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Aula 2 COMPONENTES DOS SISTEMAS DE TRÁFEGO� A Engenharia de Tráfego define três elementos componentes dos sistemas: o usuário, o veículo e a via. � A Via A via será entendida aqui como o espaço destinado à circulação. O conjunto estruturado de vias que servem a uma determinada região é conhecido como sistema viário e tem como funções básicas assegurar mobilidade e acessibilidade ao usuário. Os conceitos de mobilidade e acessibilidade são objetos de inúmeras discussões, que fogem ao escopo deste curso, mas é importante estabelecer as noções que serão aqui utilizadas. Para os objetivos desta disciplina, mobilidade está associada à idéia de facilidade de deslocamentos, seja em número de veículos em movimento, seja em termos das velocidades por eles praticadas. Acessibilidade, por sua vez, traduz a proximidade entre os componentes do sistema viário e as origens e destinos dos deslocamentos. Classificação Os sistemas viários em geral podem ser classificados segundo diversos critérios, como por exemplo: quanto ao ambiente: urbano e rural; quanto à esfera administrativa: federal, estadual e municipal; classificação físico-operacional: expressa, fluxo ininterrupto e fluxo interrompido. Classificação quanto à proximidade de Aglomerados Populacional Urbanas: são aquelas que estão localizadas próximas às grande cidades. Distância Cidade1 a Cidade 2 <= 10km População da Cidade 1 ou 2 > 200.000habitantes Rurais – rodovias rurais, estradas rurais, estradas vicinais. Classificação quanto à Jurisdição Federais Código de duas letras (BR) – centena/sigla do Estado onde está implantada. Exemplo: BR – 101/BA Normatização da centena Dígito 0 – Rodovias Radiais – origem em Brasília, em qualquer direção, para liga-las às Capitais Estaduais ou pontos periféricos importantes do país. Exemplo: BR – 030 – Brasília – Fortaleza; BR – 020 Brasília - Salvador Dígito 1 – Rodovias Longitudinais –direção predominantemente Norte/Sul, a partir do litoral atlântico, extensão > 200km – vias de ligação nacional. Exemplo: BR – 101/BA Dígito 2 – Rodovias Transversais – direção predominantemente Este/Oeste, extensão > 200km – vias de ligação entre dois ou mais Estados. Exemplo: BR – 242/ BA Dígito 3 – Rodovias Diagonais –direção predominantemente Nordeste/Sudoeste, extensão > 200km – vias de ligação entre dois ou mais Estados. Exemplo: BR – 330/BA BR – 324/BA Dígito 4 – Rodovias de Ligação – menor extensão,.tem como objetivo ligar as anteriores entre si Exemplo: BR – 410/BA BR – 415/BA Dígito 5 – Rodovias de Acesso – designam acessos. Exemplo: BR – 510/BA Estaduais – Não existe normatização única. Municipais – Não existe normatização única. Esta classificação que mais interessa ao planejamento de tráfego é a chamada classificação funcional, que determina a hierarquia do sistema viário. As categorias funcionais costumam ter ligeiras variações de acordo com o sistema de classificação. Em termos gerais, as categorias funcionais são as seguintes: Sistema estrutural sistema arterial sistema coletor sistema local A hierarquização nestas três categorias costuma ser insuficiente para classificar os sistemas viários. A complexidade destes normalmente exige a subdivisão das categorias. Segunda a AASHTO (1990), os sistemas arteriais são subdivididos em sistema arterial principal e sistema arterial secundário. Ainda assim, as situações reais exigem maior detalhamento. Ainda segundo a AASHTO, nos ambientes rurais os sistemas coletores abrangem um faixa mais ampla de características e funções das vias, dando lugar ao surgimento das categorias: sistema coletor principal e sistema coletor secundário. Já nos ambientes urbanos, a complexidade maior diz respeito aos sistemas arteriais, que são subdivididos em sistema arterial principal, sistema arterial secundário e sistema arterial terciário. Naturalmente, as situações específicas determinam o grau de subdivisão necessário na classificação funcional dos sistemas viários. Classificação quanto a Função que desempenham na Malha Viária Funções: Mobilidade x Acessibilidade Vias de Trânsito Rápido – aquelas caracterizadas por acessos especiais com trânsito livre, sem interseções em nível. Função ( Mobilidade Vias Arteriais – aquelas caracterizadas por interseções em nível, geralmente controladas por semáforos, com acessibilidade direta aos lotes lindeiros e às vias secundárias e locais, possibilitando o trânsito entre as regiões da cidade, com travessia de pedestres em nível. Subdivisão: Principais, Primárias e Secundárias. Função: Mobilidade ( Altos volumes de tráfego ( Ligam centros de grande densidade populacional ( Facilitam o tráfego de passagem e desencorajam o tráfego de acesso. Vias Coletoras – aquelas destinadas a coletar e distribuir o trânsito que tenha necessidade de entrar e sair das vias de trânsito rápido ou das vias arteriais, possibilitando o trânsito dentro das regiões da cidade. Subdivisão: Primárias e Secundárias Função: Mobilidade + Acessibilidade Fornecem acesso às vias arteriais e às comunidades locais. Vias Locais – aquelas caracterizadas por interseções em nível não semaforizadas, destinadas apenas ao acesso local ou áreas restritas. Não devem permitir o tráfego de passagem. Função: Acessibilidade Em seus artigos 60 e 61 o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). adota a classificação e respectivos limites de velocidade constantes da tabela 4. Tabela 4 – Limites de velocidade segundo o Código de Trânsito Brasileiro Área urbana Área rural Categoria Velocidade máxima (km/h) Categoria Veículo Velocidade máxima (km/h) Via de Trânsito Rápido 80 Rodovia Automóveis e camionetas 110 Via Arterial 60 Demais veículos 90 Via Coletora 40 80 Via Local 30 Estrada Todos 60 Classificação Técnica Considerações Gerais 1. Operacional Volume de Tráfego (do 100 ano após a abertura da estrada ao trafego); Composição do Tráfego; Categoria funcional. 2. Fator Econômico Custo de Construção = f(relevo):plano, ondulado, montanhoso. 3. Política de Transportes ou de Desenvolvimento Nacional Decisões Políticas “Rodovias Pioneiras” ( colonização e Integração de áreas de baixa densidade demográfica, objetivando o seu desenvolvimento. Classes de Projeto Classe IA – Pista dupla; controle parcial de acesso. Sua necessidade decorrerá quando os volumes de tráfego causarem Níveis de Serviço inferiores ao Nível de Serviço “C”. Classe IB – Pista simples: rodovia de elevado padrão Limite inferior: 200 veículos horários bidirecionais ou volume médio diário bidirecional = 1.400 veículos; Limite superior: volume horário tal que o Nível de Serviço seja igual ou superior ao Nível de Serviço “C”. Classe II – Pista simples; Limite inferior: volume médio diário bidirecional de 700 veículos horários; Limite superior: volume médio diário bidirecional de 1.400 veículos horários. Classe III – Pista simples; Limite inferior: volume médio diário bidirecional de 300 veículos horários; Limite superior: volume médio diário bidirecional de 700 veículos horários. Classe IV – Pista simples: suportando volumes médio diário bidirecional inferiores à 300 veículos. Tabela 5 – Relação Geral ente Classes de Projeto e Classificação Funcional Classificação Funcional Classificação Técnica Sistema Arterial Classe Mínima de Projeto Sistema Arterial Principal Sistema Arterial Primário Sistema Arterial Secundário Classe 0 e I Classe II Classe III Sistema Coletor Sistema Coletor Primário Sistema Coletor Secundário Classe I (todas) Sistema Local Classe IV Bibliografia AASHTO. A Policy on GeometricDesign of Highways and Streets. American Association of State Highway and Transportation Officials. EUA, 1990. DENATRAN. Manual de Segurança de Trânsito. Tomo I - Acidentologia. Departamento Nacional de Trânsito. Brasil, 1984. FONTES, E. S. – Apostila do Curso de e Extensão em Engenharia e Segurança de Tráfego,UFBA. 2000. PIGNATARO, L. J. Traffic Engineering Theory and Practice. Prentice-Hall. EUA, 1973. SILVA, P.C.M..APOSTILA: Engenharia de Tráfego: Elementos dos Sistemas de Tráfego, UNB.2001. SILVA, P.C.M..APOSTILA: Engenharia de Tráfego: Teoria do Fluxo de Tráfego, UNB.2001. TRANSPORTATION RESEARCH BOARD. Highway Capacity Manual. TRB, Nacional Research Council, Washington, DC., 2000. � Anexo: Classificação Técnica CLASSE DE PROJETO CARACTERÍSTICAS CRITÉRIO DE CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA RELEVO DA REGIÃO Velocidade Diretriz (km/h) 0 Visa Expressa (Controle Total de Acesso) Decisão Administrativa Plano Ondulado Montanhoso 120 100 80 I A Pista Dupla (Controle Parcial de Acesso) Quando os volumes de tráfego previsto para a Classe IB apresentarem Nível de Serviço abaixo de C e D 100 80 60 B Pista Simples (Controle Parcial de Acesso) Volume Horário de Projeto (VHP> 200) Volume Médio Diário (VMD >1400) 100 80 60 II Pista Simples 1400>VMD >700 100 70 50 III Pista Simples 700>VMD >300 80 60 40 IV A Pista Simples 300>VMD >50 70 50 35 B Pista Simples VMD > 50 Veículo Via Usuários (Motoristas, Pedestres) Ambiente � Este aula tem por base na apostila Engenharia de Tráfego – Elementos dos Sistemas de Tráfego do Prof. Paulo César Marques da Silva da Universidade de Brasília e a das Notas de Aula do Curso de Extensão em Engenharia de Segurança de Tráfego do Prof. Élio Santana Fontes da Universidade Federal da Bahia.
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