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BEM VINDOS Direito Civil– família e sucessões Prof. Joanna Cardoso Gonçales de Vicente DIREITO DE REPRESENTAÇÃO Definição legal: arts. 1.851 a 1.856 Dá-se quando chamado a suceder em lugar de parente mais próximo do autor da herança, porém pré-morto, ausente ou incapaz de suceder Obs: não abrange caso de renúncia de herança; Obs: não se confunde com o direito de transmissão, que substitui o herdeiro que falece depois de aberta a sucessão, mas antes de aceitar a herança. REQUISITOS DA REPRESENTAÇÃO 1. Que o representado tenha falecido antes que o representante; Abrange casos de ausência (morte presumida), comoriência, indignidade (morte civil); 2. Que o representante seja descendente do representado; Representação dá-se somente na linha reta descendente; REQUISITOS DA REPRESENTAÇÃO 3. Que o representante tenha legitimação para herdar Esta é aferida em relação ao sucedido e não em relação ao representado. Logo, o excluído da sucessão do pai pode representá-lo na sucessão do avô 4. Que reste, no mínimo, um filho do de cujus, ou na linha colateral, um irmão falecido; Caso contrário, netos/sobrinhos, herdarão por direito próprio Linhas em que se dá a representação 1. linha reta descendente (1.852, CC) Não há representação na linha reta ascendente. 2. Linha colateral, em favor dos filhos de irmãos do falecido, quando com irmão desde concorrerem (1.853, CC) Se o finado deixa apenas sobrinhos, herdam por cabeça; Filhos de sobrinhos (sobrinho-neto) não herdam. Efeitos da representação 1) Somente o quinhão que caberia ao pré-morto será dividido entre os que o representam. 2) Sendo vários os representantes, o quinhão do representado se repartirá em partes iguais, o quanto baste. (art. 1855 CC) 3) Havendo a renuncia por um representante, a cota dessa estirpe fica destinada ao demais representantes. Nunca volta para o monte-mor. Efeitos da representação 4) só se representa pré-morto. Observações: na exclusão do ascendente por indignidade, o indigno é considerado pré-morto. em caso de deserdação deve ser manifestada a causa em testamento, sendo condição necessária a confirmação em ação de deserdação, no prazo de 4 anos da abertura da sucessão. Efeitos da representação Na renúncia de herança o renunciante é tido como inexistente. Descendentes, em regra, não sucedem. SALVO artigo 1.811 CC. Poderão suceder em duas hipóteses: a) Se for o único herdeiro legítimo de sua classe ou b) se todos os outros renunciarem a herança, os filhos poderão vir à sucessão por direito próprio e por cabeça. exercício A, pai de B, C e D (este pré-morto e pai de sete filhos), falece, deixando patrimônio e herdeiros. Pelo óbito de A, os herdeiros serão: Resposta:B,C herdarão sua parte, Os filhos de D herdarão por representação B e BC recebem, cada qual, a terça parte dbb herança, enquanto os sete filhos de D exercerão o direito de representação, beneficiando-se com 1/21 avos do monte-mor . exercício No curso do inventário, C falece ab intestato e deixando apenas os parentes que participam da sucessão de A. Pelo óbito de C, os herdeiros serão: Resposta:no caso de C não ter nenhum descendente e nem conjuge, os bens ficará a seu irmão B, e os filhos de D. recebe a metade da herança, enquanto os sete filhos de D exercerão o direito de representação, beneficiando-se com 1/14 avos do monte-mor . (art. 1.811) Reserva da legítima a metade dos bens do autor da herança. SUCESSÃO LEGÍTIMA - Sempre por fração - herdeiro legítimo SUCESSÃO TESTAMENTÁRIA por fração da herança: Herdeiro testamentário. - Por bens certos e determinados: Legatário * herdeiro é sucessor universal, quer provenha de ordem legal ou da vontade do testador. * o legatário é sucessor singular e só virá a existir por meio de testamento Vimos que... Herdeiro testamentário É a pessoa indicada em testamento para herdar a título universal Observação: Se for a título singular será chamada legatário Vimos que... Herdeiro legítimo É a pessoa indicada por lei como sucessor universal para herdar a totalidade ou quota-parte Necessário Descendente; ascendente; cônjuge (CC, 1.845) Contemplado pela legítima ou reserva (CC, 1.789) herdeiros reservatários, legitimários ou forçados Facultativo Herdam na falta de herdeiros necessários ou testamento que disponha sobre o destino do espólio. Concluindo... LEMBRE-SE: “Todo herdeiro NECESSÁRIO é legítimo, mas nem todo herdeiro legítimo é necessário” Art. 1.845. São herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes e o cônjuge. Concluindo.. Constitui a legítima: a metade dos bens da herança, a qual pertence aos herdeiros necessários, de pleno direito. (Art. 1.846, CC) LEGÍTIMA X DIREITO DE DISPOSIÇÃO DE BENS Toda pessoa tem o direito de dispor de seus bens. Tanto disposição inter vivos (negócios jurídicos em geral), como causa mortis (testamentos e codicilos) Regra que decorre do: direito de propriedade (art. 5º, XXII, da Constituição Federal), princípio da autonomia da vontade (art. 5º, II, da Constituição Federal, e arts. 421 e 425, CC) LEGÍTIMA X DIREITO DE DISPOSIÇÃO DE BENS Limites impostos pela proteção da legítima Art. 1.789, CC - a liberdade testamentária ativa deve respeitar metade do acervo hereditário Art. 549, CC - Nula é também a doação quanto à parte que exceder a de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. Art. 2.018. É válida a partilha feita por ascendente, por ato entre vivos ou de última vontade, contanto que não prejudique a legítima dos herdeiros necessários. Art. 1.848, CC – impedimento ao testador, em regra, de impor gravames na legítima, salvo presença de justa causa, que deve constar expressamente do testamento, LEGÍTIMA X DIREITO DE DISPOSIÇÃO DE BENS OBSERVAÇÃO: Em sendo DESRESPEITADOS OS LIMITES 1º doador vivo: possibilidade de impugnação judicial da disposição do bem, enquanto for vivo o doador. 2º doador morto: haverá a redução da liberalidade, se não houver o dever de colacionar (por dispensa do doador ou por não se tratar de descendente, ascendente, nem cônjuge). LEGÍTIMA X DIREITO DE DISPOSIÇÃO DE BENS EXCEÇÕES à inviolabilidade da legítima dos herdeiros 1ª) imposição de clausulas restritivas, quando houver justa causa (Art. 1.848). cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de incomunicabilidade, sobre os bens da legítima. 2ª) Exclusão em razão de deserdação (CC, 1.961) e indignidade (CC, 1.814) Cálculo da legítima Art. 1.847. Calcula-se a legítima sobre o valor dos bens existentes na abertura da sucessão, abatidas as dívidas e as despesas do funeral, adicionando-se, em seguida, o valor dos bens sujeitos a colação. Cálculo da legítima Hipóteses de cálculo da legítima Quando houver: herdeiro necessário + testamento herdeiro necessário + doação herdeiro necessário + partilha-doação (art. 2.018, CC) Cálculo da legítima O momento referencial para o cálculo da legítima: No caso de testamento redutível: é o momento da abertura da sucessão (art. 1.847 e art. 1.784, CC) No caso de doação inoficiosa e/ou partilha-doação iníqua: o momento da doação (art. 549 e art. 2.007, CC), Cálculo da legítima passo a passo 1º PASSO – O AFASTAMENTO DA MEAÇÃO se o defunto era casado pelo regime de comunhão (total ou parcial), deve ser, preliminarmente, separada a meação do cônjuge sobrevivente, que lhe pertence. Meação BENS PARTICULARES HERANÇA dívidas Cálculo da legítima 2º PASSO: DEDUÇÃO DAS DÍVIDAS Herança é ativo menos passivo Se os débitos forem maiores do que o valor dos bens, não haverá herança, não se podendo falar em legítima. Dívidas ativo Herança + BENS PARTICULARES Cálculo da legítima 3º PASSO: DEVER DE COLACIONAR Art. 2.002, CC: Os descendentesque concorrerem à sucessão do ascendente comum são obrigados, para igualar as legítimas, a conferir o valor das doações que dele em vida receberam, sob pena de sonegação. Parágrafo único. Para cálculo da legítima, o valor dos bens conferidos será computado na parte indisponível, sem aumentar a disponível. parte disponível (50%) Parte indisponível (50% + colacionados) = LEGÍTIMA ativo Herança + BENS PARTICULARES Outras Disposições 1º) valor dos bens colacionados A) O código civil determina que o valor de colação dos bens seja o do ato de liberalidade. (CC, 2.004). Já o Código De Processo Civil determina que seja calculado o valor ao tempo da abertura da sucessão (CPC, 639, § único) Prevalece o CPC, por ser lei mais nova. B) necessidade de indicar o valor das benfeitorias e acessões agregadas pelo donatário. Outras Disposições 2º) O descumprimento do dever de colacionar configura sonegação e o beneficiários corre o risco de perder o que ganhou (CC, 1.992 e 1.996) 3º) não cabe a colação quando expressamente o testador declarar que os bens doados aos herdeiros descendentes devem ser abatidos de sua parte disponível (CC, 2.005) Outras Disposições 4º) as doações que favorecem terceiros são retiradas da parte disponível e não cabe colação. Devem verificar se não ultrapassam a parte disponível, considerando o valor dos bens ao tempo da abertura da sucessão (CPC, 639, parágrafo único) Ultrapassada a parte disponível, a doação será chamada inoficiosa Obs: não é nula, nem anulável. Somente precisa ser excluído o que foi além do devido. (CC. 1967) Outras Disposições 5º) quando da abertura da sucessão, ainda que trazidos os bens à colação, não há a incidência do imposto de transmissão causa mortis (ITCMD) – seria dupla tributação. 6º ) adiantamento da legítima não se confunde com partilha em vida (art. 2.018), onde o limite de disposição desta última é a metade disponível Deve vir expressa a dispensa da colação (CC, 2.005) *
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