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Penal - Simulado I - Padrao de Resposta

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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
1 
SIMULADO I – XVI EXAME DE ORDEM 
 
Manoel Dias, residente na cidade de X, do Estado Y, casado, pai de três 
filhos, é comerciante desde os 20 anos de idade, mantendo o seu estabelecimento 
no centro da cidade onde nasceu. 
No dia 24 de outubro de 2014, por volta do meio dia, teve um 
desentendimento com um de seus sócios, de nome Fernando, em virtude de umas 
das mercadorias não ter chegado no prazo determinado. Em face disso, iniciaram 
uma discussão acalorada, ocasião em que Fernando começou a jogar todos os 
objetos constantes na loja em cima de Manoel. Para fazer cessar a agressão, 
Manoel, que possuía um canivete no bolso, sacou o instrumento e atingiu o seu 
sócio do lado esquerdo, embaixo do braço. O golpe, apesar de não ter sido muito 
profundo, perfurou a veia cava superior, produzindo em Fernando hemorragia 
interna, sendo este levado ao hospital. 
Alertada por funcionários do estabelecimento, a autoridade policial militar 
foi até o local, procedendo à captura de Manoel e subsequente condução do 
mesmo a presença da autoridade de polícia judiciária, momento em que foi 
lavrado auto de prisão em flagrante delito, realizada as oitivas das testemunhas 
presenciais e satisfeitas todas as exigências normativas concomitantes e 
decorrentes. 
Tais testemunhas, em seus depoimentos, informaram que Manoel apenas 
se defendeu, já que só golpeou Fernando porque ele estava jogando todos os 
objetos em cima dele. Os depoimentos mostraram-se concordantes com as 
declarações prestadas por Manoel em seu interrogatório. Ao final, o inquérito foi 
remetido ao Ministério Público, que denunciou o agente pelo crime de lesão 
corporal de natureza grave, nos termos do art. 129, §1º, I do Código Penal, uma 
vez que Fernando passou 31 dias no hospital decorrente dos ferimentos causados 
por Manoel. O Juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de X do Estado Y recebeu a 
inicial acusatória, por verificar a existência dos requisitos constantes no artigo 41 
do Código de Processo Penal, ordenando a citação do acusado. 
O oficial de justiça, na primeira tentativa infrutífera de citação pessoal, 
procedeu a citação por hora certa, oportunidade em que Manoel efetivamente foi 
citado, no dia 02 de fevereiro de 2015 (segunda-feira). 
Ressalte-se que, até a data da citação, apesar de realizada a perícia 
traumatológica, não foi acostada aos autos a perícia complementar que deveria 
ter sido realizada na vítima para comprovação da lesão sofrida. 
Constituído pelo acusado, redija a peça processual cabível ao caso, 
desenvolvendo as teses defensivas que podem ser extraídas do enunciado com 
indicação dos respectivos dispositivos legais. Apresente a peça no último dia do 
prazo para protocolo. (Valor: 5,0) 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
Endereçamento correto (Valor: 0,25) 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
2 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE X DO ESTADO Y 
Processo número: 
 
Indicação correta do dispositivo que dá ensejo à apresentação da Resposta à 
Acusação – artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal (Valor: 0,4) 
 
 
 
Manoel Dias, já qualificado nos autos do processo às folhas ( ), por seu 
advogado e bastante procurador que a esta subscreve, conforme procuração em anexo, 
vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, com fundamento nos 
artigos 396 e 396-A do Código de Processo Penal apresentar a sua 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos. 
 
Exposição fática (Valor: 0,15) 
 
1. Dos Fatos 
 
O agente foi denunciado pela prática do crime capitulado no artigo 129, 
parágrafo 1º, I do Código Penal, pois teria lesionado a pessoa de Fernando, em uma 
discussão ocorrida no estabelecimento em que os agentes são sócios, ficando este 
internado por 31 dias em virtude dos ferimentos causados. 
Autuado em flagrante delito e interrogado em sede policial, Manoel 
confirmou o abordado pelas testemunhas, no intuito de ter realizado a prática delitiva 
porque Fernando estava jogando os objetos em cima dele. 
O representante do Ministério Público ofereceu a denúncia, tendo o juiz 
da 1º Vara Criminal da Comarca de X do Estado Y recebido a exordial acusatória em 
todos os seus termos, citando o acusado para o oferecimento da resposta à acusação. 
 
Preliminares (Valor: 1,5) 
- Indicação da preliminar de nulidade da citação por hora certa, conforme previsão 
no art. 564, III, “e” em combinação com o art. 362, ambos do Código de Processo 
Penal, além dos artigos 227 a 229 do Código de Processo Civil. (Valor: 0,4) 
- Indicação da preliminar de ausência do exame complementar para a 
configuração do crime de lesão corporal de natureza grave. Fundamento no artigo 
564, III, “b” em combinação com os artigos 158 e 168, §2º, ambos do Código de 
Processo Penal. (Valor: 0,4) 
- Indicação da preliminar de legítima defesa, causa de excludente de ilicitude. 
Fundamento no artigo 23, II em combinação com o artigo 25, ambos do Código 
Penal. (Valor: 0,4) 
- Indicação da preliminar de ausência de necessidade/interesse para o exercício 
da ação, nos termos do art. 395, II do Código de Processo Penal. (Valor: 0,3). 
 
2. Das Preliminares 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
3 
 
Preliminarmente, é manifesta a ocorrência da nulidade da citação por 
hora certa, conforme preceitua os artigos 564, III, “e” e 362, ambos do Código de 
Processo Penal em combinação com os artigos 227 a 229 do Código de Processo Civil, 
em virtude de ter citado o agente na primeira oportunidade, descumprindo o informado 
no Código de Processo Civil. 
Cumpre destacar a ocorrência manifesta de nulidade em virtude da 
ausência do exame de corpo de delito, nos termos do art. 564, III, “b” em combinação 
com os artigos 158 e 168, §2º, ambos do Código de Processo Penal. 
Ainda em sede de preliminar, cumpre esclarecer a ocorrência manifesta 
da legítima defesa, como causa de excludente de ilicitude, com fundamento nos artigos 
23, II e 25 do Código Penal. 
Por último, não há que se falar em interesse/necessidade para o exercício 
da ação penal, razão pela qual a denúncia sequer deveria ter sido recebida, nos termos 
do artigo 395, II do Código de Processo Penal. 
 
Mérito (Valor: 1,5) 
- Desenvolvimento fundamentado acerca do instituto da legítima defesa, nos 
termos dos artigos 23, II e 25, todos do Código Penal. (Valor: 1,0) 
- Desenvolvimento fundamentado da nulidade do processo pela falta do exame 
complementar, conforme previsão nos artigos 564, III, “b” e 158, além do artigo 
168, §2º ambos do Código de Processo Penal. (Valor: 0,2) 
- Desenvolvimento sobre a nulidade da citação por hora certa, descumprindo-se 
o que estabelece os artigos 227 a 229 do Código de Processo Civil (Valor: 0,2) 
- Desenvolvimento fundamentado acerca da ausência de interesse/necessidade 
de agir, com fundamento no artigo 395, II do Código de Processo Penal. (Valor: 
0,1) 
 
3. Do Mérito 
 
Cumpre esclarecer ao douto julgador a existência manifesta de uma 
causa de exclusão da ilicitude do fato, qual seja, legítima defesa. 
Conforme ensina a melhor doutrina, para a configuração do instituto 
previsto no artigo 23, II em combinação com o artigo 25 do Código Penal, é necessária 
a ocorrência de agressão humana injusta atual, em defesa de direito próprio ou alheio, 
desde quesejam utilizados os meios necessários moderadamente com a finalidade de 
deter essa injusta agressão. 
Excelência, no caso concreto analisado, todos os requisitos para a 
configuração da legítima defesa restaram demonstrados pelo acusado, pois a vítima 
começou a jogar todos os objetos constantes na loja em cima do suposto acusado, com 
a intenção de lesioná-lo, não conseguindo o seu intento porque Manoel possuía um 
canivete de bolso que utilizou para cessar a agressão sofrida. 
Ressalte-se ainda, não existir nos autos, qualquer informação de excesso 
realizado pelo acusado, pois agiu apenas com a finalidade de deter injusta agressão 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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sofrida, cessando a conduta delituosa logo após a interrupção da violência, agindo em 
legítima defesa. 
Além disso, douto julgador, cumpre esclarecer a inequívoca nulidade pela 
ausência do exame de corpo de delito, nos termos do artigo 564, III, “b” em combinação 
com o artigo 158 e art. 168, §2º, todos do Código de Processo Penal, pois o crime deixa 
vestígios e é imprescindível para a caracterização deste a existência de perícia, a qual 
foi acostada ao processo, inexistindo, todavia, o exame complementar, no intuito de 
comprovar a incapacidade das ocupações habituais por mais de 30 dias, elementar para 
a caracterização do crime de lesão corporal de natureza grave constante no artigo 129, 
§1º, I do Código Penal. 
Apenas por cautela, cumpre esclarecer a falta de uma condição para o 
exercício da ação penal, qual seja, o interesse de agir. Ora, como o agente está 
amparado pela excludente da ilicitude prevista no artigo 23, II e artigo 25, ambos do 
Código Penal, haverá a exclusão do crime, razão pela qual o processo penal não terá 
um fim útil, já que não será aplicada uma pena privativa de liberdade ao final do 
processo, restando configurada a falta de interesse de agir. 
É mister destacar ainda, Excelência, a nulidade em virtude da citação por 
hora certa por afronta ao Código de Processo Civil, com fundamento nos artigos 227 a 
229, em combinação com os artigos 362 e 564, III “e”, ambos do Código de Processo 
Penal. Ocorre que, no caso concreto, para a efetivação da citação por hora certa, o 
Código de Processo Penal, em seu artigo 362 estabelece a aplicação, por analogia, dos 
dispositivos previstos no Código de Processo Civil. Este, por sua vez, preceitua que a 
citação por hora certa ocorrerá quando o Oficial de Justiça perceber a ocultação do réu 
para evitar a citação. Nesse caso, a citação acontecerá após a terceira tentativa de 
citação pessoal em que o Oficial de Justiça averiguar a ocultação do réu. 
O oficial de justiça, ao citar o agente na primeira tentativa infrutífera, 
afrontou o constante no Código de Processo Civil, causando, nulidade nos termos do 
artigo 564, III, “e” do Código de Processo Penal. 
 
Pedidos (Valor: 1,0) 
- Pedido de absolvição sumária, com indicação do art. 397, inciso I do Código de 
Processo Penal, em virtude da ocorrência da excludente de ilicitude da legítima 
defesa. (Valor: 0,4). 
- Pedido de anulação do recebimento da peça acusatória em virtude da ocorrência 
manifesta de falta de pressuposto processual ou condição para o exercício da 
ação penal, com fundamento no artigo 395, II do Código de Processo Penal. (Valor: 
0,2). 
- Pedido de anulação do recebimento da peça inicial em virtude da nulidade de 
ausência de exame complementar, nos termos do artigo 564, III, “b” em 
combinação com os artigos 158 e 168, §2º, todos do Código de Processo Penal 
(Valor: 0,2) 
- Pedido de intimação e inquirição das testemunhas. (Valor: 0,2). 
 
4. Dos Pedidos 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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Diante de todo exposto, requer-se a Vossa Excelência a absolvição 
sumária do réu, com fundamento no art. 397, inciso I do Código de Processo Penal, 
visto a ocorrência manifesta de excludente de ilicitude do fato, qual seja, legítima defesa. 
Apenas por cautela, não sendo acolhido o pedido de absolvição sumária, 
o que não se espera, requer-se ao douto julgador seja decretada a anulação do 
recebimento da peça acusatória em virtude da ocorrência manifesta de falta de 
pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal, nos termos do art. 
395, II e III do Código de Processo Penal. 
Além disso, requer-se a anulação do recebimento também em virtude da 
nulidade de ausência de exame complementar, nos termos do artigo 564, III, “b” 
combinado com os artigos 158 e 168, §2º, todos do Código de Processo Penal. 
Por fim, requer, desde logo, que sejam intimadas e inquiridas as 
testemunhas ao final arroladas. 
 
Estrutura correta (indicação de local, data, assinatura, rol de testemunhas) – 
(Valor: 0,2) 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
Comarca X, Estado Y, 12 de fevereiro de 2015. 
Advogado, OAB. 
 
 
Rol de Testemunhas: 
1. 
2. 
3. 
 
OBS: seria possível o desenvolvimento acerca da possibilidade de desclassificação do 
delito e remessa ao juízo competente, bem como benefícios constantes na Lei 9.099/95, 
já que sem perícia complementar, não há caracterização da lesão corporal de natureza 
grave, podendo o agente ter o direito à suspensão condicional do processo pela 
ocorrência do crime de lesão corporal leve. Todavia, esse não é um pedido comum e 
aplicado em sede de resposta à acusação, mas o candidato não perderia ponto em 
colocá-lo. 
 
01. Emerson, dono da empresa X, resolveu remeter dinheiro para uma conta que 
possuía no estrangeiro, sem a devida declaração à repartição federal competente. 
A situação foi descoberta em virtude de uma auditoria terceirizada realizada na 
Empresa, tendo a Polícia Federal sido informada pela empresa auditante e 
passando, a autoridade policial judiciária, a diligenciar objetivando a apuração 
dos fatos. Apesar de saber que estava sendo investigado, Emerson continuou a 
efetuar operações não autorizadas, com o fim de promover evasão de divisas, 
tendo a Polícia Federal realizado a captura do indivíduo, no momento em que o 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
6 
mesmo estava em uma casa de câmbio, realizando a remessa ao exterior do 
equivalente a R$ 100.000,00 em moeda estrangeira. 
Apenas com base nas informações apresentadas ao caso concreto, responda: 
a) Qual a tipificação penal possível de ser reconhecida em relação a conduta de 
Emerson? (Valor: 0,40) 
b) Caberia a lavratura de Auto de Prisão em Flagrante Delito em desfavor de 
Emerson? (Valor: 0,40) 
c) Em sendo possível a lavratura de Auto de Prisão em Flagrante Delito, existiria 
a possibilidade de arbitramento de fiança? (Valor: 0,45) 
 
Fundamente suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) A tipificação penal possível de ser reconhecida em relação a conduta de Emerson é 
a constante no artigo 22 da Lei 7.492/86, delito contra o Sistema Financeiro Nacional, 
lei conhecida como a Lei do Colarinho Branco, no qual o agente efetua operação de 
câmbio não autorizada, com a intenção de retirar o dinheiro do país, sendo punido com 
pena de reclusão de 2 a 6 anos e multa. 
 
b) A lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito em desfavor de Emerson é legal, 
tendo em vista que quando Emerson foi capturado pela Polícia Federal estava efetuando 
operações não autorizadas, com o fim de promoverevasão de divisas, estando o agente 
em situação de flagrância, conforme estabelece o art. 302, I do Código de Processo 
Penal. 
 Assim, como a situação apresentada deixou clara que o agente foi preso em 
flagrante quando estava cometendo a infração, nos moldes do artigo 302, I do Código 
de Processo Penal, resta evidenciada a legalidade da lavratura do Auto de Prisão em 
Flagrante, não sendo delito em análise de pequeno potencial ofensivo. 
 
c) Em que pese a vedação estabelecida pelo artigo 31 da Lei 7.492/86, onde estabelece 
que o réu não poderá prestar fiança, este dispositivo foi revogado tacitamente com a 
alteração do Código de Processo Penal, com o advento da Lei 12.403/11. 
Ocorre que, com a inovação legislativa, o Código de Processo Penal trouxe 
hipóteses taxativamente previstas sobre o impedimento da fiança, nos moldes do art. 
323 e 324 do referido diploma legal. 
Notadamente, o delito praticado por Emerson não se enquadra em nenhuma das 
hipóteses referenciadas nos artigos supracitados, sendo perfeitamente possível o 
arbitramento da fiança por parte do Magistrado, não podendo, todavia, a Autoridade de 
Polícia fazê-lo por possuir o delito pena máxima abstratamente prevista maior do que 
04 anos, sendo competente, para tanto, o Juiz, conforme estabelece o artigo 322, 
parágrafo único do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
7 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 1 
QUESITO AVALIADO 
a) Indicação do crime tipificado ao teor do art. 22 da Lei 7.492/86 (0,40) 
b) Lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito de forma legal (0,40) 
c) Há possibilidade de arbitramento da fiança pelo juiz (0,25) / Revogação tácita 
do art. 31 da Lei 7.492/86 (0,10) / A fiança não pode ser arbitrada pela Autoridade 
Policial (0,10) 
 
 
02. José, maior e capaz, através de seu perfil em uma rede social e anúncios 
vinculados pela internet, passou a propagar ser capaz de curar a síndrome da 
imunodeficiência adquirida, em duas semanas, através da ingestão de uma 
mistura de determinadas pétalas de rosas diluídas em água e óleo de mamona e 
adicionada de uma substância secreta. Para tal, bastava os interessados 
comprarem a substância pelo preço de R$ 10.000,00 mais despesas de envio. 
Tomando por base exclusivamente os fatos narrados indique a possibilidade de 
tipificação da conduta de José. (Valor: 1,25) 
 
Fundamente sua resposta. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
É possível tipificar a conduta de José como crime de charlatanismo, 
previsto ao teor do art. 283 do Código Penal com pena de detenção de três meses a um 
ano, além de multa. 
Para a caracterização do delito, o agente tem a clara intenção de sugerir 
ou noticiar a cura de uma doença por meio de um resultado que seria infalível. Ressalte-
se ser inadmissível a modalidade culposa para tal instituto, ocorrendo o delito ainda que 
não haja obtenção de lucro. 
Analisando o caso concreto, a conduta e José se amolda ao tipo penal, 
uma vez que propagou, por meio de suas redes sociais, ser capaz de curar determinada 
doença, valendo-se da ingestão de substâncias e de meios secretos para tal fim. 
 
OBS: Não cabe a tipificação do crime de estelionato previsto no art. 171, do Código 
penal em virtude do princípio da especialidade. 
 
OBS: Também não caberia a tipificação do exercício ilegal da medicina, tipificado ao 
teor do art. 282 do Código Penal, uma vez que para a caracterização deste crime é 
necessário a habitualidade por parte do sujeito ativo do delito. 
 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 2 
QUESITO AVALIADO 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
8 
José praticou o crime de Charlatanismo (1,0) / Art. 283 do CP (0,25) 
A mera indicação do artigo não pontua. 
 
 
03. Lucas, ao voltar para casa após uma comemoração do seu trabalho, foi parado 
em uma blitz por policiais militares devidamente empenhados em proceder 
fiscalização de trânsito, convidando-o a realizar o teste de alcoolemia, mais 
conhecido como o bafômetro. Realizado o teste, constatou-se concentração de 
0,23 miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado (Mg/L). Ato contínuo, os 
policiais militares conduziram Lucas a Delegacia de Polícia mais próxima do local 
da abordagem, ocasião em que o Delegado de plantão procedeu a sua prisão em 
flagrante delito pela prática do delito tipificado no art. 306 do Código de Trânsito 
Brasileiro, arbitrando a fiança em 05 (cinco) salários mínimos. 
Tomando por base exclusivamente os fatos narrados, pergunta-se: 
a) A prisão em flagrante delito de Lucas é legal? (Valor: 0,65) 
b) Qual a medida privativa de advogado cabível no intuito de restituir a liberdade 
de Lucas e o seu fundamento? (Valor: 0,6) 
 
Fundamente suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) A prisão em flagrante delito de Lucas é ilegal, uma vez que ele não cometeu crime 
algum. Isso porque, para a caracterização do delito constante no artigo 306 do Código 
de Trânsito Brasileiro, é necessário que a concentração de álcool por litro seja superior 
a 0,34 mg/l, conforme estabelece o anexo I da Resolução 432 do Conselho de Trânsito 
Nacional, o que não ocorreu no caso concreto. 
Ressalte-se que, conforme estabelecido na Resolução, em seu artigo 7º, é 
necessário que o teste realizado pelo etilômetro tenha medição igual ou superior a 0,34 
miligrama de álcool por litro de ar alveolar expirado, devendo-se ainda, ser descontado 
os erros ocorridos, nos moldes da Tabela de Valores Referenciais para Etilômetro 
constante no Anexo I da resolução. 
No caso concreto, verifica-se que a quantidade extraída no exame não foi igual 
ou superior ao estabelecido em tal Resolução, inexistindo ainda, qualquer outro 
procedimento, pela assertiva narrativa, de ter o agente cometido o crime constante no 
Código de Trânsito Brasileiro. 
 
b) A medida privativa de advogado cabível no intuito de restituir a liberdade de Lucas é 
o relaxamento de prisão, com fundamento no artigo 5º, LXV da Constituição Federal 
combinado com o artigo 310, inciso I do Código de Processo Penal, uma vez que não é 
possível imputar ao agente a prática de nenhum crime, podendo, apenas, responder 
Lucas por infração administrativa. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 3 
QUESITO AVALIADO 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVI EXAME DE ORDEM – 2ª FASE 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
9 
a) A prisão de Lucas é ilegal (0,30) / Lucas não cometeu crime porque a 
concentração de álcool por litro de sangue não é superior a 0,34 mg/l OU A 
conduta de Lucas é atípica porque não há concentração de álcool por litro de 
sangue superior a 0,34 mg/l (0,25) / Anexo I da Resolução 432 do Conselho 
Trânsito Brasileiro (0,10) OU artigo 7º, II da Resolução 432 do Conselho de 
Trânsito Brasileiro. 
b) Relaxamento de Prisão (0,40) / Art. 5º, LXV, Constituição Federal OU Art. 310, 
I do Código de Processo Penal (0,20). 
 
 
04. Paulo, diretor administrativo da Empresa Ômega, foi indiciado por ter 
patrocinado diretamente interesse privado perante a Administração Pública, 
dando causa à celebração de contrato administrativo, que posteriormente foi 
invalidado pelo Poder Judiciário. Ao término do processo investigatório, a 
Autoridade Policial competente encaminhou o relatório, tendo o representante do 
Ministério Público oferecido denúncia. O juiz competente recebeu a inicial 
acusatória,determinando a citação do réu. Diante das informações, pergunta-se: 
a) Qual o crime cometido por Paulo? (Valor: 0,40) 
b) Como advogado de Paulo, qual a peça prático profissional deverá ser interposta 
na fase inicial do processo, juntamente com a sua fundamentação legal e o prazo 
de apresentação? (Valor: 0,85) 
 
Fundamente suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere 
pontuação. 
 
PADRÃO DE RESPOSTA 
 
a) O crime cometido por Paulo é o de patrocínio de interesse privado perante a 
Administração, tipificado ao teor do artigo 91 da Lei 8.666/93 (Lei de Licitações). Isso 
porque, o funcionário público patrocinou interesse privado perante a Administração, 
utilizando-se das suas funções para defender tais interesses e, com isso, dando causa 
a contrato anterior invalidado pela Administração. 
 
b) Como advogado de Paulo, a peça prático profissional que deve ser apresentada é a 
Resposta à Acusação, com fundamento no artigo 104 da Lei 8.666/93 (Lei de 
Licitações), no prazo de 10 dias. 
 
OBS: que não caberia a alegação do art. 321 do Código Penal em virtude da questão 
não ter informado ser ou não o agente funcionário público. Além disso, há uma 
tipificação penal mais específica constante na lei de licitação. 
 
DIREITO PENAL – QUESTÃO 4 
QUESITO AVALIADO 
A) Paulo praticou Patrocínio de interesse privado perante a Administração (0,30) 
/ Art. 91 da lei 8.666/93 (0,10). 
B) Resposta à Acusação (0,40) / 10 dias (0,25) / Art. 104 da lei 8.666/93 (0,20)

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