Buscar

Aula 13 - EMBARGOS DE DIVERGENCIA


Continue navegando


Prévia do material em texto

PROCESSO DE CONHECIMENTO II – Prof. Francis Vanine de Andrade Reis
AULA 13
RECURSOS EM ESPÉCIE
EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA
Conceito: recurso que combate acórdão proferido no STJ ou STF em sede de REsp ou RE, quando a decisão for divergente de outra já proferida sobre a mesma matéria no mesmo órgão, mas de julgadores diferentes (de turmas, seção, ou órgão especial no STJ, ou de turma ou plenário do STF – 546, I e II, CPC) espécie de uniformização de jurisprudência especial e provocada pela parte na instância excepcional (546, CPC).
Requisitos:
2.1. Divergência interna: entre turmas da mesma seção, ou de seções diversas ou entre turma/seção e corte especial (órgãos diversos do mesmo tribunal – visam eliminar divergência dentre de um mesmo tribunal – o dissídio deve se dar entre órgãos de mesma competência – S. 158, STJ) - recurso que se utiliza da técnica da comparação entre o acórdão recorrido e o paradigma, com a utilização de tabela para demonstração analítica da divergência (cotejo analítico e similitude fática)� – paradigmas, também, tem de ser novos, ou seja, não apreciados no RE ou REsp (S. 598, STF).
2.2. Atualidade da divergência: se o entendimento divergente da outra turma tiver sido modificado por posicionamento mais recente, o recurso deve ser denegado (Súmulas 168 do STJ e 247 do STF: requisito da atualidade) – os paradigmas devem ser atuais, não tendo sido afastados em julgamento de RE ou REsp (S. 598, STF).
2.3. Colegialidade: a decisão recorrida deve ser acórdão, não cabendo os embargos de divergência de decisão monocrática de relator (decisão proveniente de turma) – da decisão monocrática caberá, em primeiro lugar, o agravo interno – mas só cabem de decisão de turmas, não sendo cabíveis de decisão de seção, órgão especial ou do plenário.
2.4. Decisão em recurso especial ou extraordinário: 546, I e II, CPC - não cabe, portanto, embargos de divergência em qualquer outro julgamento, seja originário, seja recursal. Assim, não cabem embargos de divergência de decisão em sede de agravo de destrancamento (Súmula 315, STJ), porque não há julgamento do REsp ou RE, mas a confirmação de que este não será julgado – se o agravo de destrancamento, por outro lado, for admitido e convertido em especial (544, §3º, CPC) e tenha sido julgado de forma colegiada (546, I e II – o que pode se dar por agravo regimental), cabem os embargos de divergência (Súmula 316, STJ).
OBS: discussão sobre valor de indenização por dano moral: não cabimento (S. 420, STJ).
Dinâmica:
Interposição: perante o STJ (REsp) ou STF (RE), no prazo de 15 dias (art. 508, CPC c/c 266 RI-STJ), por petição escrita instruída com certidão do acórdão divergente, cópia autenticada do acórdão divergente, ou citação de repositório (publicação/periódico) oficial (lista constante no regimento interno de cada tribunal superior) – divergência entre turmas da mesma seção = interposição ao presidente da seção; divergência entre turmas de seções diversas, ou entre turmas e corte especial = interposição perante o presidente da corte especial (266, RI-STJ).
Sorteio do relator para juízo de prelibação:
Contrarrazões
Parecer do MP: se for o caso
Relator e sessão de julgamento.
JULGADOS INTERESSANTES
INFORMATIVO 452, STJ
EAG. MULTA. ART. 557 DO CPC. 
Trata-se de embargos de divergência em agravo de instrumento (EAg) nos quais se alegou haver contrariedade entre acórdãos da Quarta e da Segunda Turma deste Superior Tribunal. Nos embargos, aduziu-se que, enquanto o acórdão recorrido reputou ilícita a aplicação da multa do art. 557, § 2º, do CPC em julgamento monocrático do agravo de instrumento, o acórdão paradigma entendeu que essa espécie de sanção só pode ser aplicada pelo órgão colegiado em caso de oposição de agravo regimental. Admitiram-se os embargos por haver, em princípio, dissídio jurisprudencial acerca da competência da relatoria para aplicar a multa de que cuida o referido artigo, no julgamento monocrático do agravo de instrumento. Ao apreciar a causa, inicialmente, observou o Min. Relator que, em regra, os embargos de divergência da competência do STJ só seriam cabíveis quando interpostos contra decisão de Turma que julgar recurso especial, conforme o disposto no art. 546, I, do CPC e art. 266 do RISTJ. Ocorre que, diante da competência atribuída ao relator para decidir monocraticamente o recurso especial (arts. 544, § 3º, e 557, ambos do CPC), a jurisprudência do STJ passou a admitir a interposição dos referidos embargos contra decisão de Turma proferida em sede de agravo regimental, seja nos autos de recurso especial seja nos autos de agravo de instrumento convertido, desde que apreciado o mérito do recurso especial interposto. Ressaltou que, in casu, negou-se provimento ao agravo de instrumento tirado da inadmissão do recurso especial ante a vedação do reexame de prova e se aplicou a multa do art. 557, § 2º, do CPC, apresentando-se, desse modo, manifestamente incabíveis os embargos de divergência em que se insurge contra a questão processual surgida no julgamento do agravo (cabimento da multa) que não tem qualquer relação com o mérito do recurso especial. Assim, efetivamente incabíveis os mencionados EAg; a pretendida uniformização de jurisprudência somente há de ter lugar por meio de remessa da controvérsia ao órgão competente nos termos do art. 555, § 1º, do CPC, aplicado analogicamente à espécie. Asseverou, por fim, não se poder invocar precedente que admitiu os EAg nos quais efetivamente se decidiu a questão federal posta a deslinde no REsp, uma vez que isso não ocorreu na hipótese em questão. Diante dessas considerações, entre outras, a Corte Especial, por maioria, não conheceu dos EAg. Precedentes citados: EREsp 158.917-RS, DJ 11/3/2002; EREsp 133.451-SP, DJ 21/8/2000; EREsp 470.509-ES, DJ 23/5/2005; AgRg nos EAg 1.049.915-MG, DJe 29/6/2009, e EAg 931.594-RS, DJe 12/5/2010. EAg 1.132.430-SC, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, julgados em 20/10/2010.
INFORMATIVO 453 STJ
ERESP. FATOS NOVOS. 
A Seção entendeu não ser possível aplicar o art. 462 do CPC em embargos de divergência. Consignou que a referida espécie recursal busca uniformizar a jurisprudência do STJ e não rediscutir a matéria decidida no recurso especial, razão pela qual não cabe a análise de fatos novos surgidos após o julgamento do especial. Precedentes citados: EREsp 163.239-SP, DJe 5/3/2009; AgRg nos EREsp 396.577-RS, DJ 1º/2/2005; AgRg nos EREsp 589.837-SC, DJ 17/12/2004, e EDcl nos EDcl nos EREsp 147.940-DF, DJ 25/9/2006. EREsp 722.501-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgados em 27/10/2010.
� INCLUDEPICTURE "http://www2.redepitagoras.com.br/Pitagoras_Programadores_Interno/FADOM/fadom_ass.jpg" \* MERGEFORMATINET ���
� AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM RECURSO ESPECIAL - PREQUESTIONAMENTO - AUSENTE A IMPRESCINDÍVEL SIMILITUDE FÁTICA - TESES JURÍDICAS HARMÔNICAS - DISSÍDIO NÃO DEMONSTRADO - AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. É uníssono o entendimento deste e. Colegiado de que, nos Divergentes, a teor dos arts. 255 e 266 do RISTJ, c/c o art. 546 do CPC, para apreciação do dissídio pretoriano, impõe-se que teses jurídicas antagônicas tenham incidência em situações concretas de absoluta similitude fática, evidenciada mediante o cotejo analítico entre o v. aresto embargado e os paradigmas indicados. Precedentes. 2. O aresto embargado concluiu não estar presente o requisito do prequestionamento, visto que o Tribunal local não se pronunciou sobre a questão suscitada no recurso especial, quanto ao critério de fixação dos honorários advocatícios. O acórdão paradigma, a seu turno, asseverou que o prequestionamento consiste na apreciação e na solução, pelo Tribunal a quo, das questões jurídicas que envolvam a norma positiva tida por violada, concluindo que, no caso, todas as questões deduzidas na apelação foram apreciadas pelo e. Colegiado de origem, não havendo se falar, portanto, em violação ao art. 535 do CPC. Logo, os acórdãos confrontados partem de premissas fáticas distintas. 3. Emboracom resultados antagônicos, os arestos cotejados, em verdade, acolhem teses jurídicas harmônicas acerca do que se considera matéria prequestionada para fins de admissão do recurso especial. Assim sendo, não está configurado, in casu, dissenso jurisprudencial a demandar uniformização pela via dos embargos. 4. Agravo Regimental desprovido. (AgRg nos EREsp 499.648/MA, Rel. Ministro JORGE SCARTEZZINI, CORTE ESPECIAL, julgado em 16/08/2006, DJ 11/09/2006, p. 212)
�PAGE �
�PAGE �2�