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LUIZA MARTINS DIREITO EMPRESARIAL III 2º BIMESTRE 27.09.2018 CRÉDITOS EXTRACONCURSAIS Os creditos extraconcursais não se sujeitam ao concurso de credores, que tem total preferência, são aqueles creditos que serão garantidos. Poderá haver reserva de valores. Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: I – Remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; Os primeiros credores serão o administrador judicial e seus auxiliares, e honorários que são devidos. Com relação ao administrador judicial haverá uma reserva de capital, por quê? Artigo 24, não pode exceder a 5% do acervo patrimonial e 40% reservado ao pagamento após a prestação das contas finais, ou seja, as prestações de contas finais apenas acontecerão com o encerramento de toda a capacidade de pagamento da massa falida e nesse momento que ele vai prestar as contas e terá direito a receber a remuneração que haveria sido destacada, razão que haverá a reserva relativamente em relação ao capital. Créditos decorrentes da legislação do trabalho (nos casos de continuidade provisória dos negócios do falido) – artigo 99, inciso XI (há possibilidade de o juiz) autorizar a continuidade provisória dos negócios do falido, exemplo: vamos supor que tenha sido decreta a falência, mas no dia 27/08 o juiz autorizou a continuidade provisória, então o salário que se vencerem são extraconcursais. A partir da continuidade provisória os creditos são concursais. Acidentes de trabalho que aconteça nesse período a indenização será extraconcursal – se o acidente de trabalho é anterior é concursal. Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa. Os salários vencidos de três meses anteriores à decretação da falência (apenas três meses) cumulativamente referentes a cinco salários mínimos por trabalhador (não podem ultrapassar a cinco salários mínimos), esses serão pagos na primeira oportunidade de pagamento da massa falida. Os salários que se venceram a 7/8 meses antes da decretação são concursais. II – Quantias fornecidas à massa pelos credores; Quando é decretada a falência não haverá dinheiro disponível em efetivo, não obstante a sociedade empresária falida tenha muito ativo imobilizado (estoque, patrimônio que não foram alienados), o administrador judicial depende de dinheiro para a gestão imediata da massa, nem que seja para a publicação em jornal (convocando investidores). Nessas situações empresárias emprestam dinheiro a massa falida, e nesses casos os creditos serão extraconcursais. III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; IV – Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; Existem litígios que são anteriores a decretação da falência e muitos desses ficam suspensos em razão da decretação da falência. Mas não raras as vezes depois de transitado em julgado a falência existem litígios que se estabelecem sobre a representação do administrador judicial, uma das hipóteses é o pedido de restituição (aquele que requereu com fundamento no arts 85 e 86, tenha um litígio com a massa falida e o administrador judicial), quando a massa falida É VENCIDA em um litígio ela deve custas processuais e honorários advocatícios serão creditos extraconcursais. Em casos excepcionais a justiça gratuita a pessoa jurídica – não é regra, o perigo é que são pedidos levianos. V – Obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. Exemplo: decretada a falência o administrador judicial depende de dinheiro em cash para os atos iniciais que ele precisa (publicação em edital), pode ter que emprestar dinheiro em banco, sendo credito extraconcursais. Exemplo de recuperação judicial para os empresários que estão em crise econômica financeira momentânea (se é definitiva tem a falência), em muitos casos ele está com alguma dificuldade à atividade empresarial é viável, com potencial de chance de recuperação. Exemplo: faço o requerimento de recuperação judicial é mais difícil de conseguir empréstimos, nesse caso se acontecer a falência do empresário que estava em recuperação judicial esse dinheiro que emprestou é credito extraconcursal, a consequência tem barateamento do credito e facilidade de emprestar dinheiro. Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I – se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II – da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III – dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei. • Os incisos I ao II são creditos extraconcursais (art. 86. Restituição em dinheiro). A primeira hipótese é quando tem o perdimento do bem, quando já estava sob a guarda do administrador judicial, exemplo: decretada a falência automóveis que eram da localiza e a ela requereu a restituição dos automóveis (conforme art. 85), imagine se esses automóveis foram extraviados quando já estavam sob responsabilidade do administrador judicial (fogo) situação que a localiza pode pedir a restituição do valor destruído, esse credito é extraconcursal. A segunda hipótese é do adiantamento do credito ao exportador, exemplo: eletrolux que fabrica geladeiras e fez um contrato de compra e venda com a argentina das mesmas geladeiras, esse credito é extraconcursal (se acontecer a falência antes da entrega do bem). A terceira hipótese de declaração de ineficácia de ato ou da revogação do ato (hipóteses do artigo 129 e 130) com o terceiro de boa-fé. Exemplo: em conluio com o a terceiro de boa-fé eu adquiro um imóvel e vende, caso venda ou restitua o bem ela poderá pedir a restituição do que fez com o imóvel, esse credito também é extraconcursais. Ordem de preferência: Artigo 84 – I. Artigo 151. Artigo 86. Artigo 84 – II. Artigo 84 – III. Artigo 84 – IV. Artigo 84 – V. REALIZAÇÃO DO ATIVO: acontece em dois momentos distintos. Significa dizer o levantamento patrimonial feito pelo administrador judicial, como regra geral: após a decretação da falência o estabelecimento é lacrado o administrador judicial tem que apurar o que é patrimônio efetivo e não é patrimônio da massa falida. Com os pedidos de restituições, mas esse processo de depuração, limitação é chamado de realização do ativo, como se fosse um ‘inventário de todos os bens’. Com os bens tangíveis e intangíveis.Seguida a realização do ativo o próximo passo é a liquidação dos ativos. ALIENAÇÃO ORDINÁRIA: Segue as orientações do legislador, artigos 83 (concurso de credores), 84 (créditos extraconcursais que também fazem parte da liquidação ordinária, 140 e 142. Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência: I – Alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; Venda dos estabelecimentos em bloco. Exemplo: imaginem que é decretada a falência de uma empresa que tenha filiais (várias unidades produtivas) e se decretada a falência aparecesse um investidor e comprasse tudo, com apenas um edital de publicação. II – Alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; Então nos casos de decretação de falência de uma grande empresa como o exemplo da Volwsvagem, pode ser vendido algumas unidades separadamente. III – alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor; Nesta hipótese o administrador judicial desmembraria a unidade que não é interessante e faria lotes ou blocos de bens “venda casada”. Nesse desmembramento iria separar os maquinários interessantes e iria separar os obsoletos e varia a tentativa de venda casada dos bens. IV – Alienação dos bens individualmente considerados. Bens que possuem alto valor, como um avião, navio, imóveis. O administrador pode compor as hipóteses do artigo 140. Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades: I – Leilão, por lances orais; II – Propostas fechadas; III – pregão. § 1o A realização da alienação em quaisquer das modalidades de que trata este artigo será antecedida por publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda. § 2o A alienação dar-se-á pelo maior valor oferecido, ainda que seja inferior ao valor de avaliação. § 3o No leilão por lances orais, aplicam-se, no que couber, as regras da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. § 4o A alienação por propostas fechadas ocorrerá mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência. § 5o A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases: I – Recebimento de propostas, na forma do § 3o deste artigo; II – Leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo. § 6o A venda por pregão respeitará as seguintes regras: I – Recebidas e abertas as propostas na forma do § 5o deste artigo, o juiz ordenará a notificação dos ofertantes, cujas propostas atendam ao requisito de seu inciso II, para comparecer ao leilão; II – O valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado; III – caso não compareça ao leilão o ofertante da maior proposta e não seja dado lance igual ou superior ao valor por ele ofertado, fica obrigado a prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial. § 7o Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade. Como são vendidos esses bens? Por hasta pública (leilão, proposta fechada, pregão). • Para o leilão é obrigatório ter um leiloeiro oficial (com a lista na junta comercial, com a matricula). • Proposta fechada, com edital é convocado os interessados para que apresentem um envelope lacrado até determinado dia, e em outro dia abrirá todos os envelopes. A invés de lances orais. • Pregão. 03.10.2018 ALIENAÇÃO EXTRAORDINÁRIA A alienação extraordinária depende de aprovação em assembleia de credores, enquanto na ordinária depende do rito na lei (sem assembleia). Exemplo: Krone do Brasil. O problema é que estava em um período de crise com passivos trabalhistas e fiscal. Não tinha dividas de banco. Exemplo: uma cidade pequena que tem decretada a falência muitos trabalhadores serão obrigados a mudar de cidade. A possibilidade de os trabalhadores Comentado [UdW1]: Mas isso é muito difícil de acontecer tendo em vista que é um montante muito grande, podendo ser fatores estruturais. Por exemplo: loja de carro (GOL). Comentado [LM2]: Fabricava carrocerias de madeira de caminhão, no quesito matéria de madeira. converterem os seus créditos em quotas de sociedade e não há nenhum impedimento que os empregados passem a ser donos da atividade empresarial e contratem o administrador para trabalhar. Os fundamentos estão nos artigos 144 e 145 da lei. Art. 144. Havendo motivos justificados, o juiz poderá autorizar, mediante requerimento fundamentado do administrador judicial ou do Comitê, modalidades de alienação judicial diversas das previstas no art. 142 desta Lei. Art. 145. O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do ativo, desde que aprovada pela assembléia-geral de credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com a participação, se necessária, dos atuais sócios ou de terceiros. Situação que os empregados se reúnem e nomeiam o gestor como administrador da sociedade. § 2o No caso de constituição de sociedade formada por empregados do próprio devedor, estes poderão utilizar créditos derivados da legislação do trabalho para a aquisição ou arrendamento da empresa. § 3o Não sendo aprovada pela assembléia-geral a proposta alternativa para a realização do ativo, caberá ao juiz decidir a forma que será adotada, levando em conta a manifestação do administrador judicial e do Comitê. Temos que pensar, se houve a decretação da falência da ‘Joana convecções’, justifica publicação em edital para a compra de maquinas de costura, de agulha e linha. Haveria incompatibilidade em termos práticos seria caro demais. O juiz pode ter modalidades extraordinárias de alienação, não comporta a modalidade de alienação ordinária (porque é cara) para a convocação. Sendo uma alternativa extraordinária de alienação. § 1o Aplica-se à sociedade mencionada neste artigo o disposto no art. 141 desta Lei. Na lei antiga não há sucessão de responsabilidade quando é comprado uma unidade produtiva na planta, se há uma sucessão de responsabilidade ninguém compra. O legislador no artigo 141 não da a sucessão de responsabilidade. Art. 141. Na alienação conjunta ou separada de ativos, inclusive da empresa ou de suas filiais, promovida sob qualquer das modalidades de que trata este artigo: I – Todos os credores, observada a ordem de preferência definida no art. 83 desta Lei, sub-rogam-se no produto da realização do ativo; II – O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nasobrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, as derivadas da legislação do trabalho e as decorrentes de acidentes de trabalho. § 1o O disposto no inciso II do caput deste artigo não se aplica quando o arrematante for: I – Sócio da sociedade falida, ou sociedade controlada pelo falido; II – Parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consanguíneo ou afim, do falido ou de sócio da sociedade falida; ou III – identificado como agente do falido com o objetivo de fraudar a sucessão. § 2o Empregados do devedor contratados pelo arrematante serão admitidos mediante novos contratos de trabalho e o arrematante não responde por obrigações decorrentes do contrato anterior. O que acontece a partir do momento em que todo o patrimônio é alienado ordinária: artigo 149 (pagamento dos credores). PAGAMENTO DOS CREDORES – artigo 149 Art. 149. Realizadas as restituições, pagos os créditos extraconcursais, na forma do art. 84 desta Lei, e consolidado o quadro-geral de credores, as importâncias recebidas com a realização do ativo serão destinadas ao pagamento dos credores, atendendo à classificação prevista no art. 83 desta Lei, respeitados os demais dispositivos desta Lei e as decisões judiciais que determinam reserva de importâncias. § 1o Havendo reserva de importâncias, os valores a ela relativos ficarão depositados até o julgamento definitivo do crédito e, no caso de não ser este finalmente reconhecido, no todo ou em parte, os recursos depositados serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes. § 2o Os credores que não procederem, no prazo fixado pelo juiz, ao levantamento dos valores que lhes couberam em rateio serão intimados a fazê-lo no prazo de 60 (sessenta) dias, após o qual os recursos serão objeto de rateio suplementar entre os credores remanescentes. As vezes o credor não aparece, contabilizado como perda. Comentado [LM3]: Com uma nova pessoa jurídica, mas nada impede que essa seja a deliberação em assembleia e escolherem uma alterativa extraordinária de alienação. Comentado [LM4]: Aquela que está em um galpão alugado e três maquinas de costura (acervo patrimonial). Comentado [LM5]: Na lei atual também não tem sucessão. Comentado [LM6]: Atualmente o entendimento firmado nos tribunais é que não há sucessão do trabalho, com o simples detalhe que ninguém compraria. Comentado [LM7]: = LARANJA Art. 150. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades previstas no inciso XI do caput do art. 99 desta Lei, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa. Para gerir a massa falida ele depende dos mesmos recursos para o pagamento dos credores. Art. 152. Os credores restituirão em dobro as quantias recebidas, acrescidas dos juros legais, se ficar evidenciado dolo ou má-fé na constituição do crédito ou da garantia. Hipótese de habilitação de credito de maneira leviana, tem que ser pelo que efetivamente recebi (restituindo o que paguei e ainda indenizo), se eu não cheguei a levantar eu não vou responder crime. Art. 153. Pagos todos os credores, o saldo, se houver, será entregue ao falido. ENCERRAMENTO DA FALÊNCIA - artigo 154 Art. 154. Concluída a realização de todo o ativo, e distribuído o produto entre os credores, o administrador judicial apresentará suas contas ao juiz no prazo de 30 (trinta) dias. Distribuiu tudo que tinha aos credores, terá que prestar contas no final ao prazo de 30 dias. § 1o As contas, acompanhadas dos documentos comprobatórios, serão prestadas em autos apartados que, ao final, serão apensados aos autos da falência. § 2o O juiz ordenará a publicação de aviso de que as contas foram entregues e se encontram à disposição dos interessados, que poderão impugná-las no prazo de 10 (dez) dias. O administrador apresenta as contas, todos os interessados (credores, ministério público) serão intimados com a possibilidade de impugnar. § 3o Decorrido o prazo do aviso e realizadas as diligências necessárias à apuração dos fatos, o juiz intimará o Ministério Público para manifestar-se no prazo de 5 (cinco) dias, findo o qual o administrador judicial será ouvido se houver impugnação ou parecer contrário do Ministério Público. § 4o Cumpridas as providências previstas nos §§ 2o e 3o deste artigo, o juiz julgará as contas por sentença. § 5o A sentença que rejeitar as contas do administrador judicial fixará suas responsabilidades, poderá determinar a indisponibilidade ou o sequestro de bens e servirá como título executivo para indenização da massa. § 6o Da sentença cabe apelação. Art. 155. Julgadas as contas do administrador judicial, ele apresentará o relatório final da falência no prazo de 10 (dez) dias, indicando o valor do ativo e o do produto de sua realização, o valor do passivo e o dos pagamentos feitos aos credores, e especificará justificadamente as responsabilidades com que continuará o falido. Após a prestação de contas e terem sido APROVADAS o administrador tem obrigação de apresentar o relatório final (devedores), no qual vai falar que recebeu um ativo com ‘x’ dinheiro e desse dinheiro que tinha tantos credores, e tantos ficaram sem receber. Art. 156. Apresentado o relatório final, o juiz encerrará a falência por sentença. Parágrafo único. A sentença de encerramento será publicada por edital e dela caberá apelação. Art. 157. O prazo prescricional relativo às obrigações do falido recomeça a correr a partir do dia em que transitar em julgado a sentença do encerramento da falência. EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DO FALIDO: serão dessa maneira. Art. 158. Extingue as obrigações do falido: I – O pagamento de todos os créditos; II – O pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinquenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; Realizou o pagamento de pelo menos 50% dos créditos quirografários (ordem de preferência do artigo 84). Quando não tem dinheiro para pagar toda uma classe tem um rateio proporcional. III – o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; Com o encerramento do processo de falência, aquele que os créditos não foram pagos poderá insistir apenas por mais 5 anos, se não houver condenação por crime Comentado [LM8]: Habilitação de credito que eu não tinha reconhecido esse credito. Essa punição exige que o credor leviano tem que ter recebido o dinheiro ou apenas pleiteado? Tem que ser pelas quantias recebidas. Comentado [LM9]: Trata-se da prestação de contas finais. Comentado [LM10]: Sequestro dos bens do administrador corrupto, é um direito indenizatório a massa falida caso verifique uma situação de contas fraudulentas. Comentado [LM11]: Com a decretação da falência e fixado o foro universal (juízo prevento), ficariam suspensas e que os respectivos credores iriam discutir no juízo universal. Imaginar que no juiz da falência os créditos desses credores foram pagos mesmo antes de ser suspensa (a execução será julgada extinta) o processo que estava suspenso acabou ficando extinto. E que de uma vara não houve o pagamento e apresentou contas e o relatório e esse credor não recebeu o seu credito, nesse momento a suspensão deixa de existirpara que esse credor tente receber alguma coisa. Comentado [LM12]: É apelável, assim como a prestação de contas do administrador judicial a sentença de falência e na extinção. Comentado [LM13]: A partir desse artigo questiona-se se o termo suspensivo o artigo 6° era suspensivo ou de interrupção? Comentado [LM14]: Seria de interrupção. Comentado [LM15]: Comentado [LM16]: Pago pelo menos 50% das dívidas que ele tem com cada um dos credores quirografários. Não significa que ele está pagamento os 50% dos credores quirografários e os outros ficaram ‘a ver navios’. falimentar do empresário falido. Se houve condenação o prazo prescricional é de 10 anos. IV – O decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei. Art. 159. Configurada qualquer das hipóteses do art. 158 desta Lei, o falido poderá requerer ao juízo da falência que suas obrigações sejam declaradas extintas por sentença. § 1o O requerimento será autuado em apartado com os respectivos documentos e publicado por edital no órgão oficial e em jornal de grande circulação. § 2o No prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação do edital, qualquer credor pode opor-se ao pedido do falido. § 3o Findo o prazo, o juiz, em 5 (cinco) dias, proferirá sentença e, se o requerimento for anterior ao encerramento da falência, declarará extintas as obrigações na sentença de encerramento Situação em que o empresário tenha pago todas as suas dívidas, pode requerer a extinção das obrigações ainda que permaneçam obrigações, devendo ser rateado. § 4o A sentença que declarar extintas as obrigações serão comunicadas a todas as pessoas e entidades informadas da decretação da falência. § 5o Da sentença cabe apelação. § 6o Após o trânsito em julgado, os autos serão apensados aos da falência. 04.10.2018 É possível decretar a falência de um empresário sem que ele esteja em estado de insolvência? Os requisitos da decretação da falência são objetivos, diante dessa circunstância não sendo necessário estar em estado de insolvência pois o preenchimento dos requisitos (artigo 94, inciso I, II). Não é o comum, tem que ter a inviabilidade econômica. Artigo 170 da constituição federal – ordem econômica regida por vários princípios associados ‘a um paraíso’. Estou em estado de crise econômica financeira instável, mas utilizo de trabalho escrava eu não tenho viabilidade econômica porque eu não atendo o que a ordem econômica determina. Ou pelo meu produto eu cobro um preço desmedido? Se a valorização é desmedida, qual é o efeito disso? As pessoas vão comprar, mas terá o empobrecimento do outro. RECUPERAÇÃO JUDICIAL A depender de uma série de elementos eu posso ser reconhecido como viável economicamente ou não, mais do que estar em um estado de crise econômico financeiro momentânea para ser digna a recuperação judicial precisa ser viável economicamente, associada ao artigo 170 da Constituição Federal. Conceito de recuperação: Art. 47. A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Traz a ideia que o estado de crise econômica financeira e a preservação da atividade empresarial. • Relação de empregabilidade; • Relação de geração de riquezas; • Arrecadação fiscal; Livre iniciativa associada a força do trabalho. REQUISITOS PARA REQUERER A RECUPERAÇÃO JUDICIAL: artigo 1° • Apenas os empresários e a sociedade empresária podem requerer a recuperação judicial. Exceções – artigo 2°: • Empresa pública, sociedade de economia mista, bancos. Qual a forma que essas pessoas que não podem ter a recuperação judicial de recuperam? Depende, se forem bancos, o próprio banco central pode fazer uma intervenção (equivalente a uma recuperação judicial), se for uma seguradora, uma Comentado [LM17]: Com a sentença transitada em julgado. Comentado [LM18]: A partir dessa máxima um escritório de advocacia pode requerer a recuperação judicial? Não porque não é sociedade empresarial (sociedade simples). entidade de aposentadoria suplementar (o controle dessas atividades é realizado pela SUSEP), essa superintendência terá a responsabilidade. Empresa pública e sociedade de economia mista é o próprio estado que vai auxiliar. Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; Sentença de extinção. II – Não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; Fiz o requerimento da recuperação judicial com êxito em 04.10 quanto que posso pedir novamente a recuperação judicial pela regra do inciso II? A partir do 04.10.2023. III - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) Tanto para o microempresário e da empresa de pequeno porte, como das empresas de médio/grande porte. IV – Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. Não pode ter sido condenado com sentença transitada em julgado por crime falimentar. § 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013) § 2o Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) Por exemplo as pessoas que desenvolvem atividade empresarial agrícola que ele vai ter a produção leiteira. Imaginem então que ele investiu em uma atividade empresarial, mas dentro de dois anos ele não teve muitos movimentos econômicos financeiros capazes de demostrar a atividade, bastando demonstrar a declaração de informação de pessoa jurídica. Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I – A exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; O motivo/ razões que ele está em crise econômico financeira (p. exemplo: a crise externa, tsunami). II – As demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: Demonstrações contábeis, de acordo com os requisitos: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; Para a demonstração do estado econômico financeiro e a relação de ativos e passivos. III – a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicaçãodo endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; É o próprio empresário que quando requerer a recuperação judicial que apresenta o quadro de credores, e esse quadro se for deferido será em forma de edital. IV – A relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V – Certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; Comentado [LM19]: A razão para o período de 2 anos é curto, se antes de 2 anos esta com problemas é necessário fazer uma pesquisa. Tem que exercer com regularidade – demonstrando atividade, de que forma? Arrecadamento de tributos, contratos recentes, escrituração contábil. Comentado [LM20]: A e B tem uma sociedade que faliu. Mas o A tem uma sociedade com o E e essa outra sociedade pretende a recuperação judicia, ela não vai conseguir a recuperação judicial porque ela tem o A que é falido da outra sociedade, duas alternativas: A teria que sair do quadro societário para requerer a recuperação judicial, ou que sejam extintas as obrigações do processo de falência. Comentado [LM21]: Imaginar que eu faço o requerimento da recuperação judicial hoje e foi indeferida, eu posso requerer novamente o mês que vem? Sim, posso requerer quantas vezes quiser. A condição é entre uma concessão e outra, então se eu requeri e não foi deferido eu posso insistir. Comentado [LM22]: A lei antiga determinava o intervalo de 8 anos, sendo destinado ao micro e pequenos empresários. Antes da lei complementar o microempresário que tivesse a si obtido em seu favor, ter requerido depois de 8 anos. Isso mudou para 5 anos, para o médio e grande empresário. Comentado [LM23]: Conflitante com o artigo 48, que pede os três últimos exercícios e o lapso temporal mínimo é de 2 anos para solicitar a recuperação judicial (nesse caso eu junto o que eu tiver, não necessariamente os três últimos exercícios). O empresário irregular pode pedir a recuperação judicial? Não, porque o inciso V do artigo 51 exige que o pedido seja instruído com a certidão da junta comercial. O benéfico é apenas para os regulares porque o pedido vai ser instruído com a junta comercial (certidão). VI – A relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; Se a pessoa jurídica porque tem que arrolar os bens pessoais? Demonstrar aos credores que estou impondo alguns sacrifícios, ou os meus bens não são suficientes. VII – os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; Para saber quais ações existem em face dele, ou ele estar executando algumas pessoas. Podendo ser a inadimplência dos seus credores, ser a razão da sua crise. VIII – certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX – A relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. § 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado. § 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica. A lei de registro (escrituração simplificada), um deles porque os microempresários não têm no seu quadro os contabilistas e para se elaborar uma escrituração é necessário os contabilistas, e ao micro e pequeno empresário não tem isso exigida. § 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. FINAL DA AULA 10.10.2018 O artigo 48 e 51 da lei 11.101/2005 tratam-se das sujeições dos creditos, amplamente mencionado no artigo 49 da lei. • Deferido o processamento da recuperação judicial com base nos artigos 48 c/c 51 terá a publicação do edital. Neste edital terá o resumo dos principais fatos ocorridos no processo (pedido de recuperação) e a decisão que defere o processamento. A decisão que defere o processamento, é exclusiva do juiz não é conferida o contraditório e verificar se há ou não viabilidade econômica. Também será verificado se no quadro de credores conforme o artigo 51 é fornecido pelo próprio empresário, que requer a recuperação judicial. E que neste edital terá a nomeação de um administrador judicial. Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. § 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. § 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. § 5o Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4o do art. 6o desta Lei. Se não apresentar o plano de recuperação judicial em 60 dias implicará em convocação em falência, de acordo com o artigo 53 da lei. Art. 53. O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação judicial, sob pena de convolação em falência, e deverá conter: I – Discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados, conforme o art. 50 desta Lei, e seu resumo; II – Demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiroe de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada. Contabilista ou o auditor, necessariamente para ficar caracterizado a possibilidade de responsabilização criminal e civil. Parágrafo único. O juiz ordenará a publicação de edital contendo aviso aos credores sobre o recebimento do plano de recuperação e fixando o prazo para a manifestação de eventuais objeções, observado o art. 55 desta Lei. Ele é publicado em forma de edital. MEIOS DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL: Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros: I – Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; Natureza contratual. Com a suspensão em 180 dias. II – Cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III – alteração do controle societário; O estado de crise econômico financeiro é porque não estão elegendo bons administradores (convencimento) e tal isso esteja conduzindo a sociedade empresária ao estado de crise. A proposta é para alteração. IV – Substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V – Concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; Podem escolher um administrador que irá trabalhar em conjunto. VI – Aumento de capital social; Capital social integralizado. VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; Pode fazer uma dação em pagamento para os credores. VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX – Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiros; Na recuperação judicial da Varig postergaram a mais de 10 anos o recebimento dos valores. X – Constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial dos bens; XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; Equalização de encargos financeiros – negociação de juros, que advém de uma divida. Negociando essa política de juros. XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; XV – Emissão de valores mobiliários; Emissão de debentures. XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. Adjudicação de todos os créditos que pretende receber. § 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. Exemplo: empresário devedor, devo o dinheiro de Gustavo e tem um bem que devo em hipoteca. Precisa vender o imóvel para sanar a hipoteca, apenas poderá vender se o Gustavo autorizar. § 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial. Vamos imaginar que eu tenho um credito que tem uma série de condições contratuais (qualquer mudança apenas que o credor autorizar). Qualquer mudança nesse sentido apenas com a autorização de credor. Existindo acordo entre o credor e o devedor sobre qualquer meio distinto dos dispostos neste artigo é possível. A orientação do artigo 50 não é exaustiva pode ser que os credores encontrem outras formas de recuperação que não estão elencadas, mas não tem nenhum problema se existe o acordo. Se o credor quiser perdoar a dívida é possível, mas tem que ter a anuência do credor e ser um credito disponível. Mas tem créditos que por sua natureza são indisponíveis, como os públicos. • Existe limitador? Os créditos trabalhistas, ainda que eles se sujeitem a recuperação judicial para os trabalhadores tem as limitações conforme o artigo 54 da lei. Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Os créditos trabalhistas podem ser postergados apenas pelo prazo de 1 ano. Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial. Se quando eu pedi a recuperação judicial existiam salários atrasados, aqueles que se vencerem ou tinham vencido aos três meses antes da recuperação judicial, devendo ser pago em 30 dias cumulativamente até 5 salários mínimos. Vamos imaginar que não teve insurgências em relação ao plano, pelo menos não há uma concordância tácita, o juiz vai entender que o plano é bom. • Se houver impugnação do plano – será convocada a assembleia geral de credores para que ela vote o plano de recuperação. PROCEDIMENTO DA RECUPERAÇAO JUDICIAL • Quais os requisitos para que sejam apresentadas as impugnações? Artigo 55 da lei. Art. 55. Qualquer credor poderá manifestar ao juiz sua objeção ao plano de recuperação judicial no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da relação de credores de que trata o § 2o do art. 7odesta Lei. O prazo de apresentação é de 30 dias, passando a fluir desde a publicação da relação de credores. Qualquer um pode apresentar dentro do prazo. De acordo com o caput passa a fluir da relação de credores (que foi apresentada pelo administrador judicial – 15 dia para a publicação). O problema é que o administrador judicial tem o prazo de até 45 dias para apresentar a relação de credores (artigo 7°). Vamos imaginar que o administrador teve poucas habilitações e impugnações e 5 dias após findado o prazo ele tenha apresentado uma nova relação de credores, ou seja, em 20 dias foi apresentada uma nova relação de credores. Pode acontecer se é dessa relação de credores que passa a fluir o prazo de 30 dias, pensem vai findar o prazo de 30 dias e pode ser que o empresário devedor não tenha apresentado o plano, porque se um plano tem que ser apresentado de acordo com o artigo 53 em até 60 dias pode ser que ele opte por apresentar no último dia do prazo. Se a relação de credores foi apresentada 5 dias após findado os 15 dias – precluindo o prazo de apresentação de objeções sem que tenha a findado o prazo para a apresentação. Habilitações retardatárias (artigo 10) – perdeu o prazo de 15 dias, e não teria direito a voto na assembleia de credores (ele não tem legitimidade para apresentar objeção ao plano, não serão retardatários os que se encontram na relação de credores). Se acontecer de um quadro de credores antecipar o plano de recuperação judicial o prazo de 30 dias começa a fluir. Parágrafo único. Caso, na data da publicação da relação de que trata o caput deste artigo, não tenha sido publicado o aviso previsto no art. 53, parágrafo único, desta Lei, contar-se-á da publicação deste o prazo para as objeções.Se não coincidir a relação de credores com a apresentação do plano de recuperação o prazo de 30 dias começara a fluir da ciência da apresentação, como uma tentativa de impedir que seja antecipado ainda seria prevaleceria e estaria resguardado os 30 dias. Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação. § 1o A data designada para a realização da assembléia-geral não excederá 150 (cento e cinqüenta) dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial. Até 150 dias para a assembleia. § 2o A assembléia-geral que aprovar o plano de recuperação judicial poderá indicar os membros do Comitê de Credores, na forma do art. 26 desta Lei, se já não estiver constituído. Essa mesma assembleia poderá instituir um comitê de credores. § 3o O plano de recuperação judicial poderá sofrer alterações na assembléia-geral, desde que haja expressa concordância do devedor e em termos que não impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos credores ausentes. Existem credores que não foram na assembleia não podem ser prejudicados, o plano que foi apresentado. § 4o Rejeitado o plano de recuperação pela assembléia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor. A lei autoriza se não apresentado em 60 dias tem a convolação em falência, se não aprovado tem a convolação em falência. VOTAÇÃO NA ASSEMBLEIA DE CREDORES: Na recuperação judicial algumas classes votam independente do valor de credito, sendo o voto per capita. Os trabalhadores e os empresários de pequeno porte – votam per capita. Para a aprovação do plano do credito eles votam ‘por cabeça’, a intenção do legislador foi de igualar os trabalhadores, de não plutocracia, com o mesmo sentido de oligarquia. Se o voto do trabalhador fosse vinculado ao valor de credito normalmente aqueles mais próximos do devedor estariam com uma capacidade decisória muito maior porque o voto também se dá por 50+1 mas por cabeça e não pela capacidade de voto. Sendo mais adequado a realidade dos trabalhadores. Os empresários de pequeno porte, não tem créditos tão expressivos como um credito de banco, na reunião plenária não teria nenhum sentido se fossem de por valor de crédito. Art. 45. Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. As classes do artigo 41. Art. 41. A assembléia-geral será composta pelas seguintes classes de credores: I – Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho; II – Titulares de créditos com garantia real; III – titulares de créditos quirografários, com privilégio especial, com privilégio geral ou subordinados. IV - Titulares de créditos enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte. § 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembléia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. § 2o Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. § 2o Nas classes previstas nos incisos I e IV do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) § 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quorum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito. 11.10.2018 RESUMO AULA ANTERIOR: A aprovação do plano de recuperação judicial, em regra se dá por comissão plenária (que todas as classes votantes), precisam aprovar por maioria simples. As execuções dos creditos que estão sujeitos a recuperação judicial, desde o deferimento permanecem suspensas por 180 dias (ou 6 meses) aquelas que os creditos estão sujeitos a recuperação judicial. Do edital abre-se o prazo de 15 dias, para habilitações de credito e impugnações de credito, findo os 15 em 45 dias o administrador precisa realizar uma nova relação de credores até que seja consolidado um quadro definitivo. No prazo de até 60 dias o plano de recuperação judicial deverá ser apresentado pelo empresário devedor conforme o artigo 53 da lei. Havendo uma impugnação que seja (do artigo 56) será designada a assembleia geral de credores com os parâmetros de votação mencionados anteriormente (microempresário e empresa de pequeno porte votam ‘por cabeça’ e não por valor de credito como nas demais categorias). Como regra geral, o empresário permanecerá em recuperação judicial por determinado período de 2 anos, este empresário devedor estará sujeito a todas as possibilidades de fiscalização inerentes a sua atividade empresária. Desde a decretação da recuperação judicial será comunicado o fato a juntas comerciais, ao lado do nome empresarial constará ‘em recuperação judicial’, sendo uma questão de boa-fé para os que contratam com a sociedade empresaria. Essa atividade será fiscalizada pelos credores, comitê de credores, administrador judicial, juiz e o ministério Público – do artigo 8° também fiscalizam, as consequências que podem advir daqui se o empresário passa a descumprir o plano de recuperação judicial – terá convolação em falência. Dentro do lapso temporal passa a descumprir o plano de recuperação que foi aprovado em assembleia tem a convolação em falência. Ele cumpre o plano, mas as demais obrigações ele descumpre, dando indícios de inviabilidade econômica e consequentemente da subsidio para a convolação em falência também. Basicamente da aprovação do plano segue para a homologação pelo juiz. Antes da homologação tem um requisito para que o empresário permaneça em recuperação do artigo 57 da lei 11.101/2005. ANTES DA HOMOLOGAÇÃO TEM UM REQUISITO, para que ele permaneça em recuperação judicial e se cumprido literalmente a recuperação judicial não existe. É não ter certidão negativa de credito, por isso tem as certidões positivas com efeitos negativos. Art. 57. Após a juntada aos autos do plano aprovado pela assembléia-geral de credores ou decorrido o prazo previsto no art. 55 desta Lei sem objeção de credores, o devedor apresentará certidões negativas de débitos tributários nos termos dos arts. 151, 205, 206 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. • Após aprovado aos autos o plano aprovado pela assembleia geral de credores; ou • Decorrido o prazo previsto no artigo 55 (é aquele de 30 dias para os credores apresentarem objeções ao plano), então se passarem os 30 dias sem haver objeção teve a aceitação tácita. • O devedor apresentará certidões negativas de creditos nos termos dos artigos 151, 205, 206 do CTN. 1° aprovaram o plano 2° prazo do artigo 55 (30 dias para objeções – houve a aprovação tácita) – após a juntada nos autos. 3° certidões negativas de débitos tributários. 4° artigo 58 da lei. Comentado [LM24]: Não apresentação em 60 dias, descumprimento do plano de recuperação judicial no prazo de 2 anos, não aprovação do plano de recuperação judicial. Comentado [LM25]: Quando ele é homologado pelo juiz o que acontece? A natureza desse documento NATUREZACONTRATUAL, enquanto não homologado é um titulo executivo extrajudicial. Exemplo: todos são meus credores, assinam os documentos e concordam com a minha proposta, qual é a natureza dessa proposta CONTRATUAL, não é considerado um titulo judicial (não teve homologação com força executiva EXTRAJUDICIAL). Após a homologação é um título executivo judicial. Comentado [LM26]: Se ele está em recuperação judicial pressupõe que ele tem um passivo fiscal muito expressivo ele não consegue apresentar certidões negativas de credito. Se tivesse que apresentar inviabilizaria a recuperação judicial. A JURISPRUDENCIA – tornar viável a recuperação, permite que apresente certidões positivas com efeitos negativos (do fisco – se eu parcelei a dívida, e pagando as parcelas em dia). Outra se fui autuação fiscal mas apresentei uma defesa administrativa e enquanto não decidida (não transitarem julgado da decisão) durante esse período é obrigado a expedir essas certidões e a ultima possibilidade estar discutindo a dívida fiscal judicial. Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. Quando o plano é aprovado tacitamente ou em assembleia, no período de 30 dias. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa: Mesmo que o plano tenha sido aprovado na forma do artigo 45 da lei, o juiz terá que verificar previamente se esses outros artigos (requisitos do artigo 58) não acontecerão de forma cumulativa antes de convolar na falência. Como regra geral: com a não aprovação do plano, terá convolação em falência, só que antes o juiz deverá ter um cuidado de atentar se não há um preenchimento destes requisitos, que talvez obstem a convolação em falência. São 4 classes votantes na: 3ª tem (os trabalhadores votam por cabeça como regra geral do artigo 45), os credores com garantia real, credores de privilegio especial, privilegio geral, quirografários, subordinados. E na 4ª classe microempresários e os empresários de pequeno porte. Como regra geral todas essas classes para aprovar o plano precisam de mais de 50% dos presentes em assembleia ou seus procuradores. I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; Desconsideraria as classes, mas ficaria o montante de credito que elas representam, se mais de 50% independente da classe aprova o valor de credito, o primeiro requisito foi cumprido. Então independentemente da classe mais de 50% ao valor do credito. II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; Vamos imaginar que na assembleia teriam aprovado um valor de recuperação, os credores de garantia real tinham aprovado, e a 3ª classe tinha aprovado e a ultima classe não tinha aprovado. Pelo menos das 4 classes 2 tenham aprovado, tendo o segundo requisito cumulativo cumprido. Mas tem situações que não tem as 4 classes votantes, ele não tinha dividas com trabalhadores, se eles não estão aprovados no plano não tem porque chamar para a assembleia. Nesta hipótese eu tenho três classes votantes, ainda assim eu preciso da aprovação de pelo menos 2 delas. Mas caso eu tenha apenas as duas classes com microempresários e empresários de pequeno porte, não estão contemplados no plano, necessitando assim de pelo menos 1 delas tenha aprovado o plano na forma do artigo 45. III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. Vamos imaginar que 3 classes tenham aprovado, mas os trabalhadores não tiverem aprovado. E a lei diz da seguinte maneira, a classe que tiver rejeitado o plano de recuperação judicial pelo menos 1/3 desses credores que representam essa classe precisariam ter aprovado o plano. • Para rejeitar basta que menos de 50% tenham discordado do plano; • Mais de 1/3 – 33,3% dos credores tenham concordado não tenho suficiente para a aprovação pela classe dos trabalhadores, porém isso significa mais de um 1/3, preenche o requisito cumulativo. Os trabalhadores votam por cabeça e as outras votam por credito. § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado. Situação que tanto na falência na recuperação judicial eu não posso dar tratamento privilegiado a um credor em detrimento dos demais. Na recuperação judicial sempre tentará contemplar uma situação isonômica. O empresário permanecerá em recuperação judicial pelo período de 2 anos. Vamos imaginar que tenho um credor, com um credito de 500 mil concordando em dividir a divida em 100 parcelas. Homologado o plano, e o edital que deferiu o processamento da recuperação judicial tivesse sido publicado no dia 11/10/2018, até o dia 11/10/2020. Se passado esse período eu cumpri o plano e todas as obrigações referentes a atividade empresarial, o administrador judicial vai informar ao juiz, e o juiz vai julgar extinta a recuperação judicial (decretará) e eu assumo a minha condição econômico financeira sem haver mais fiscalização e convolação em falência. Apenas a convolação em falência dentro do prazo de 2 anos, fora desse período estaria o credor executar e pedir a falência. E se eu não pago o deposito elisivo e posso ter a falência decretada. Como regra geral o juiz analisa o artigo 48, se não pela viabilidade econômica eu defiro o processamento da recuperação judicial quando completado o check list. Mas na maioria eles alteram para a assembleia de credores decidir sobre a recuperação judicial, com maiores condições de avaliar se merecem ou não. Existem alguns juízes que não obstante essa possibilidade pedido um laudo pericial de viabilidade econômica, pela ausência de condições de contabilidade de uma empresa. Na teoria os requisitos são objetivos, mas na prática tem sido pedido o laudo de inviabilidade econômica. Art. 59. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos, sem prejuízo das garantias, observado o disposto no § 1odo art. 50 desta Lei. Quer dizer se eu tinha uma obrigação originaria com o credor de pagar 500 mil reais, mas a partir do momento que ele concordou com o parcelamento teve uma novação contratual (novamos um contrato). Então o plano de recuperação judicial significa uma novação contratual, uma nova relação estabelecida. § 1o A decisão judicial que conceder a recuperação judicial constituirá título executivo judicial, nos termos do art. 584, inciso III, do caput da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Entender que uma vez homologado ele se torna titulo executivo judicial, mesmo sob os auspícios no novo código. § 2o Contra a decisão que conceder a recuperação judicial caberá agravo, que poderá ser interposto por qualquer credor e pelo Ministério Público. Art. 60. Se o plano de recuperação judicial aprovado envolver alienação judicial de filiais ou de unidades produtivas isoladas do devedor, o juiz ordenará a sua realização, observado o disposto no art. 142 desta Lei.Quer dizer se o meu plano depende de alienação de bens que integram o meu estabelecimento, esses bens terão que ser alienados em hasta pública (pregão, leilão e proposta fechada). Parágrafo único. O objeto da alienação estará livre de qualquer ônus e não haverá sucessão do arrematante nas obrigações do devedor, inclusive as de natureza tributária, observado o disposto no § 1odo art. 141 desta Lei. O §único não menciona as de natureza trabalhista, mas é ampliado. Art. 61. Proferida a decisão prevista no art. 58 desta Lei, o devedor permanecerá em recuperação judicial até que se cumpram todas as obrigações previstas no plano que se vencerem até 2 (dois) anos depois da concessão da recuperação judicial. Homologado o plano. § 1o Durante o período estabelecido no caput deste artigo, o descumprimento de qualquer obrigação prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência, nos termos do art. 73 desta Lei. § 2o Decretada a falência, os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da recuperação judicial. Alegações de inconstitucionalidades, pois ele menciona se for convolado a falência você resgata o que realmente tinha sido contratado. Se é uma novação contratual, não é constitucionalmente tutelado, e homologado pelo juízo não seria uma coisa julgado. Resumindo se for convolado a falência ‘já era’ um ato jurídico valido, sendo resgatado o que originalmente já teria sido contratado. Não seria considerado inconstitucional porque o plano quando aprovado teria uma condição de cumprimento do plano, se tiver o descumprimento do plano será executada o resgate daquilo que originalmente foi contratado. 17.10.2018 DA CONVOLAÇÃO DA RECUPERAÇÃO JUDICIAL EM FALÊNCIA Art. 73. O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: I – Por deliberação da assembléia-geral de credores, na forma do art. 42 desta Lei; II – Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo do art. 53 desta Lei; III – quando houver sido rejeitado o plano de recuperação, nos termos do § 4o do art. 56 desta Lei; IV – Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação, na forma do § 1o do art. 61 desta Lei. Parágrafo único. O disposto neste artigo não impede a decretação da falência por inadimplemento de obrigação não sujeita à recuperação judicial, nos termos dos incisos I ou II do caput do art. 94 desta Lei, ou por prática de ato previsto no inciso III do caput do art. 94 desta Lei. Findo o prazo de 2 anos de recuperação judicial encerra-se o processamento da recuperação judicial, conforme o disposto nos artigos 63 e seguintes. Art. 63. Cumpridas as obrigações vencidas no prazo previsto no caput do art. 61 desta Lei, o juiz decretará por sentença o encerramento da recuperação judicial e determinará: I – O pagamento do saldo de honorários ao administrador judicial, somente podendo efetuar a quitação dessas obrigações mediante prestação de contas, no prazo de 30 (trinta) dias, e aprovação do relatório previsto no inciso III do caput deste artigo; Para que sejam pagos os honorários do administrador judicial é essencial a prestação das suas contas finais. II – A apuração do saldo das custas judiciais a serem recolhidas; III – A apresentação de relatório circunstanciado do administrador judicial, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, versando sobre a execução do plano de recuperação pelo devedor; IV – A dissolução do Comitê de Credores e a exoneração do administrador judicial; V – A comunicação ao Registro Público de Empresas para as providências cabíveis. Apenas pode falar de convolação em falência dentro desse lapso temporal de até 2 anos, porque? Findo esse prazo não tem mais como haver a convolação em falência. Na inadimplência do administrador empresário, após o lapso de dois anos poderá executar porque a recuperação judicial por ser um título executivo judicial. Exceções quanto ao afastamento do empresário da sua atividade: Art. 64. Durante o procedimento de recuperação judicial, o devedor ou seus administradores serão mantidos na condução da atividade empresarial, sob fiscalização do Comitê, se houver, e do administrador judicial, salvo se qualquer deles: Na concordata o empresário era afastado da condução dos negócios, o juiz interferindo diretamente na gestão da atividade empresarial. Isso mudou na lei, pois se está em crime econômico financeiro nada melhor que o próprio empresário para recuperar a atividade, pelo conhecimento dos credores, negócio não adiantaria colocar 3º para administrar. O artigo 64 trata das exceções em que o empresário pode ser afastado da atividade empresarial. I – Houver sido condenado em sentença penal transitada em julgado por crime cometido em recuperação judicial ou falência anteriores ou por crime contra o patrimônio, a economia popular ou a ordem econômica previstos na legislação vigente; Em relação a recuperação judicial e falências anteriores por ter sido condenado teria inabilitado. Decorrentes de crime contra o patrimônio, contra a ordem econômica e a economia popular. Há um pressuposto de reiteração. II – Houver indícios veementes de ter cometido crime previsto nesta Lei; Indícios de crimes cometidos nesta lei, incorrendo por uma situação que o administrador tipifique como fraude. III – Houver agido com dolo, simulação ou fraude contra os interesses de seus credores; Quando efetivamente tiver feito. IV – Houver praticado qualquer das seguintes condutas: a) efetuar gastos pessoais manifestamente excessivos em relação a sua situação patrimonial; Quando requerer a recuperação judicial é necessário que apresente a relação de gastos pessoais. Nos casos dos pródigos. b) efetuar despesas injustificáveis por sua natureza ou vulto, em relação ao capital ou gênero do negócio, ao movimento das operações e a outras circunstâncias análogas; Exemplo: 2008, o governo teve que intervir na atividade financeira, com a primeira medida possibilidade de aumento de salário. c) descapitalizar injustificadamente a empresa ou realizar operações prejudiciais ao seu funcionamento regular; exemplo: em um momento de crise eu resolvo construir um novo pátio fabril. d) simular ou omitir créditos ao apresentar a relação de que trata o inciso III do caput do art. 51 desta Lei, sem relevante razão de direito ou amparo de decisão judicial; V – Negar-se a prestar informações solicitadas pelo administrador judicial ou pelos demais membros do Comitê; VI – Tiver seu afastamento previsto no plano de recuperação judicial. As vezes no próprio plano de recuperação judicial pode querer o afastamento. Parágrafo único. Verificada qualquer das hipóteses do caput deste artigo, o juiz destituirá o administrador, que será substituído na forma prevista nos atos constitutivos do devedor ou do plano de recuperação judicial. No caso de destituição pode ser que o próprio contrato tenha alguma situação para a destituição. Se nada houver previsto o administrador judicial poderia acumular funções, sendo nomeado pelo juiz ou escolhido pelos credores o gestor judicial, com a finalidade exclusiva de gerenciar. Muitas vezes o comitê de credores que assume a atividade empresarial. Os credores têm as habilidades possíveis para a atividade empresarial. Art. 65. Quando do afastamento do devedor,nas hipóteses previstas no art. 64 desta Lei, o juiz convocará a assembléia-geral de credores para deliberar sobre o nome do gestor judicial que assumirá a administração das atividades do devedor, aplicando-se-lhe, no que couber, todas as normas sobre deveres, impedimentos e remuneração do administrador judicial. § 1o O administrador judicial exercerá as funções de gestor enquanto a assembléia- geral não deliberar sobre a escolha deste § 2o Na hipótese de o gestor indicado pela assembléia-geral de credores recusar ou estar impedido de aceitar o encargo para gerir os negócios do devedor, o juiz convocará, no prazo de 72 (setenta e duas) horas, contado da recusa ou da declaração do impedimento nos autos, nova assembléia-geral, aplicado o disposto no § 1o deste artigo. Art. 66. Após a distribuição do pedido de recuperação judicial, o devedor não poderá alienar ou onerar bens ou direitos de seu ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, depois de ouvido o Comitê, com exceção daqueles previamente relacionados no plano de recuperação judicial. Em grande parte vem inspirando uma nova situação, em que os trabalhadores estão sujeitos a recuperação judicial com o prazo de 180 dias, mas normalmente os juízes do trabalho não respeitam esse prazo e quando instruída a recuperação judicial estariam eles indisponíveis (sobjudices no juízo da recuperação judicia), pode haver na justiça do trabalho um bloqueio Bancenjud, Renajud? Não deveria, por uns conflitos de jurisdição isso faz com que atrapalhe a recuperação judicial e não raras as vezes que tem que bloquear. Art. 67. Os créditos decorrentes de obrigações contraídas pelo devedor durante a recuperação judicial, inclusive aqueles relativos a despesas com fornecedores de bens ou serviços e contratos de mútuo, serão considerados extraconcursais, em caso de decretação de falência, respeitada, no que couber, a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei. Deferida a recuperação judicial espera o crédito. Se convolada a falência os créditos emprestados e cedidos nesse período serão todos extraconcursais. Parágrafo único. Os créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuarem a provê-los normalmente após o pedido de recuperação judicial terão privilégio geral de recebimento em caso de decretação de falência, no limite do valor dos bens ou serviços fornecidos durante o período da recuperação. Vamos imaginar que o fulano é o fornecedor da empresa, se eu pedir a recuperação judicial seria ele um credor quirografário, então ele continua fornecendo os produtos, nesse período os créditos serão de privilegio geral e não quirografários. Art. 68. As Fazendas Públicas e o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS poderão deferir, nos termos da legislação específica, parcelamento de seus créditos, em sede de recuperação judicial, de acordo com os parâmetros estabelecidos na Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional. Parágrafo único. As microempresas e empresas de pequeno porte farão jus a prazos 20% (vinte por cento) superiores àqueles regularmente concedidos às demais empresas. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014) Art. 69. Em todos os atos, contratos e documentos firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a expressão "em Recuperação Judicial". Parágrafo único. O juiz determinará ao Registro Público de Empresas a anotação da recuperação judicial no registro correspondente. PLANO ESPECIAL DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL – privilegiando os micro e pequenos empresários. Quando se configura a condição de microempresário, que está atrelada ao faturamento bruto anual, de acordo com LC 123/2006 – são parâmetros que são mudados, atualmente são aqueles que têm o faturamento 360 mil reais, se não extrapola isso será considerado microempresário. Mas se ele extrapola, mas não excede 3,6 milhões eu sou empresário de pequeno porte (médio empresário). • MEI – microempresário individual, com faturamento que não extrapola 60 mil reais ele é um microempreendedor individual, e uma referência tributaria diferenciada. O micro e pequeno empresário podem se valer do plano de recuperação judicial diferenciado, que está definido no artigo 70 da lei. Seção V Do Plano de Recuperação Judicial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Art. 70. As pessoas de que trata o art. 1o desta Lei e que se incluam nos conceitos de microempresa ou empresa de pequeno porte, nos termos da legislação vigente, sujeitam-se às normas deste Capítulo. Os empresários que se incluem no conceito de microempresa. § 1o As microempresas e as empresas de pequeno porte, conforme definidas em lei, poderão apresentar plano especial de recuperação judicial, desde que afirmem sua intenção de fazê-lo na petição inicial de que trata o art. 51 desta Lei. § 2o Os credores não atingidos pelo plano especial não terão seus créditos habilitados na recuperação judicial. O empresário apresenta o plano de recuperação judicial (na petição inicial) no requerimento. Em principio não haverá uma assembleia constituída para a aprovação do plano, porque o universo de credores de um micro e pequeno empresário é menor. Diferente dos credores da Oi. Art. 71. O plano especial de recuperação judicial será apresentado no prazo previsto no art. 53 desta Lei e limitar-se á às seguintes condições: O empresário requer a recuperação judicial e ele também se quiser dispõe do prazo de 60 dias para a apresentação do plano. I - abrangerá todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, excetuados os decorrentes de repasse de recursos oficiais, os fiscais e os previstos nos §§ 3o e 4o do art. 49; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) É uma alteração recente, porque antes o microempresário e o empresário de pequeno porte apenas poderiam se sujeitar a recuperação judicial os creditos quirografários, sendo que apenas os credores quirografários se sujeitariam ao plano de recuperação judicial. Desde a lei complementar 197 mesma coisa do médio para o microempresário. S Exemplo: dos que não apresentam no plano do micro e de médio porte é os fiscais (não se sujeitam a recuperação). II – Preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 12% a.a. (doze por cento ao ano); II - preverá parcelamento em até 36 (trinta e seis) parcelas mensais, iguais e sucessivas, acrescidas de juros equivalentes à taxa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, podendo conter ainda a proposta de abatimento do valor das dívidas; (Redação dada pela Lei Complementar nº 147, de 2014) Diferente dos meios do artigo 50, o plano de recuperação do micro e pequeno empresário só contem o parcelamento da divida em até 36, podendo ser menor, mas nunca maior que 36 vezes. E a primeira parcela vencerá passados os 180 dias de suspensão do artigo 6°. É um plano de recuperação que apenas traz essa possibilidade sendo que a primeira parcela vencerá passado esse prazo. Ou seja, o micro e pequeno empresário apenas pode se sujeitar ao plano do artigo 70 ou do plano ordinário dos médios e grandes empresários? Sim, pois é uma faculdade do devedor. Mas claro que o disposto no artigo 70 é mais barato, mais fácil e simplificado, nada impede que queira uma recuperação judicial mais elaborada seguindo assim o plano ordinário. III – preverá
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