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Química do Estado Sólido Prof. Liliam C Angelo Campus Pato Branco Objetivos: Identificar um material como metal, isolante ou semicondutor; Explicar como as propriedades elétricas dos metais, isolantes e semicondutores estão relacionadas às ligações químicas; Identificar os tipos de forças intermoleculares prováveis de serem as mais importantes para uma substância em particular. 2 Carbono 3 Domo Geodésico Montreal (1967) Buckminster Fuller (1895-1983). 4 Q - Carbon Dezembro, 2015, North Carolina State University “Terceira fase sólida do carbono” Mais resistente e duro que o diamante Caráter ferromagnético Atualmente, obteve-se apenas filmes do material Camada de Q-carbon resultante do processo, vista por um microscópio. 5 Os Nanotubos de Carbono 1991 - Sumio Iijima A manipulação de condições experimentais permite o desenvolvimento de tubos de carbono, tendo grafite como componente chave – nanotubos. Técnicas de síntese mais utilizadas: Descarga por arco Ablação por laser Deposição química de vapor Mais barato Requer T°C relativamente baixas Pureza do produto final superior 6 Propriedade elétrica: as características variam de acordo com a forma pela qual a camada plana foi “enrolada” para formar o tubo. Condutor: linearidade da estrutura; Semicondutor: torção da estrutura. Vantagens da nanotecnologia: Substituição ao silício; Menor espaço; Ausência de problemas de Aquecimento; Maior fluidez de elétrons. 7 Outras aplicações: Substituir eletrodos de diodos orgânicos emissores de luz (OLED), atualmente feitos de índio; Diminuição no tempo de recarga de baterias de lítio (ânodo recoberto com grafeno); Dessalinização da água do mar (escala nanométrica); Medicina: Sensores para diagnósticos; Músculos artificiais. 8 Esporte: durabilidade, resistência e melhor distribuição de peso. 9 Grafeno – Nobel de Física (2010) 10 Definições de Estado Sólido Definição tradicional (baseada em propriedades físicas) Uma substância que geralmente mantém um volume e uma forma fixos. Definição moderna (baseada na estrutura interna) Uma substância que apresenta suas partículas constituintes dispostas num arranjo interno ordenado. 11 Qual a importância de se estudar o estado sólido em um curso de engenharia??? Conhecendo a estrutura do estado sólido de um material, pode-se fazer uma previsão das suas propriedades, como: Condutividade elétrica; Resistência mecânica; Ponto de fusão. Classificação dos materiais sólidos: Cristalinos; Não-cristalinos (amorfos). Fases Condensadas Estruturas Cristalinas Os átomos, íons ou moléculas encontram-se ordenados sobre longas distâncias atômicas formando uma estrutura tridimensional - rede cristalina. Estrutura cristalina de forma hexagonal do gelo. 13 Molécula de Hemoglobina DNA (ácido desoxirribonucleico) 14 Estruturas não Cristalinas ou Amorfas Arranjo atômico no qual não existe ordem de longo alcance na disposição dos átomos. Arranjos trigonais planares existente em vidros de borissilicato. 15 Substâncias Cristalinas Ponto de fusão definido Arranjo atômico ordenado Formas geométricas definidas Substâncias anisotrópicas As propriedades físicas dependem da direção cristalográfica na qual foi realizada a medida Ex.: quartzo, NaCl, metais Substâncias Amorfas Ponto de fusão variável Arranjo atômico desordenado Formas geométricas irregulares Substâncias isotrópicas As propriedades físicas são as mesmas em qualquer direção medida Ex.: vidros, borracha, plásticos Estados fundamentais de ordenação 16 Representação de alguns planos reticulares de um sistema cúbico. 17 Curva de variação da temperatura com fornecimento de calor, a pressão constante. Vidro b) cristal Ponto de Fusão 18 Átomo de Silício Átomo de oxigênio a) SiO2 - Cristalino b) SiO2 - Amorfo Arranjo Atômico Anisotropia ou Isotropia Metal Módulos de Elasticidade * (100) (110) (111) Alumínio (Al) 63,7 72,6 76,1 Cobre (Cu) 66,7 130,3 191,1 Ferro (Fe) 125,0 210,5 272,7 Tungstênio (W) 384,6 384,6 384,6 Tabela 1. Valores de módulos de elasticidade para vários metais em diferentes orientações cristalográficas. * máxima tensão que o material suporta sem sofrer deformação permanente. Indicações Algumas características São quase incompressíveis Rigidez e dureza Forma cristais Cristalografia: uma ciência experimental que estuda os cristais e disposição das partículas na estrutura dos sólidos. Características gerais dos cristais partículas fortemente ligadas partículas ordenadas espaços vazios 21 Empacotamento Atômico Interstício ou vacância 22 A forma e tamanho depende da: Valência Estado de ionização Das condições em que o cristal se formou Célula Unitária É a menor divisão de uma rede cristalina que conserva as características gerais de todo o retículo cristalino. É a estrutura elementar. 23 Parâmetros de Rede Comprimento das arestas: a, b e c, Ângulos: , e DEPENDERÃO DOS SISTEMAS CRISTALINOS Determinação de posições dos átomos Direções na rede cristalina 24 Sistemas Cristalinos - Redes de Bravais 25 Sistema Cúbico Cúbica Simples (CS) Cúbica de corpo centrado (CCC) Cúbica de face centrada (CFC) Fe, Mo, Cr, W (CCC) Fe𝛾, Al, Cu, Au, Ag (CFC) a = b = c = = = 90o 26 Sistema Tetragonal a = b c = = = 90o Tetragonal Simples Tetragonal de Corpo Centrado Sistema Ortorrômbino a b c = = = 90o Ortorrômbica Simples Ortorrômbica de corpo centrado Ortorrômbica de faces centradas Ortorrômbica de bases centradas Sistema Monoclínico a b c = = 90o Monoclínico Simples Monoclínico de bases centradas Sistema Hexagonal a = b c = = 90o e = 120o Comum em metais como: Cd, Co, Ti, Zn, Mg 30 Número de Coordenação (NC) Número de átomos imediatamente adjacentes a qualquer determinado átomo. CFC NC= 12 CCC NC= 8 CS NC= 6 HC NC= 12 Com o aumento do NC, permite-se que cada átomo na rede interaja com os átomos vizinhos mais próximos. 31 Cristais Metálicos Modelo de “mar de elétrons”, “nuvem eletrônica”. e- livres Metais compreendem uma rede de esferas rígidas (íons positivos), embebidas em um mar de elétrons de valência livres que podem se movimentar pelos interstícios 32 Características gerais: Maleabilidade (lâminas); Ductibilidade (fios); Boa condutividade elétrica. Pb PbO 33 Teoria de Bandas Desdobramento de níveis Nenhuma, ou pouquíssima diferença de energia 34 Diagramas de bandas de energia Intervalo de bandas 35 36 Semicondutores Intrínseco Extrínseco 37 Intrínseco Todo semicondutor em seu estado puro. Z= 14 38 Energia de ligação (kJ mol-1) SiSi= 297 GeGe= 260 39 Extrínseco Dopagem Incorporação de quantidades mínimas cuidadosamente controladas de outro elemento químico a um semicondutor de silício. Material tipo N Material tipo P Principais impurezas utilizadas: Tipo N: Fósforo (P), Antimônio (Sb), Arsênio (As) e Bismuto (Bi): pentavalentes Tipo P: Boro (B), Alumínio (Al), Gálio (Ga), Índio (In) e Tálio (Tl): trivalentes 40 Material tipo N: doadores de elétrons Raio Atômico (pm) Si= 118 P= 110 Sb= 141 41 e- livre Semicondutor Tipo N Banda de Condução Banda de Valência Nível doador de energia do dopante 42 Material tipo P: receptores de elétrons Raio Atômico (pm) Si= 118 B= 88 Al= 143 43 Semicondutor Tipo P vacância Banda de Condução Banda de Valência Nível receptor de energia do dopante 44 PORTADORES DE CARGA LIVRE 45 Diodo Retificador de Corrente “Junção P-N” O que acontece quando ligamos este dispositivo aos terminais de uma bateria? 46 Polarização DiretaPolarização Reversa i i 47 A célula unitária é constituída de fragmentos carregados; Energia de ligação alta; Alto PF e PE; São duros e quebradiços; Isolantes elétricos a baixas temperaturas; Bons condutores de eletricidade quando fundidos ou dissolvidos em água; Retículo cristalino: arranjo simétrico de átomos, íons ou moléculas formando uma substância sólida cristalina. Retículo cristalino do NaCl Cristais Iônicos Cristais Moleculares (Dispersão de London) A célula unitária é constituída de moléculas que não tem carga definida (separação de carga momentânea); São compressíveis e facilmente sofrem distorções; Energia de ligação baixa; Bons isolantes elétricos; Baixos PF e PE; Voláteis. Estrutura cristalina da sacarose (C12H22O11) 49 A célula unitária é constituída por um sistema contínuo de ligações bem definidas; Energia de ligação alta; São duros e muito incompressíveis; Semelhantes aos sólidos iônicos; A condutividade não aumenta bruscamente com a temperatura. Cristais Covalentes 50 Ligação covalente forte Arranjo cristalino: cúbico 51 O que justifica a facilidade de compressão e condutividade elétrica do grafite? Ligação covalente forte Arranjo cristalino: hexagonal Dispersão de London 52 Diamantes Sintéticos ou Amorfos 1991 Ligas com aço (Fe + C) Ni, Cr, Mn, W, Mo, V, Si, Co, Al Carbeto de tunsgstênio (WC) resistência à corrosão; alto grau de dureza; baixo coeficiente de atrito; boa condutividade térmica; compatibilidade biológica. 53 Defeitos Reticulares É uma imperfeição ou um "erro" no arranjo periódico regular dos átomos em um cristal. Podem envolver uma irregularidade: na posição dos átomos; no tipo de átomos; O tipo e o número de defeitos dependem do material, do meio ambiente, e das circunstâncias sob as quais o cristal é processado. 54 Imperfeições Estruturais Defeitos Pontuais: associados com uma ou duas posições atômicas (lacunas ou átomos intersticiais); Defeitos Lineares: relacionados a discordâncias de linha (unidimensional); Defeitos Planos ou Interfaciais: atribuídos a fronteiras entre duas regiões com diferentes estruturas cristalinas ou diferentes orientações cristalográficas (bidimensional); Defeitos Volumétricos: associados a poros, trincas e inclusões (tridimensional). 55 Defeitos Pontuais Vacâncias; Átomos Intersticiais; Centros F Schottky; Frenkel; Originados durante processo de solidificação (perturbações durante o crescimento do cristal) ou como resultado de vibrações atômicas. comumente ocorrem em sólidos iônicos Vacâncias Ausência de um átomo em um ponto do retículo cristalino. 57 Átomos Intersticiais Envolve um átomo extra no interstício da estrutura cristalina. 58 vacância átomo intersticial Distorção do retículo cristalino Frenkel Ocorre quando uma unidade estrutural do sólido sai de sua posição normal e vai para um interstício. 60 Schottky O defeito é concebido quando uma unidade estrutural do cristal sai da sua posição do retículo e migra para a superfície ou exterior do sólido. Anti - Schottky: impureza vinda da superfície ou do exterior se insere em posição intersticial da rede cristalina. 61 Centros F Ocorre em sólidos iônicos quando um ânion sai de sua posição normal e migra para a superfície do sólido ou exterior. Entretanto, no centro F, um elétron assume o lugar do ânion. Na+ Cl- Na+ Cl- Na+ Na+ Cl- Na+ Cl- Na+ Na+ Na+ Na+ Cl- Cl- Cl- Cl- Cl- Cl- Na+ Na+ Na+ e- Cl- 62 Defeitos Lineares: Discordâncias As discordâncias estão associadas com a cristalização e, consequentemente, com a deformação dos materiais. Podem ser de origem: Térmica, mecânica e supersaturação de defeitos pontuais Podem ser do tipo: Cunha; Hélice. 63 Discordância em Cunha Envolve um semi-plano extra de átomos. Diminuição na resistência mecânica dos sólidos; Inserção involuntária de impurezas na estrutura. 64 65 Discordância em Hélice Produz distorção na rede, os planos do reticulado do cristal formam uma espiral na linha da discordância. 66 Defeitos Planos ou Interfaciais Envolvem fronteiras e normalmente separam regiões dos materiais de diferentes estruturas cristalinas ou orientações cristalográficas. Contorno de grão Discordância e contorno de grão Grãos com diferentes orientações Imperfeições Volumétricas São introduzidas no processamento do material e/ou na fabricação do componente. Inclusões; Precipitados; Fases; Porosidade; Inclusões de óxido de cobre (Cu2O) em cobre de alta pureza (99,26 %) Porosidade Microestrutura da liga Al-Si-Cu + Mg (diversas fases precipitadas) Difração de Raios X Determinação estrutural de sólidos cristalinos. O FENÔMENO DA DIFRAÇÃO Quando um feixe de raios X é dirigido à um material cristalino, esses raios são difratados pelos planos reticulares dos átomos ou íons dentro do cristal A intensidade difratada depende: do número de elétrons no átomo; de como os elétrons estão distribuídos no espaço; diferentes planos cristalinos, originam diferentes arranjos de átomos ou elétrons; consequentemente, distintas intensidades são difratadas. Difratômetro de Raios X T= fonte de raio x S= amostra C= detector O= eixo no qual a amostra e o detector giram A onda eletromagnética é instantaneamente absorvida pelo elétron e reemitida; Cada elétron atua, portanto, como centro de emissão de raios X. 72 Lei de Braag = 2 dhkl. sen 73 74 Perfis de Difração 75 Método de Rietveld Vale a leitura... Brasileira descobre material que pode substituir o silício e ser mais eficiente que o grafeno http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/brasileira-descobre-material-que-pode-substituir-o-silicio-e-ser-mais-eficiente-que-o-grafeno Material aumenta em até 40 vezes a eficiência elétrica de LEDs http://agencia.fapesp.br/material_aumenta_em_ate_40_vezes_a_eficiencia_eletrica_de_leds/18185/ Criado primeiro semicondutor superatômico 2D http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=primeiro-semicondutor-superatomico-2d&id=010165180228#.WuIKS4jwbIU
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