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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO - UNIRP
 
 
 
ANDREI HENRIQUE FERRAREZI
DOUGLAS HENRIQUE DOS SANTOS
LUCAS MANOEL MONTILHA
RODOLFO DE FREITAS CHEMETI
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO GRAÚDO POR RESÍDUOS
CERÂMICOS REUTILIZÁVEIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2018
ANDREI HENRIQUE FERRAREZI
DOUGLAS HENRIQUE DOS SANTOS
LUCAS MANOEL MONTILHA
RODOLFO DE FREITAS CHEMETI
 
 
 
 
 
 
SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO GRAÚDO POR RESÍDUOS
CERÂMICOS REUTILIZÁVEIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do grau de
bacharel em Engenharia Civil à Banca
Examinadora do Centro Universitário de Rio Preto
– UNIRP Orientador (a): Prof. Esp. André Luis
Borsato Sanchez
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2018
ANDREI HENRIQUE FERRAREZI
DOUGLAS HENRIQUE DOS SANTOS
LUCAS MANOEL MONTILHA
RODOLFO DE FREITAS CHEMETI
 
 
 
 
SUBSTITUIÇÃO PARCIAL DE AGREGADO GRAÚDO POR RESÍDUOS
CERÂMICOS REUTILIZÁVEIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para obtenção do grau de
bacharel em Engenharia Civil à Banca
Examinadora do Centro Universitário de Rio Preto
– UNIRP Orientador (a): Prof. Esp. André Luis
Borsato Sanchez
 
 
 
 
 
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, 23 de Novembro de 2018.
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA
 
Prof. Me. Carlos Henrique Gomes de Souza
Centro Universitário de Rio Preto– UNIRP
 
Prof. Dr. Leandro Rosatto Moda
Centro Universitário de Rio Preto– UNIRP
 
Prof. Esp. André Luis Borsato Sanchez
Centro Universitário de Rio Preto– UNIRP
Dedicamos este trabalho aos nossos pais e amigos
que sempre nos incentivaram.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente, à Deus, que nos deu energia e força para
concluir todo esse trabalho.
A instituição Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP, seu corpo docente,
direção e administração pela oportunidade e suporte oferecido para o nosso
desenvolvimento profissional.
A nossos pais e amigos que nos incentivaram e apoiaram todos esses anos
de faculdade.
A nosso orientador, professor especialista André Luis Borsato Sanchez pela
orientação, apoio e dedicação no desenvolvimento deste trabalho.
Enfim, agradecemos a todos as pessoas que fizeram direta ou indiretamente
parte da nossa formação acadêmica, nosso muito obrigado.
 
 
 
 
 
"Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os
fatos." 
(Albert Einstein)
RESUMO
A construção civil é reconhecida como uma das grandes áreas de desenvolvimento
técnico e econômico dentro da sociedade atual, com um intenso consumo de
recursos naturais como matéria prima para produção de novos bens materiais
duráveis, sendo assim também é a maior geradora de resíduos sólidos urbanos
representando basicamente mais da metade de todos os resíduos descartados.
Esse descarte de material destina-se a fontes de coleta e usinas de reciclagem,
sendo classificados por sua natureza e posteriormente reutilizados. A grande
importância desses materiais nos leva a pensar no potencial perdido que eles
apresentam em um futuro retorno para seu meio produtivo, assim minimizando seu
impacto ambiental já exercido previamente nos seus processos construtivos,
diminuindo drasticamente a busca de matéria prima básica, a limpeza, coleta e
destinação de resíduos com pouco reuso. Essa pesquisa busca alternativas para
materiais descartados na indústria de construção, visando um retorno de
desempenho funcional com boa qualidade para novos compostos. Essas
alternativas absorvem os requisitos de sustentabilidade e inovação, ao desenvolver
um novo uso para os resíduos citados. Nossa base de estudo ressalta a substituição
do agregado graúdo por materiais cerâmicos, aferindo suas propriedades mecânicas
finais através de testes e ensaios em laboratório. O reaproveitamento desses
resíduos se mostra necessário para o futuro tecnológico em busca de novas
alternativas, pois os mesmos provem de recursos naturais finitos, analisando assim
um novo caminho para o ciclo de sustentabilidade e consumo de matéria prima.
Palavras-chave: Resíduos. Concreto. Agregados. Materiais Cerâmicos.
Sustentabilidade.
ABSTRACT
The Civil Construction is recognized as one of the major areas of technical and
economic development within the current society, with an intense consumption of
natural resources as raw material for the production of new durable material goods,
and is also the largest generating solid urban waste, representing basically more
than half of all waste discarded. 
This material discarded is intended for collection and recycling sources, being
classified by their nature and posteriorly reused. 
The great importance of these materials makes us think in the lost potential that they
feature in return for your future production, minimizing this, your environmental
impact already exercised previously in this construction processes and drastically
decreasing the search for basic raw material, cleaning, collect and disposal of waste
with a little reuse. This search looks for alternatives for discarded materials in the
construction industry, aiming at a functional performance with good quality for new
compounds. These alternatives absorb the sustainability and innovation
requirements developing by a new reuse for the mentioned waste. Our basis of study
emphasize the substituition of the big aggregate by the ceramic materials, reporting
its final mechanical properties through lab test. The reuse of these wastes is
necessary for the technological future in search of new alternatives, because they
derive from finite natural resources, analyzing this a new way to cycle of sustainability
andconsumption of raw material. 
Keywords: Waste. Concrete. Aggregates. Ceramic Materials. Sustainability
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 — São José do Rio Preto - 1942 - 2014 14
Figura 2 — Resíduos Sólidos da Construção 16
Figura 3 — Tipos de resíduos da construção civil 17
Quadro 1 — Resíduo de Construção e Demolição 20
Figura 4 — Resíduo de Construção e Demolição 21
Figura 5 — Agregado Graúdo - Brita 1 23
Figura 6 — Agregado Graúdo - Material Cerâmico 24
Figura 7 — Material Aglomerante - Cimento 25
Figura 8 — Agregado Miúdo - Areia Grossa 26
Figura 9 — Peneirador 50x50 27
Figura 10 — Agregados Cerâmicos para Substituição 28
Figura 11 — Produção de concreto com substituição de agregados 30
Figura 12 — Equipamentos para Slump Test 31
Figura 13 — Metodologia Slump-Test 32
Figura 14 — Ensaio de Slump-Test 33
Figura 15 — Molde para Corpo de Prova 35
Figura 16 — Corpos de Prova 36
Figura 17 — Máquina de Compressão Axial 37
Figura 18 — Corpo de Prova Rompidos 38
Figura 19 — Analise dos agregados cerâmicos após rompimento 39
Gráfico 1 — Resultados 43
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 — Traços e proporções de Material 29
Tabela 2 — Resultado Slump Test 33
Tabela 3 — Traço Padrão 40
Tabela 4 — Traço Cerâmica Vermelha 15% 40
Tabela 5 — Traço Cerâmica Vermelha 30% 41
Tabela 6 — Traço Cerâmica Branca 15% 41
Tabela 7 — Traço Cerâmica Branca 30% 42
Tabela 8 — Resultados Finais 42
1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
1.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
1.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
1.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.2.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.9.1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.9.2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.9.3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2.10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 11
A CONSTRUÇÃO CIVIL E A GERAÇÃO DE RESÍDUOS 11
JUSTIFICATIVA 12
OBJETIVOS 12
DESENVOLVIMENTO 13
A CONSTRUÇÃO CIVIL E O CONCRETO 13
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 15
Resíduos Cerâmicos 21
OBJETIVOS E METODOLOGIA 22
MATERIAIS E GRANULOMETRIA 23
TRAÇOS E SUBSTITUIÇÕES 27
DETERMINAÇÃO DE SLUMP TEST 30
DETERMINAÇÃO DE CORPOS DE PROVA 34
COMPRESSÃO AXIAL 36
RESULTADOS ESPECÍFICOS 38
Traço Padrão 39
Cerâmica Vermelha 40
Cerâmica Branca 41
RESULTADO FINAL 42
CONCLUSÃO 44
REFERÊNCIAS 45
1 INTRODUÇÃO
1.1 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A GERAÇÃO DE RESÍDUOS
Devido a evolução da sociedade atual e ao grande desenvolvimento da
construção civil, define-se um novo patamar de utilização dos recursos naturais não
renováveis e, consequentemente, o grande número de resíduos sólidos dos centros
urbanos tende a aumentar gradativamente. Observando-se esse fato, detecta-se
então um problema de acúmulo desses resíduos que posteriormente são
reutilizáveis, recicláveis ou reduzidos de forma bem limitada.
Os Resíduos da Construção Civil (RCC), segundo a Política Nacional de
Resíduos Sólidos são: “os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições
de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de
terrenos para obras civis”. O RCC é gerado entre 0,4 a 0,7 t/hab.ano e representa
2/3 da massa dos resíduos sólidos municipais ou em torno do dobro dos resíduos
sólidos domiciliares (SINDUSCON, 2012).
Analisando essa enorme geração de resíduos da construção civil, a
reciclagem e a reutilização dos mesmos torna-se uma medida de grande valor para
diminuição dos impactos ambientais causados, desde sua captação inicial de
matéria prima através dos processos de aperfeiçoamento até a sua produção e
descarte final em obras de construção e demolição.
Através da análise de informações sobre reutilização, observa-se que os
resíduos classe A constituídos pelos gerados na construção civil e, posteriormente
processados pelas usinas de reciclagem, podem ser utilizados como agregado para
concreto não estrutural a partir da substituição dos agregados convencionais (areia e
brita).
Devido ao uso crescente dos materiais cerâmicos nas construções, nota-se
que apresenta atualmente um alto índice de descarte dos mesmos em reformas e
novas obras. A impossibilidade de reaproveitamento do material completo em sua
forma original faz com que esses resíduos sejam destinados à reutilização e, desse
modo, seu reuso de forma específica é quase nulo, sendo assim agrupados aos
RCC em geral. 
A reciclagem da cerâmica é possível. Entretanto, sua reciclabilidade nem
sempre é uma garantia, pois depende da abundância de matéria-prima (geralmente
comercializada por peso), da demanda de mercado e do apoio da legislação. Os
materiaiscerâmicos possuem uma difícil reciclabilidade, diversidade de
composições, mercado ruim, sucata pouco valorizada e reaproveitamento energético
11
inviável. Porém, a maioria dos materiais com essa composição são duráveis, ou
seja, podem ser reutilizados. (ECYCLE..., 2017).
 
1.2 JUSTIFICATIVA
 Por ser a maior geradora de resíduos sólidos de todos os setores produtivos,
causar grandes impactos ambientais com seu alto consumo de recursos naturais e
modificar a paisagem, dado ao exposto, a indústria da construção e engenharia civil
necessita de novos meios e ideias para lidar com esse excesso de desperdício de
materiais, promovendo assim, aspectos técnicos de viabilidade, economia e
sustentabilidade. 
 
1.3 OBJETIVOS
A base de estudo desse trabalho visa analisar e testar por meio de pesquisas
bibliográficas e ensaios laboratoriais, amparados por normas da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, a viabilidade técnica da substituição parcial
do agregado graúdo no traço de concreto, por porcentagens específicas de material
granular cerâmico.
12
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 A CONSTRUÇÃO CIVIL E O CONCRETO
A construção civil é um dos pilares da economia brasileira com participação
em 4,94% do PIB (IBGE, 2015). Em outras palavras, movimentou mais de R$ 296 bi
e empregou milhões de pessoas naquele período. Sob a perspectiva da geração de
resíduos sólidos, é importante destacar a sua relação direta com o PIB de uma
sociedade. Em suma, a geração de resíduos sólidos é diretamente proporcional ao
PIB daquele país. 
Atualmente, os Resíduos da Construção Civil – RCC se tornaram um entrave
para as empreiteiras, pois é responsabilidade do gerador dar a destinação
ambientalmente adequada a eles. Se não houver um plano de gerenciamento claro
e objetivo quanto a destinação final, projetos nunca vão sair do papel, visto que os
planos de gerenciamento são parte integrante do licenciamento ambiental de “obras
de arte”. Se ouve muito que os RCC’s são de maneira geral volumosos, sendo assim
a sua disposição final implicaria na diminuição da vida útil de aterros sanitários. 
Com a intensificação das pesquisas e o avanço tecnológico, foram criadas formas
de reaproveitamento e reciclagem dos RCC’s. Dessa forma, nas usinas de
reciclagem os RCC’s são triturados, separados de acordo com a granulometria,
reutilizados e/ou comercializados (GLEYSSON, 2015). 
A pesquisa do Sindicato da Indústria da Construção de Minas Gerais
(SINDUSCON - MG) revela que o crescimento do setor construtivo na última década
foi de 52,10%, o que representa um crescimento médio anual de 4,28%.
Considerando os últimos 20 anos, o avanço médio anual foi de 2,82%. Entre 1994 e
2013, a construção civil brasileira cresceu 74,25%, sendo que o auge do
desenvolvimento neste período foi registrado no ano de 2010, quando o PIB
brasileiro da construção civil teve alta de 11,6%.
Segundo Souza (2014), comparativamente a outras indústrias, a construção
usa muito mais material ao longo de um ano de atividade do que qualquer outro
ramo produtivo. Portanto, qualquer ação visando à maior eficiência no uso dos
materiais de construção pode ser um reflexo relevante quanto ao desenvolvimento
sustentável do país, destacando que os reflexos da evolução da construção civil são
amplamente vistos em todos os meios urbanos através dos anos. 
13
Figura 1 - São José do Rio Preto - 1942 - 2014 
Fonte: G1 - TV Tem São José do Rio Preto (2018)
 
Um dos pontos de maior destaque na construção civil é o uso de concreto.
Por ser um material amplamente utilizado e essencial, nessa área ele representa
desde os tempos antigos um poder de imponência e destaque construtivo. Devido à
evolução tecnológica, a complexidade das novas estruturas e a exigência cada vez
maior que a qualidade do concreto atenda aos requisitos finais de projeto, houve
uma necessidade de evolução dessa mistura simples de cimento, agregados, areia e
água. Pode-se listar vários tipos dele e sua evolução determinada pela demanda
específica que é exigida, sendo: concreto convencional, usinado, armado,
protendido, estrutural leve, alta resistência, auto adensável, auto desempenho, entre
outros.
Pode-se dizer que é um material construtivo amplamente disseminado, pois
podemos encontrá-lo em casas de alvenaria, rodovias, pontes, nos edifícios mais
altos do mundo, torres de resfriamento, usinas hidrelétricas e nucleares, obras de
saneamento e até mesmo em plataformas de extração petrolífera móveis. Estima-se
que anualmente são consumidos 11 bilhões de toneladas desse material no mundo,
14
o que se designa, segundo a Federación Iberoamericana de Hormigón Premesclado
(FIHP), aproximadamente um consumo médio de 1,9 toneladas de concreto por
habitante ao ano, valor esse inferior apenas ao consumo de água. No Brasil, o
concreto que sai de centrais dosadoras gira em torno de 30 milhões de metros
cúbicos (IBRACON, 2009).
Segundo a ASTM (American Society for Testing and Materials), o concreto é
um material composto que consiste de um meio aglomerante no qual estão
aglutinadas partículas de diferentes naturezas: O aglomerante é o cimento em
presença de água; o agregado é qualquer material granular, como areia, pedregulho,
seixos, rocha britada, escória de alto-forno e resíduos de construção e de demolição;
se as partículas de agregado são maiores do que 4,75 mm, o agregado é dito
graúdo; caso contrário, é miúdo.
Duas propriedades do concreto que o destacam como material construtivo
são: sua resistência à água – diferentemente do aço e da madeira, este sofre menor
deterioração quando exposto a ela, no qual é a razão de sua utilização em
estruturas de controle, armazenamento e transporte da mesma – e sua plasticidade
– que possibilita obter formas construtivas inusitadas, como se vê nas obras
arquitetônicas de Niemeyer. Existem também outras vantagens como: a
disponibilidade abundante de seus elementos constituintes e seus baixos custos
(IBRACON, 2009).
Devido a sua versatilidade, durabilidade e economia em relação a outros
produtos para construção, o concreto torna-se indispensável para uso no mundo
moderno. Vale ressaltar também que seu uso causa enormes impactos e
consequências, desde a captação de matéria prima para produção dos materiais
utilizados até a geração de resíduos sólidos pelas construções.
 
2.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Mesmo que seja essencial para a economia e desenvolvimento da sociedade,
a construção civil se apresenta como uma grande geradora de resíduos. Embora a
construção informal seja a maior produtora de entulho, a busca de melhoria numa
empresa formal, além de ser importante quanto aos reflexos positivos para a própria
empresa, pode incentivar o mercado a atuar de maneira mais racional (SOUZA,
2014).
15
Figura 2 - Resíduos Sólidos da Construção 
Fonte: http://servicos2.sjc.sp.gov.br/noticias/noticia.aspx?noticia_id=19194
Os impactos ambientais gerados vêm despertando atenção em decorrência
da grande quantidade de resíduos gerados devido ao acelerado crescimento das
cidades brasileiras nas últimas décadas. Basta dizer que esse produto é equivalente
a duas vezes, em massa, à quantidade de resíduos domiciliares. A situação de
degradação ambiental nesse quadro de intensa geração vinha se agravando devido
à ausência de políticas públicas permanentes de gerenciamento de tais resíduos
(ASSOCIAÇÃO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DE
JABOTICABAL, 2017).
Toda essa geração agravada necessitou de uma normatização e legislação
para classificação, tendo em vista a praticidade de uma possível reciclagem e
reutilização.
A Resolução CONAMA nº 307/2002 define e classifica da seguinte forma:
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais
como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras
obras de infraestrutura, inclusive solos provenientesde terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes
cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e
concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em
16
concreto (blocos, tubos, meio-fio, etc.) produzidas nos canteiros de obras; 
II - Classe B - são os recicláveis para outras destinações, tais como plásticos,
papel, papelão, metais, vidros, madeiras, embalagens vazias de tintas imobiliárias e
gesso; 
III - Classe C - são os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou
aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou
recuperação; 
IV - Classe D - são os perigosos oriundos do processo de construção, tais
como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à
saúde oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas,
instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos que contenha
amianto ou outros produtos nocivos à saúde. 
 
Figura 3 - Tipos de resíduos da construção civil 
Fonte: Livro técnico - Resíduos da Construção
 
A Resolução CONAMA nº 307/2002 Art. 2º adota também as seguintes
definições: 
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções,
reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
17
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de
obras, caliça ou metralha;
IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento
de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação
em obras de edificação, de infraestrutura, em aterros sanitários ou outras obras de
engenharia; 
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir,
reutilizar ou reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas,
procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao
cumprimento das etapas previstas em programas e planos; 
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem
transformação do mesmo;
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter
sido submetido à transformação; 
XI - Gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações exercidas, direta
ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e
destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final
dos rejeitos, de acordo com o plano municipal de gestão integrada de resíduos
sólidos ou com o plano de gerenciamento de resíduos sólidos, exigidos na forma da
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010;
Para complementar a legislação houve a criação da LEI Nº 12.305, DE 2 DE
AGOSTO DE 2010, que visa instituir a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as
diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos,
inclui-se também os de classe perigosa as responsabilidades dos geradores e do
poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. 
A lei descreve seus objetivos para o âmbito geral dos resíduos sólidos
urbanos. Tais objetivos envolvem a cadeia produtiva que se insere à Construção
Civil, por ser uma grande geradora.
 
Art. 7º - São objetivos da Política Nacional de Resíduos Sólidos: 
I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos
resíduos sólidos, bem como
disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de
bens e serviços;
IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como
forma de minimizar
impactos ambientais;
V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
18
VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de
matérias-primas e insumos
derivados de materiais recicláveis e reciclados;
VII - gestão integrada de resíduos sólidos;
VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com
o setor empresarial, com
vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de
resíduos sólidos;
IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da
prestação dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de
mecanismos gerenciais e econômicos que
assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma
de garantir sua sustentabilidade
operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007;
XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para:
a) produtos reciclados e recicláveis;
b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões
de consumo social e
ambientalmente sustentáveis;
XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas
ações que envolvam a
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;
XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e
empresarial voltados para a
melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos
sólidos, incluídos a recuperação e o
aproveitamento energético;
XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável. 
 
(LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010)
 
A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi um marco no setor por tratar-se
de todos os resíduos sólidos (materiais que podem ser reciclados ou
reaproveitados), e também por relatar a respeito dos rejeitos (itens que não podem
ser reaproveitados), incentivando o descarte correto de forma compartilhada ao
integrar o poder público, a iniciativa privada e o cidadão. 
Para os resíduos sólidos da construção civil pode-se arbitrar diferentes tipos
de reutilização em geral. A forma mais simples de reciclagem da classe A é a sua
utilização em pavimentação (base, sub-base ou revestimento primário) na forma de
brita corrida ou ainda em misturas do resíduo com solo, e também na utilização dos
mesmos como agregado para a confecção de argamassas por processos em
equipamentos, que moem esses resíduos em granulometrias semelhantes às
da areia, para argamassas de assentamento ou revestimento.
Outros usos básicos são: Drenagem; Preenchimento de vazios em
construções; preenchimento de valas de instalações; contrapisos, solo-cimento;
cascalhamento de estradas; terraplenagem; reforço de aterros (taludes); artefatos de
concreto como blocos de vedação, piso intertravado, manilhas de esgoto
(ASSOCIAÇÃO REGIONAL DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DE
19
JABOTICABAL, 2017).
Diversos artigos e estudos acadêmicos já demonstram um grande interesse
nesse meio da utilização dos resíduos gerados pelas construções, e já é possível
destacar uma evolução para suas novas destinações. (MESQUITA et al., 2015).
 
Quadro 1 - Resíduo de Construção e Demolição 
Fonte: Associação Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Jaboticabal (2017)
 
 “Os agregados reciclados são utilizados como vias provisórias de obras, sub-
bases de pavimentos, argamassas de assentamento, contrapisos, novos
componentes pré-fabricados não estruturais (blocos de vedação) etc.”, descreve
Sergio Cirelli Angulo, porta-voz do Departamento de Engenharia de Construção Civil
da Escola Politécnica da USP. 
Através da análise de informações sobre reutilização, observa-se que os
resíduos classe A processados pelas usinas de reciclagem podem ser utilizados
como agregado para concreto nãoestrutural a partir da substituição dos agregados
convencionais (areia e brita). Reafirma-se que esse estudo pode avançar em vários
aspectos técnicos, econômicos e de sustentabilidade, se mostrando possivelmente
viável e rentável direta e indiretamente, pois afeta o nível de captação de matéria
prima diretamente da natureza e todo seu processo de industrialização. 
20
2.2.1 Resíduos Cerâmicos
O Brasil produz 130 milhões de toneladas de cerâmica vermelha anualmente.
Só no Estado de São Paulo, são 16 milhões de peças e 32 milhões de toneladas de
cerâmica. Centralizado nas cidades de Panorama e Paulicéia, o polo reúne mais de
100 cerâmicas, em sua maioria micro e pequenas empresas, e possui uma produção
anual de cerca um milhão de toneladas. Deste total, 5%, ou seja, 50 mil toneladas,
viram resíduos que, na maioria das vezes, são descartados ou, eventualmente,
utilizados como cascalhos em estradas ou pátios das próprias cerâmicas (IPT -
INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS, 2014).
 
Figura 4 - Resíduo de Construção e Demolição 
Fonte: ONG Vida / Portobello
21
Os principais impactos ambientais gerados na produção de cerâmica incluem
doenças ocupacionais (silicose); acidentes (cortes); extração de recursos naturais
utilizados como matéria-prima e na obtenção de energia para a fabricação e
aumento do efeito estufa (5% do CO2 mundial provém da indústria do cimento).
Tudo isso faz com que seja importante priorizar a reutilização e a reciclagem da
cerâmica em relação ao seu descarte. (ECYCLE..., 2017). 
Atualmente o Brasil é destaque no setor industrial cerâmico, sendo o segundo
maior produtor e consumidor mundial de revestimentos cerâmicos. O parque
industrial cerâmico brasileiro apresenta relevante padrão tecnológico com plantas
modernas e produtivas. Do ponto de vista químico, a cerâmica pode ser definida
como qualquer material não metálico, inorgânico e que depois de submetido a altas
temperaturas, fica com sua estrutura atômica inteiramente ou parcialmente
cristalizada, ou seja, seus átomos ficam organizados de forma simétrica, formando
uma estrutura que se repete. De acordo com os atributos da matéria prima e do
produto final obtido, a cerâmica é classificada em diferentes tipos: cerâmica
vermelha, cerâmica branca, cerâmica de revestimento, cerâmica refratária e
cerâmica avançada. Dentre as principais matérias primas utilizadas para a sua
produção destacam-se as argilas, os caulins, o feldspato e materiais fundentes.
(PITONDO ; ANTUNES, 2013).
 
2.3 OBJETIVOS E METODOLOGIA
Baseado no grande uso de matéria prima pela construção civil e as poucas
opções de reutilização dos resíduos produzidos, definimos a este trabalho um
objetivo geral de buscar alternativas para materiais descartados na indústria de
construção, visando um retorno de desempenho funcional com boa qualidade para
novos compostos. 
Ao analisar a reutilização das sobras de materiais pela própria construção,
definimos materiais individuais que possam ser usados em estudo de viabilidade
técnica para uma nova função. 
A base de estudo desse trabalho visa analisar por meio de pesquisa
bibliográfica a utilização de resíduos sólidos da construção civil em novos métodos
de reaproveitamento e reutilização e realizar ensaios laboratoriais de granulometria,
traços de concreto, abatimento de concreto, corpos de prova e compressão axial,
todos amparados por normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,
a fim de obter resultados para análise comparativa da viabilidade técnica da
substituição parcial do agregado graúdo no traço de concreto, por porcentagens
22
específicas de material granular cerâmico.
Na escolha dos materiais que mais são descartados individualmente,
observamos que o segmento de cerâmica tem pouca reutilização. Assim sendo,
foram escolhidos materiais de Cerâmica Vermelha e Cerâmica Branca para
conclusão deste trabalho. 
Os materiais citados foram adquiridos em obras de reformas pela região de
São José do Rio Preto - São Paulo, na sua maioria telhas cerâmicas e pisos de
porcelanato. 
O reaproveitamento desses resíduos se mostra necessário para o futuro
tecnológico em busca de novas alternativas, obtendo assim um novo caminho para o
ciclo de sustentabilidade e consumo de matéria prima. 
2.4 MATERIAIS E GRANULOMETRIA
No concreto, podem ser usadas tanto as britas quanto os pedregulhos, o mais
importante é que sejam materiais de boa resistência, limpos e com granulação
uniforme, ser dosados de forma a se obter uma massa de concreto econômica e
com a maior resistência possível.
Para o agregado graúdo utiliza o pedregulho ou a brita proveniente de rochas
estáveis, no caso brita 1, com grãos que passam na peneira com abertura nominal
de 19 mm e ficam retidos até a peneira de 9,5 mm.
 
Figura 5 - Agregado Graúdo - Brita 1 
Fonte: Autores (2018)
23
 
Devido ao objetivo central do estudo ser a substituição do agregado graúdo
no traço de concreto por resíduos cerâmicos da construção civil, foi realizado a
captação e adequação granulométrica dos resíduos para devida substituição.
 
Figura 6 - Agregado Graúdo - Material Cerâmico 
Fonte: Autores (2018)
Para o material aglomerante conforme a maior utilização no mercado da
construção civil, visto que é um aglomerante para diversos tipos de uso na
construção como exemplo em calçadas, estruturas pré-moldadas, alvenarias,
pavimentação de estradas, foi selecionado o CP II – E 32. 
24
Figura 7 - Material Aglomerante - Cimento 
Fonte: Autores (2018)
 
O agregado miúdo conforme "NBR 7214:2015 – Areia Norma para ensaios de
cimento e NBR 7211 – Agregados para Concreto" que regulamenta a granulometria
da areia utilizada, aproveitada em condições não controladas em relação ao seu teor
de umidade e pureza, conforme solicitada nas normas.
25
Figura 8 - Agregado Miúdo - Areia Grossa 
Fonte: Autores (2018)
Segundo "NBR 7217 - Agregados - Determinação da composição
granulométrica" e "NBR 7211 - Agregados para concreto – Especificação". 
Para composição granulométrica de agregados graúdos e produção dos
corpos de prova de concreto, após a coleta dos materiais escolhidos, os materiais
cerâmicos e a brita definida foram passados por processo de redução de
granulometria de forma manual e pelo peneirador para sua adequação, utilizando-se
os materiais que ficaram retidos nas peneiras de 19 mm até a de 9,5 mm. 
26
Figura 9 - Peneirador 50x50 
Fonte: Autores (2018)
 
2.5 TRAÇOS E SUBSTITUIÇÕES
O traço de concreto é muito importante para definir sua resistência,
durabilidade e trabalhabilidade final, características fundamentais para viabilidade
técnica e aprovação para uso. Nele se indica a quantidade correta de materiais que
constituem o concreto, conforme dosagem correta de areia, brita e água necessárias
para cada unidade de cimento utilizado. 
Um traço simples de exemplo 1:2:3, indica que a proporção será de 1 parte de
cimento para 2 partes de areia de 3 de brita, sempre respeitado especificamente
essa ordem, porém a quantidade de água, tende a variar de acordo com a umidade
da areia e qual trabalhabilidade final o usuário deseja.
A base de estudo foi definida por uma incorporação de um traço base de
concreto, adotado os valores de: 1 : 2 : 2,5 : 0,55. 
27
Cada traço foi calculado para efeito de substituição da porcentagem de
agregado graúdo (brita) por material cerâmico já peneirado em sua devida
granulometria. 
Figura 10 - Agregados Cerâmicos para Substituição 
Fonte: Autores (2018)
Com isso foram realizadas substituições do agregado graúdo (Brita 1 – Rocha
Basáltica), por porcentagens de agregados cerâmicos (Telha, Piso). As
porcentagens substituições foram de 15% e 30%.
Todos os materiais escolhidos para substituição foram devidamente
selecionados, preparados e utilizados dentro do padrão normativo e pessoal do
objetivo deestudo, que se define pela caracterização de viabilidade técnica dessa
possível substituição de agregados para análise das características do concreto final
obtido.
Definimos para cada material dois traços distintos, substituindo o elemento
brita por material cerâmico em sua respectiva porcentagem, com granulometria
padrão a brita substituída.
Sendo evidente a utilização de cinco traços específicos: base, cerâmica
vermelha 15%, cerâmica vermelha 30%, cerâmica branca 15% e cerâmica branca
30%.
28
Tabela 1 - Traços e proporções de Material 
TRAÇOS 
Nº DE CORPOS 
DE PROVA
 PROPORÇÃO: 
CIMENTO/AREIA/BRITA/CERÂMICA/ 
ÁGUA
CERÂMICA 
%
TRAÇO 1 
PADRÃO
9 1 : 2 : 2,5 : 0 : 0,55 0
TRAÇO 2 
15% CERÂMICA 
VERMELHA 
9 1 : 2 : 2,125 ; 0,375 : 0,55 15
TRAÇO 3 
30% CERÂMICA 
VERMELHA 
9 1 : 2 : 1,75 : 0.75 : 0,55 30
TRAÇO 4 
15% CERÂMICA 
BRANCA 
9 1 : 2 : 2,125 ; 0,375 : 0,55 15
TRAÇO 5 
30% CERÂMICA 
BRANCA 
9 1 : 2 : 1,75 : 0.75 : 0,55 30
Fonte: Autores (2018)
Observa-se que os traços representam substituições especificas, sendo assim
um aspecto importante para obter novas informações das reações dessa nova
mistura criada.
Após definição dos traços específicos para cada substituição, foi produzido o
concreto final para os ensaios de slump test e compressão axial dos corpos de
provas individuais de cada porcentagem.
Todos os concretos, ensaios e testes de compressão para cada traço, foram
realizados separadamente em particular para não acarretar em erros de
superdosagem e execução. 
29
Figura 11 - Produção de concreto com substituição de agregados 
Fonte: Autores (2018)
2.6 DETERMINAÇÃO DE SLUMP TEST
O ensaio de abatimento do concreto (Slump Test), é realizado para verificar a
trabalhabilidade do concreto em seu estado plástico, busca medir sua consistência e
adequação para o uso a que se destina. 
Nesse estado plástico, a combinação das características de consistência,
coesão e homogeneidade é denominada trabalhabilidade. Associada a redução de
vazios e adensamento do concreto, a facilidade de moldagem e resistência à
segregação.
De acordo com o procedimento "NBR NM 67 Concreto - Determinação da
Consistência pelo abatimento do tronco de cone". Foi utilizado os equipamentos
estabelecidos pela norma.
Molde de formato de tronco de cone oco, de metal que tenha resistência
contra a pastas de cimento, com espessura igual ou superior a 1,5 mm, com o
interior liso com as dimensões internas da base inferior de 200 mm ± 2 mm; e a base
superior 100 mm ± 2 mm; com altura de 300 mm ± 2 mm. Deve conter no molde
duas alças posicionadas a dois terços de sua altura, as bases inferiores devem ser
abertas e paralela entre si, formando ângulo retos com o eixo do cone e ter aletas
em para manter estável. 
Placa base metálica, plana e retangular de no mínimo 500 mm de dimensão e
espessura igual ou superior a 3 mm.
30
Haste de compactação de seção circular, reta, feita de aço ou outro material
adequado, com o diâmetro de 16 mm, e seu comprimento de 600 mm com as
extremidades arredondadas.
Também é utilizado régua ou trena métrica para medir o abatimento, funil para
melhor colocação da massa no molde onde deve ser do mesmo material metálico.
 
Figura 12 - Equipamentos para Slump Test 
Fonte: Autores (2018)
 O ensaio de consistência deve iniciar em até 5 minutos da coleta da amostra
e a trabalhabilidade deve ser controlada ao longo do intervalo de tempo entre a
produção e a aplicação. 
O procedimento do slump test deve ser feito em função do abatimento do
concreto seguinte a condição apresentada pela NBR NM 67: 
 
5 Procedimento
 
5.1 Umedecer o molde e a placa de base e colocar o molde sobre a placa
de base. Durante o preenchimento do molde com o concreto de ensaio, o
operador deve se posicionar com os pés sobre suas aletas, de forma a
mantê-lo estável. Encher rapidamente o molde com o concreto coletado, em
três camadas, cada uma com aproximadamente um terço da altura do
molde compactado. 
 
5.2 Compactar cada camada com 25 golpes da haste de socamento.
Distribuir uniformemente os golpes sobre a seção de cada camada. Para a
compactação da camada inferior, é necessário inclinar levemente a haste e
31
efetuar cerca de metade dos golpes em forma de espiral até o centro.
Compactar a camada inferior em toda a sua espessura. Compactar a
segunda camada e a camada superior, cada uma através de toda sua
espessura e de forma que os golpes apenas penetrem na camada
anterior. No preenchimento e na compactação da camada superior,
acumular o concreto sobre o molde, antes de iniciar o adensamento. Se,
durante a operação de compactação, a superfície do concreto ficar abaixo
da borda do molde, adicionar mais concreto para manter um excesso sobre
a superfície do molde durante toda a operação da camada superior, rasar a
superfície do concreto com uma desempenadeira e com movimentos
rolantes da haste de compactação.
 
5.3 Limpar a placa de base e retirar o molde do concreto, levantando-o
cuidadosamente na direção vertical. A operação de retirar o molde deve ser
realizada em 5 s a 10 s, com um movimento constante para cima,
sem submeter o concreto a movimentos de torção lateral. 
5.4 A operação completa, desde o início de preenchimento do molde com
concreto até sua retirada, deve ser realizada sem interrupções e completar-
se em um intervalo de 150 s. 
 
5.5 Imediatamente após a retirada do molde, medir o abatimento do
concreto, determinando a diferença entre a altura do molde e a altura do
eixo do corpo-de-prova, que corresponde à altura média do corpo-de-
prova desmoldado , aproximando aos 5 mm mais próximos.
 
5.6 Caso ocorra um desmoronamento ou deslizamento da massa de
concreto ao realizar o desmolde e esse desmoronamento impeça a medição
do assentamento, o ensaio deve ser desconsiderado e deve ser
realizada nova determinação sobre outra porção de concreto da amostra. 
 
5.7 Caso nos dois ensaios consecutivos definidos em 5.6 ocorra um
desmoronamento ou deslizamento, o concreto não é necessariamente
plástico e coeso para a aplicação do ensaio de abatimento.
 
 
Figura 13 - Metodologia Slump-Test 
Fonte: http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/ acessado em 27/09/2018
32
 
Utilizado os equipamentos descritos e técnica de procedimento para
adensamento conforme a norma e imagem citada, foi realizado o ensaio de Slump
Test em todos os processos de fabricação de concreto para objeto de estudo. 
Figura 14 - Ensaio de Slump-Test 
Fonte: Autores (2018)
Após os ensaios de slump test realizados com todos os traços escolhidos, foi
especificado na tabela a seguir os resultados de fluidez, obtidos pela aferição da
altura de abatimento em relação a altura do cone. Conforme a análise dos
resultados abaixo.
Tabela 2 - Resultado Slump Test 
Traço Aferição
Padrão 24,50 cm
Cerâmica Vermelha 15% 26,30 cm
Cerâmica Vermelha 30% 27,50 cm
Cerâmica Branca 15% 16,40 cm
Cerâmica Branca 30% 15,5 cm
Fonte: Autores (2018)
Observa-se que os traços de Cerâmica Vermelha 15% e 30% tiveram um
33
abatimento menor em relação ao traço Padrão, com abatimento de 5,50 cm no
Padrão e 3,70 cm e 2,50 cm nos traços de cerâmica vermelha de 15% e 30%,
respectivamente. Analisa-se que devido a alta porosidade da cerâmica vermelha
houve uma grande absorção de umidade (água) pelo material.
Os traços de Cerâmica Branca 15% e 30% tiveram um abatimento maior em
relação ao traço Padrão, com abatimento de 5,50 cm no Padrão e 13,60 cm e 14,50
cm nos traços de cerâmica branca de 15% e 30%, respectivamente. Analisa-se que
devido a baixa porosidade da cerâmica branca houve uma baixa absorção de
umidade (água) pelo material.
 
2.7 DETERMINAÇÃO DE CORPOS DE PROVA
Após a produção dos concretos com seus devidos ensaios de abatimento,
foram gerados os corpos de prova paraos testes finais de compressão. Para
confecção dos corpos de provas foi seguido conforme a "NBR 5738 - Concreto -
Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova", segundo o capitulo 4:
 
 “...devem ter altura igual ao dobro do diâmetro. O diâmetro deve ser de 10
cm, 15 cm, 20 cm, 25 cm, 30 cm ou 45 cm. As medidas diametrais têm
tolerância de 1% e a altura, 2%. Os planos das bordas circulares extremas
do molde devem ser perpendiculares ao eixo longitudinal do molde”. Na qual
o diâmetro do corpo de prova utilizado foi igual a 10 cm e sua altura 20 cm.
“As laterais e a base do molde devem ser de aço ou outro material não
absorvente, que não reaja com o cimento Portland, e suficientemente
resistentes para manter sua forma durante a operação de moldagem. O
molde deve ser aberto em seu extremo superior e permitir fácil
desmoldagem, sem danificar os corpos-de-prova. A base, colocada no
extremo inferior do molde, deve ser rígida e plana, com tolerância de
planeza de 0,05 mm”.
34
Figura 15 - Molde para Corpo de Prova 
Fonte: Autores (2018)
Segundo a norma "NBR 5739 - Concreto - Ensaio de compressão de corpos-
de-prova cilíndricos" na escolha do método de adensamento: 
 
“Deve ser feita em função do abatimento do concreto, determinado de
acordo com a NBR NM 67, e das seguintes condições:
a) os concretos com abatimento compreendido entre 10 mm e 30 mm
devem ser adensados por vibração;
b) os concretos com abatimento compreendido entre 30 mm e 150 mm
podem ser adensados com a haste (adensamento manual) ou por vibração;
c) os concretos com abatimento superior a 150 mm devem ser adensados
com a haste (adensamento manual). ”
 
No adensamento, foi utilizado a haste segundo a norma, “deve ser de aço,
cilíndrica, com superfície lisa, de (16,0 ± 0,2) mm de diâmetro e comprimento de 600
mm a 800 mm, com um ou os dois extremos em forma semiesférica, com diâmetro
35
igual ao da haste”.
Pela forma de abatimento manual foi utilizada a segunda condição
apresentada. Partindo dessa base, foi iniciada a inserção do concreto no molde em
três camadas aproximadamente iguais e feito adensamento com haste, desferindo a
quantidade de 12 golpes conforme "NBR 5738 - Concreto - Procedimento para
moldagem e cura de corpos-de-prova" 
Figura 16 - Corpos de Prova 
Fonte: Autores (2018)
A cura do concreto foi respeitada citada pela norma, longe de intempéries
como radiação solar, chuva ou outros fatores que pudesse interferir. Uma cura bem-
sucedida à um ganho de resistência do concreto, e prevenindo as patologias como
trincas e fissuras.
 
2.8 COMPRESSÃO AXIAL
A resistência à compressão do concreto é chamada de "fck" (Feature
Compression Know), traduzida livremente para o português como Resistência
Característica do Concreto à Compressão, normalmente é medida na unidade de
MPa (Mega Pascal), provem de um conceito imprescindível para calcular com
exatidão a medida de material com relação à estrutura que será utilizada. O Pascal é
36
a medida de pressão exercida por 1 Newton em uma área de um metro quadrado, o
Mega Pascal é esta força multiplicada por um milhão, ou seja, cada um corresponde
a resistência aproximada de 10 kgf/cm². 
Essa compressão é obtida através do teste de resistência do concreto feito
pelo método do ensaio de compressão axial. A máquina exerce uma força gradual
de compressão sobre o corpo de prova até que o mesmo venha a romper, a força
exercida é dividida pela área de topo do corpo de prova em cm², temos então a
relação de kgf (quilograma força) por cm², que, para chegarmos ao MPa (Mega
pascal), basta dividir este valor por dez.
 
Figura 17 - Máquina de Compressão Axial 
Fonte: Autores (2018)
No dia a dia o mais comum hoje é encontrar concretos com FCK de 15, 20, 25
37
e 30 MPa, e para aferir essa resistência é necessário o teste compressão dos
corpos de prova de concreto para desejável analise final de informações de
resistência em MPa. 
O teste final definiu-se como compressão axial para realização do ensaio nos
corpos de prova para testar a resistência do concreto de todos os traços
produzidos. 
Foi utilizada a máquina de ensaio de compressão axial do laboratório de
engenharia no campus III no Centro Universitário de Rio Preto - UNIRP.
Para os testes de rompimento foram respeitados o prazo de 7, 14 e 28 dias
onde se obteve as resistências dentro desse período.
 
Figura 18 - Corpo de Prova Rompidos 
Fonte: Autores (2018)
2.9 RESULTADOS ESPECÍFICOS
Após a análise das condições do estudo, escolha e o preparo manual e
granulométrico dos materiais cerâmicos, cálculos de substituições para o traço base
definido, produção dos concretos específicos, ensaios de abatimento, confecção dos
corpos de prova, respeito ao tempo de cura definido, finalmente foi executado o
teste final de compressão axial para geração de dados qualitativos para analise final
38
dos resultados de resistência de cada traço escolhido, com sua substituição de
agregados graúdo por material cerâmico.
Os testes foram feitos com objetivo de implementação de resíduos da
construção em nova função, ocorrendo um retorno dos resíduos para seu meio
inicial, demostrando assim um clico de sustentabilidade, com analise das
possibilidades de reuso do material cerâmico no concreto como agregado graúdo. 
Figura 19 - Analise dos agregados cerâmicos após rompimento 
Fonte: Autores (2018)
2.9.1 Traço Padrão 
Analisando os resultados obtidos no rompimento, o traço base escolhido para
comparação, em que não ouve substituição dos agregados, após o teste de
compressão, atingiu uma resistência de 21,91 MPa em 28 dias de cura, podendo ser
utilizados em processos construtivos. 
Levando em consideração para os próximos traços a ser estudados, foi
utilizado o padrão como o traço base, onde será feito as comparações dos demais
traços em relação ao mesmo.
39
 
Tabela 3 - Traço Padrão 
DIAS MPa
7 dias 19,53
14 dias 20,04
28 dias 21,91
Fonte: Autores (2018)
 
2.9.2 Cerâmica Vermelha 
Na análise da cerâmica vermelha, foram feitos dois Traços de substituição
onde foi substituído 15% e 30% da brita, na qual foi utilizado o material que passou
pelos procedimentos de trituração manual e granulometria.
Na substituição do agregado graúdo utilizados a proporção de 15% de
Cerâmica Vermelha, em relação ao traço base, os resultados apresentados com o
rompimento dos corpos de prova, obtivemos uma resistência de 23,23 MPa em 28
dias de cura.
 
Tabela 4 - Traço Cerâmica Vermelha 15% 
DIAS MPa
7 dias 19,79
14 dias 22,20
28 dias 23,23
Fonte: Autores (2018)
Para efeito de comparação com a cerâmica vermelha, aumentamos a
quantidade de substituição do agregado para 30% em relação ao traço base,
observado que o acréscimo na substituição de brita por cerâmica vermelha, não se
fez satisfatório, pois houve uma resistência menor em comparação com o traço base
e a cerâmica vermelha 15% atingindo apenas 19,00 Mpa após o teste final. 
40
Tabela 5 - Traço Cerâmica Vermelha 30% 
DIAS MPa
7 dias 16,91
14 dias 17,92
28 dias 19,00
Fonte: Autores (2018)
2.9.3 Cerâmica Branca 
Na análise da cerâmica branca, foram feitos dois traços de substituição onde
foi substituído 15% e 30% da brita, na qual foi utilizado o material que passou pelos
procedimentos de trituração e granulometria, seguindo a mesma linha de raciocínio
para a cerâmica vermelha, realizado a substituição do agregado graúdo brita. Em
que será analisado os valores dos rompimentos.
O traço que teve 15% do agregado brita substituído pela cerâmica branca,
pode-se notar um resultado inferior ao traço padrão, na qual foi atingido a resistência
de 18,41 MPa, nos 28 dias de cura.
 
Tabela 6 - Traço Cerâmica Branca 15% 
DIAS MPa
7 dias 15,50
14 dias 17,60
28 dias 18,41
Fonte: Autores (2018)
 
O traço que teve 30% do agregado brita substituídopela cerâmica branca,
pode-se notar um resultado inferior ao traço padrão, na qual foi atingido a resistência
de 19,03 MPa, nos 28 dias de cura.
Apesar de ter uma melhora comparada ao de traço 15% de Substituição de
Cerâmica branca, atingiu limite abaixo estipulado pelo traço padrão.
 
41
Tabela 7 - Traço Cerâmica Branca 30% 
DIAS MPa
7 dias 14,22
14 dias 14,70
28 dias 19,03
Fonte: Autores (2018)
 
2.10 RESULTADO FINAL
Definimos esses resultados na cerâmica branca a alguns fatores do material
ser mais complexo de trabalhar, devido a sua capacidade menor de interagir com a
água, ao absorver pouco a umidade na mistura. 
 
Após todos os resultados, chegamos a seguinte análise comparativa, com
todos os traços estudados:
Tabela 8 - Resultados Finais 
 
Tempo/Dias
Traço 
Padrão
Traço 
Cerâmica
Branca 30%
Traço 
Cerâmica
Branca 15%
Traço 
Cerâmica
Vermelha 30%
Traço 
Cerâmica
Vermelha 15%
7 dias 17 MPa 14 MPa 15,5 MPa 16,73 MPa 19,79 MPa
14 dias 20 MPa 15 MPa 16,7 MPa 17,92 MPa 22,2 MPa 
28 dias 22 MPa 19 MPa 18,46 MPa 19 MPa 23,5 MPa
Fonte: Autores (2018)
Com a análise dos resultados de todos os traços, foi possível gerar as
informações finais do estudos realizados.
De modo geral, os traços cerâmica vermelha obtiveram melhores resultados
que os de cerâmica branca, definimos isso devido a cerâmica branca ser um
material mais complexo para uma boa reação a mistura de concreto, absorvendo
pouca umidade da massa, resultando em uma trabalhabilidade e fluidez muito alta,
afetando diretamente sua resistência final.
Porem os resultados dos traços de cerâmica vermelha foram bem
animadores, pois em comparação com o traço padrão houve um aumento
significativo de sua resistência final no traço cerâmica vermelha 15%, e o traço
cerâmica vermelha 30% devido a uma reação bem intensa na mistura de concreto,
42
absorvendo bastante umidade, conseguiu resultado interessante.
As comparações necessárias foram que no geral, uma substituição de baixa
porcentagem do agregado graúdo (brita 1) no traço do concreto por resíduos
cerâmicos de igual granulometria, passados por todas as analises, ensaios e testes
igualitários, pode sim, acarretar em uma resistência final maior do que o traço
padrão de um concreto normal.
No gráfico abaixo é possível observar e analisar toda essa comparação de
resultados entre os traços estudados, produzidos e testados. Analisando seus
resultados por tempo de cura de cada traço e suas devidas resistências.
Gráfico 1 - Resultados 
Fonte: Autores (2018)
43
3 CONCLUSÃO
Tendo visto o grande uso do concreto na sociedade atual, sendo encontrado
em diversos meios construtivos, visamos um modo de mitigar o consumo de seus
agregados de origem primaria, matérias primas extraídas diretamente da natureza,
sem meios de renovação e de fontes finitas em todo o mundo.
Esse estudo teve o objetivo de analisar a implementação e a viabilidade
técnica ou não, de substituições do agregado graúdo brita por material cerâmico na
produção de concreto.
Ao analisar que o material cerâmico, uma vez utilizado raramente apresenta
reaproveitamento ou reciclagem especifica, observa-se assim um grande potencial
sustentável, recolocando-o de volta nas construções como material reutilizável.
O resultado obtido por esse estudo, leva em consideração suas propriedades
mecânicas de substituição granular, resultou-se no melhor desempenho ao traço de
concreto com substituição de quinze por cento do agregado graúdo brita, por
cerâmica vermelha, comparado com os demais traços estudados. Nota-se que os
demais traços ficaram próximos ao do traço base escolhido, porém não se obtendo
uma completa viabilidade técnica com pequenas divergências em procedimentos
básicos de aferição, como umidade e trabalhabilidade do concreto devido a dois
materiais cerâmicos serem parecidos porem com processos de fabricação
diferentes, assim resultando em alterações mais altas nas comparações.
Em condições técnicas para análise dos estudos, podemos dizer que é
teoricamente viável a substituição em baixas porcentagens no traço base do
concreto por material cerâmico vermelho de idêntica granulometria.
Nossa base de estudo levou em consideração apenas o aspecto técnico,
observando-se apenas a viabilidade técnica através de estudo de testes, ensaios e
aplicabilidade teórica por normas e analise de resultados práticos. Tratando do
aspecto de especificidade econômica apenas em estudos futuros.
Assim sendo, conclui-se que a substituição da brita por cerâmica vermelha é
tecnicamente viável devido a todo o fato de estudo apresentado nesse trabalho,
dentro dos padrões de construções onde se adéqua a sua utilização em traços
específicos, podendo até mesmo, melhorar a resistência final exigida em concretos
não estruturais, e até ser objeto de estudo para utilização em concretos estruturais
sendo realizados seus devidos testes mais específicos para análise mais completas
futuramente.
44
REFERÊNCIAS
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compressão de corpos-de-prova cilíndricos. NBR 5739. Rio de Janeiro, Jul 1994.
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concreto - Especificação . NBR 7211, 29 Set 2005.
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