compreensão da existência das taxas nominal efectiva. Taxa nominal Sempre que nos deparamos com uma taxa nominal, faz-se necessário se calcular a taxa efectiva, ou seja, devemos determinar qual a verdadeira taxa que está por trás da taxanominal. Denomina-se taxa nominal quando o prazo de formação, ou incorporação, de juros ao capital (capitalizações), não coincide com o prazo a que se refere a taxa. Neste caso, é comum adoptar-se a convenção de que a taxa, por período de capitalização, seja proporcionalà taxa nominal. Em outras palavras, a taxa nominal, não pode ser tomada como referência para decisões na contrataçãode um empréstimo, ou aplicação de recursos. Exemplos: 1. 1200% ao ano com capitalização mensal. 2. 450% ao semestre com capitalização mensal. 3. 300% ao ano com capitalização trimestral. Página | 15 Taxa Nominal de 36% a.a.c.c.m (ao ano com capitalização mensal). Calcular as taxas efectivas por período de capitalização. Taxa efectiva: A taxa efectiva é quando o período de formação e incorporação dos juros ao Capital coincide com aquele a que a taxa está referida. Exemplos: 1. 120% ao mês com capitalização mensal. 2. 450% ao semestre com capitalização semestral. 3. 1300% ao ano com capitalização anual. ● Para o tomador de empréstimos, a melhor opção é o menor n.°de capitalizações. ● Para o investidor, a melhor opção é o maior n.°de capitalizações. 6.1.2. Taxas Proporcionais e Taxas Equivalentes Duas taxas, referidas a períodos de tempo diferentes, dizem-se proprocionais se a razão (quociente) entre elas for a mesma que existe entre os períodos de tempo a que se referem. Em termos de equivalência, diz-se que duas ou mais taxas, referidas a períodos diferentes, sãoequivalentes quando aplicadas a capitais iguais durante períodos de tempo também iguais,produzem o mesmo juro ou montante e/ou valor acumulado. Taxa Equivalente para juros simples (mesmo que proporcional). Fórmulas: kii k i i k k . )2 )1 sqtbmda iiiiiii .2.3.4.612.360 Equivalência de Taxas em Juros Compostos Fórmulas: 11 3) 1)1( )2 1)1( )1 1 k k k kk k k ii ii ii Onde: ik = Taxa do menor periodo i = Taxa do maior periodo k = Maior / menor periodo Página | 16 6.2. Capitalização em Regime de Juro Simples Breve descrição É aquele regime em que a taxa de juro incide somente sobre o capital inicial e que portanto não incide sobre os juros acumulados. Neste regime de capitalização a taxa varia linearmente em função do tempo. No caso diz-se que vigora o Regime de Juro Simples, podendo aindadistinguir-se dentro dele dois sub-regimes – o Regime de Juro Simples “Puro” e Regime de Juro “Dito” Simples. No primeiro sub-regime, o juro produzido em cadaperíodo de tempo é efectivamente pago, enquanto que no segundo o juro produzidoé simplesmente retido (i.e. ainda que não sendo pago, ele não vai gerar juro nosperíodos seguintes). De forma resumida importa reter que em ambos os casos, o juroproduzido num determinado período de capitalização não irá gerar juro nos períodos subsequentes. Simbologia e Regras Básicas; C = Capital Inicial (principal): representativo de uma aplicação financeira ou daobtenção de um crédito. i = Taxa Nominal: taxa de juros de uma aplicação ou seja a taxa contratada na operação. j = Valor dos Juros: resultado em dinheiro de uma operação, a pagar ou receber. n = Período: a quntidade de tempo considerada numa operação. S = Montante: é o valor total da operação, isto é, representa a soma do principal mais os juros obtidos em uma operação. Neste regime de capitalização o juro produzido é constante em cada período; assim um capital C sob regime de juro simples à taxa iproduzirá: Esquematicamente (capitalizaçao em regime de juro Simples) Página | 17 Fórmulas fundamental do juro e do capital: (i) Aplicação por um Período No fim de 1 período iCj .1 )1(1 iCCiCS - Qual o rendimento produzido por uma aplicação financeira com o valor 2.000 u.m., por 1 ano, à taxa de juro anual de 15%? (ii) Aplicação por dois Períodos No fim de 2 período iCj .2.2 )21(.2.2 iCiCCS - Qual o rendimento produzido pelo investimento de um capital de 2.000 u.m., por 2 anos, à taxa dejuro anual de 15%? (iii) Aplicação por n Períodos No fim de n período inCjn .. ).1(.. inCinCCSn Utilizando um quadro resumo teremos: Periodo Capital Juro total Juro periodico Capital Acumulado 1 C J1 = c.1.i J1 = c.1.i = c.i S1 = c + j1 = c+c.i = c(1+i) 2 C J2 = c.2.i J2 = c.1.i = c.i S2 = c+j2 = c+c.2.i = c(1+2.i) 3 C J3 = c.3.i J3 = c.1.i = c.i S3 = c + j3 = c+ c.3.i = c(1+3.i) .... .... ... .... n C Jn = c.n.i Jn = c.1.i = c.i Sn = c + Jn = c + c.n.i = c(1+n.i) A fórmula canónica do juro total é: inCJ .. A equação de capitalização ou fórmula geral de capitalização no regime de juro simples é: ).1( niCS . Página | 18 Da equação de capitalização ).1( niCS vem,a EQUAÇÃO DE ACTUALIZAÇÃO no regime de juros simples: ).1( ni S C É importante ter em atenção na resolução dos problemas que as variáveis sejam expressas ne mesma unidade tempo, como asseguir iremos verificar. Exemplo 2.1 Qual o juro produzido por um capital de 8.000,00 u.m aplicado em regime de juro simples, à taxa anual de 24% durante a) 7 meses b) 1 ano e 4 meses c) 180 dias Resolução: Como a unidade de tempo do periodo e da taxa não coincidem ou seja temos meses e dias e a é taxa anual, logo teremos que homogeneiza- los.Geralmente, expressa-se o periodo na mesma unidade da taxa. a) 120.124,0 12 7 x 8.000 c.n.i j x b) 560.224,0 12 16 x 8.000 c.n.i j x c) 96024,0 360 180 x 8.000 c.n.i j x Exemplo 2.2 Qual o valor acumulado (total a ser recebido) da aplicação em regime dejuro simples no valor de 280,00 u.m durante 15 meses, à taxa anual de 3%. Resolução: Temos duas formas para resolver o problema. Calcular o valor total a receber de uma só vez ou obter o valor do juro e adicionar ao capital inicial. i- Calculo pela fórmula do valor acumulado ).1( niCS 5,290) 12 15 03,01(280 xS Página | 19 ii- Calcular obtendo primeiro o juro total: inCJ .. 5,10 12 15 03,0280 xxJ 5,2905,10280 SSjCS 6.2.1. Taxas em Regime de Juro Simples Lembrar o que ja foi abordado sobre taxa nominal e taxa efectiva ou entre taxa proporcional e taxa equivalente. No regime de juro simples, o cálculo do juro incide sempre sobre o capital inicial, c ou seja como já referido não há o efeito de juro sobre juros. Podemos fácilmente perceber que uma taxa será simultaneamente taxa nominal e taxa efectiva ou entre taxa proporcional e taxa equivalente, desde que observada a regra da homegeneização. Exemplo 2.3 Qual o valor acumulado (total a receber) de uma aplicação de 10.000 u.m., durante o periodo de um ano em regime de juro simples, à taxa anual de 20% ou à taxa semestral de 10%? Solução: 1. Taxa anual de 20% a capitalização será anual. Como o periodo de capitalização (anual) coincide com o horizonte temporal da taxa de juro (anual), então teremos: 200.10 )1*2,01(000.10 ).1( S S niCS 2. Taxa semestral de 10% a capitalização será semestral Neste caso, notamos que o periodo de investimento não coincide com o horizonte temporal da taxa de juro (semestral). Logo, teremos que conformar o periodo do investimento, no caso serão 2 semestres que temos no ano. Então, o nosso n =2. 200.10 )2*1,01(000.10 ).1( S S niCS Nos dois casos o resultado não sofreu alterações, quer em capitalização anual ou semestral. A taxa de juro utilizada foi a proporcional ao periodo de capitalização. Página | 20 6.3. Capitalização em Regime de Juro Composto No regime de juro composto os juros de cada período são somados ao capital para o cálculo de novo(s) juro(s) no(s) período(s) seguinte(s). Os juros são capitalizados ou seja reintroduzidos no processo de formação de novo capitale, consequentemente, rende juro, originando “juros de juros” – anatocismo. O conceito de montante é o mesmo definido para capitalização simples, ou seja, é a soma do capital aplicado ou devido mais o valor dos juros correspondentes ao prazo da aplicação ou da dívida. A simbologia é a mesma já conhecida, ou seja, S indica o montante ou valor acumulado, c o capital inicial, n o prazo e i ataxa de juro. Diagrama temporal: Co C1 C2 C3 C4 Juro do período Valor acumulado No fim do 1 período iC. )1(. iCiCC No fim do 2 período iiC ).1( 2)1().1()1( iCiiCiC ......... ............... ......................................................... n período iiC n .)1( 1 nnn iCiiCiC )1(.)1()1( 11 Periodo Capital Juro total (ano) Capital Acumulado 1 C J1 = c.1.i S1 = c + j1 = c+c.i = c(1+i) 2 C(1+i) J2 = c(1+i)x1xi=c.i(1+i) = S1i S2 = S1+j2 = c(1+i)+ c(1+i).i = c(1+i) (1+i) = c(1+i) 2 3 C(1+i) 2 J3 = c(1+i) 2 x1xi=c.i(1+i) 2 = S2i S3 = S2+j3 = c(1+i) 2 + c(1+i) 2 .i = c(1+i) 2 (1+i) = c(1+i) 3 .... .... .... n C(1+i) (n-1) Jn = c.i(1+i) (n-1) = Sn-1i Sn = Sn-1+jn = c(1+i) (n-1) + c(1+i) (n-1) .i = c(1+i) n Fórmulas de capitalização em regime de juro composto: niCS )1( )1( É a equação de capitalização ou fórmula geral de capitalização no regime de juro composto Página | 21 1)1( )1( )2( n n n iC CiCJ É a equação do juro acumulado pelo capital C ao fim de n períodos de capitalização à taxa i. JCS C S i n )4( 1 )3( 1 Da equação de capitalização niCS )1( temos, n n iS i S C )1( )1( Que é A EQUAÇÃO DE ACTUALIZAÇÃO no regime de juros compostos. Exemplo 2.5 Determine o juro composto produzido por um capital inicial de 10.000,00 u.m., à taxa trimestral de 4%, durante 2 anos? Exemplo 2.6 Um Capital de 7.500 u.m., foi investido em regime de juro composto, durante 1 ano, à taxa anual de 6%. Qual era o valor acumulado ao fim desse prazo? Mostrar a importância da periodicidade das capitalizações. Exemplo 2.7 Caso você aplique 7.000,00 u.m., em regime de juro composto em uma instituição, ao final de 4 trimestres receba a importância de 1.640,12 u.m, de juros. Qual terá sido a taxa de juros dessa operação? Exemplo 2.8 Qual o tempo necessário para que um capital de 10.000,00 u.m., dobre de valor, se aplicado a taxa de 20% a.a.? Página | 22 6.3.1. Imagens geometricas dos valores acumulados nos dois tipos de regimes de capitalização niCS )1( )1( , é uma exponencial e: Para )1(1 0 iCSn CSn (2) ).1( niCS , é uma função linear e tem uma recta )1(1 0 iCSn CSn Verificamos, assim o seguinte: - no interior do primeiro período o valor acumulado no regime de juro simples é superior ao valor acumulado noregime de juros composto. - a partir do primeiro período o valor acumulado no regime de juro composto distancia-se cada vez mais do valor acumulado no regime de juro simples. Exemplo 2.9 Determine, para ambos os regimes de capitalização (juro simples e juro composto), o capital ou valor acumulado produzido por um capital de 1.250 u.m., à taxa de juro anual de 8%, durante: a) 6 meses b) 1 ano c) 2 anos 1 n S c S = c(1+in) Regime de juro Simples S = c(1+i) n Regime de juro Composto Página | 23 6.3.2. Cálculo do valor de n e i no factor ni)1( Na resolução de determinado exercício em regime de juro composto com as incognitas citadas, podemos seguir as seguintes vias para a resolução do problema a. Aplicação de logaritmos ou potências a fórmula geral de capitalização b. Existindo tabelas financeiras completas, isto é, que permitam calcular o valor acumulado a juro composto. Através de interpolação linear c. Directamente com utilização de calculadoras electrónicas/financeiras. Exemplo 2.10 Foi efectuado um depósito de 7.000 u.m., que após 8 trimestres de capitalização em regime de juro composto, produziu o valor acumulado de 7.715,20 u.m. A que taxa foi remunerado este deposito? a) Através de logaritmos ou potências A equação matemática que traduz o problema é a seguinte: S = c(1+i) n b) Através de interpolação linear 1,102171 = (1+i) 8 Exemplo 2.11 Foi efectuado um depósito de 40.000 u.m., em regime de juro composto à taxa anual de 5%. Após algum tempo, o capital acumulado era de 48.620,25 u.m. Qual a duração deste depósito? 6.4. Estudo de Taxas de Juro Vamos fazer uma abordagem sobre o funcionamento e aplicação das taxas de juro principalmente no regime de juro composto diferente ao regime de juro simples. Geralmente, a taxa de juro está expressa em termos anuais. Importa realçar alguns conceitos na nossa abordagem e sabemos que capitalização significa vecimento do juro. Periodicidade da capitalização é a frequência com que se processa (vence) o juro.Página | 24 Taxas anuais e taxas periódicas Mostrar a diferença entre estes dois conceitos Taxas equivalentes e taxas proporcionais. Sóexiste distinção em regime de juro composto. Neste regime a compreensão do conceito de taxas equivalentes e de capital importância. Por definição dizemos que duas ou mais taxas são ditas equivalentes quando referidas a periódos diferentes, mas aplicadas ao mesmo capital, durante o mesmo lapso de tempo produzem o mesmo juro ou capital acumulado.A taxa de 21% ao ano e 10% ao semestre são pois, taxas equivalentes, uma vez que (1+0,21) 1 = (1+0,10) 2 Duas taxas, referidas a peridos diferentes, dizem-se proporcionais entre si a razão (quociente) entre elas coincide com razão (quociente) entre os respectivos períodos a que estão reportadas. Taxas efectivas e taxas nominais A distinção entre elas reside no facto de reflectirem ou não o efeito de suceesivas capitalizações. A taxa efectiva, siginifica que ela já tem conta o efeito de sucessivas capitalizaões ou seja são a taxa que deve ser utilizada para a resolução de um determinado problema, pelo que a taxa periódica deve ser calculada usando o princípio da equivalência. Sendo ela nominal a taxa periódica deve ser obtida pelo princípio da proporcionalidade. Vejamos agora como calcular cada um dos tipos de taxas atrás referidas. Simbologia a utilizar: i taxa anual efectiva i(k) taxa anual nominal, composta (ou capitalizada) k vezes por ano ik taxa periódica efectiva (semestral, mensal, etc.). Partindo de uma taxa efectiva, a taxa periódica é calculada através de uma relação de equivalência; partindo de uma taxa nominal, a taxa periódica é calculada através de uma relação de proporcionalidade. Relação de equivalência entre taxas Taxas proporcionais Página | 25 Aplicações e conversão das taxas de juro Cálculo da taxa periódica efectiva, ik, a partir da taxa anual efectiva, i: k kii )1() (1 1 O essencial aqui é perceber que procuramos uma taxa, ik,tal que seja indiferenteefectuar uma capitalização anual à taxa anual efectiva i, ou k capitalizações durante uma ano à taxa ik. O horizonte temporal comum (dorante designado por HTC), esta relação pode tomar uma forma mais geral: k k h h ii )1() (1 Cálculo da taxa anual efectiva i, a partir da taxa anual nominal, com k capitalizações durante o ano i(k): k i i k k )( Cálculo da taxa anual nominal capitalizada k vezes por ano i(k) ou da taxa anual efectiva, i, a partir de uma taxa periódica efectiva, ik: Exemplo 2.12 Dada a taxa trimestral efectiva d 3% qual é: a) A taxa anual nominal subjacente? b) A taxa anual efectiva subjacente? horizonte temporal: um ano Taxa periódica ik (horizonte temporal: um ano) A compreensão desta relação é eterna; A memorização da fórmula é efémera. h capitalizações durante um ano à taxa periódica ih (horizonte temporal: um ano) k capitalizações durante um ano à taxa periódica ik (horizonte temporal: um ano) Caso geral Regra de proporcionaidade enre taxas Página | 26 Cálculo da taxa periódica, ik, a partir da taxa anual nominal capitalizada k vezes por ano, i(k): Exemplo 2.13 Considere a taxa anual nominal de 9% composta trimestralmente e calcule as seguintes taxas efectivas: a) Bimensal b) Quadrimestral c) Semestral d) Anual Exemplo 2.14 Determinada empresa solicitou propostas a três instituições financeiras com vista à contratação de um empréstimo. A instituição financeira A propôs a taxa anual efectiva de 8,15%; a instituição financeira B propôs a taxa anual nominal de 8%, composta semestralmente; por fim, a instituição financeira C propôs a taxa anual nominal de 7,9% composta mensalmente. Qual das propostas apresenta a taxa mais atractiva para o investidor? Capitalização Contínua e Taxa Instantânea Quando há mudança na periódicidade a que são efectuadas as capitalizações os sub-periódos passam de k 1 do ano, à taxa proporcional, k i i k k )( . Assim, haverá k capitalizações num ano, após as quais o capital acumulado será k k k i CS )( 1 Assumamos que a periodicidade aumenta para sub-periodos ainda menores, tendo para 0 (zero), e número de capitalizações, k, vai tender para ∞. Do ponto de vista matemático, uma vez que ,k então .0 1 k Página | 27 Como se sabe e n n n 1 1lim Por outro temos )( )( )()( )( 1 1 1 11 k k i i k k k k k k i k i kk i Assim, podemos dizer que, quando ,k e i k i k )( )( 1 1 Pelo que )()(1 i k e k i Donde, em capitalização contínua, após um ano, o capital acumulado será: )( i CeS Dito de outro modo, a taxa anual efectiva que está subjacente à taxa nominal )(i (isto é, composta continuamente ou instantaneamente é i,tal que )() (1 i ei Ou seja 1)( i ei Página | 28 Página | 29 7. Equivalência de Capitais A abordagem sobre a equivalência de capitais traz consigo interessantes noções e ferramentas úteis para a análise financeira. O valor temporal do dinheiro está aqui mais uma vez a ser testado. Como temos vindo a enfatizar a importância deste conceito, uma vez que um capital tem um determinado valor num certo momento; reportado a outro momento, o seu valor será outro. Qualquer diferimento de pagamentos contempla a contagem de juros a favor do credor e qualquer antecipação de pagamentos contempla a contagem de juros a favor do devedor. Isto quer dizer que qualquer operação sobre dois ou mais capitais obriga a referi-los ao mesmo momento. Assim, dois ou mais capitais dizem-se equivalentes se a soma dos seus valores num determinado momento for igual. Quando este valor esta reportado a um momento anterior dizemos que esta a se efectuar uma actualização ou descontar aquele valor; e a capitalização será reportar esse capital a um momento posterior. Objectivos Compreender a necessidade de tornar dois ou mais capitais equivalentes (VTD); Compreender que a equivalência é feita para um determinado momento (data focal); Compreender o conceito de equação de equivalência ( ou equação de valor). Compreender que a definição da data focal (data para o qual é efectuada a equivalência, isto é, para a qual são reportadas todos os capitais, é vital quando se utiliza o desconto comercial simples. Existem dois tipos de descontos: Racional e Comercial. Ambos podem ser utilizados tanto em regime de juro simples quanto em regime de juro composto. O Desconto Racional corresponde à verdadeira operação de Desconto. O Desconto Comercial nada mais é do que uma variação do Desconto Racional adoptada pelo mercado. Página | 30 O desconto é portanto o preço pago para tornar disponivel um capital ainda não vencido. No caso de antecipação dovencimento a taxa de juro passa a denominar-se por taxa de desconto. Actualização é uma operação inversa à Capitalização, ou seja, corresponde à trazermos um valor futuro para a data presente, descontando os juros que estão imbutidos no valor futuro. Acontece que é possivel conceber duas formas de calcular o valor D. Em regime de juro simples, podemos considerar. 1. Solução Comercial – a taxa de actualização i incide sobre o valor nominal 2. Solução Racional – a taxa de actualização i incide sobre o valor actual. Simbologia utilizada nas operações de desconto: N - Valor Nominal Drs - Valor do desconto Racional Simples Vrs – Valor Actual Racional Simples drs - Taxa de desconto racional Simples Dcs -Valor do Desconto Comercial Simples Vcs - Valor Actual Comercial Simples dcs - Taxa de desconto comercial Drc - Valor do Desconto Racional Composto Vrc – Valor Actual Racional Composto i - Taxa de Juro drc - Taxa de Desconto racional composto n - Número de períodos que faltam para o vencimento Períodos Actualização ou desconto Página | 31 7.1.1. – Desconto Racional Composto O princípio do Desconto Racional Composto é o mesmo do Desconto Racional Simples, sendo que agora a modalidade utilizada é a do juro composto. Na prática, em que se tratando de operações com juro composto, utiliza-se apenas o Desconto Racional. Assim para actualizar um capital c, basta dividi-lo por ni1 ou, o que é o mesmo, multiplica-lo por ni 1 , que é precisamente o factor de actualização de um capital único em regime de juro composto,s egundo a solução racional. Fórmulas de Desconto Racional Composto A única diferença do Desconto Racional Composto em relação ao Desconto Racional Simples diz respeito apenas ao regime de juros, o princípio é o mesmo. n n n iNDrcou i N DrcVrcN iVrcN )1(1 )1( 1 1Drc )3 )2 ).1( )1 Taxa “real” em desconto racional composto A taxa “real” associada ao desconto racional composto, será rcd , necessariamente igual a i. De facto, rcd será a taxa tal que, aplicada ao capital rcV , resulte no capital c, após n periódos de capitalização em regime de juro composto, ou seja: n n n i iN i N NVrcNDrc )1( ]1)1[( )1( Página | 32 id id i d di CdiC CdV rc nn rc n n rc n rc n n rc n n rcrc 11 1 1 1 111 11 1 Pelo que a equivalência segundo o desconto racional composto é perfeita. 7.1.2. Equações de Equivalência A abordagem sobre o quadro geral da equivalência de capitais e deduzidas as formas necessarias, estamos em condições para poder avançar e estabelecer equivalência entre dois ou mais capitais. Reforça-se que os factores de equivalência permitem capitalizar ou actualizar um capital único nos regimes ja estudados (juro simples e juro composto) e no caso de actualização, segundo cada uma das abordagens (comercial ou racional). Esta necessidade como é sabido resulta do “valor temporal o dinheiro” que obriga a que para operar e/ou comparar capitais, eles estejam reportados a um mesmo momento. Na matemática financeira, qualquer diferimento nos pagamentos contempla a contagem de juros a favor do credor e qualquer antecipação de pagamento contempla a contagem de juros a favor do devedor. Deriva do princípio da variabilidade dos valores dos capitais em função do tempo; significa isto que as situações de juro nulo não podem ser tratadas na base dos princípios da matemática financeira. Este princípio origina, como consequência, que qualquer operação sobre dois ou mais capitais obriga a referi-los ao mesmo momento. Assim, dois (ou mais) capitais, com datas de vencimento diferentes são ditos capitais equivalentes quando, transportados para uma mesma data, à mesma taxa, produzirem, nessa data, valores iguais. Data focal: data base de comparação dos valores diferidos. Idênticas condições: mesmo critério de desconto e mesma taxa de juro. Página | 33 A data para a qual os capitais serão transportados é chamada data focal. No regime de juros simples, a escolha da data focal influencia a resposta do problema. Isto significa que definida uma taxa de juro, e a forma de cálculo (se racional ou comercial), dois capitais diferentes, em datas diferentes, podem ser equivalentes, se transportados para uma certa data, e podem não ser equivalentes, se transportados para uma outra data, mesmo mantendo-se todas as outras condições do problema. A fim de fazer o transporte de um capital para a data focal, destaca-se dois casos: • 1º Caso: o capital está localizado em data posterior à data focal. Nesse caso, deve-se encontrar o valor actual do capital na data focal, fazendo uso da fórmula do valor actual (racional ou comercial, conforme o caso). • 2º Caso: o capital está localizado em data anterior à data focal. Nesse caso, deve-se encontrar o valor futuro do capital, fazendo uso da fórmula do valor nominal (racional ou comercial, conforme o caso). 50.000 3 meses Data focal Capital Data focal Página | 34 A expressão da equivalência depende do regime de capitalização considerado, e designa-se por EQUAÇÃO DO VALOR ou EQUAÇÃO DE EQUIVALÊNCIA. Desde logo, a equação de valor assume uma importância fundamental em Cálculo Financeiro. A Equação de valor ou equação de equivalência: matematicamente representa a equação do problema dos capitais envolvidos, devidamente reportados a esse momento comum (a data focal), de acordo com o regime (juro simples ou juro composto) e, no caso de ser necessário actualizar capitais, a abordagem (comercial ou racional) adoptados. Assim, em função da data comum (focal) estabelecida e dos vencimentos iniciais dos capitais envolvidos podemos ter uma operação de equivalência em que seja necessario: Actualizar todos os capitais Capitalizar todos os capitais Actualizar alguns capitais e capitalizar outros São igualmente possivel que um ou mais capitais não necessitem de ser capitalizados ou actualizados – desde que o seu vencimento coincida com a data focal estabelecida ou escolhida. Então podemos ter três tipos: 1. Equivalência entre dois capitais 2. Equivalência entre um capital e um conjunto de capitais 3. Equivalência entre dois conjuntos de capitais Este último acaba também abrangendo os dois anteriores. O valor de cada conjunto de capitais, num dado momento, corresponde à soma dos valores de cada um desses capitais nesse mesmo momento e pode constituir: a soma dos valores actuais ou descontados de todos os capitais desse conjunto se o vencimento de todos eles forem posteriores ao momento de referência; a soma dos valores capitalizados de todos os capitais se o vencimento de todos eles forem anteriores ao momento de referência; a soma dos valores capitalizados dos capitais com vencimentos anteriores ao momento de referência, acrescida da soma dos valores actuais dos capitais com vencimento posteriores ao momento de referência. Página | 35 De salientar que numa equação de valor estão sempre presentes as três variáveis fundamentais do Cálculo Financeiro: capital, tempo e taxa. Estas variáveis podem representaruma das incógnitas da equação de valor para serem calculadas – um capital, um prazo ou uma taxa. A formulação e interpretação correcta do problema e fazendo recurso de algumas ferramentas ja estudadas facilita a vizualização para uma melhor solução. No fundo, qualquer equação de valor deve ser elaborada respondendo a três questões de formal sequencial: o que, quando, como. O que? Entre que capital ou capitais, por um lado (1º membro da equação) e que capital ou capitais, por outro (2º membro da equação), se pretende estabelecer a equivalência? Quando? Para que data se pretende estabelecer a equivalência (isto é, qual é a data focal da operação de equivalência)? Como? De que forma se pretende operar ou realizar a equivalência? Exemplo: O quadro seguinte mostra 4 capitais com diferentes datas de vencimento, se utilizarmos uma taxa composta de 10% ao mês podemos encontrar a equivalência dos mesmos. Capital Data de vencimento 2.000 1 2.200 2 2.420 3 2.662 4 Equivalência de Capitais Diferidos com Desconto Racional Composto 1. Um determinado bem custa 5.000 u.m à pronto. Caso você queira adquirir esse bem a prazo, para pagamento em três vezes iguais, vencendo o primeiro um mês após a compra, qual será o valor dos pagamentos se for considerado o critério de Desconto Racional Composto e taxa de 3% ao mês? Página | 36 2. Uma compra pode ser paga à vista por 1.400 u.m ou financiada por meio de uma entrada de 30% e dois pagamentos mensais, sendo o segundo pagamento 50% maior que o primeiro. Qual o valor dos pagamentos mensais, sabendo que o inicio dos pagamentos será ao término de um periodo de carência de 4 mês e que a taxa de juros aplicada é de 5% ao mês. 3. Uma pessoa tem uma divida de 3.000 u.m com vencimento em 2 anos e outra de 4.500 u.m com vencimento em 6 anos. Pretende pagar seus debitos por meio de um pagamento único, a ser realizado ao fim de 4 anos. Qual o valor do pagamento unico que liquida a divida, considerando uma taxa de juros efectiva de 10% ao ano. Página | 37 7. Rendas 7.1. Introdução O conceito de renda é utilizado no nosso quotidiano, muito mais do que nós imaginamos. A abordagem do conceito de rendas financeiras é feita no regime de juro composto e, quando relevante, a solução racional. Uma renda, em cálculo financeiro ou matemática financeira é um conjunto finito ou infinito de valores com vencimento (equidistantes) de periodicidade certa, ou seja, valores que são pagos ou recebidos com intervalos de tempo constantes. Por exemplo, o pagamento de um empréstimo para habitação faz-se habitualmente através de pagamentos com periodicidade constante, em geral num determinado dia de cada mês. Pode pois ser considerado uma renda em termos de matemática financeira. Os recebimentos dos juros de um depósito em regime de juros simples, se o intervalo do seu vencimento for constante, é também considerado uma renda. Muitas das operações financeiras envolvem a utilização de rendas, nomeadamente para o pagamento ou amortização de empréstimos ou investimentos. Os cálculos do valor de cada prestação (que em matemática financeira se designa por termo), da taxa de juro associada ou do número de prestações necessárias, são baseados nos princípios apresentados nos pontos sobre capitalização e actualização em regime de juro composto. O pagamento parcelado possui uma grande variedade de tipos, podendo ser efectuado em varias prestações sequencialmente, ou existindo um período de carência para o início dos pagamentos, ou ser pagas em períodos não sequênciais, etc., dependendo do acordo ajustado entre as partes: o devedor e o credor. O que não diferencia em todos os tipos de Rendas e que sempre haverá a incidência de juros, proporcional ao tempo e/ou ao número de prestações. Página | 38 Objectivos do capítulo No final deste capítulo deverá ser capaz de: - compreeder quando é que um conjunto de capítais pode ser considerado uma renda; - descrever o comportamento das diversas séries de pagamento; - compreender porque é que em termos práticos, a importância reside nas rendas inteiras (as rendas fraccionadas são transformadas em inteiras, através da previa conversão da taxa); - Reportar o valor de uma renda a qualquer momento; - compreender os conceitos de valor acumulado e do valor actual de uma renda; - calcular qualquer variavel envolvida nas rendas, conhecidas as restantes. 7.2. Conceitos Fundamentais RENDA = Sucessão de capitais que se vencem periódicamente sendo o intervalo de tempo entre períodos constante; TERMO da renda, T = é cada um dos capitais da sucessão. T1, T2, T3….Tn; PERÍODO da renda, n = intervalo de tempo constante que separa ou medeia os vencimentos consecutivos. Momentos relevantes da vida de uma renda : Momento zero – em que se convenciona a constituição da renda, podendo esta começara produzir-se imediatamente ou não ( renda imediata ou renda diferida). Momento w - de início do primeiro período da renda. Prazo de diferimento (o;w) decorre desde a constituição da renda até que começa a produzir-se. Momento w + n fim do último período da renda quando esta tem n termos e é diferida de w períodos. Renda de termos constantes = T1=T2=T3=T4……=Tn Página | 39 Renda de termos variáveis = T1; T2; T3; T4…… Tn , os termos variam de acordo com uma lei conhecida (progressão aritmética, progressão geométrica etc) ou não Renda anual - chama-se aos termos anuidades Renda semestral - chama-se aos termos semestralidades Renda mensal - chama-se os termos mensalidade, etc. Simbologia Nas operações com Rendas financeiras será utilizada a seguinte simbologia: T – Termos da Renda A – Valor Actual. S – Montante. i – Taxa de Juros. n – Número de Termos. Informações importantes: As operações com Rendas utilizam juros compostos. O montante de uma Renda (S) fica na “altura” do último termo. O Valor Actual (A) de uma Renda corresponde à soma dos Valores Actuais de seus Termos. Numa renda é importante conhecer o momento em que ocorre o primeiro termo, tendo em vista situar o momento que passamos a designar por origem ou referência da renda. 7.3. Classificação das rendas As rendas podem classificar-se segundo diferentes ópticas: a) quanto ao número de termos : temporárias (n finito) ou perpétuas ( n infinito) b) quanto à sua dependência de factores aleatórios: certas (se a disponibilidade de todos os termos é absoluta) ou incertas ( se o vencimento dos termos está condicionado por qualquer factor aleatório). c) Quanto ao momento a que são referidos os seus valores actuais: imediatas ( se o seu valor actual é referido a um momento que coincide com o inicio do seu primeiro Página | 40 periodo) ou diferidas ( se o valor actual se refere a um momento anterior ao inicio do seu primeiro periodo) d) Quanto à relação entre o periodo da renda e o da taxa: rendas inteiras (quando o periodo da renda e o da taxa coincidem) ou rendas fraccionadas ( quando o periodo da renda e o da taxa não coincidem) e, os termos da renda também se poderão classificar : 1) quanto ao momento de vencimento : termos normais ou postecipados ( quando se vencerem no final do periodo a que dizem respeito) ou termos antecipados (quando se vencerem no inicio do periodo a que correspondem)2) quanto ao seu valor : termos constantes ( se todos tiverem o mesmo valor) ou termos variáveis ( se o valor dos termos for desigual- a variação poderá obedecer a uma certa lei matemática : progressão aritmética ou geométrica- ou não). Esquema das Rendas Postecipas Imediatas Antecipadas Constantes Temporárias Diferidas Variáveis Períodicas Certas Perpétuas Não-períodicas Rendas Aleatórias Página | 41 Quadro resumo da Classificação Critério Classificação da Renda Definição 1 Variabilidade dos termos Constante Os termos são iguais Variável (PA ou PG) Dois ou mais termos são diferentes 2 Nº de termos Temporária Existe um número definido de termos Perpétua Existe um número indefinido de termos 3 Período da renda e da i (taxa) Inteira Os períodos são iguais Fraccionada Os períodos são diferentes 4 Localização do vencimento em cada período Postecipada (normal) O termos vencem no fim de cada período Antecipada Os termos vencem no início de cada período 5 Diferimentos (Nota: Importa saber 1º localização do vencimento) Imediata No período de referência há vencimento Diferida No período de referência não há vencimento 6 Contingência Incerta Depende de factores aleatórios Certa Não depende de factores aleatórios 7 Objectivo de constituição Remuneração Pagamento/recebimento de uma quantia Amortização Eliminar uma dívida contraída Acumulação Acumular uma quantia A classificação em negrito é a mais simples de ser analisada. Exemplo: Salário auferido por um trabalhador durante um determinado tempo; Propina paga mensalmente a Universidade. Período Vs Momento Período Momentos Acontecimento Zero Período de referência Momento de referência Contrato Primeiro Período do 1º vencimento Momento do 1º vencimento 1º Pagamento Último Período do último vencimento Momento do último vencimento Último pagamento Fazer pequenos momentos grandes instantes Modo de resolução dos problemas apresentados Passos para resolução de um problema básico: 1º Retirar os seguintes dados dos exercícios - Termo (s) - Nº de termos - Taxa de juro 2º Saber o que se pretende determinar - Valor actual - Valor acumulado 3º Analisar a fórmula a aplicar (classificação) 4º Aplicação da fórmula Página | 42 7.4. Estudo das rendas Por via de regra, e salvo excepções, no estudo das rendas interessa-nos conhecer o seu valor num de dois momentos de referência: a) - valor actual, ou seja, o valor da renda reportado ao momento zero, que coincide com o inicio do primeiro periodo da renda se esta é imediata ou a um momento anterior se a renda é diferida. An i b) - valor acumulado, ou seja, o montante capitalizado por uma renda no fim do seu ultimo periodo como a determinação daqueles valores vai depender da classificação da renda e da natureza dos seus termos, torna-se necessário desenvolver e determinar os respectivos algoritmos caso a caso. Sn 7.5. Rendas temporárias, certas, imediatas e inteiras 7.5.1. -de termos normais ( ou postcipados) e constantes Modelo Básico da Série Uniforme de Pagamento Trata-se da renda mais simples e que, como tal, irá servir de referencial para todas as restantes. Por modelo básico de uma série uniforme de pagamentos entendemos as séries que são simultaneamente: temporárias, periódicas, certas, imediatas e postecipadas e que a taxa seja referida ao mesmo período dos pagamentos. As séries uniformes postecipadas são aquelas em que o primeiro pagamento ocorre no momento 1 da série (0+n). a) Cálculo do valor actual: nA expresssão que simboliza o valor actual de uma renda, temporária, certa, imediata e inteira, de n termos normais e unitários. Para quaisquer outros termos constantes que não são unitários, terá de ser multiplicada por essa constante. Página | 43 Para calcular o valor actual da renda basta somar o valor de todos os termos, depois de actualizados para o momento zero (zero = actual, por convenção), à taxa de juro estipulada, ou seja: nn i i T A )1(1 . Considera-se uma renda composta por n termos anuais de t unidades cada (constantes, portanto), aos quais estão associados juros compostos à taxa anual efectiva i. Admitamos também por generalidades que o primeiro termo ocorre no final do primeiro periodo (ano). Assim estamos perante uma renda temporária, inteira, imediata, de termos normais e constantes. i i iiii A n nnn )1(1 )1( 1 )1( 1 ... )1( 1 )1( 1 1 12 Ou nnn iTiTiTiTiTA 11...111 )1(321 Na realidade estamos diante uma equação de equivalência. Analisando a equação, verificamos que a soma que constitui o seu 2º membro é a soma dos termos de uma progressõ geometrica assim definida. 1º termo = niT 1 Número de termos = n Razão = (1+i) Como sabemos, a soma dos n termos de um progressão geometrica de razão r e cujo primeiro termo é t1 é genericamente dada por 1 1 1 r r TS n PG Assim, neste caso, temos 1)1( 1)1( .)1( i i iTA n n n Ou seja, i i iTA n n n 1)1( .)1( Página | 44 Donde, i i iTA n n 1)1( .)1( 0 E finalmente i i TA n n )1(1 A epressão do valor actual de uma renda de termos constantes: 1.)1( 1)1( n n i i TP O valor de i i n )1(1 é reportado em tabelas financeiras para diferentes valores de n e i e representa-se por pelo simbolo ian . i i ia n n )1(1 O valor actual de uma renda constituida por n termos constantes no valor de T unidades monetários cada pode, então, ser simbolicamente representada por iTaA nn . a.1. Estudo da função i i ia n n )1(1 A função i i ia n n )1(1 depende somente de duas variáveis: i e n. Logo, o comportamento destas variáveis é importante. Em relação a variável i (assumindo n constante) É simples perceber que é uma função que se comport de forma decrescente em relação a variável i. Valor actual de uma renda temporária, inteira, imediata, de n termos normais e constantes no valor de T, à taxa i. Factor de actualização de uma renda composta por n termos (capitais) de valor unitário à taxa i (reporta o valor de todos esses n termos à origem, ou seja, ao momento que fica situado 1 período antes do vencimento do primeiro desses termos). Página | 45 Em relação a variável n (assumindo i constante) Da mesma forma podemos rapidamente perceber que a função é crescente em relação a variável n. Na verdade, quanto mais termos houver, a uma dada taxa (i constante), maior será a soma dos seusvalores actuais. Contudo, deve perceber-se que o valor actual de cada termo vai diminuindo à medida que n aumenta. A função ian (com i constante) apresentará, pois, uma assimptota (valor limite que nunca é ultrapassado). De facto, quando n , temos. i i ia )1(1 Donde, i ia 1 Calculos relacionados com o valor actual i i TA n n )1(1 Dado que são quatro variáveis envolvidas, podemos deparar-nos com a necessidade de obter qualquer uma delas: 1) Qual o valor actual, nA , de um certo número de termos, n¸de T unidades cada, a uma dada taxa, i . 2) Qual o valor de cada termo, T, sabendo que n termos de T unidades cada conduzem ao valor actual nA , à taxa i. 3) Qual o número de termos, n, de T unidades monetárias cada que, a taxa i, conduzem ao valor actual nA , a uma dada taxa, i . 4) Qual a taxa, i, que aplicada a um certo número de termos, n, de T unidades monetárias cada que, à taxa i, conduzem ao valor actual n nA . b) Cálculo do valor acumulado nS : expresssão que simboliza o valor acumulado de uma renda, temporária, certa, imediata e inteira, de n termos normais e unitários. Para quaisquer outros termos constantes que não sejam unitários, terá de ser multiplicada por essa constante. Página | 46 Para calcular o valor acumulado da renda, teremos de somar os valores capitalizados ou acumulados de todos os termos para o momento n, ou seja o fim do periodo do último termo da renda, à taxa de juro convencionada, i, pelo que teremos: i i iiiS n nn n 1)1( 1)1(...)1()1(1 21 Ou seja TiTiTiTiTiTS nnnn 12321 )1()1(...)1()1()1( Na realidade estamos diante de uma equação de equivalência. Analisando a equação, verificamos que a soma que constitui o seu 2º membro é a soma dos termos de uma progressõ geometrica assim definida. 1º termo = T Número de termos = n Razão = (1+i) Como sabemos, a soma dos n termos de um progressão geometrica de razão r e cujo primeiro termo é T1 é genericamente dada por 1 1 1 r r TS n PG Assim, neste caso, temos 1)1( 1)1( i i TS n n Ou seja, i i TS n n 1)1( O valor de i i n 1)1( é reportado em tabelas financeiras para diferentes valores de n e i e representa-se por pelo simbolo iSn . Valor acumulado de uma renda temporária, inteira, imediata, de n termos normais e constantes no valor de T, à taxa i. Página | 47 Então, i i iS n n 1)1( O valor acumulado de uma renda constituida por n termos constantes no valor de T unidades monetários cada pode, então, ser simbolicamente representada por iTSS nn . b.1 Estudo da função i i iS n n 1)1( A função i i iS n n 1)1( depende somente de duas variáveis: i e n. Logo, o comportamento destas variáveis é importante. Em relação a variável i (assumindo n constante) É simples perceber que é uma função que se comport de forma crescente em relação a variável i. Na realidade não há duvida que quanto mais elevada for a taxa, para um dado número de termos, n, maior será o valor acumulado por todos esses termos. Em relação a variável n (assumindo i constante) Da mesma forma podemos rapidamente perceber que a função é crescente em relação a variável n. Na verdade, quanto mais n termos houver, a uma dada taxa (i constante), maior será a soma dos seus valores acumulados por todos esses termos. Deve referir-se que, apesar de n ser uma variável discreta (uma vez que n representa o número de termos, só pode tomar um valor inteiro positivo), nas análises que se segue será tratada como variável contínua, o que não prejudica em nada essas análises. Calculos relacionados com o valor acumulado i i TS n n 1)1( Dado que são quatro variáveis envolvidas, podemos deparar-nos com a necessidade de obter qualquer uma delas: Factor de capitalização de uma renda composta por n termos (capitais) de valor unitário à taxa i (reporta o valor de todos esses n termos ao momento de vencimento do último). Página | 48 1) Qual o valor acumulado, nS , de um certo número de termos, n¸de T unidades cada, a uma dada taxa, i . 2) Q u a l o valor de cada termo, T, sabendo que n termos de T unidades monetárias cada conduzem ao valor acumulado nS , à taxa i. 3) Qu al o nú me ro de termos, n, de T unidades monetárias cada que, a taxa i, conduzem ao valor acumulado nS , a uma dada taxa, i . 4) Qual a taxa, i, que aplicada a um certo número de termos, n, de T unidades monetárias cada que, à taxa i, conduzem ao valor acumulado nS . Comparando as duas expressões, fácilmente se conclui que existe uma relação directa entre as mesmas, que se traduz : n nn iiAS )1( Ou seja, o valor actual capitalizado para o fim do último periodo é igual ao valor acumulado pelos termos da renda. E, a inversa também é verdadeira. n nn iiSA )1( Valor acumulado de uma renda de termos constantes é igual à capitalização do valor actual da renda, à mesma taxa, durante n períodos. Valor actual de uma renda de termos constantes é igual à actualização do valor acumulado da renda, à mesma taxa, para a origem. Página | 49 Exemplos de Rendas do Modelo Básico (1) Um determinado bem esta sendo vendido por nove prestações de $500,00, vencendo a primeira um mês após a compra. Considerando um taxa de 2,5% ao mês, determine o valor à vista desse bem. (2) Caso você efectue 24 depósitos mensais e iguais de $300,00 em uma instituição que pague juros de 1,5% ao mês, quanto disporá por ocasião do último deposito? (3) Um determinado bem custa $10.000,00 à vista. Caso você queira adquirir esse bem a prazo, para pagamento em 24 prestações mensais e iguais, vencendo a primeira um mês após a compra, qual será o valor do pagamento com taxa de 3% ao mês. (4) Caso você queira dispor de $10.000,00 daqui a seis meses, quanto deverá depositar mensalmente em uma instituição financeira que pague juros de 2% ao mês para que no último deposito obtenha a quantia desejada? 7.6. - Renda de termos antecipados e constantes “Os termos da renda ocorrem nos INÍCIOS dos períodos de pagamento” Ao contrário da modalidade anterior, os termos da renda vencem-se no inicio de cada período e não no fim, o que corresponde a antecipar um periodo no vencimento de todos os termos da renda. Como consequência, o valor actual de cada um e de todos os termos aumenta, pois, é actualizado menos um periodo. )1( )1(1 )1( )1( 1 )1( 1 ... )1( 1 )1( 1 1 )1( 12 i i i i iiii iiAA n nnnn Do mesmo modo, o valor acumulado pelo somatório dos termos da renda no fim do ultimo periodo, também aumenta de igual modo, uma vez que cada termo da renda irá acumular mais um periodo de juros; sofre ou beneficia de um periodo adicional de capitalização. Página | 50 Representa-se por: )1(1)1()1(1)1(...)1()1(1)1( 21 i i i iiiiiSS n nn nn
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