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ARTIGO LUDICIDADE

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LUDICIDADE: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
RESUMO
Tendo como tema de pesquisa “Ludicidade: A importância do brincar na Educação Infantil”, realizou-se um estudo focado na importância de se trabalhar com a ludicidade na educação, utilizando diversas estratégias de ensino-aprendizagem. Os jogos, brinquedos e brincadeiras estão presentes no cotidiano da humanidade e o primeiro contato da criança com eles, inicia-se logo ao nascer, no tato, no olfato, na audição e na visão. A criança vai desenvolvendo sua interação com o meio social, aprendendo a se comunicar e relacionar consigo e os outros. O principal objetivo do artigo é conhecer melhor sobre a importância dos jogos, brinquedos e brincadeiras e mostrar quanto é fundamental o trabalho com o lúdico na educação infantil. Desta maneira a criança absorverá melhor a sua aprendizagem, abrirá inúmeras possibilidades de desenvolver sua imaginação, criatividade, afetividade e desenvolverá suas habilidades. Este estudo reconhece a Ludicidade na Educação Infantil como sendo um tema com bastante relevância e pretende mostrar a necessidade do educador de auxiliar no processo de aprendizagem do educando. Como recurso metodológico foi utilizada a pesquisa bibliográfica de diversos autores, tais como, Vygotsky, Kishimoto, Oliveira, Santos, dentre outros, que proporcionaram a construção de um referencial teórico bem fundamentado. O estudo propiciou grande relevância e compreensão do universo lúdico como meio de ensino- aprendizagem na educação infantil.
Palavras-chave: Brincar. Aprendizagem. Ludicidade.
1 INTRODUÇÃO
O lúdico precisa estar presente em todas as etapas da vida, mas é na fase da infância que realmente vai ser vivenciado com mais intensidade. O brincar faz parte do cotidiano da criança, é na relação com o brinquedo que acontece uma transformação, vai desenvolvendo-se físico, emocional e intelectual, começa a fluir a imaginação, o jogo simbólico e troca de papéis. A criança vai descobrindo o mundo ao seu redor, como enfrentar desafios e buscar um conhecimento mais amplo para que possa se relacionar com o universo ao seu redor.
Este trabalho enfatiza que o brincar não é perda de tempo, que por meio dele a criança aprende interagir com colegas e conhecer seus limites. Por consequência, o educador vai conhecendo seu educando, quais seus avanços, suas conquistas e em qual área possui maior dificuldades. As metodologias educacionais e os instrumentos pedagógicos podem ser utilizados no ambiente escolar para que possa ser incluído o lúdico na prática diária.
O educador deve aproveitar as atividades lúdicas para expressar as situações cotidianas e fazer com que as crianças participem do estabelecimento de regras, mostrar como elas contribuem com o objetivo de todos e a confiança onde elas sejam capazes de segui-las, podendo assim formar um aluno ético com momentos de reflexão numa escala de valores que são necessários aos homens e mulheres que se pretende formar.
O problema a ser investigado é: Como as escolas utilizam as metodologias para inserir jogos e brincadeiras apropriadas para aprendizagem das crianças da educação infantil e como pode-se incluir o lúdico no ambiente escolar?
Justifica-se a escolha da referida temática e problemática pois sabe-se que a educação infantil é o período mais importante na vida dos educandos. A escola é o lugar que a criança tem a oportunidade de construir sua autonomia com o auxílio do professor, embora que, as crianças já fazem esse processo de início do lúdico em casa e com pessoas do seu convívio. Para tornar esse processo de conhecimento do lúdico mais prazeroso, é muito importante que o professor tenha um comprometimento com o trabalho voltado para o lúdico, pois é através da ludicidade que as crianças despertam mais interesse e mostram-se envolvidos e motivados.
Por meio do lúdico a criança expressa suas relações afetivas, suas ideias, seus sonhos. É brincando que ela encontra sentido para viver, constrói uma ponte entre a fantasia e a realidade. Nessa dimensão destaca-se a importância da educação que se estende desde os primeiros momentos de vida, no entanto, a escola deve ser um espaço de brincadeiras, reflexões e dinâmicas.
O presente artigo tem como objetivo geral observar que os brinquedos, jogos e as brincadeiras fazem parte do mundo da criança, pois estão presentes na humanidade desde o seu início. 
Do objetivo geral, derivam os seguintes objetivos específicos que visam demonstrar que o brincar na educação infantil é um direito da criança e por consequência um dever da escola e dos pais; Identificar o potencial lúdico das crianças, fazendo um comparativo entre atividades como brincadeiras, jogos e brinquedos e, verificar como os diversos brinquedos e brincadeiras podem ser utilizados afim de fazer com que as crianças tenham uma maior interação. 
Como processo metodológico de pesquisa, ou técnicas de investigação, optou-se pela pesquisa bibliográfica ou exploratória, baseada na teoria encontrada na literatura competente, ou seja, em livros, revistas, jornais e teses de estudiosos que dominam o assunto relacionado com o tema identificado neste trabalho. 
Esta pesquisa está estruturada em capítulos. O primeiro capítulo, aborda a questão sobre o que é ludicidade, onde será apresentado um breve conceito histórico sobre o lúdico. 
No segundo capítulo enfatiza-se a importância do brincar no universo lúdico (jogos, brincadeiras e brinquedos). Mostra a importância de se trabalhar os três eixos na ludicidade. 
No terceiro capítulo, busca-se apresentar os espaços lúdicos abordando a importância do brincar nesses ambientes.
No quarto capítulo, é apresentada a brinquedoteca escolar como espaço privilegiado para que o brincar aconteça. 
O quinto capítulo, aborda a questão da contribuição da ludicidade na aprendizagem, onde é enfatizada a importância de se trabalhar com o lúdico no processo de ensino aprendizagem das crianças. 
No sexto e último capítulo, é enfatizado qual é o papel do professor na condução lúdica, retrata como o professor vem buscando recursos pedagógicos para contribuir de forma lúdica e significativa para o desenvolvimento dos alunos onde possa facilitar na construção da aprendizagem. 
O âmbito escolar precisa se adaptar para que a criança possa desenvolver suas habilidades, criar espaços adequados para o desenvolvimento de atividades lúdicas. O educador precisa ser reflexivo e perceber que o lúdico é uma importante ferramenta no processo de ensino-aprendizagem do educando, que a partir do brincar a criança consegue desenvolver todo seu potencial, começa a fazer uma ponte entre o real e imaginário e construir suas próprias histórias, formando seus próprios conceitos. O educador precisa distinguir que o tempo da criança é diferente do adulto, aplicar metodologias que sejam flexíveis sempre respeitando o tempo de cada criança.
2 LUDICIDADE: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
2.1 O QUE É LUDICIDADE?
O lúdico se faz presente desde o nascimento até a vida adulta caracterizando-se por ser instinto natural do ser humano. O lúdico acontece a partir dos brinquedos, brincadeiras e jogos, pois, é o momento que a criança potencializa seu jogo simbólico através da imaginação.
 
Atividade lúdica é toda e qualquer animação que tem como intenção causar prazer e entretenimento em quem a prática.
São lúdicas as atividades que propiciam a experiência completa do momento, associando o ato, o pensamento e o sentimento. A atividade lúdica pode ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que vise proporcionar interação. Porém, mais importante do que o tipo de atividade lúdica é a forma como ela é dirigida e vivenciada, e o porquê de sua realização.
Toda criança que participa de atividades lúdicas, adquire novos conhecimentos e desenvolve habilidades de forma natural e agradável, gerando um forte interesse em aprender e garantindo o prazer. Podemos verificar através das atividades lúdicaso que a criança: Faz e como organiza este fazer. (MALUF, 2012, p.22)
Para viver o lúdico não se tem idade, basta que as pessoas deixem que adentrem seus interiores inúmeras possibilidades.
Todas as atividades lúdicas estão inseridas na educação e na vida do ser humano, mas, é especialmente na criança que ela se deslancha, porém, o ser humano é educado e programado para não viver o lúdico.
[...] “chega de brincar, agora hora de estudar”; “brincadeira tem hora”; “fale a verdade, não brinque”; “a vida não é uma brincadeira”. Assim, fomos construindo nossas ideias sobre o lúdico [...] o lúdico tem uma conotação que extrapola a infância, e sua utilização se expandiu tanto, que foi necessário criar espaços específicos destinados a vivencias lúdicas, que se chamam brinquedoteca. (SANTOS,2000, p.57) 
A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente possibilita um crescimento sadio e faz-se repensar o ato de educar rebuscando prazer, as atividades lúdicas propiciam o crescimento intelectual do aluno, de uma forma simples, descontraída, onde aprende conceituar valores, atitudes, relacionamentos e por consequência terá maior sociabilidade com as pessoas que fazem parte de seus relacionamentos.
2.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO UNIVERSO LÚDICO (JOGOS, BRINCADEIRAS E BRINQUEDOS).
A ludicidade proporciona desenvolvimento cognitivo, afetivo e social, oportunizando conhecimento e valorização do próximo, criando assim um clima de compreensão e amor.
Ao brincar a criança expressa-se através do movimento, ela aprende a conhecer seu corpo, sentir emoções, a fazer representações do mundo. Segundo Kishimoto (1997) percebe-se na aprendizagem infantil que as crianças que utilizam os brinquedos como objeto pedagógico desenvolvem-se com maior facilidade, pois, brincando ela vai começar a conhecer os objetos e o mundo ao seu redor. O brinquedo tem uma grande importância no desenvolvimento, pois, cria novas relações entre situações no pensamento e situações no real.
Os jogos devem ser uma descoberta para as crianças, para isso devem ter suas ações criadas e recriadas, para que haja novas formas de jogar um mesmo jogo.  Ao brincar, a criança fornece informações a seu respeito, bem como, estimula seu desenvolvimento, no ambiente familiar, bem como no ambiente escolar (FANTACHOLI, 2009).
Por meio das brincadeiras, as crianças conseguem agregar aprendizado com relação às regras, ampliando dessa forma seu relacionamento, compreendem que devem respeitar regras, o que amplia seus relacionamentos dentro da sociedade. A ludicidade permite que as crianças se expressem com mais facilidade, fazendo-as com que ouçam, respeitem e discordem de opiniões, aprendendo a liderar e serem liderados durante suas brincadeiras. Em compensação, em um ambiente sério e sem motivações, as crianças não expressam seus pensamentos, nem mesmo seus sentimentos, por medo de constrangimentos (FANTACHOLI, 2009).
O lúdico no ambiente escolar deve ser vivenciado com seriedade, possibilitando sua aprendizagem por meio de jogos e, logo o aprender brincando, conforme explica (RAU, 2011).
A utilização do jogo e do brinquedo para fins educativos é de fundamental importância para o desenvolvimento de situações de ensino-aprendizagem na infância.
 
2.3 ESPAÇOS LÚDICOS
O lúdico faz parte das ações dos seres humanos, seja no ato de imaginar, jogar, brincar, refere-se à ludicidade e faz parte da vida do ser humano e em especial, da vida da criança. Ao brincar a criança desenvolve-se enquanto sujeito, interage, aprende, ensina e se diverte.
De acordo com Oliveira (2002, p. 124) “O educador deve conhecer não só teorias sobre como cada criança reage e modifica sua forma de sentir, pensar, falar e construir coisas, mas também o potencial de aprendizagem presente em cada atividade realizada [...]”.
Através da música e dos jogos ritmados, toda criança pode compreender a sociedade que lhe cerca.
Ser lúdico, portanto, significa usar mais o hemisfério direito do cérebro e, com isto, uma nova dimensão 'a existência humana, baseado em novos valores e novas crenças que se fundamenta em pressupostos que valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, o autoconhecimento, a arte do relacionamento, a cooperação, a imaginação e a nutrição da alma. (SANTOS, 2001, p. 13). 
A ludicidade é a prova verdadeira da capacidade criadora que vem ao encontro da vivência. Na opinião de Vygotsky (1984, 117) “é na brincadeira que a criança se comporta além do seu comportamento diário. A criança vivencia uma experiência como se ela fosse maior do que é na realidade”. A ação infantil na esfera imaginativa, a formação dos planos reais e motivações avançadas que aparecem no brinquedo.
As crianças colocam-se sempre em desafios para compreender os problemas que lhes são propostos pelos “adultos” que estão inseridos no cotidiano.
O educador que pretende desenvolver o lúdico, precisa ter em seu planejamento a clareza do que é o lúdico nas diferentes áreas da educação, do que ensinar no dia a dia, que estratégias irão usar e como irá desenvolver as atividades com as crianças. 
As brincadeiras tradicionais são aquelas que manifestam a cultura popular e tem por objetivo estimular as diferentes formas de relações sociais e o prazer de brincar. 
Kishimoto (2008, p.38) diz que: 
Não se conhece a origem da amarelinha, do pião, das parlendas, das formulas de seleção. Seus criadores são anônimos. Sabe-se, apenas, que provem [sic] de práticas abandonadas por adultos de fragmentos de romances, poesias, mitos, e rituais religiosos. 
As brincadeiras tradicionais, foram ensinadas ao longo das gerações e fazem parte das culturas dos povos. Elas trazem símbolos e concepções distintas, dialogando entre si, ao mesmo tempo promovem relações de amizade, promovendo a cultura. 
A brincadeira de faz de conta tem seus alicerces na representação de papéis, normalmente integrados de seu mundo social. A imaginação, como todas as funções do conhecimento, surge de ação. Ao atuar, a criança imagina e, ao imaginar, joga a ideia que diz que o jogo da criança é a imaginação em ação, deve ser invertida para os adolescentes e crianças na idade escolar: “a imaginação é um jogo sem ação”. Isso significa que o mundo ilusório do ser humano não é privilégio da infância, mas provavelmente uma das únicas capacidades da espécie humana que serve de alimento permanente da vida (SANTOS, 2001). 
Para Kishimoto (2008, p.39), “a importância dessa modalidade de brincadeira justifica-se pela aquisição do símbolo”. Quando brinca de faz de conta a criança aprende a criar símbolos. Vygotsky (1998) acredita que a atividade de faz de conta é muito importante para o desenvolvimento das crianças.
 Diante disso Oliveira (1996, p.76) considera que: 
 A brincadeira de faz-de-conta está intimamente ligada ao símbolo, uma vez que por meio dele, a criança representa ações, pessoas ou objetos, pois estes trazem como temática para essa brincadeira o seu cotidiano (contexto familiar e escolar) de uma forma diferente de brincar com assuntos fictícios, contos de fadas ou personagens de televisão. 
Brincadeiras que objetivam construção de algo, desenvolvem de forma ampla o afetivo e intelectual das crianças, sendo que essas brincadeiras estão inseridas no meio educacional há muitos anos.
Kishimoto (2008, p.40) afirma que “não se trata de manipular livremente tijolinhos de construção, mas de construir casas, moveis ou cenários para as brincadeiras simbólicas”. A autora diz que a construção dos jogos é muito importante para a compreensão do mundo real, desta forma é necessário considerar a ação e a fala da criança que muitas vezes expressa as relações complicadas do seu cotidiano.
As atividades lúdicas influenciam significativamente na construção do conhecimento, pois, elas são fontes de prazer e descoberta. A contribuição das atividades lúdicas no desenvolvimento e aprendizagem da criança,onde a mesma aprende a conhecer a si própria, as pessoas que a cercam, as relações entre as pessoas e os papéis que cada uma desempenhará na sociedade.
Neste sentido, será abordado a importância da ludicidade na vida do ser humano e como o educador deve instruir no espaço escolar o valor dos trabalhos lúdicos, podendo assim ensinar os conteúdos didáticos por meio das mais simples e variadas dinâmicas aproximando o estudo com a realidade.
2.4 O QUE É BRINQUEDOTECA?	
 
No Brasil o surgimento da brinquedoteca, foi com a APAE (Associação de Pais e Amigos Excepcionais) em 1971 durante a inauguração do centro de habilitação em São Paulo, que os pais dos excepcionais presenciaram uma exposição de brinquedos pedagógicos que auxiliaria no tratamento terapêutico dessas crianças. O interesse diante da exposição de brinquedos foi tão grandioso que dentro da APAE surgiu em 1973 um Setor de Recursos Pedagógicos que implantou o rodízio de brinquedos e materiais pedagógicos, com características de biblioteca circulante. 
Sendo assim, “o brincar ganhou espaço, como ferramenta ideal da aprendizagem, na medida em que propõe estímulo para o aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a construir suas novas descobertas.” (SANTOS, 2000, p.37). Ainda, segundo Santos (2000, p.38) “Brincar significa extrair da via nenhuma outra finalidade que não seja ela mesma. Em síntese, o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, à meditação individual”.
Atualmente, o brincar teve uma expansão imensa, e sua utilização foi tão grande que se criou espaços específicos destinados ao brincar, chamados de brinquedotecas.
Falar sobre a brinquedoteca é, portanto, falar sobre os mais diferentes espaços que se destinam à ludicidade, ao prazer, as emoções, as vivências corporais, ao desenvolvimento da imaginação, da criatividade, da autoestima, autoconceito positivo, resiliência, do desenvolvimento do pensamento, da ação, da sensibilidade, da construção do conhecimento e das habilidades. (SANTOS, 2000 p.58).
Quando as crianças estão na brinquedoteca, elas fazem uma grande associação com seu dia a dia. Na brinquedoteca as crianças aprendem a convivência com os demais colegas. Cunha (2001, p.24) descreve que “ao brincar com outras pessoas, a criança aprende a viver socialmente, respeitando regras, cumprindo normas, esperando a sua vez e interagindo de forma mais organizada”. 
2.5 A CONTRIBUIÇÃO DA LUDICIDADE NA APRENDIZAGEM
O papel da ludicidade tem uma extrema importância em seu contexto, pois, o desenvolvimento da aquisição da linguagem é estimulado a partir do brincar da criança, de suas descobertas, do novo, onde ela está sempre apta a aprender. Vygotsky (1998) indica a relevância de brinquedos e brincadeiras como indispensáveis para a criação da situação imaginária.
A contribuição da ludicidade no processo ensino aprendizagem é fundamental para que a criança aprenda a partir do brincar, a conviver com o outro, a interagir no grande grupo, e a aceitar as diferenças que existem no meio social, sendo assim, ela vai se descobrir e agregar valores nos aspectos afetivos e cognitivos.
É nesse momento que a escola tem uma importância primordial, onde irá proporcionar o desenvolvimento do autoconhecimento, onde auxiliará a construir e conviver no mundo que a cerca. A partir de vivências e de leituras de mundo a criança terá possibilidades de perceber-se e entender-se dentro da sociedade. Assim, concorda-se com Wajskop (1995, p. 57) que ressalta:
A criança desenvolve-se pelas experiências sociais nas interações que estabelece desde cedo, com a experiência sócia histórico dos adultos e do mundo por eles criada. Desta forma a brincadeira é uma atividade humana nas quais as crianças são introduzidas assimilando e recriando a experiência sociocultural dos adultos.
A partir disso, entende-se que educar não é repassar informações, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesma, educar é preparar para a vida, é desenvolver situações de aprendizagem e linguagem, sendo que o lúdico é uma dessas linguagens, pois, quanto mais o adulto vivenciar suas práticas voltadas à criatividade, maior será a chance de ser um profissional com um planejamento mais prazeroso de se trabalhar com a criança.
A construção do conhecimento por meio da ludicidade faz com que cada indivíduo, em sua interação com o outro, realize o reconhecimento de sua própria identidade demonstrando em seu jeito de agir, de participar, quais são seus maiores problemas, nesse contexto a participação do educador é fundamental para poder realizar atividades lúdicas que supra seus anseios.
Diante disso, os educadores devem reconhecer que existem saberes diferentes e devem valorizá-los, tendo em mente que ensinar não é somente a transmissão de conhecimento, mas sim construção do saber. 
Entretanto, valorizar a capacidade que o aluno tem suas habilidades, não rompendo com essas estruturas já construídas, mas dando base para que possa continuar se construindo dentro de suas possibilidades, mas tendo como alicerce uma continuação de conhecimento, pois, educação é uma aprendizagem continuada. Segundo a concepção de Piaget a aprendizagem situa-se do lado oposto do desenvolvimento, pois geralmente é provocada por situações criadas pelo educador. 
Muitos profissionais da educação acreditam que o lúdico é somente a brincadeira, e que muitas vezes, essas brincadeiras não fazem sentido, não tem nenhuma relação com o conteúdo de sala de aula, outros educadores acreditam que o lúdico faz parte do plano de ensino e desenvolvem atividades coerentes, onde pontuam a atividade lúdica e percebem a interação dos educandos, assim a criança experimenta coisas novas. A partir desse contato que a criança tem com as coisas novas ela cria seu próprio vocabulário, aprende a controlar suas emoções e começa a se adaptar com esse novo mundo de letras, números, símbolos, gestos.
Segundo Luckesi (2000, p. 96), “o que caracteriza o lúdico é a experiência de plenitude que ele possibilita a quem a vivencia em seus atos.”.
Por meio do lúdico a criança aprende a se relacionar com o outro com facilidade, pois as atividades lúdicas fazem com que ela perca o medo de estar com outras pessoas.
2.6 QUAL É O PAPEL DO PROFESSOR NA CONDUÇÃO DE UMA EDUCAÇÃO LÚDICA?
O brincar na educação é indispensável para a aprendizagem. O professor sendo um mediador do conhecimento deve inserir o uso do lúdico como ferramenta pedagógica.
Por meio de brincadeiras os alunos podem expressar suas emoções, permitindo que os professores conheçam suas personalidades, podendo auxiliá-los tanto na superação de limites, quanto no respeito com regras.
O lúdico, para que seja bem articulado com a aprendizagem, deve ser de amplo conhecimento pelo professor, que deve adequar atividade ao conteúdo aplicado. O professor precisa adequar as atividades com os objetivos que estabelecer, tomando cuidado para não se prender em um grupo restrito de objetivos, o que pode limitar a criatividade da criança.
No momento de construir a aprendizagem das crianças, os professores devem ter o cuidado de compatibilizá-las ao momento de desenvolvimento de cada um, tomando cuidado com as faixas etárias e etapas de desenvolvimento cognitivos, o que permite um grau maior de aprendizagem por parte delas. O educador deve prezar pelas vivências lúdicas, entendendo as brincadeiras dos estudantes e o que querem transmitir com as mesmas.
 2.7 METODOLOGIA
 A metodologia que foi apresentada é de caráter qualitativo e bibliográfica tendo como enfoque a ludicidade e a importância do brincar na educação infantil. 
A pesquisa bibliográfica ou de fontes secundárias é a que especificamente interessa a este trabalho, pois permitiu analisar o assunto em questão, colocando o pesquisador em contato com registros de diversos autores em livros, artigos, revistas e internet, permitindo também produzir sobre o tema, proporcionando assim a construção de um referencial teórico bem fundamentado.A bibliografia permite que se busque o conhecimento existente em determinada área, o que permite àquele que pesquisa um conhecimento a respeito das teorias produzidas, avaliando-as para introduzir em seus estudos, podendo compreender de maneira mais ampla o problema e objetivo da pesquisa.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
No presente trabalho conclui-se como é importante ser trabalhado o lúdico na educação infantil e que o professor precisa direcionar o seu olhar em relação à criança, perceber quais são suas necessidades, interesses, sonhos e desejos, considerando o educando um sujeito ativo e reflexivo no processo de ensino- aprendizagem. É importante que o educador "coloque para fora" a criança que há dentro de si, assim ele poderá sentir prazer no brincar juntamente com suas crianças. 
A reflexão do educador poderá abrir caminhos que possam atender a construção do conhecimento do educando de forma significativa e autônoma, usando o lúdico com objetivos educacionais.
A brincadeira é uma ação natural da vida infantil, é o momento que a criança cria, recria, transforma, e imagina seu mundo. Elas promovem o desenvolvimento mental, físico e sócio emocional da criança. Estas muitas vezes expressam a versão que o adulto dá à criança, pois ela imita suas falas, seus gestos e seus pensamentos. Por meio delas, a criança adapta-se à realidade e consequentemente atribui significado a mesma. 
Ao brincar, as crianças interagem tanto com pessoas, quanto com objetos, adquirindo experiências, o que lhe faz obter um aprendizado amplo, indo ao encontro da realidade que vive. Além disso, as brincadeiras e jogos contribuem para sua saúde, seja física ou intelectual.
Por meio de brincadeiras a criança se distancia da rotina, da vida cotidiana, tendo em vista que adentra em um universo imaginário, sendo que não tem a preocupação de pensar em conhecimentos ou desenvolvimentos que viria a ter, vivendo exclusivamente para o que sua imaginação lhe permitir.
O brinquedo utilizado como ferramenta pedagógica consegue fazer com que a criança expresse seus sentimentos, influenciando diretamente no seu desenvolvimento.
Para manter seu equilíbrio com o mundo a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar. O jogo é um recurso que possibilita a construção do conhecimento porque explora infinitamente vários tipos de linguagens, o que auxilia nas diferentes necessidades e aos vários interesses do educando no seu processo de aprendizagem. 
Através das atividades lúdicas, a escola consegue atribuir um espaço de clima de prazer tanto para quem ensina quanto para quem aprende, pois, a sala de aula é um espaço de encontro, inclusão e construção de conhecimento e somente assim ela poderá ser significativa para o aluno e para o professor. 
A brinquedoteca é um espaço que contribui para o processo de socialização das crianças, oferecendo-lhes oportunidades de realização das atividades coletivas ou individuais. É um ambiente que tem a função de oportunizar a vivência de diversas situações que as auxiliem no seu desenvolvimento, cognitivo, afetivo e social.
REFERÊNCIAS
CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca um mergulho no brincar. 3ªed. São Paulo: Vetor, 2001. 
FANTACHOLI, Fabiane das Neves. A Importância do Brincar na Educação Infantil. 2009. 0 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia, Centro Universitário de Maringá – Cesumar, Maringá, 2009.
KISHIMOTO.T.M,(Org).Jogo,brinquedo, brincadeira e a educação.11.ed.São Paulo:Cortez,2008.
​​​​​​​​​​​​​​________Jogo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez. 1997.
LUCKESI, C. C. Ludopedagogia - Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador:
Gepel, 2000.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. Atividades Lúdicas para Educação Infantil: conceitos, orientações e práticas. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes,2012.
OLIVEIRA, Z. M. Educação infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 1996. 
______.O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000
_______. Educação infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. 255p.
RAU, Maria Cristina Trois Dorneles. A Ludicidade na Educação: Uma atitude pedagógica. Série educacação.2.ed.Local.editora ibpex: 2011.p.245
SANTOS, Santa Marli P. dos (orgs). Brinquedoteca: a criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis: Vozes, 3ª Ed. RJ, 2000. 
​​​​​_______. A ludicidade como ciência. Petrópolis: Vozes, 2001.
VYGOTSKI, Lev S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. 
____. O desenvolvimento psicológico na infância. Tradução Claudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
WAJSKOP, Gisela. Brincar na pré-escola: São Paulo: Cortez, 1995.

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