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Link de acesso para este arquivo no google docs: https://docs.google.com/document/d/1tGd-WQTZ_n25Oqu6W1v9uQCoygDr6pOa8pGa4h3V Rkk/edit?usp=sharing RECURSOS E SUCEDÂNEOS RECURSAIS Recursos: - São remédios processuais; - São um dos meios de impugnação das decisões judiciais** - Visam invalidar, reformar, esclarecer ou complementar uma decisão; - Utilizados pelas partes, pelo Ministério Público e eventuais terceiros prejudicados para fazer com que a decisão judicial passe por uma nova apreciação; - Amicus curiae: o CPC prevê no artigo 138, § 3º que o amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas repetitivas. Além disso, o amicus curiae também pode opor embargos de declaração. - Vedação ao reformatio in pejus, mas algumas sucumbências recursais vêm com multa para o recorrente sucumbente (honorários de sucumbência recursal). ** Os 3 meios de impugnação das decisões judiciais: - Recursos: meios de impugnação dentro do mesmo processo. Exemplos: apelação, agravo de instrumento, agravo interno, recurso ordinário, recurso especial, recurso extraordinário, embargos de declaração; - Ações autônomas de impugnação: dão origem a um novo processo/ não são veiculadas no mesmo processo da decisão que se visam impugnar. Exemplos: ação rescisória, querela nullitatis, embargos de terceiro, mandado de segurança, habeas corpus contra ato judicial, reclamação; - Sucedâneos recursais: categoria residual. O que não é recurso nem ação autônoma. Exemplos: pedido de reconsideração, pedido de suspensão da segurança, correição parcial. Princípio da Fungibilidade: https://docs.google.com/document/d/1tGd-WQTZ_n25Oqu6W1v9uQCoygDr6pOa8pGa4h3VRkk/edit?usp=sharing https://docs.google.com/document/d/1tGd-WQTZ_n25Oqu6W1v9uQCoygDr6pOa8pGa4h3VRkk/edit?usp=sharing - Possibilidade de o julgador aproveitar um recurso interposto de forma equivocada pelo recurso adequado, ou seja, a substituição de um recurso por outro para evitar a sua inadmissibilidade. - Foco na segurança jurídica e na celeridade processual. - Requisitos: - Dúvida objetiva quanto à natureza jurídica da decisão a ser recorrida (divergência doutrinária ou jurisprudencial). - Inexistência de erro grosseiro por parte do advogado, o qual não poderá interpor recurso pelo meio diverso da forma que a lei explicitamente determina. - Interposição do recurso equivocado dentro do prazo do recurso correto para que seja atendido o pressuposto recursal da tempestividade. - Constitui-se num corolário do princípio da instrumentalidade das formas ou da finalidade (Art. 277, CPC) e do princípio do aproveitamento dos atos processuais (Art. 283, CPC). Hipóteses de aplicação do Princípio da Fungibilidade: TRANSFORMAÇÃO DE EM COM BASE NO PRINCÍPIO DA E COM FUNDAMENTAÇÃO NO ART. PROCEDIMENTO Embargos de declaração Agravo Interno Primazia da decisão de mérito 1.024, §3º, CPC O julgador concede prazo legal para que o recorrente faça a adequação da peça para atender à finalidade e às formalidades do recurso adequado. Desse modo, evita-se a inadmissibilidade do recurso por falta de preenchimento das formalidades legais do recurso cabível no caso concreto. Recurso Especial Recurso Extraordinári o Primazia da decisão de mérito 1.032, CPC Recurso Extraordinário Recurso Especial Finalidade e do aproveitamen to dos atos processuais 1.033,CPC A peça do recurso extraordinário é aproveitada para ser convertido em recurso especial, sem precisar a abertura de prazo para fazer a adequação formal. Obs: O STF faz o juízo de admissibilidade e se entender que não há questão constitucional envolvida, pode devolver o recurso ao STJ. Obs: CONHECIMENTO X PROVIMENTO DO RECURSO CONHECIMENTO PROVIMENTO O recurso é analisado em duas partes: primeiro o colegiado (juízes que vão decidir no Tribunal) verificam se estão presentes os requisitos de admissibilidade.Se estiverem presentes, o recurso é admitido ou conhecido. Se não estiverem presentes, o recurso não é conhecido. Uma vez conhecido, o juízo colegiado passa a analisar o provimento ou não de cada matéria. Essa análise é feita por tema recursal, podendo resultar em algumas variáveis: improvido, provido, parcialmente provido. Ex de requisitos: tempestividade (adequação do prazo), preparo . Ex: IMPROVIDO: TRT mantém a sentença, pois entende que a parte não teve razão em recorrer. Preparo: Adiantamento das despesas relativas ao processamento do recurso. O valor do preparo é a soma da taxa judiciária mais o porte de remessa e de retorno dos autos. A falta de preparo oportuno gera a sanção da deserção (recurso deserto). Atos sujeitos a recurso: → Somente as decisões judiciais podem ser objeto de recurso. (Decisões interlocutórias | Sentenças | Decisões monocráticas do relator | Decisões unipessoais do Presidente do tribunal | Decisões unipessoais do Vice-Presidente do tribunal | Acórdãos) Obs: Os despachos não admitem recurso, pois este só cabe contra pronunciamentos judiciais que tenham algum conteúdo decisório. (Art. 1.001, CPC. Dos despachos não cabe recurso.) → Rol de recursos: Art. 994, CPC. São cabíveis os seguintes recursos: I – apelação; II – agravo de instrumento; III – agravo interno; IV – embargos de declaração; V – recurso ordinário; VI – recurso especial; VII – recurso extraordinário; VIII – agravo em recurso especial ou extraordinário; IX – embargos de divergência. Obs: Remessa necessária - Não é recurso, é um fenômeno processual. A sentença desfavorável à Fazenda Pública, para adquirir eficácia, terá de ser confirmada pelo tribunal após a remessa necessária. Decisões interlocutórias não estão sujeitas à remessa necessária, somente as sentenças. - Súmula 45 do STJ: “No reexame necessário, é defeso, ao Tribunal, agravar a condenação imposta à Fazenda Pública”. - Há outras hipóteses de remessa necessária no ordenamento jurídico. Ex: Lei da Ação Popular, art. 19. - Tanto no Juizado Especial Federal quanto no da Fazenda Pública não haverá remessa necessária. Lei n. 12.153/2009 (Juizados Especiais Federais) Art. 13 e Lei n. 12.153/2009 (Juizados Especiais da Fazenda Pública) Art. 11. Contrarrazões ao recurso: - Instrumento legal que tem como finalidade refutar, contrariar ou combater as razões do recurso que foram apresentadas no recurso da parte contrária. - Peça processual que tem como escopo se opor às alegações apresentadas pela parte recorrente. - A interposição das contrarrazões ao recurso tem como fundamento o princípio do contraditório e da ampla defesa. - Podem ser interpostas contra os seguintes recursos: - Recurso de Apelação, - Recurso Ordinário, - Recurso Especial e - Recurso Extraordinário. CLASSIFICAÇÃO DOS RECURSOS → Quanto ao OBJETO: ORDINÁRIOS EXTRAORDINÁRIOS Têm como objetivo proteger o interesse particular da parte, ou seja, o direito subjetivo, no caso concreto. Têm como finalidade a preservação do ordenamento jurídico. São usados para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a impugnação (discussão) de uma decisão sobre questões constitucionais. São eles: recurso especial, o recurso extraordinário e os embargos de divergência → Quanto à EXTENSÃO: (Art. 1.002, CPC. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.) PARCIAIS TOTAIS Impugna apenas uma parte ou capítulo da decisão. Alcança todo o conteúdo da decisão recorrida passível de impugnação Obs: Nos recursos parciais, os capítulos não impugnados pelo recurso ficam acobertados pela preclusão. Fundamento: Art. 1013 e art. 1034 do CPC. → Quanto à FUNDAMENTAÇÃO: DE FUNDAMENTAÇÃO LIVRE DE FUNDAMENTAÇÃO VINCULADA Permite ao recorrente deduzir quaisquer alegações, sem que haja uma delimitação feita por lei. Sofre delimitações, visto que é indispensável que se enquadre dentre uma das situações previstas em lei para que seja admitido. É mais comum que o recurso seja de fundamentação livre. Ex: recurso de apelação Ex: embargos de declaração (pois são cabíveis somente nas hipóteses de omissão,obscuridade, contradição ou erro material). → Quanto à DEPENDÊNCIA: INDEPENDENTES SUBORDINADOS Independe da postura da parte contrária, não importando se ela recorreu ou não da decisão. Está condicionado apenas ao É aquele interposto no prazo de contrarrazões de recurso apresentado pela parte contrária. Ele é interposto, não preenchimento de seus próprios pressupostos de admissibilidade. necessariamente pela vontade de impugnar a decisão, mas sim pelo simples fato de a parte contrária ter recorrido. Ele está condicionado ao conhecimento do recurso independente e ao preenchimento de seus próprios pressupostos de admissibilidade. Art. 997, CPC. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. Exs: Recurso adesivo e Apelação do vencedor contra decisão interlocutória. Obs: Recurso adesivo - Não é considerado uma espécie recursal, mas sim uma forma diferenciada de interposição de recurso que fica subordinado ao recurso independente. - Havendo a interposição de recurso na forma principal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões a esse recurso. É nesse momento que o recorrido poderá, além de apresentar a resposta ao recurso interposto, apresentar o recurso adesivo. - Para que seja possível a interposição do recurso adesivo, é necessário: 1) haver SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA (ambas as partes demonstram interesse recursal) e 2) HAVER INTERPOSIÇÃO DO RECURSO PRINCIPAL. Art. 997, CPC. § 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. Art. 997, CPC. § 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; - NÃO cabe recurso adesivo à remessa necessária, porque neste caso não houve recurso interposto de forma voluntária, ou seja, não houve o preenchimento do segundo requisito do recurso adesivo. É preciso que o Poder Público recorra voluntariamente, para que a outra parte possa aderir ao seu recurso. - NÃO cabe recurso adesivo no agravo de instrumento. (Art. 997, CPC. § 2º). - Ao recurso adesivo aplicam-se os mesmos requisitos de admissibilidade do recurso principal (Art. 997, § 2º, CPC) - Prazo: É o de que dispõe a parte para apresentar contrarrazões ao recurso principal, ou seja, 15 (quinze) dias. - O exame do recurso adesivo é condicionado ao juízo de admissibilidade POSITIVO do recurso principal. (Art. 997, § 2º, III, CPC) - O STJ entendeu que ele não é cabível no processo penal, visto que poderia dar ensejo a prejuízo para o réu. EFEITOS RECURSAIS → Efeito OBSTATIVO: - É o impedimento ao trânsito em julgado. Uma vez interposto o recurso, a decisão não transita em julgado e o recurso prolonga o processo. - A interposição do recurso tem a força de obstar a PRECLUSÃO e a formação de COISA JULGADA. → Efeito SUSPENSIVO: - Seria o impedimento da eficácia (produção de efeitos imediatos) da decisão recorrida. A decisão que foi recorrida não poderá surtir efeitos até que ocorra um novo julgamento. - Com a publicação da decisão, o prazo para a interposição do recurso começa a correr. Se há previsão de recurso com efeito suspensivo, é necessário aguardar o escoamento do prazo recursal para saber se haverá ou não a interposição de recurso e, enquanto não escoado o prazo, a decisão não produz efeitos. Se houver recurso contra a decisão, essa executoriedade fica adiada ainda mais. - Efeito suspensivo impróprio: em regra o recurso não tem efeito suspensivo automático. Cabe ao recorrente requerer ao relator que seja concedido ao recurso o efeito suspensivo, demonstrando os requisitos: Art. 995, CPC. Parágrafo único. A eficácia da decisão recorrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso. - Efeito suspensivo próprio: são recursos que possuem efeito suspensivo automático. Ex: Apelação (Art. 1.012, CPC. A apelação terá efeito suspensivo). - EXCEÇÕES ao efeito suspensivo automático da apelação: ⇢ Art. 1.012, § 1º, CPC (demarcação de terras, alimentos, interdição, tutela provisória, etc). ⇢ A sentença que conceder o mandado de segurança (Lei n. 12.016/2009 (Mandado de Segurança) ⇢ Etc. - Não têm efeito suspensivo: embargos à execução (art. 919, CPC), embargos de declaração (art. 1.026, CPC)...... → Efeito DEVOLUTIVO: - Comum a todos os recursos, já que a interposição do recurso transfere ao órgão ad quem o conhecimento da matéria impugnada para provocar o reexame das decisões. - Dimensões do efeito devolutivo: Horizontal (extensão) e Vertical (profundidade). - A extensão da devolutividade é limitada por aquilo que é postulado no recurso. - Pela extensão do recurso o recorrente determina o que pretende devolver ao tribunal. O recurso somente devolve para o tribunal ad quem, a matéria que tiver sido impugnada. Ou seja, o tribunal somente poderá se pronunciar sobre o pedido recorrido. Quanto ao outro que não faz parte do objeto recursal, o tribunal não pode apreciar. - DELIMITA O QUE SE PODE DECIDIR. RELACIONA-SE AO OBJETO LITIGIOSO DO RECURSO. (Art. 1.013, CPC.) → Efeito TRANSLATIVO: - É a capacidade que tem o tribunal de avaliar matérias que não tenham sido objeto do conteúdo do recurso, por se tratar de assunto que se encontra superior à vontade das partes. - Relacionado à profundidade (QUASE UMA CONTINUAÇÃO DO EFEITO DEVOLUTIVO) (dimensão vertical). - Na profundidade, o que se leva em consideração não é mais a possibilidade de o tribunal reexaminar os pedidos formulados, mas os fundamentos em que eles se embasam. - Quando o recurso é interposto, o tribunal pode examinar todas as questões/fundamentos suscitados no recurso (relativas ao que foi impugnado) e esse exame tem uma profundidade bem ampla, ou seja, o tribunal não fica limitado a examinar somente as questões que foram tratadas na decisão recorrida. - Ou seja, o recorrente estabelece a extensão do recurso, mas não pode estabelecer a sua profundidade. - DELIMITA O MATERIAL COM O QUAL O ÓRGÃO AD QUEM TRABALHARÁ PARA DECIDIR A QUESTÃO QUE LHE FOI SUBMETIDA. (Art. 1.013, § 1º, CPC.) Obs: Quando se manda a demanda de volta à instância inferior, diz-se que a demanda está sendo “remetida” (e não “devolvida”). → Efeito REGRESSIVO ou DE RETRATAÇÃO: - Relacionado à possibilidade de o órgão a quo reconsiderar a decisão que foi atacada pelo recurso. - Permite, por intermédio do recurso, que o juízo prolator da decisão a reveja. - Exemplos em que o juiz pode retratar-se/reformar a decisão: ⇢ Apelação contra a sentença que indefere a petição inicial (Art. 331 CPC); ⇢ Apelação contra sentença que extingue o processo sem exame do mérito (Art. 485, CPC); ⇢ Apelação contra sentença de improcedência liminar do pedido. Obs: Pedidos liminarmente improcedentes: que contrariam súmula do STF ou STJ; acórdão do STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos; etc. (Art. 332, CPC); ⇢ Agravo de Instrumento (Art. 1.018 CPC); ⇢ Agravo Interno (Art. 1021, CPC) ⇢ Recurso especial e extraordinário repetitivos (Art. 1040, CPC) ⇢ Apelação no ECA (Art. 198, VII) → Efeito EXPANSIVO: - É o que permite a produção de efeitos em relação a outros sujeitos, que não o recorrente. - Em regra, devido à individualidade do recurso, quando este é interposto, a produção dos efeitos atinge o recorrente. Há situações em que esses efeitos podem atingir terceiros que não participaram como partes no recurso. - NO LITISCONSÓRCIO: Art. 1.005, CPC. O recurso interposto por um dos litisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses. Art. 1.005, CPC. Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recursointerposto por um devedor aproveitará aos outros quando as defesas opostas ao credor lhes forem comuns. - NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO: ⇢ Os embargos de declaração interpostos por uma das partes interrompem o prazo para a interposição de outro recurso para ambas as partes e não somente para quem opôs os embargos de declaração. Art. 1.026, CPC. Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso. - NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA: ⇢ A interposição de embargos de divergência no STJ interrompe, para ambas as partes, o prazo para a interposição de recurso extraordinário. Art. 1.044, § 1º, CPC. A interposição de embargos de divergência no Superior Tribunal de Justiça interrompe o prazo para interposição de recurso extraordinário por qualquer das partes. → Efeito SUBSTITUTIVO: - Tem previsão expressa no CPC. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso (Art. 1.008, CPC). - Acontece na hipótese de julgamento de mérito do recurso, já que se o recurso não for recebido ou conhecido, a decisão recorrida se mantém inabalada. APELAÇÃO Definições: - Na apelação, o apelante tem como objetivo a reforma ou a anulação da sentença, por um órgão superior ao que a proferiu. - Tem cabimento contra: ⇢ Qualquer sentença, seja ela de mérito ou não, seja proferida no processo de conhecimento ou de execução, no procedimento de jurisdição contenciosa ou de jurisdição voluntária. ⇢ Contra as decisões interlocutórias que não admitirem a interposição de agravo de instrumento (as aquelas que não estão contidas no rol do art. 1.015 do CPC). Apelação contra decisão interlocutória: - As decisões não agraváveis (art. 1.015) devem ser atacadas na apelação na fase de conhecimento, o que não se aplica à fase de cumprimento de sentença, nem ao processo de execução de título executivo extrajudicial. - Nesses casos (cumprimento de sentença e processo de execução de título executivo extrajudicial), toda decisão interlocutória é, conforme o CPC, passível de agravo de instrumento. Art. 1.009 CPC. Da sentença cabe apelação. § 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. Questões de Fato Novas e Alegações novas: - O apelante pode suscitar questões de fato novas na apelação, desde que prove que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Fredie Didier entende que esse artigo se refere à alegação nova de fatos velhos. Art. 1.014 CPC. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior. Art. 342 CPC. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando: I – relativas a direito ou a fato superveniente; [...] Art. 493 CPC. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a decisão. Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir. Teoria da causa madura: - Visa promover a celeridade processual. - Aplica-se em casos em que não houve resolução de mérito pelo juízo a quo. - Em certos casos, estando a causa madura, o tribunal pode decidir o mérito da causa, em vez de determinar o retorno dos autos ao juiz de primeira instância para que profira nova sentença. (Art. 1.013 CPC) Art. 1.013 § 3º CPC. Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando: I – reformar sentença fundada no art. 485; II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir; III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; IV – decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. - Processo em plenas condições de ser resolvido = já passou por toda a fase cognitiva/instrutória e não é necessária a produção de provas. Efeitos da Apelação: - Efeito SUSPENSIVO AUTOMÁTICO com as exceções do artigo 1.012, § 1º (demarcação de terras, alimentos, interdição, tutela, etc). Obs: Exceção da exceção - é possível que o apelante requeira a atribuição de efeito suspensivo à apelação em caso de probabilidade de provimento (tutela de evidência recursal) ou risco de dano (tutela de urgência recursal.) (art. 1.012, §3º, CPC) - Efeito DEVOLUTIVO, que pode ser analisado em sua profundidade e extensão. ⇢ Extensão: o tribunal reaprecia a matéria impugnada. ⇢ Profundidade: o tribunal pode apreciar todo o material constante nos autos, mas limitando-se à extensão trazida pelo apelante. - Efeito REGRESSIVO (retratação do juiz) ⇢ Sentenças não podem ser editadas, conforme art. 494 do CPC, mas há algumas exceções (que estão no capítulo de efeitos recursais). Procedimento de Apelação: - Interposta de forma escrita perante o juízo a quo em 15 DIAS. - A apelação cível não admite complementação posterior (por isso as razões já devem ir no pedido). - O juízo a quo não faz juízo de admissibilidade. - A petição da apelação conterá (art. 1.010, CPC): ⇢ I – os nomes e a qualificação das partes; ⇢ II – a exposição do fato e do direito; ⇢ III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; ⇢ IV – o pedido de nova decisão. ↓ Obs: ☛ error in procedendo - erro que viola norma processual - o pedido é de anulação da sentença. ☛ error in iudicando - erro de fato ou direito - pedido de reforma da sentença. - Após apresentação da apresentação, o réu é intimado para apresentar suas contrarrazões. Prazo: 15 DIAS. ⇢ Se o apelado recorrer de alguma decisão interlocutória não agravável, o apelante precisa ser intimado para também apresentar suas contrarrazões. - Feita a apelação, pode haver APELAÇÃO ADESIVA. ⇢ O apelante originário também será intimado para apresentar contrarrazões à apelação adesiva. - Em seguida, o juiz determina a remessa dos autos à segunda instância. - Uma vez no tribunal, a apelação é distribuída ao relator, é feito o juízo de admissibilidade do recurso, e a apelação será julgada por órgão colegiado, por voto de três juízes. Art. 941 § 2º CPC. No julgamento de apelação ou de agravo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) juízes. Fluxograma do procedimento de apelação: Fonte (melhor qualidade): https://thumbs.jusbr.com/filters:format(webp)/imgs.jusbr.com/publications/images/4dd7653e04f1ee49e df3ec9ee1e8fa0d AGRAVO DE INSTRUMENTO Noções introdutórias: - O CPC/2015 eliminou o agravo retido. - Casos que admitem o recurso por meio do agravo: hipóteses previstas no art. 1.015 do CPC. - Se a decisão interlocutória for agravável e não for interposto o agravo, ocorre a preclusão e a decisão transita em julgado. - Se a decisão interlocutória não for agravável a decisão pode ser impugnada na apelação ou nas contrarrazões de apelação. Taxatividade do rol do art. 1.015 | Tema 988/STJ : - STJ: cabe agravo de instrumento sempre que o caso concreto revelar a inutilidade de se impugnar a decisão interlocutória somente por ocasião da apelação. OU SEJA, cabe agravo de instrumento sempre que o recorrente demonstrar que a impugnação deve necessariamente ser feita de forma imediata, sob pena de ser inútil uma impugnação apenas no momento da interposição da apelação. - O STJ também vinha decidindo no sentido de admitir a interpretação extensiva do rol do art. 1.015 do CPC, até que, ao julgar recursos repetitivos, a Corte Especial do STJ fixou aseguinte tese: O rol do art. 1.015 do CPC é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de apelação. Inicialmente, é importante destacar as conflitantes posições doutrinárias e, aparentemente indissolúveis, divergências jurisprudenciais sobre as quais se pretende pacificar o entendimento desta Corte. São elas: a) o rol do art. 1.015 do CPC é absolutamente taxativo e deve ser interpretado restritivamente; b) o rol do art. 1.015 do CPC é taxativo, mas admite interpretações extensivas ou analógicas; e c) o rol do art. 1.015 é exemplificativo, admitindo-se o recurso fora das hipóteses de cabimento previstas no dispositivo. Nesse sentido, registre-se que o legislador, ao restringir a recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas na fase de conhecimento do procedimento comum e dos procedimentos especiais, exceção feita ao inventário, pretendeu salvaguardar apenas as “situações que, realmente, não podem aguardar rediscussão futura em eventual recurso de apelação”. Contudo, a enunciação, em rol pretensamente exaustivo, das hipóteses em que o agravo de instrumento seria cabível revela-se, na esteira da majoritária doutrina e jurisprudência, insuficiente e em desconformidade com as normas fundamentais do processo civil, na medida em que sobrevivem questões urgentes fora da lista do art. 1.015 do CPC e que tornam inviável a interpretação de que o referido rol seria absolutamente taxativo e que deveria ser lido de modo restritivo. Da mesma forma, a tese de que o rol do art. 1.015 do CPC seria taxativo, mas admitiria interpretações extensivas ou analógicas, mostra-se ineficaz para conferir ao referido dispositivo uma interpretação em sintonia com as normas fundamentais do processo civil, seja porque ainda remanescerão hipóteses em que não será possível extrair o cabimento do agravo das situações enunciadas no rol, seja porque o uso da interpretação extensiva ou da analogia pode desnaturar a essência de institutos jurídicos ontologicamente distintos. Por sua vez, a tese de que o rol seria meramente exemplificativo resultaria na repristinação do regime recursal das interlocutórias que vigorava no CPC/1973 e que fora conscientemente modificado pelo legislador do novo CPC, de modo que estaria o Poder Judiciário, nessa hipótese, substituindo a atividade e a vontade expressamente externada pelo Poder Legislativo. Assim, a tese que se propõe consiste em, a partir de um requisito objetivo – a urgência que decorre da inutilidade futura do julgamento do recurso diferido da apelação –, possibilitar a recorribilidade imediata de decisões interlocutórias fora da lista do art. 1.015 do CPC, sempre em caráter excepcional e desde que preenchido o requisito urgência. Trata-se de reconhecer que o rol do art. 1.015 do CPC possui uma singular espécie de taxatividade mitigada por uma cláusula adicional de cabimento, sem a qual haveria desrespeito às normas fundamentais do próprio CPC e grave prejuízo às partes ou ao próprio processo. REsp 1.704.520-MT, Corte Especial, julgado em 05/12/2018, DJe 19/12/2018 (Tema 988 – Informativo n. 653). Agravo de Instrumento e decisões com pronunciamento de mérito (art. 1.015, II): - STJ: a decisão interlocutória que afasta a alegação de prescrição é recorrível, de imediato, por meio de agravo de instrumento. - STJ: não é cabível agravo de instrumento contra decisão que indefere pedido de julgamento antecipado do mérito por haver necessidade de dilação probatória (maior prazo para a produção de provas). Rejeição da alegação de convenção de arbitragem (art. 1.015, III): - As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem. Caso o juiz rejeite a convenção de arbitragem, essa decisão é passível de agravo de instrumento. Exclusão de Litisconsorte (art. 1.015, VII): - A hipótese deste artigo vale quando é o juiz que exclui do processo um litisconsorte. - Decisão que mantém o litisconsorte no processo: STJ - “não cabe agravo de instrumento contra decisão de indeferimento do pedido de exclusão de litisconsorte”. Motivo: a errônea exclusão de um litisconsorte é capaz de invalidar a sentença de mérito, já manter uma parte alegadamente ilegítima não fulmina a sentença de mérito nele proferida, podendo o tribunal, por ocasião do julgamento do recurso de apelação, reconhecer a ilegitimidade da parte e, então, excluí-la do processo. Litisconsórcio multitudinário (art. 1.015, VIII): - A parte pode requerer a limitação do número de litigantes ao juiz e, caso indeferido o pedido, caberá agravo de instrumento. - A decisão que acolhe o requerimento de limitação do litisconsórcio NÃO É passível de agravo, pois acolher a limitação do litisconsórcio multitudinário não causa prejuízo ao demandante. Intervenção de terceiros (art. 1.015, IX): - Admitida ou inadmitida no processo, é cabível o agravo de instrumento porque não é razoável deixar para impugnar esse tipo de decisão somente por ocasião da apelação, pois todos os atos do processo já teriam sido praticados, com ou sem a presença do terceiro. - Pelo CPC, a decisão que admite a participação do amicus curiae (espécie de intervenção de terceiros) é irrecorrível. Art. 138 CPC. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. - Pelo STF (decisão de 2020), a decisão que denega a participação amicus curiae é recorrível pelo terceiro que teve sua participação denegada. É recorrível a decisão denegatória de ingresso no feito como amicus curiae. É possível a impugnação recursal por parte de terceiro, quando denegada sua participação na qualidade de amicus curiae. STF. Plenário. ADI 3396 AgR/DF, julgado em 6/8/2020 (Informativo 985). Redistribuição do ônus da prova (art. 1.015, XI): - Possibilita que a parte que recebe o ônus da prova no curso do processo dele se desvencilhar, seja pela possibilidade de provar, seja ainda para demonstrar que não pode ou que não deve provar, como, por exemplo, nas hipóteses de prova diabólica reversa ou de prova duplamente diabólica. Regularidade Formal do Agravo de Instrumento: - A petição do agravo de instrumento é dirigida ao próprio tribunal que irá examiná-lo. - Prazo: 15 DIAS. - Conterá (art. 1.016, CPC): ⇢ I – os nomes das partes; ⇢ II – a exposição do fato e do direito; ⇢ III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; ⇢ IV – o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. - O agravo deve ser instruído junto com cópias de vários documentos do processo, descritos no art. 1.017 do CPC. (petição, contestação, decisão agravada, etc) ↓ - A juntada desses documentos permite ao tribunal entender a controvérsia, verificar a tempestividade do recurso e analisar a regularidade das representações das partes. - Falta dessas cópias > o relator concede 5 dias para sanar. (art. 932, CPC) - Autos eletrônicos: as cópias são dispensadas (art. 1.017 § 5º CPC) Juntada da petição do agravo de instrumento aos autos do processo: - Permite que o juiz possa saber que sua decisão foi agravada e, em seguida, possa se retratar, se for o caso; - Permite que o agravado tenha conhecimento da interposição do agravo e do seu teor sem ter que forçá-lo a se dirigir até o tribunal para isso - O descumprimento da juntada pode inadmitir o agravo: Art. 1.018 CPC. O agravante poderá requerer a juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso. § 2ºNão sendo eletrônicos os autos, o agravante tomará a providência prevista no caput, no prazo de 3 (três) dias a contar da interposição do agravo de instrumento. § 3º CPC. O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento. Fluxograma do procedimento de agravo de instrumento: Fonte (melhor qualidade): https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/uploads-trilhante-sp/aulas-texto/C0431/C0431I01.png Teoria da Causa Madura e Agravo de Instrumento: - O entendimento doutrinário predominante é no sentido de que APLICA-SE também ao agravo de instrumento - STJ: “Admite-se a aplicação da teoria da causa madura em julgamento de agravo de instrumento. REsp 1.215.368-ES, DJe 19/9/2016 (Informativo 590).” AGRAVO INTERNO Noções introdutórias: - O Agravo Interno é uma espécie recursal que visa impugnar as decisões monocráticas proferidas pelo relator em Tribunal, qualquer que seja o conteúdo da decisão do relator. - Visa levar a decisão ao conhecimento do órgão colegiado competente para que este se manifeste a favor ou contra. (busca por uma decisão colegiada) - Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificamente os FUNDAMENTOS da decisão agravada. - Prazo: 15 DIAS (art. 1.070, CPC) (art. 1.003, §5º, CPC) Multa de inadmissibilidade ou de improcedência do Agravo Interno: - Se o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em VOTAÇÃO UNÂNIME, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. - O depósito dessa multa é requisito de admissibilidade a qualquer outro recurso que a parte venha a interpor. Apreciação do Agravo Interno: - Ao apreciar o Agravo Interno, o relator poderá retratar-se ou levar o Agravo Interno para julgamento pelo órgão colegiado. - O órgão colegiado não poderá rejeitar o Agravo Interno tão somente com base na reprodução dos fundamentos da decisão agravada (art. 1.021, §3° do Código de Processo Civil). Fluxograma do procedimento de Agravo Interno: Fonte (melhor qualidade): https://s3-sa-east-1.amazonaws.com/uploads-trilhante-sp/aulas-texto/C0431/agravointernocerto%402 x.png EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Noções introdutórias: - Visa combater a obscuridade, omissão ou contradição em qualquer decisão judicial. - Cabível nas hipóteses do Art. 1.022 do CPC. É recurso de fundamentação vinculada, o que quer dizer que ele só poderá ser usado diante desses vícios específicos. (erro material, omissão, etc) - Dispensa preparo. - Podem ser opostos contra qualquer tipo de decisão judicial, definitiva ou interlocutória. Obs: Não cabe nenhum recurso contra despacho, pois ele não tem natureza decisória. - Prazo: 5 DIAS. É o único recurso com esse prazo. - Como efeito, interrompe o prazo recursal de outros recursos. Obs: Embargos de declaração não têm duplo grau de jurisdição, sendo o próprio juiz monocrático da sentença o responsável por apreciá-los. Hipóteses de cabimento: - Esclarecer decisões obscuras: ⇢ Para Fredie Didier, a decisão é obscura quando for ininteligível. ⇢ Falta de clareza do ato judicial, principalmente se considerarmos que as decisões judiciais devem ser compreendidas pelos seus destinatários. - Eliminar contradição: ⇢ Falta de coerência na decisão. ⇢ Uma das formas mais comuns: O juiz fundamenta a decisão de um modo e o dispositivo da decisão não é coerente com a fundamentação exposta. - Suprir omissão: ⇢ O juiz deixou de se manifestar sobre um pedido, questão que deveria tratar de ofício ou sobre fundamento relevante trazido aos autos pelas partes. ⇢ Os embargos de declaração também consistem em um meio de fazer os tribunais exercerem o seu dever de autorreferência, ou seja, de observar seus próprios precedentes. Assim, todas as vezes que um juiz ou um tribunal for se afastar de seu próprio entendimento, deve fazer isso de forma explícita, sob pena da decisão ser considerada omissa ⇢ Também é omissa a decisão que incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1º, do CPC: ↓ Art. 489 § 1º CPC. Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II – empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III – invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV – não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V – se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI – deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento - Corrigir erro material: ⇢ Inexatidões contidas na decisão judicial ou erros de cálculo. ⇢ O juiz pode corrigi-los, inclusive, de ofício, conforme disposto no art. 494 do CPC: ↓ Art. 494 CPC. Publicada a sentença, o juiz só poderá alterá-la: I – para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo; II – por meio de embargos de declaração. ⇢ A COISA JULGADA não alcança o ERRO MATERIAL. Enunciado n. 360 do FPPC: A não oposição de embargos de declaração em caso de erro material na decisão não impede sua correção a qualquer tempo. Natureza do ato judicial que decide os embargos de declaração: - O ato judicial que decide os embargos de declaração ostenta a mesma natureza daquele que foi objeto dos embargos. Se opostos contra sentença, eles serão decididos por nova sentença. Se opostos contra acórdão, serão julgados por novo acórdão. Isso porque os embargos de declaração possuem efeito integrativo, ou seja, complementam, integram e aperfeiçoam a decisão embargada Embargos de declaração protelatórios: - Por causa do efeito de interromper o prazo recursal de outros recursos, os embargos de declaração podem ser utilizados de forma indevida, com a finalidade de atrasar a marcha processual. - Cabe MULTA para quem fizer isso: Art. 1.026 § 2º CPC. Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa. RECURSO ORDINÁRIO Noções introdutórias: - É um recurso cabível em face de acórdão de competência originária. Assim, é dirigido ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou Superior Tribunal de Justiça (STJ). - Cabíveis também no âmbito constitucional e penal. - Embora seja julgado pelo STJ e pelo STF, não é um recurso de natureza extraordinária Características: - Admite reexame de prova. - Os tribunais superiores funcionam como segundo grau de jurisdição. - É um recurso de fundamentação livre. - É dotado de amplo efeito devolutivo. - Interposto perante o presidente ou vice-presidente do tribunal que proferiu o acórdão, que não faz juízo de admissibilidade. - Admite a aplicação da teoria da causa madura (art. 1.013, § 3º CPC). - Prazo para interposição: 15 dias. Prazo para as contrarrazões: 15 dias. Pode ser interposto contra: Acórdão proferido por tribunal Sentença proferida por juiz federal de primeira instância Art. 102 CF. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: II – julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; Art. 105 CF. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II – julgar, em recurso ordinário: b) os mandados de segurança decididos em única instância pelosTribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Art. 1.027 CPC. Serão julgados em recurso ordinário: I – pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão; II – pelo Superior Tribunal de Justiça: a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão. Art. 1.027 CPC. Serão julgados em recurso ordinário: II – pelo Superior Tribunal de Justiça: b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. Obs: Decisão denegatória é aquela que julga improcedente o pedido e a que extingue o processo sem apreciação do mérito. Recurso Ordinário Constitucional para o STF e STJ: - Para os dois, é preciso que: a decisão seja um acórdão; o acórdão seja denegatório; o acórdão seja proferido em única instância (o processo precisa ser de competência originária). Recurso Ordinário Constitucional para o STF: - O processo precisa ser de competência originária dos tribunais superiores. Recurso Ordinário Constitucional para o STJ: - O acórdão PRECISA ser proveniente de um tribunal regional federal ou tribunal estadual ou do Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT). RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO Características comuns do Recurso Especial e do Recurso Extraordinário (RE e REsp): - Ambas as espécies recursais são consideradas recursos excepcionais, extraordinários ou de superposição POIS: ☛ São recursos cujo cabimento só ocorre em hipóteses específicas e há a exigência do preenchimento de requisitos mais rigorosos. ☛ Permitem APENAS a análise/reexame de matérias de direito, diferentemente dos recursos de natureza ordinária/comum que também permitem o reexame de fatos. - Súmula 7 STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial”. ☛ OBS: é possível a interposição desses recursos por violação às normas de direito probatório, como, por exemplo, as de valoração e admissibilidade das provas. “Exemplo: é possível a interposição de recurso extraordinário para discutir a respeito da utilização de prova ilícita, que é proibida pela Constituição Federal e a interposição de recurso especial para discutir violação de norma de direito probatório prevista no Código de Processo Civil. Lembre-se: recurso interposto para discutir a apreciação da prova é diferente de recurso interposto para discutir violação ao direito probatório.” - Os seus fundamentos estão previstos na CF, ou seja, são recursos de fundamentação vinculada - Exigem esgotamento das instâncias ordinárias. Enquanto houver possibilidade de recurso na instância de origem, não caberá o RE e o REsp. ☛ Súmula 281 do STF: “É inadmissível o recurso extraordinário, quando couber, na Justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”. Súmula 207 do STJ: “É inadmissível recurso especial quando cabíveis embargos infringentes contra o acórdão proferido no tribunal de origem”. - Duplo juízo de admissibilidade: feito tanto no juízo a quo como no juízo ad quem. São os únicos recursos que se submetem ao duplo juízo de admissibilidade. - Exigem prequestionamento para serem conhecidos. Para que uma questão constitucional ou legal seja objeto de RE ou REsp, o recorrente deve suscitá-la nas instâncias ordinárias e o tribunal deve enfrentar a questão de direito objeto do recurso. - Se a parte suscitar a questão e, mesmo assim, a instância inferior não examiná-la caberá EMBARGOS DE DECLARAÇÃO requerendo suprimento da omissão (fazendo com que a instância ordinária se pronuncie). Interposição conjunta de RE e REsp: - Quando for o caso de dois fundamentos suficientes sustentarem o acórdão, sendo um constitucional e um infraconstitucional, DEVE SE INTERPOR RE E REsp SIMULTANEAMENTE, em petições distintas, sendo o recurso extraordinário contra a parte constitucional e o recurso especial contra a parte infraconstitucional. - Se deixar de ser interposto um desses recursos, o outro que venha a ser interposto não será admitido porque se torna inútil, considerando que, ainda que o recorrente seja vitorioso no recurso interposto, ele não lhe aproveitaria, pois, a decisão permaneceria intacta com base no outro fundamento (autônomo e suficiente para manter a decisão) que não foi objeto de recurso. - RECURSO ESPECIAL (STJ) Finalidade: - Permitir o controle de legalidade das decisões dos tribunais. - Promover a uniformização da interpretação das leis federais. Requisitos: - Indispensável que a causa tenha sido decidida em única ou última instância pelos TRFs ou tribunais estaduais. (por isso não cabe REsp de acórdão proferido pelo Juizado Especial Cível - Súmula 203, STJ.). - Necessidade de esgotamento das instâncias ordinárias. - Só é possível a interposição do REsp contra acórdão, não basta apenas uma decisão monocrática do relator. Hipóteses de cabimento:: - Rol taxativo: CF Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: III – julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. - a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; - Ofender o texto legal, deixar de aplicá-lo, aplicá-lo erroneamente, interpretá-lo errado, etc. - Súmula 518 do STJ: “Para fins do art. 105, III, a, da Constituição Federal, não é cabível recurso especial fundado em alegada violação de enunciado de súmula.” - b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; - Quando um ato de governo local tem sua validade reconhecida por um acórdão em detrimento da lei federal, - c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. - Divergência jurisprudencial entre tribunais distintos (requer a comprovação de dissídio jurisprudencial). - Súmula 13 do STJ: “A divergência entre julgados do mesmo Tribunal não enseja recurso especial.” - Princípio da fungibilidade e primazia do mérito:: - Se o recurso especial versar sobre uma questão constitucional, em atenção ao princípio da primazia da decisão de mérito e ao princípio da cooperação, o recurso será remetido ao STF, em vez de ser extinto sem análise do mérito recursal. Também pode ocorrer em sentido contrário (a conversão do Recurso Extraordinário em Recurso Especial.) arts 1.032 e 1.033 do CPC ⇓ A doutrina costuma chamar de livre trânsito de recursos entre o STF e o STJ. RECURSO EXTRAORDINÁRIO (STF) Finalidade: - Assegurar que o sistema jurídico respeite a Constituição Federal. - Garantir a integridade do sistema jurídico constitucional. Hipóteses de cabimento:: - Rol taxativo: CF Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III – julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: (NÃO PRECISA SER DE TRIBUNAL, cabe RE de acórdão proferido pelo Juizado Especial Cível ) a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. - Súmula 640 do STF: É cabível recurso extraordinário contra decisão proferida por juiz de primeiro grau nas causas de alçada, ou por turma recursal de juizado especial cível e criminal. - a)contrariar dispositivo desta Constituição: - A ofensa à constituição deve ser DIRETA e não apenas reflexo de normas infraconstitucionais. Se o STF considerar que a ofensa objeto do recurso é indireta, aplica-se a conversão de RE em REsp. Não será essa a solução quando o acórdão for proveniente de turma recursal do juizado especial, pois já sabemos que não cabe REsp nesse caso e, portanto, não haveria como converter o RE em REsp. - c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. - Quando a decisão recorrida julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da CF é cabível o RE. Isso porque a decisão, nesse caso, privilegia a lei ou ato de governo local em vez de privilegiar a CF. - d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. - A intenção é resguardar o regime hierárquico previsto na Constituição Federal. - Repercussão geral:: - É a demonstração de que aquela questão constitucional objeto do recurso ultrapassa o interesse das partes e atinge ou reflete interesse de boa parte da coletividade. - Art. 102, §3, CF: “No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros.” - Art. 1035, CPC: “O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.” - PRAZO DE JULGAMENTO: Após reconhecida a repercussão geral do recurso, há o prazo de 1 ano para que o Tribunal julgue o recurso. - PRESUNÇÃO de repercussão geral: CPC Art. 1.035. § 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que: I – contrarie súmula ou jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal; III – tenha reconhecido a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, nos termos do art. 97 da Constituição Federal. - Admite-se a intervenção de amicus curiae na análise da repercussão geral, o que por vezes é necessário para aprofundar o debate em torno da repercussão geral e da formação de um precedente obrigatório. - Suspensão de processos em recursos extraordinários repetitivos: Reconhecida a repercussão geral, o relator poderá determinar a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.
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