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DESENVOLIMENTO DE UM PRODUTO ALIMENTÍCIO PARA 
PORTADORES DA GOTA. 
Amanda Silva1, Bruna Pereira1, Cleuton de Melo Júnior1, Letícia Ferreira1, 
Tamires Ramos1. 
Karyna Locatelli2. 
Projeto Integrador, Centro Universitário de Patos de Minas. Rua Major Gote, 808, 
CEP 38700-207, Caiçaras, Patos de Minas, Minas Gerais. 
 
 
RESUMO 
Esse projeto buscou desenvolver uma alimentação saudável e equilibrada para pessoas que 
sofrem com gota. Igualmente denominada como artrite gotosa aguda, é uma das patologias 
reumáticas mais presente do mundo. Consiste na agregação de cristais de acido úrico nas 
articulações, tecido subcutâneo e rins, graças ao acréscimo de sua aglomeração no sangue, a 
hiperuricemia. Contatou-se sucesso na apresentação do produto, com a aprovação unânime dos 
degustadores, sendo avaliada como uma proposta plausível e interessante para o tratamento da 
gota. Além do salmão, cenoura entre outros, há também a laranja pêra, que contém minerais 
capazes de neutralizar cristais de ácido úrico, prevenindo assim dores reumáticas. 
Palavras-chaves: Gota. Hiperuricemia. Salmão. 
 
 
INTRODUÇÃO 
Em busca da inovação na indústria de alimentos, a meta é o lançamento de 
novos produtos no mercado para atender necessidades e gostos dos consumidores, como 
produtos mais atrativos, saborosos e digestivos. Com isso, necessita-se uma ampla 
quantidade e variedade de alimentos processados e com valor agregado com custo 
acessível, para atender a demanda do consumo atual (BRAGANTE, 2014; GIL, 2005). 
O mercado competitivo exige criação de novos produtos e estratégias de 
inovação para a diferenciação. Para tanto, é imprescindível conhecer as necessidades do 
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consumidor, satisfazendo-as na conformidade das legislações (BRAGANTE, 2014; 
DELGADO; PEDROZO, s/d; GOUVEIA, 2006) 
O lançamento de um novo produto é essencial para as empresas, 
desenvolver um novo produto alimentício, é uma atividade complexa e multidisciplinar, 
por envolver diversas áreas da empresa (FIGUEIREDO, 2006). 
Famosa por ser considerada a enfermidade dos reis, por ter afetado figuras 
notáveis como o Alexandre o Grande, Isaac Newton, Charles Darwin e Leonardo da 
Vinci e também estar diretamente relacionada aos homens após os 40 anos das classes 
inferiores, com o estilo de vida ligada ao sedentarismo e aos descomedimentos 
(HOCHBERG, et al., 2015).A gota e descrita há mais de dois milênios, somente na 
última metade do século 20 veio à confirmação de que a patogênese envolveria a 
deposição de cristais de urato, devido à introdução dos microscópios de luz polarizada 
na prática clínica, permitindo a identificação dos cristais e da relação entre estes e a 
gota. Gota é uma artrite inflamatória causada pela cristalização do ácido úrico, que se 
deposita no interior da articulação e está associada à hiperuricemia. É considerada uma 
das mais dolorosas formas de artrite, caracterizada pelo surgimento abrupto de dor 
articular de grande intensidade (ZHU, Y.; PANDYA, B. J.; CHOI, H. K., 2011). 
A justificativa da baixa ocorrência desta patologia no sexo feminino jovens, 
e a crescente na menopausa (que é quando os níveis séricos de ácido úrico se 
assemelham aos dos sexos masculinos) e que a concentração média de ácido úrico 
sérico em homens adultos é em média de 1 a 1,5 mg/dl maior do que em mulheres da 
mesma idade,pelo decorrência do hormônios estrogênicos no sexo feminino 
(KRISHNAN, 2014). 
Um dos maiores riscos para o desenvolvimento da gota é a obesidade, pois 
diminui a eliminação do ácido úrico e aumentando a produção de purinas (PINHEIRO, 
2008). Outro fator de risco é a utilização de bebidas alcoólicas, pois induz aumento da 
produção de uratos (CHOI, 2012). 
Certas medicações podem afetar nos níveis de ácido úrico no organismo. 
Baixas doses de salicilato, fenofibrato, losartana e bloqueadores de canais de cálcio 
reduzem os níveis séricos de ácido úrico. Betabloqueadores e tiazídicos aumentam 
níveis de ácido úrico sérico. (KRISHNAN, E.; LINGALA, B.; BHALLA, V, 2012) 
Ou seja, a reminiscência da gota é assintomática e de decorrente de anos de 
condensação de cristais de urato monossódico nas articulações, interpolado com fases 
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de mono ou oligoartrite para uma fase de artrite crônica com a presença de depósitos de 
cristais conhecidos como todos. 
Pacientes com gota tradicionalmente são orientados a evitar alimentos ricos 
em purinas como carne e frutos do mar. No entanto, apenas recentemente estudos 
prospectivos avaliam com mais critério a relação entre variações dietéticas, uricemia e 
incidência de gota. Em uma série de estudos em bancos de dados prospectivos, os 
pesquisadores puderam confirmar uma associação entre elevação de urato sérico e 
consumo aumentado de carne e frutos do mar. Até que ensaios clínicos confirmem os 
efeitos de intervenções dietéticas, os pacientes com hiperuricemia e gota devem ser 
aconselhados a consumir carne, frutos do mar e bebidas alcoólicas com moderação, com 
especial atenção ao tamanho das porções e seu conteúdo de carboidratos, que são 
essenciais para perda de peso e melhora da sensibilidade à insulina. (CRUZ, 2006) 
É visto que a gota significa muito mais do que apenas uma dor no dedo que 
também afeta os tornozelos, mas sim, uma dor potencialmente letal ao coração. 
Pensando nisso, o ingrediente chave para a receita é o salmão, rico em Ômega 3, que é 
um protetor cardíaco importante no processo inflamatório. Contudo ele é um tônico para 
o organismo, pois seu consumo representa menos sofrimento e a possibilidade de 
manter a gota sob controle, trabalhando assim em conjunto para controlar a quantidade 
de ácido úrico do organismo e o sistema cardíaco. 
Os objetivos do nosso trabalho foram desenvolver um alimento para doentes 
de gota e elaborar as informações nutricionais de acordo com RDC n.º 39 – Tabela de 
Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para Fins de 
Rotulagem Nutricional e RDC n.º 40 – Regulamento Técnico para Rotulagem 
Nutricional Obrigatória de Alimentos e Bebidas Embalados. 
 
 
METODOLOGIA 
Primeiramente houve uma dinâmica, onde a discente colocou papéis em um 
recipiente e cada aluno pegou o seu. Os docentes que pegaram papel que havia escrito 
“líder” conduziram-se à frente da sala e escolheram seu grupo aleatoriamente. Após a 
montagem dos grupos, as equipes se reuniram e escolheram o tema do projeto. Sobre a 
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patologia selecionada montou-se um prato que houvesse benefícios para a parcela da 
população portadora de gota. Essa disfunção é caracterizada pelo acúmulo de ácido 
úrico no sangue, esses se precipitam nas articulações, formando cristais semelhantes a 
agulhas, ocasionando dor e inchaço. Para amenizar esse mal, foi gerada uma receita que 
trouxesse benefícios para essa enfermidade. Excluiu-se alimentos ricos em purinas e 
acrescentou-se como principal ingrediente o salmão. Acredita-se que esse peixe tem 
ação de suprir a inflamação gerada por esse distúrbio, devido ao aumento de ácidos 
graxos, ômega-3, trazendo benéficos para quem sofre de hiperucemia. 
Os testes dos produtos foram realizados no laboratório de técnica dietética 
do Centro Universitário de Patos de Minas- UNIPAM. As mercadorias foram adquiridas 
nos estabelecimentos locais da cidade onde está localizada a universidade. Testou-se a 
receita de empada de salmão e foram detectadas algumas falhas, nas quais no segundo 
dia de teste foram sanadas, agradando a equipe do projeto, aos colegas de curso e 
responsáveis pelo laboratório. 
 
Modelo de rótulo 
 
FONTE: ANVISA RDC 359/03 - REGULAMENTO TÉCNICO DE PORÇÕES DE 
ALIMENTOS EMBALADOS PARA FINS DE ROTULAGEM NUTRICIONAL. 
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A rotulagemnutricional deve ser vista além do simples cumprimento da 
lei, pelos fabricantes. A rotulagem dá o direito ao consumidor de conhecer e selecionar 
os produtos que farão parte de sua alimentação. 
Obs: “Outros minerais” e “vitaminas” farão parte do quadro 
obrigatoriamente quando se fizer uma declaração de propriedades nutricionais ou outra 
declaração que faça referência a estes nutrientes. Optativamente, podem ser declaradas 
vitaminas e minerais quando estiverem presentes em quantidade igual ou maior a 5% da 
Ingestão Diária Recomendada (IDR) por porção indicada no rótulo. 
 
RESULTADOS 
As informações abaixo obtidas foram verificadas através de testes no 
laboratório de técnica dietética do Centro Universitário Patos de Minas: 
Informação Nutricional 
Porção de 145g (1 unidade) 
 Quantidade por porção %VD (*) 
Calorias 707,25 kcal 35,36 
Carboidratos 59,79g 19,93 
Proteínas 16,56g 22,08 
Lipídeos Totais 44,65g 81,18 
Lipídeos Saturados 0,73g 3,31 
Lipídeos Trans 2,31g *não possui valor de referência 
Fibra Alimentar 3,96g 15,84 
Sódio 779mg 32,45 
Colesterol 21,17mg 7,05 
Vitamina A 14.239,7 
*Valores diários de referência baseados em uma dieta de 2000 kcal. Seus 
valores diários podem ser maiores ou menos dependendo de sua necessidade 
energética. 
 
Empada de Salmão 
1 porção contém 145g 
Massa 
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3 xícaras (chá) de farinha de trigo 
250g de gordura vegetal 
2 gemas 
1 colher de café de fermento em pó 
1 colher de café de sal 
1 gema pra pincelar 
120g de linhaça 
1 beterraba 
Guaraná 
Recheio 
500g de salmão 
2 cenouras 
120 gramas de castanha do Pará 
2 cebolas 
Requeijão de confeiteiro 
Sal a gosto. 
Modo de preparo 
1. Coloque em um recipiente, 3 xícaras (chá) de farinha de trigo, 1 colher 
(café) de fermento em pó, 120g de linhaça, 250g de gordura vegetal, 2 gemas, 125ml de 
refrigerante e uma beterraba já cozida e triturada. 
Misture tudo até formar uma massa homogênea e deixe descansar 
2. Refogue em uma frigideira grande, 500g de salmão pré cozido, 2 
cenouras já cozidas e sem casca, 2 cebolas picadas em cubos, sal e requeijão de 
cozinheiro a gosto. Depois de refogar os ingredientes, acrescentar 120g de castanha do 
Pará trituradas. 
3. Pré aqueça o forno em temperatura média, forre o fundo e as laterias da 
forminha com a massa 
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4. Coloque o recheio que está reservado na frigideira 
5. Tampe a forminha com a massa e pincela com a gema de ovo utilizando 
um pincel. Após isso coloque para assar por volta de 40 minutos. 
 
 
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A partir da degustação obteve-se êxito segundo a maior parte dos 
degustadores, aprovou-se o produto, sabor, conteúdo apresentado, considerando a 
proposta do produto interessante, bem apresentada e sucedida. 
Sabe-se que o salmão é um ótimo aliado ao processo antiinflamatório 
desencadeado pela gota. A cenoura tem um potencial alcalinizante, ajudando a retirar 
ácido úrico, purinas e cristais das articulações, entre outros ingredientes usados na 
receita são benéficos a artrite gotosa aguda. Há também outras formas de se tratar a 
hiperuricemia. 
Houve o desenvolvimento de um produto também benéfico à gota, a farinha 
de laranja pêra. A laranja é enriquecida de vitamina C, auxiliando no processo de 
resistência das infecções, cicatrização de feridas e queimaduras, beneficiando até a 
gengiva. Há outros diversos benefícios oferecidos por essa fruta como o cálcio nela 
contido. O cálcio gera fortalecimento da estrutura óssea, do fósforo na absorção da 
glicose e das fibras no funcionamento intestinal. Alem da redução do colesterol e dos 
sais mineiras que neutralizam o ácido úrico. Dessa forma a laranja minimiza o risco de 
infarto, dores reumáticas e gota. (MENEGUETTI, 2012). 
 
CONCLUSÃO 
É de exímia importância o desenvolvimento das informações nutricionais 
por elas serem uma forma de comunicação entre o produto e o consumidor. É uma 
forma de obter conhecimento prévio para garantir a qualidade do produto e a segurança 
do consumo. Para que a população possa ingerir alimentos em plena segurança, as 
informações nutricionais informam os produtos presentes para que não haja consumo 
exacerbado de substâncias nocivas a certos grupos portares de algumas patologias. A 
alimentação é uma necessidade básica humana, cuja sua importância é indispensável e 
indiscutível. Em vista disso, os rótulos nutricionais são de grande relevância para uma 
alimentação saudável em sua totalidade. Ele permite que as pessoas alcancem um novo 
padrão de alimentação, viabilizando a certeza de uma refeição segura e saudável, ao 
observar e analisar as informações descritas no produto. 
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O PI teve a intenção de desenvolver uma empada destinada a pessoas 
portadoras da Patologia gota. O desenvolvimento do produto foi bem sucedido, 
correspondendo a todas as expectativas. 
 Este PI é de grande importância na formação profissional, por ajudar no 
desenvolvimento de um alimento para pessoa que possuem gota, possibilitando um 
maior entendimento sobre elaboração de rotulagem, e possibilitando uma maior 
aprendizagem sobre a patologia. Assim integrando vários conhecimentos de áreas 
diversas da saúde, que buscam o bem estar do individuo. 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANVISA. AGENCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. 
REGULAMENTO TÉCNICO DE PORÇÕES DE ALIMENTOS EMBALADOS 
PARA FINS DE ROTULAGEM NUTRICIONAL - RDC nº 359, de 23 de dezembro 
de 2003. Disponível em:< www.anvisa.gov.br/legis> Acessado em: 03 mai. 2018a. 
CHOI, H. K. et al. Antihypertensive drugs and risk of incident gout among patients 
with hypertension: population based case-control study..BMJ, v. 344, n. 8190, jan. 
2012. 
CRUZ, Bóris Afonso. Gota.Rev. Bras. Reumatol. Vol.46 n°6 São Paulo. Nov./Dez. 
2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0482-
50042006000600010>. Acesso em: 24 ab. 2018. 
HOCHBERG, et al. Rheumatology. 6 ed. [S.L.]: Elsevier, 2015. 
KRISHNAN, E. Gout in African Americans. The American Journal of Medicine, , v. 
127, n. 9, p. 858-864, set. 2014. 
KRISHNAN, E.; LINGALA, B.; BHALLA, V. Low-Level Lead Exposure and the 
Prevalence of Gout: An Observational Study. Annalsofinternal Medicine, v. 157, n. 
4, p. 233-241, ago. 2012 
MENEGUETTI, Thomaz de Almeida. Farinha de laranja pêra - Citrus sinensis (L.) 
Obsbeck: Desenvolvimento do produto e caracterização da fração fibrosa. 2012. 35 
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f. TCC (Graduação) - Curso de Tecnologia em Alimentos, Universidade Tecnológica 
Federal do Paraná Câmpus Ponta Grossa, Ponta Grossa, 2012. 
PINHEIRO, G. R. C. Revendo a Orientação Dietética na Gota. Revista Brasileira de 
Reumatologia, v. 48, n. 3, p. 157-161, mai./jun. 2008. 
ZHU, Y.; PANDYA, B. J.; CHOI, H. K..Prevalence of Gout and Hyperuricemia in 
the US General Population.Arthritis&Rheumatism, v. 63, n. 10, p. 3136-3141, out. 
2011.