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3 1. JUSTIFICATIVA O setor da construção civil tem um crescimento avançado na intensa urbanização da população, porém, gerando à medida que desenvolve grande volume de resíduos (BRASILEIRO, 2015). Para minimizar os impactos no ambiente, devido as atividades da construção civil, optamos para o reaproveitamento desses resíduos, como substituição no que diz respeito aos Resíduos de Construção e Demolição, se encaixa como alternativa viável e economicamente sustentável satisfatório (FARIAS, 2014). Para entender o processo de mudanças mecânicas do concreto convencional e o concreto produzido com a substituição de agregados graúdos por RCD, apresentamos conceitos definidos de testes de resistências mecânicas como ferramenta necessárias nas decisões tomadas na escolha de materiais numa obra. Busca-se demonstrar de maneira racional o comportamento de cada peça pré-moldada de concreto, pode ser substituída alguns de seus componentes como granulados graúdos RCD sem prejuízo maior à sua resistência (ARAÚJO, 2015). Nesse viés, contribui para ampliar o mercado consumidor de materiais provenientes de RCD, visto a importância da reciclagem nesse seguimento, gerando uma redução do consumo de recursos naturais (ANGULO, 2005). 4 2. PROBLEMA Ao longo dos anos tem crescido cada vez mais o processo de construção. Essa ação tem intensificado vários problemas ambientais, pois a maior parte dos resíduos da construção e demolição tem sido descartado em enterros sanitário. Desse modo, será que é possível reaproveitar esses materiais de forma que minimize os impactos ambientais no meio ambiente? 5 3. HIPÓTESES Tendo a pesquisa analisado toda influência dos impactos causados pelos resíduos provenientes da construção civil (RCD), e observado que a reutilização desses resíduos substituindo agregados graúdos já existentes no concreto convencional por agregados provenientes desses resíduos, a hipótese levantada pela pesquisa é que: A reutilização desses materiais juntamente com novas tecnologias e novos processos de fabricação do concreto gerará novas perspectivas no processo da construção civil, em que o comparativo com o processo convencional que já utiliza abundantemente dos recursos primários e naturais, outrora escassos que já são dispostos atualmente possa ser substituído por resíduos recicláveis (RCD), gerando assim impactos positivos na natureza, na economia, e trazendo um novo pensamento sustentável na construção civil. 6 4. OBJETIVOS 4.1 OBJETIVO GERAL O objetivo geral do presente trabalho é estudar as possibilidades de utilização dos Resíduos da Construção e Demolição (RDC) da construção em substituições de agregado graúdo para a produção de agregados naturais por agregados graúdos provenientes de RCD na fabricação do concreto. 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Determinar um traço para o concreto estrutural com RCD. Estudar a resistência e a compressão do concreto estrutural calculado. Comparar a resistência do concreto convencional com o concreto de RCD. 7 5 REVISÃO DE LITERATURA 5.1 RESÍDUOS DE CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO 5.1.1 Definição Resíduos de Construção e Demolição (RCD) são considerados qualquer resíduo sólido resultante da construção, sejam eles de reformas e reparos de edificações, demolições de estruturas, de novas construções, limpezas de terrenos com presença de solos e vegetação (ANGULO, 2005). Alguns dos resíduos mais comuns são: tijolos, concreto, metais, madeiras e compensados, argamassas, forros, telhas, plásticos, tubulações, fiações, etc., entre outros diversos tipos de entulhos (CONAMA Resolução 307, 2002), sendo os mais comuns no Brasil, tijolos e blocos cerâmicos e de concreto, restos de madeira, metais areia, brita, caixas de papelão e plásticos em geral (SANTIAGO, 2008). 5.1.2 Classificação Todo e qualquer tipo de resíduo originado da área da construção civil, devem ser classificados de acordo com o seu risco ao meio ambiente e à saúde pública (LEITE, 2001). Portanto, de acordo com a Resolução 307 CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente, 2002), eles são classificados em: Classe A- resíduos reutilizáveis como agregado, como por exemplo, de construção, reformas, demolições e advindos de terraplanagem. Os materiais resultantes desses processos pode-se destacar: materiais cerâmicos (blocos, telhas, azulejos, etc.), concreto, argamassa, peças pré-moldadas em concreto; Classe B- resíduos recicláveis para outros fins, tais como, papel, papelão, vidros, plásticos, entre outros; Classe C- resíduos que devido a sua inviabilidade econômica, não foi desenvolvida nenhum tipo de tecnologia que possibilitasse a sua reciclagem, a exemplo temos os produtos derivados do gesso; Classe D- resíduos perigosos provenientes de atividades de construção e demolição, como: óleos, tintas, solventes, instalações industriais, entre outros. A classificação dos resíduos deve ser de acordo com o ponto de vista ambiental, para que assim possa ter uma destinação correta, evitando ações prejudiciais e um correto manuseio dos mesmos. Portanto, de acordo com a NBR 10004:2004 – “Resíduos Sólidos – Classificação”, que regulamenta essa classificação, os resíduos provenientes de construção e 8 demolição faz parte da classe II, que são materiais que possuem componentes minerais não poluentes e são inertes quimicamente (LEITE, 2001). Porém, segundo Leite (2001), em alguns estudos comprovam o contrário, considerando que o RCD pode portar em seus grãos, materiais pesados, e que se forem descartados incorretamente podem gerar contaminações, por conta da lixiviação ou solubilidade de certas substâncias nocivas, ou até mesmo por conter materiais de pintura, por exemplo, que pode contaminar o solo. 5.1.3 Agregados Graúdos Segundo a NBR 7211 (2009), especifica que: Os agregados devem ser compostos por grãos de minerais duros, compactos, estáveis, duráveis e limpos, e não devem conter substâncias de natureza e em quantidade que possam afetar a hidratação e o endurecimento do cimento, a proteção da armadura contra a corrosão, a durabilidade ou, quando for requerido, o aspecto visual externo do concreto. A pedra brita é um agregado graúdo que é composto por materiais granulares provenientes de rochas, comprovadamente inertes e de características semelhantes, cujos grãos passam na peneira da malha com abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira de 4,8 mm, tais como seixo rolado, cascalho e pedra britam (NBR 7211, 2005). Os autores Mehta e Monteiro (1994) relatam que agregado graúdo é: “O agregado graúdo do termo refere-se às partículas de agregado superiores a 4,75 mm (peneira nº 4). Cascalho é o agregado grosso resultante da desintegração natural por intemperismo da rocha”. A NBR 7225 (1993) especifica que o agregado graúdo é: “Pedra britada ou brita ou pedregulho muito grosso, grosso e médio, de dimensões nominais entre 100,00 mm e 4,8 mm.” (NBR 7225, 1993, p. 02). Neste mesmo âmbito Bauer (1979) ressalta que, a brita é o agregado obtido a partir de rochas que ocorrem em depósitos geológicos, chamados de jazidas, pelo processo industrial da cominação, ou fragmentação controlada de rocha maciça, gerando produtos que se enquadram em diversas categorias. 5.1.4 Aplicabilidade do RCD reciclado A Construção civil é um dos ramos que tem o maior potencial para absorver resíduos sólidos. Vários autores têm apresentado alguns modelos de aplicação como Carneiro et al. (2001), Levy e Helene, (1997), Lima (1999) e Cabral et al., (2007). Como a reciclagem de RDC pode ser aplicada em várias áreas: para pavimentaçãonas camadas de base e sub-base, 9 fabricação de argamassas, coberturas primarias de via, fabricação de concretos e pré- moldados. Levy (1997) Cita que os agregados deve ter um tratamento adequado, para que não haja características indesejáveis no produto final apresentadas devido à má propriedades do agregado reciclado. Já Angulo (2000), declara em uma pesquisa de campo, que foram testados argamassa com produtos reciclados nas obras, em que as opiniões dos pedreiros foram positiva e que a uma agradável aceitação das argamassas reciclada. Ao confeccionar blocos de concreto especialmente com a utilização de agregado reciclado, é necessário analisar os pontos relevantes, em que as características devem atender, quando os mesmo forem subordinados a solicitações de serviço, podemos mencionar características como a taxa de resistência a compressão onde é visto quando os blocos são introduzidos como material de pavimentação, assim podemos analisar as taxas de absorção de água e abrasão. Ao utilizar os blocos como vedação, os principais pontos que serão avaliados são; a compressão e a absorção de agua medindo consequentemente as suas taxas (ANGULO, 2000). 5.2 O DESPERDÍCIO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL Os Resíduos da Construção e Demolição (RCD), deve ser analisado de maneira técnica, já que os mesmo são constituídos de matéria prima e podem ser reutilizados em outras etapas da construção. A ideia é introduzir tecnologia que se aliam a um sistema de reciclagem e mão de obra qualificada reduzindo o desperdício nas obras. Segundo a CONAMA, os planos utilizados pela Resolução nº 307/02, inicialmente a não geração de resíduo e em seguida a redução, reutilização e reciclagem e a destinação adequada. Logo reduzira os custos e os impactos ao meio ambiente. 5.2.1 Impacto ambiental causados pelos RCD Impacto ambiental pode ser definido como qualquer alteração das propriedades químicas, físicas e biológicas do meio ambiente, provocada por atividade desenvolvida pelo homem que possa afetar o bem estar, segurança, e a qualidade dos recursos ambientais de acordo com a Resolução 001/86 CONAMA (BRASIL, 1986). Os principais impactos ambientais relacionados ao RDC são relacionados as deposições dos entulhos, que comprometem a drenagem urbana, o trafego e o aumento de insetos, fungos e bactérias. É considerada uma falta de compromisso com o meio ambiente o 10 abandono irregular dos resíduos o setor de forma negativa. A deposição irregular dos resíduos de construção civil demonstra a falta de compromisso com a sustentabilidade ambiental comprometendo o setor de forma extremamente negativa (LEITE, 2001). No Brasil, umas das grandes causas desta disposição irregular são as enchentes, perdas de infraestrutura de drenagem e assoreamento de canais, além da poluição e consequentemente também gera aumento dos custos da administração pública, que seriam dispensáveis. Como ocorre ainda em diversas cidades, os resíduos de construção e demolição ainda são depositados em aterros sanitários, que poderiam se tornar uma fonte de geração de renda, através da reciclagem destes materiais, além de reduzir os impactos ambientais (ABRECON, 2014). Para diminuir esse ciclo de poluição o CONAMA em sua Resolução 307 (2002) visa responsabilizar os próprios geradores de resíduos produzidos na construção, buscando estipular orientações para reduzir os impactos no ambientes resultantes da prática do setor da construção civil. Tem como objetivo fundamental evitar a geração destes resíduos, seguido de determinações que visam reduzir, reutilizar, reciclar e a destinação final destes. 5.3 USO DO AGREGADO RECICLADO NA PRODUÇÃO DO CONCRETO De acordo com análises mais aprofundadas, fica-se evidente a indispensabilidade de obter concretos com uma maior durabilidade e duração. Portanto, os agregados além de ter um papel importante no quesito economia no componentes do concreto, pode apresentar uma boa trabalhabilidade e durabilidade, verificadas em suas propriedades mecânicas. (LEITE, 2001). Fornecendo um fim adequado a reutilização no preparo de concreto sem fim estrutural, como exemplo da norma (NBR 15116:2004): Utilização em pavimentação preparo de concreto desde que proveniente de material classe A. 5.3.1 Desempenho na variação do RCD O desempenho do material varia muito com a sua composição em função de cada região, entre outros elementos, todavia no geral esse resíduo compõe-se potencialmente alto em material inerte como, concreto, tijolos e areia, e outros com potencial menor (OLIVEIRA, 2011). Entretanto, materiais de resíduos da construção e demolição são muito heterogêneo na sua constituição como esperado, e podem levar contaminantes químicos em alguns de seus materiais apontados como impuro e indesejável com sequelas quando agrupada a materiais para produção de novos produtos (SANTOS, 2007). 11 5.4 PROPRIEDADES DOS AGREGADOS RECICLADOS 5.4.1 Massa específica A massa específica de um agregado está ligada a um resultado que irá depender da porosidade (Souza, Assis e Souto, 2013). De acordo com estudos realizados por Angulo (2000), ele notou que em uma usina em questão, tinha uma relevante variedade de agregados que além de mostrar que possuem alta taxa de absorção de água, também apresentam massa específica com valores menores que os naturais. Devido a esses fatores, a produção de uma concreto reciclado recebe algumas vantagens, como por exemplo, terá seu peso inferior em comparação aos agregados naturais (CABRAL, 2007). 5.4.2 Trabalhabilidade Em comparação dos agregados reciclados com os agregados naturais, através de análises, verifica-se que há uma alteração em sua trabalhabilidade, que apresenta menores resultados, devido os agregados de RCD, serem mais secos que os outros, e consequentemente, absorvendo mais água, além da que seria usado no cimento. Devido a esses fatores o concreto reciclado apresenta uma menor trabalhabilidade e seu aspecto visual seja de fato um material mais seco. Essas características podem ser explicadas, por em seu processo de britagem, os agregados reciclados ganham uma nova forma, adquirindo extremidades angulares, particularidade esta, que não apresenta no agregados naturais, e possuem superfícies arredondadas e lisas (CABRAL, 2007). 5.4.3 Resistência à compressão Segundo Tenório (2007), relacionando a porosidade com a resistência, afirma-se que o que mais interfere na resistência dos concretos reciclados é o agregado em si, pelo fato de ser o principal responsável pela introdução de porosidade o sistema, além de outras circunstâncias específicas que também influenciam. Dados demonstram, a resistência de concretos naturais chega a superar os produzidos com matéria prima advinda de RCD em até 45%, fatores que podem estar relacionados com o processo de britagem, assim como a origem de material, levando também em consideração a qualidade do cimento, que pode originar o surgimento de vazios, que consequentemente influenciam na sua resistência (CABRAL, 2007). 12 6 METODOLOGIA Com o objetivo de aferir a resistência à compressão do concreto, será realizada uma amostragem entre três formas de concretagem, sendo uma utilizando 100% de agregado graúdo convencional (Brita), outra utilizando 100% de agregado graúdo de RCD (Resíduo de Construção e Demolição) e por último, uma concretagem utilizando 50% de brita e mais 50% de RCD, e todos com a utilização dos outros insumos como: areia média, cimento Portland e água. Para a execução deste projeto será necessário dividir o trabalho realizado em 05 etapas. A 1° etapa tem como objetivo o recolhimento e análise de amostras obtidas para se compreender com quais tipos de resíduos estaremos lidando. Na 2° etapa será executado a britagem e peneiramento do material em estudo. A 3° etapa tem como objetivo o estudo do traço para uma possível adequaçãocom os agregados obtidos. Por sua vez, a 4° etapa será destinada à produção de concreto reciclado. Finalmente, a 5° será destinada à realização de ensaios, com os resultados acerca da eficiência do concreto reciclado em comparação com o concreto convencional. 6.1 COLETA E ANÁLISE DA AMOSTRA O resíduo do estudo constituirá da coleta de um processo de construção e reforma de residências situadas na área urbana da cidade de Barreiras – BA, onde o responsável pela obra cederá o material. Faremos uma análise se é preciso separar materiais que podem prejudicar o projeto. Iremos separar os tijolos e fragmentos de revestimento e as partes de concreto. 6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS AGREGADOS O procedimento experimental será constituído da confecção dos concretos, moldagem dos corpos-de-prova, cura dos corpos-de-prova em câmara úmida e na realização de ensaios para avaliação do desempenho da resistência a compressão. Segundo Zangeski et al. (2017), para determinar a caracterização dos principais materiais em questão no estudo, serão necessários alguns ensaios: a) NBR 9976 (ABNT, 1987) - que se refere à determinação da massa específica realizada por meio do frasco Chapman. b) NBR NM 45 (ABNT, 2006) - que se refere à determinação da massa unitária e compacta dos agregados em estado solto. 13 c) NBR NM 52 (ABNT, 2009) - que se refere à determinação da massa específica, massa específica aparente e absorção de água do agregado graúdo. d) NBR NM 248 (ABNT, 2003) - determinação da composição granulométrica dos agregados graúdos. 6.3 BRITAGEM DO MATERIAL COLETADO O material coletado será britado de forma manuseável, por intermédio de uma marreta 5 kg, 3 kg e 1 kg, com a ajuda de ponteiro metálico até obter o tamanho de grãos similar ao agregado graúdo (NBR 53: 2009). 6.4 PENEIRAMENTO DO MATERIAL GRAÚDO Por via do peneiramento e divisão dos tamanhos diferenciados, por frações geométricos de partículas, sendo que podemos obter a seco por corrente de ar horizontal ou vertical: Agregados graúdos diâmetro de corte maior ou igual a 4,75 mm. Ou podemos obter também a úmido quando as frações de granulado miúdos são tão pulverulentas que, podem conter contaminantes químicos que são impróprios como agregado, podendo utilizar a água como meio fluido para separar essas frações das maiores na qual se aderi (TENÓRIO, 2007). O material será peneirado com o auxílio das peneiras 19,10 mm, 12,70 mm, 9,52 mm, 6,35 mm e 4,76 mm em ordem decrescente, da seguinte forma: primeiro colocará a amostra na peneira de 19,10 mm sob a agitação feita em movimentos circulares alternados no horizontal, vertical, inclinado e lateral; logo após será pesado o material que ficou retido, fazendo todo esse processo nas outras peneiras. Após o peneiramento, será conferido a massa total do material retido com a massa inicial do material, buscando não ultrapassar 0,3% desta. 6.5 DETERMINAÇÃO DO TRAÇO IDEAL A determinação do traço unitário dos elementos constituintes (cimento, areia, brita e água) do concreto, será realizado pelo método ABCP – Associação Brasileira de Cimento Portland. E com base em alguns estudo já realizados por Zangeski et al. (2017), após a determinação da composição granulométrica, da massa unitária e específica do agregado graúdo, foi determinado o seguinte traço: para o concreto convencional adotará o valor de 1: 2,36: 2,40: 0,58; e o reciclável o valor de 1: 1,6: 2,38: 0,58. Para o desmembramento do traço para valores unitários, será necessário coletar areia, seixo e pedrisco, que será armazenado em uma estufa por 24 horas para retirar qualquer possível acúmulo de água. Logo após, com um 14 auxílio de uma proveta, medirá 1 litro dos materiais secos para determinar a massa unitária de cada um. 6.6 CONFECÇÃO DO CONCRETO RECICLADO E CONVENCIONAL Para a confecção do concreto, será empregada a seguinte ordem: após a mistura do cimento e areia, será adicionado o agregado (natural ou reciclado) juntamente com a água, sem o uso de nenhum tipo de aditivo plastificante, que poderá ou não influenciar na questão da trabalhabilidade do concreto. Segundo um estudo de Farias (2013), para obter uma melhor trabalhabilidade no concreto com agregado reciclado, aconselha-se passar por um trabalho de saturação, porém além de ocasionar uma pequena baixa na resistência final, há uma melhora considerável. Mesmo devido a esses fatores, irá manter a relação água/cimento, para não ocorrer nenhuma perda em sua resistência. Para serem feitos os ensaios propostos, serão moldados 12 corpos-de-prova, em moldes cilíndricos, com as seguintes dimensões: 15 cm de diâmetro x 30 cm de altura. O processo de cura, será realizado em ambiente de laboratório, e depois de passados 24 horas serão desmoldados e colocados em câmara úmida, até a idade para a realização dos ensaios. (FARIAS et al, 2013) 6.7 DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO Após a idade desejada, será realizado os ensaios de resistência à compressão na prensa hidráulica, que pode ser determinada de forma indireta por meio de comparações. Serão substituídos os agregados graúdos de um concreto com resistência de 25 MPa pelos agregados graúdos de RCD, de acordo com a porcentagem já pré-estabelecida anteriormente. Se o concreto reciclado obter uma resistência à compressão menor, onde após a ruptura, grande parte dos grãos aparecerem rompidos, deve-se concluir que a resistência do concreto com agregado reciclado tem valores inferiores ao concreto com agregados naturais (NEVILLE, 1997). Os resultados da análise de resistência à compressão, pode ser determinados de acordo com a aplicação de forças e anotações dos dados relativos ao desempenho do concreto, e por fim, fazendo uma avaliação de como o concreto está se comportando com a aplicação das forças (CARRIJO, 2005). 15 7 RESULTADOS ESPERADOS A resistência frequentemente, possibilita uma ideia geral da qualidade do concreto, por estar ligada à estrutura da pasta de cimento, onde várias propriedades do concreto, como a massa específica, a impermeabilidade e durabilidade estão diretamente relacionadas à resistência (BROOKS; NEVILLE, 2013). Com base em alguns estudos já realizados, segundo Zangeski et al. (2017) ocorrerá uma diferença nas resistências do concreto com 100% de agregado reciclado e o convencional nas primeiras idades. Logo no primeiro ensaio do 3º dia, o concreto convencional já poderá apresentar uma resistência em torno de 16,55 Mpa, já o reciclado deve atingir em uma média de 7,23 Mpa. Partindo para a amostra de resultado da compressão nas demais idades do concreto de 7, 14 e 28 dias, foi constatado que no concreto convencional houve um aumento significativo a cada teste realizado, que por fim conseguiu atingir o esperado no início da pesquisa, que foi de 25,52 Mpa. Já o concreto de agregado reciclado não obteve o esperado, pois a cada ensaio de acordo à sua idade, o aumento da resistência foi muito baixo, chegando no resultado final dos 28 dias com 15,25 MPa. Fatores como o desvio padrão da resistência à compressão pode vir a aumentar em até 50% com a adição na mistura de concreto agregado 100% reciclado do que o de concreto convencional (ZANGESKI et al. 2017). Alguns motivos da baixa resistência pode ter sido por conta da composição do RCD, devendo ter uma atenção redobrada a possível existência de impurezas ou contaminantes, que inevitavelmente provoca efeitos negativos nas propriedades mecânicas do concreto final. Alguns materiais como plásticos, resíduos de pavimentos betuminosos, madeira, metais, vidros, e outros, por serem considerados impurezas, e se inclusos aos agregados reciclados na produção do concreto e de outros materiais podem levar a terríveis consequências (LEITE, 2001). De acordo com os estudos de Leite (2001), a autora observou que no concreto com 100% de materialgraúdo reciclado, houve uma queda de 37% da resistência à compressão, em comparação ao concreto convencional, já o concreto com 50% de agregado reciclado foi o que mais se aproximou do concreto em referência. Devido a esses fatores resultantes de experimentos já realizados anteriormente por diversos autores, esperamos ao final da elaboração dos ensaios, que o resultado da resistência a compressão do concreto com 50% de agregado de RCD e 50% de brita seja de 25 MPa 16 apresentando resultados satisfatórios dentro do padrão de aceitação, sendo igual ou próximo à mesma resistência do concreto convencional, ambos na idade de 28 dias, com uma sugestão focada para uma padronização de testes e materiais em RCD, pois com a variação de materiais e sua porosidade influencia na resistência desses novos produtos. Leite (2001) nas análises de várias relações a/c, observou uma redução na resistência à compressão do concreto, independentemente da quantidade do material reciclado adicionado no concreto. Porém, comprovou que nas misturas com 50% e 25% dos dois agregados, conseguem atender ao valor mínimo para ser caracterizado como concreto estrutural. Dessa forma, o reaproveitamento de materiais é a maneira mais eficaz de fechar o ciclo de vida dos materiais de construção. Além de contribuir para o reaproveitamento de resíduos que são lançados muitas vezes de forma irregular no meio ambiente, esse projeto propôs avaliar também a eficácia do concreto feito a partir desses resíduos. Nossa perspectiva é de que consigamos atribuir o RCD ao processo da construção de forma prática, segura e eficaz, substituindo assim o concreto convencional pelo reciclável corretamente, inserindo o ao processo da construção civil e buscando avanços cada vez melhores na sustentabilidade do mesmo. Analisando a curto e longo prazo, essa pesquisa pode gerar grandes benefícios para sociedade como um todo, pois a construção civil é uma das maiores utilizadoras de recursos naturais, e também uma das maiores geradoras de resíduos, e olhando para esse ponto, ao reaproveitarmos resíduos da construção também reduzimos a utilização de matéria prima, gerando benéfico econômico, ecológico e social, e agregando valor ao processo de reciclagem assim consequentemente abrindo novas portas para investimentos nesse setor alavancando novas empresas a ter o olhar mais cuidadoso pra o reuso desses materiais. A priori queremos atribuir o concreto em RCD ao uso de peças pré-moldadas de pequeno porte onde a exigência de esforço estrutural e menor, e considerável, mas a ideia é de utilizarmos em peças maiores e com esforços significativos aos de peças de concreto convencional. 17 8 CRONOGRAMA 18 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANGULO, Sérgio C. 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